-
Notifications
You must be signed in to change notification settings - Fork 0
/
Copy pathindex_split_045.html
513 lines (513 loc) · 134 KB
/
index_split_045.html
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
64
65
66
67
68
69
70
71
72
73
74
75
76
77
78
79
80
81
82
83
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
95
96
97
98
99
100
101
102
103
104
105
106
107
108
109
110
111
112
113
114
115
116
117
118
119
120
121
122
123
124
125
126
127
128
129
130
131
132
133
134
135
136
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
157
158
159
160
161
162
163
164
165
166
167
168
169
170
171
172
173
174
175
176
177
178
179
180
181
182
183
184
185
186
187
188
189
190
191
192
193
194
195
196
197
198
199
200
201
202
203
204
205
206
207
208
209
210
211
212
213
214
215
216
217
218
219
220
221
222
223
224
225
226
227
228
229
230
231
232
233
234
235
236
237
238
239
240
241
242
243
244
245
246
247
248
249
250
251
252
253
254
255
256
257
258
259
260
261
262
263
264
265
266
267
268
269
270
271
272
273
274
275
276
277
278
279
280
281
282
283
284
285
286
287
288
289
290
291
292
293
294
295
296
297
298
299
300
301
302
303
304
305
306
307
308
309
310
311
312
313
314
315
316
317
318
319
320
321
322
323
324
325
326
327
328
329
330
331
332
333
334
335
336
337
338
339
340
341
342
343
344
345
346
347
348
349
350
351
352
353
354
355
356
357
358
359
360
361
362
363
364
365
366
367
368
369
370
371
372
373
374
375
376
377
378
379
380
381
382
383
384
385
386
387
388
389
390
391
392
393
394
395
396
397
398
399
400
401
402
403
404
405
406
407
408
409
410
411
412
413
414
415
416
417
418
419
420
421
422
423
424
425
426
427
428
429
430
431
432
433
434
435
436
437
438
439
440
441
442
443
444
445
446
447
448
449
450
451
452
453
454
455
456
457
458
459
460
461
462
463
464
465
466
467
468
469
470
471
472
473
474
475
476
477
478
479
480
481
482
483
484
485
486
487
488
489
490
491
492
493
494
495
496
497
498
499
500
501
502
503
504
505
506
507
508
509
510
511
512
513
<?xml version='1.0' encoding='utf-8'?>
<html xmlns="http://www.w3.org/1999/xhtml" lang="">
<head>
<title>index</title>
<meta content="pdftohtml 0.36" name="generator"/>
<meta content="pc" name="author"/>
<meta content="2011-04-20T16:04:09+00:00" name="date"/>
<meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"/>
<link href="stylesheet.css" rel="stylesheet" type="text/css"/>
<link href="page_styles.css" rel="stylesheet" type="text/css"/>
</head>
<body class="calibre">
<p class="calibre2">prejudicam a si mesmos. <b class="calibre1">Ficará reduzido a pó. </b> Aqueles que são julgados por ele sofrerão perda irreparável. O verbo quer dizer "joeirar grão", ou "pisotear". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Naquela mesma hora. </b> Os sacerdotes agiram imediatamente, porque temiam que Jesus pudesse incitar uma revolta do povo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. Subornaram emissários. </b> Percebendo que não poderiam condená-lo à morte legalmente, tentaram apanhá-lo de tal maneira que o pudessem passar às mãos do governador romano com acusação incriminadora. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Sabemos que falas e ensinas retamente. </b> Suas palavras não passavam de elogios ocos, embora literalmente verdadeiros. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. É lícito pagar tributo a César ou não? </b> A pergunta apresentava um dilema terrível. Se Jesus dissesse "não", seria acusado de tendências revolucionárias; se dissesse "sim", seria encarado como um colaborador de Roma e perderia o favor do público. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Mostrai-me um denário. </b> O denário (gr. <i class="calibre3">denarius</i>) era uma moeda de prata cunhada por Roma, e era a unidade monetária principal. </p>
<p class="calibre2">As moedas de bronze com menor valor não continham a imagem do imperador. <b class="calibre1">A efígie e a inscrição. </b> A efígie era do rosto imperial; a inscrição, o título imperial. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. Dai, pois, a César. </b> O próprio fato dos judeus usarem a moeda, comprovava que eles reconheciam o seu governo, pois o domínio de um rei considerava-se expandido até onde suas moedas fossem aceitas. (Veja SBK, <i class="calibre3">Das Evangelium nach Matthaus</i>, pág. 884). Se os judeus admitiam que César era o seu senhor, não podiam criticar Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. E não puderam apanhá-lo em palavra alguma diante do </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">povo. </b> Sua resposta foi de uma exatidão, concisão e integridade maravilhosas. Nada havia nela que o incriminasse, ainda que respondesse sua pergunta e, em aditamento, fê-los lembrar de suas obrigações para com Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Saduceus, homens que dizem não haver ressurreição. </b> Os saduceus, em menor número do que os fariseus, eram um partido sacerdotal, mais interessado em política do que em religião. Aderiam estritamente à lei escrita dos cinco primeiros livros de Moisés, rejeitando tradicionais elaborações de interpretação. Não criam em anjos, nem em espíritos, nem na vida após a morte (cons. Atos 23:8). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">28. Moisés nos deixou escrito que, se morrer o irmão de alguém. </b> O caso citado foi elaborado sobre a lei mosaica, que eles tinham em conta de autoridade final (Dt. 25:5-10). Dizia que, se um homem morresse sem filhos seu irmão devia se casar com a viúva, suscitando um filho que herdasse as propriedades do falecido. O propósito dessa lei era a de preservar as famílias para que não se extinguissem. No exemplo dado, o caso era puramente hipotético. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">33. Pois, no dia da ressurreição, de qual deles será esposa? </b> Os saduceus usaram isto apenas para introduzir o assunto da ressurreição. Se todos os sete, um depois do outro, tiveram a mulher por esposa neste mundo, ela seria, é claro, esposa de todos os sete simultaneamente, no mundo vindouro. Nesse caso a Lei promoveria na vida futura o que é condenado na presente. Tal conclusão seria absurda; portanto, de acordo com a lógica deles, não podia existir vida futura. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. Então lhes acrescentou Jesus. </b> Os saduceus tinham a lógica, mas a premissa errada. Eles presumiam erradamente que as condições da vida futura seriam idênticas às condições desta vida. Jesus afirmou que, na próxima dispensação, não haverá nem casamento, nem morte. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">37. Os mortos hão de ressuscitar. </b> Tendo resolvido seu argumento negativo, o Senhor apresentou um argumento positivo dele mesmo, usando o mesmo método de dedução. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">41. Como podem dizer que o Cristo</b> ( <i class="calibre3">Messias</i>) <b class="calibre1">é filho de Davi? </b> O Messias costumava ser chamado de filho (ou descendente) de Davi (cons. 18:38). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">44. Assim, pois, Davi lhe chamou Senhor, e como pode ser ele </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">seu filho? </b> No costume hebreu, um filho estava sempre sujeito a seu pai. </p>
<p class="calibre2">Chamando o seu filho de "Senhor", Davi violou o uso apropriado do termo. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 21</b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. </b> Havia arcas no átrio do Templo, para depósito das ofertas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. Duas pequenas moedas. </b> Essas <b class="calibre1">moedas</b> (gr. <i class="calibre3">lepton</i>) valiam cerca de um quinto de um centavo americano. Essas moedas formavam a menor das ofertas aceitáveis. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Todo o seu sustento. </b> Jesus elogiou a viúva não pelo valor de sua oferta, mas pelo sacrifício envolvido. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">D. O Discurso no Jardim das Oliveiras. 21:5-38. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Quando sucederá isto? </b> Este discurso tem uma perspectiva dupla: a destruição do Templo e o estabelecimento do reino na volta de Cristo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Vede que não sejais enganados. </b> Muitos Messias falsos vieram na geração que Se seguiu imediatamente a Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. O fim não será logo. </b> Ele advertiu que haveria guerras e perturbações de diversos tipos, mas que o fim não seria imediato. Ele esperava um período considerável que se colocaria entre a sua retirada da terra e a sua volta. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Haverá grandes terremotos, epidemias e fome em vários </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">lugares. </b> Essas predições podem ser tomadas literalmente como sinais do fim. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Lançado mão de vós, e vos perseguirão ... por causa do </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">meu nome. </b> Ele falava profeticamente sobre a comunidade cristã; a perseguição seria por amor do seu nome. Os versículos seguintes encontram seu complemento na narrativa das perseguições no livro de Atos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. Quando, porém, virdes Jerusalém sitiada de exércitos. </b> É possível que alguns dos ouvintes do Senhor viveram para ver o cerco e a tomada de Jerusalém em 70 A.D. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Então os que estiverem na Judéia, fujam para os montes. </b> Só a fuga dos cristãos da cidade sitiada é que os livrou do destino dos habitantes judeus que ficaram. Durante uma trégua nos ataques, os cristãos deixaram a cidade e foram para Pela. Aqueles que ficaram, ou morreram de fome, ou foram vendidos como escravos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Jerusalém será pisada por eles. </b> Desde 70 A.D. até a reconstituição da nação de Israel, Jerusalém esteve nas mãos dos gentios. <b class="calibre1">Até que os tempos dos gentios se completem. </b> Compare com a "plenitude dos gentios" em Rm. 11:25. A frase dá a entender que Deus tem estabelecido um tempo de oportunidade para os gentios, que terminará com a futura restauração do favor de Israel. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. Haverá sinais no sol, na lua. </b> Se os versículos anteriores predizem a queda de Jerusalém e a final destruição da nação judia, os versículos seguintes devem tratar do tempo do fim, e dos sinais do aparecimento de Cristo (cons. v. 11). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. Homens que desmaiarão de terror. </b> As crises políticas e sociais, ao lado dos fenômenos físicos do mundo, serão mais do que os homens podem agüentar. Os poderes do céu serão abalados. Os juízos finais de Deus serão seguidos por uma mudança em todo o universo físico (cons. II Pe. 3:10, 11). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Numa nuvem. </b> Uma nuvem de glória luminosa trará Cristo de volta à terra, dando um "sinal" inequívoco de sua realidade (cons. 9:31, 32, 34; Mt. 17:5; Atos 1:9, 11; Ap. 1:7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">28. Ao começarem estas coisas a acontecer. </b> A linguagem implica num processo que se estenderá durante um período de tempo, advertindo aqueles que são capazes de interpretar os sinais. <b class="calibre1">Redenção</b> é libertação, a perfeição da salvação de Deus (cons. Rm. 13:11). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. Vede a figueira. </b> Uma árvore comum na Palestina, cujos frutos brotavam muito cedo na primavera. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31. Está próximo o reino de Deus. </b> Com estas palavras Jesus mostrou que o reino de Deus ainda não tinha se realizado completamente, e que viria no futuro. Estas palavras complementam 17:21: "O reino de Deus está entre vós". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. Esta geração. </b> Mateus (24:34), Marcos (13:30) e Lucas citam este pronunciamento substancialmente nas mesmas palavras. Se significa a geração daqueles que estavam vivos quando as palavras foram ditas, então todo o capítulo acima até o versículo 25 deve ser interpretado como se referindo à queda de Jerusalém e o desmoronamento da nação judia. Se, contudo, <b class="calibre1">geração</b> significa a raça de Israel, Jesus estava profetizando que o povo sobreviveria até a sua volta. As duas interpretações estão em harmonia com o uso que Lucas faz do termo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. Não venha sobre vós repentinamente. </b> Uma outra tradução poderia ser, <i class="calibre3">venha sobre vós de repente</i> (gr. <i class="calibre3">aiphnidios</i>). O Senhor não disse que o fim seria totalmente sem aviso; ele já tinha descrito sinais de advertência. Ele apenas insinuou que viria mais subitamente do que poderia ser esperado. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. Para que possais escapar de todas estas coisas. </b> Um outro manuscrito que dá, <i class="calibre3">para que sejais bastante fortes</i>, é ligeiramente melhor. A prova dos últimos dias exigirá resistência especial. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">37. À noite ... ia pousar no monte ... das Oliveiras. </b> Durante a semana da Páscoa a cidade de Jerusalém estava sempre lotada de peregrinos de todas as partes do império. Cristo e seus discípulos talvez dormissem sobre o gramado entre as oliveiras do Jardim do Getsêmani. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">O povo madrugava para ir ter com ele... </b> Jesus mantinha um regular horário de ensino no átrio do Templo. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 22 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">E. A Última Ceia. 22:1-38. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. A Páscoa</b> era a maior e a mais sagrada das festas religiosas do ano judeu, que celebrava a redenção da nação da escravidão no Egito. O cordeiro pascal, cujo sangue foi da primeira vez aspergido sobre os umbrais para desviar o juízo da morte (Êx. 12:7), era um tipo de Cristo (I Co. 5:7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Ora, Satanás entrou em Judas, chamado Iscariotes. </b> A traição de Judas foi o resultado de uma inclinação da sua vida. Nunca se interessou altruisticamente por Jesus. Quando o Senhor esclareceu que não pretendia reclamar o trono de Israel mas que esperava morrer, Judas ficou desapontado, e resolveu salvar-se se possível fosse. Sua atitude deu uma brecha às sugestões e controle satânicos (cons. Jo. 13:2, 27). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. O dia dos pães asmos. </b> Todo o fermento era rigidamente excluído das casas judias durante a estação da Páscoa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Encontrareis um homem, com um cântaro de água. </b> Era coisa fora do comum um homem carregar água, pois esse trabalho era relegado às mulheres, ou aos escravos. A ordem que nosso Senhor deu a Pedro e João dá a entender que Ele já tinha feito arranjos prévios para um contato por meio de um sinal secreto. Ele queria que o lugar da reunião ficasse em segredo, para que pudesse comer na companhia dos seus discípulos sem o perigo de ser preso. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Um espaçoso cenáculo mobiliado. </b> A sala já estava preparada para uma festa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Tenho desejado ansiosamente</b> (Com grande desejo eu desejei). </p>
<p class="calibre2">Uma expressão idiomática do hebraico que intensifica o significado do verbo (cons. Gn. 22:17). <b class="calibre1">Antes do meu sofrimento. </b> Ele indica que a ceia toda deveria ser interpretada à luz de sua morte. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Até que ele se cumpra no reino de Deus. </b> Existe uma ligação entre a Páscoa e o reino de Deus. O último é o cumprimento do propósito de Deus na redenção, assim como a primeira foi uma de suas primeiras manifestações. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Isto é o meu corpo. </b> Ele se identificou com os símbolos da páscoa. Assim como o corpo e sangue do cordeiro foram o sacrifício instrumental para a redenção no Egito, ele seria o sacrifício que efetuaria a redenção da nova aliança. Não há nenhuma indicação, nesta linguagem, de que o pão e o vinho deveriam ser fisicamente transformados em seu corpo e sangue. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Oferecido por vós. </b> Esta frase e todo o texto subseqüente até o versículo 20 não se encontram no texto Oriental, o qual costuma amplificar em lugar de omitir. É possível que estas linhas não pertençam ao texto original de Lucas (veja WH, II, <i class="calibre3">Appendix</i>, pág. 64), embora haja grande semelhança com I Co. 11:23-26. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Porque o Filho do homem, na verdade, vai segundo o que </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">está determinado. </b> A morte do Salvador fazia parte do plano divino para a redenção do homem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Suscitaram também entre si uma discussão sobre qual deles </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">parecia ser o maior. </b> Os discípulos não tinham ainda perdido o desejo de ocupar um alto posto no reino antecipado. Sua atitude de rivalidade de uns para com os outros criou a situação que levou Jesus a lavar os pés deles, conforme registrado em João 13. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. Benfeitores</b> (gr. <i class="calibre3">euergetês</i>) era um título que recebiam os reis gregos no Egito e na Síria. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Quem serve</b> (gr, <i class="calibre3">diakonos</i>) não se usava em se tratando de escravos, mas com aqueles que realizavam tarefas para ajudar os outros. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. E vo-lo confio. </b> Jesus não negou que haveria um reino no qual seus discípulos governariam. Sua afirmação revelou a Sua confiança que a Sua morte não acabaria com as esperanças deles, mas que, no fim, Ele veria a recompensa dos Seus sofrimentos e a partilharia com os discípulos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">30. Doze tribos de Israel. </b> Uma promessa semelhante foi citada em Mt. 19:28. Os discípulos entenderam que isto significava um governo literal sobre Israel restaurada ao "status" de nação. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31. Simão, Simão. </b> Jesus falou a Simão Pedro considerando-o representante dos Doze. <b class="calibre1">Vos</b>. Um pronome plural. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Peneirar como trigo. </b> O trigo era cirandado para remover a sujeira e a palha, e para eliminar os grãos partidos e secos. As tentações do diabo servem freqüentemente ao propósito de revelar a força e também a fraqueza dos crentes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. Eu, porém, roguei por ti. </b> O pronome singular indica que o Senhor se preocupava de maneira especial com Pedro. Ele sabia do fracasso iminente por causa do excesso de confiança em Pedro; mas Ele não destituiria, nem o privaria de sua posição de liderança. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. E o que não tem espada ... compre uma. </b> Esta estranha ordem só aparece em Lucas. Jesus disse que duas espadas seriam suficiente (v. 38), embora elas não bastassem para defender todo o grupo contra o bando que o vinha prender. Será que Ele quis dizer que a posse de armas O colocaria entre os transgressores, e assim cumpriria a letra da profecia de Is. 53:12? </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">F. A Traição. 22:39-53. </b></p>
<p class="calibre2">Há uma mudança de cenário entre os versículos 38 e 39. Jesus e os discípulos deixaram o cenáculo e dirigiram-se para o Monte das Oliveiras. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">40. Tentação. </b> Provação severa e não solicitação para o mal. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">42. Pai, se queres, passa de mim este cálice. </b> Todos os quatro Evangelhos mencionam o "cálice" (Mt. 26:39; Mc. 14:36; Jo. 18:11), embora João não reproduza esta oração. Várias interpretações do seu significado têm sido apresentadas: o medo da morte, o sofrimento da morte, a possibilidade de morrer antes de completar a obra na cruz, ou o peso do pecado do mundo. Em Apocalipse 14:10 e 16:19 o "cálice" é símbolo da ira de Deus. Nenhuma dessas interpretações pode ser aceita como decisiva, mas o cálice pode representar o sofrimento que teria de enfrentar. Ele nada tinha feito para merecê-lo, mas tinha de suportá-lo se quisesse consumar a sua obra. <b class="calibre1">Contudo, não se faça a minha vontade. </b> Estas palavras não expressam má vontade ou resignação ao destino, mas a prontidão em aceitar a vontade do Pai como o bem maior e o desejo supremo do Seu coração. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43. Então lhe apareceu um anjo do céu. </b> Os versículos 43 e 44 não aparecem no texto ocidental, e podem não pertencer ao texto original de Lucas. Por outro lado, são autenticados por outros manuscritos tradicionais, e não é o tipo de declaração que pudesse ter sido inventada pelos escribas (cons, observação ao v, 19). Que o confortava. A resposta à Sua oração não era a remoção do cálice, mas força para suportá-lo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">44. Como grandes gotas de sangue. </b> Lucas não diz que a transpiração fosse sangue; diz que era parecida com sangue. Poucos são os casos registrados na história médica nos quais intenso sofrimento mental fosse acompanhado por exsudação de sangue através da pele por causa da ruptura de vasos sanguíneos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">45. Dormindo de tristeza. </b> Os discípulos não eram insensíveis à agonia do seu Mestre, mas estavam exaustos por causa da tensão física e emocional. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">47. Falava ele ainda. </b> Se Jesus tivesse escolhido a fuga para Peréia, estaria em segurança, fora do alcance dos seus inimigos na ocasião em que Jesus completou as negociações. Sua submissão foi voluntária. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">48. Com um beijo trais o Filho do homem? </b> Judas usou o costumeiro gesto oriental de amizade para indicar quem devia ser preso. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">50. Cortou-lhe a orelha direita. </b> Os quatro evangelistas observam que o servo do sumo sacerdote foi ferido na confusão, mas apenas João e Lucas mencionam a <b class="calibre1">orelha direita</b>. Lucas deve ter obtido essa informação de uma testemunha ocular. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">52. Principais sacerdotes, capitães do templo e anciãos. </b> O bando que veio prender Jesus era provavelmente composto pela guarda do templo, embora a linguagem de João (Jo. 18:3, 12) pode ser interpretada como se referindo à corte romana. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">53. A vossa hora e o poder das trevas. </b> <b class="calibre1">Trevas</b> era um símbolo do poder de Satanás (cons. Ef. 6:12). Jesus reconhecia o triunfo temporário do diabo, mas antecipava sua própria vitória. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">G. A Prisão e o Julgamento. 22: 54 - 23:25. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">54. Na casa do sumo sacerdote. </b> José Caifás era o legalmente designado sumo sacerdote, mas o seu sogro, Anás, sendo o sumo sacerdote emérito, ainda era uma figura poderosa, e era freqüentemente consultado nos negócios de estado. João diz que Jesus foi levado primeiro a Anás (Jo. 18:13). Provavelmente moravam no mesmo palácio, de modo que não houve nenhum trânsito demorado entre as duas entrevistas. <b class="calibre1">Pedro seguia-o de longe. </b> Lucas não conta a substância da entrevista com Anás; ele está principalmente interessado em apresentar a atitude de Pedro. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">55. Fogo. </b> Uma vez que Jerusalém fica a mais de 800 m acima do nível do mar, as noites na primavera são frias. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">59. É galileu. </b> Os galileus falavam o aramaico com pesado acento gutural. Pedro não podia esconder seu lugar de origem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">60. Cantou o galo. </b> "Canto do galo" era uma divisão de tempo romano, indicando o fim da terceira vigília, cerca das três horas da madrugada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">61. O Senhor fixou os olhos em Pedro. </b> Apenas um olhar, ao passar a camnho da sala de Pilatos, foi suficiente para fazer Pedro se lembrar da enormidade de sua atitude. </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">63. Os homens que detinham Jesus zombavam dele. </b> O tratamento que os capangas do Sinédrio davam era inteiramente ilegal. </p>
<p class="calibre2">Um prisioneiro devia ser mantido intacto até que fosse oficialmente condenado. Mas nosso Senhor foi deixado à mercê de uma guarda irresponsável entre o interrogatório dos sacerdotes e o seu aparecimento diante de Pilatos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">66. Logo que amanheceu. </b> De acordo com a lei judaica, o Sinédrio (concilio) não devia se reunir à noite. Mateus (26:57, 58) e Marcos (14:53, 55) dizem que houve uma audiência preliminar na casa do sumo sacerdote, e que uma sentença formal foi pronunciada cedo de manhã (Mt. 27:1; Mc. 15:1). Lucas só menciona esta última. O <i class="calibre3">concílio</i>, ou Sinédrio, consistia de setenta ou setenta e dois anciãos e doutores. Tinha permissão dada por Roma de julgar questões religiosas e civis, mas não podia aplicar a pena capital sem a concordância do governo romano. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">67. Tu és o Cristo? </b> Lucas registra duas perguntas feitas pelo Sinédrio. Esta, se respondida afirmativamente, seria interpretada como confissão de traição, pois todos os messias eram tidos como rebeldes em potencial contra o governo romano. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">69. Desde agora estará assentado o Filho do homem à direita do </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Todo-Poderoso. </b> Jesus proclamou o Seu messiado declarando que subseqüentemente seria elevado à direita de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">70. Logo, tu és o Filho de Deus? </b> A segunda pergunta tinha a intenção de incriminar Jesus junto ao povo. Se ele proclamasse ser o Filho de Deus, seria acusado de blasfêmia. <b class="calibre1">Vós dizeis que eu sou. </b> A expressão equivale a um "Sim". </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 23 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Levantando-se toda a assembléia, levaram Jesus a Pilatos. </b> Pôncio Pilatos era o governador romano da Palestina de 26 a 36 A.D. </p>
<p class="calibre2">Sua residência oficial ficava em Cesaréia, mas ele costumava visitar Jerusalém durante a estação da Páscoa afim de vigiar as multidões de lá. </p><p class="calibre2">Parece provável que ele tenha sido advertido da prisão de Jesus para estar disponível logo de manhã para o julgamento. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. E ali passaram a acusá-lo. </b> As acusações dos sacerdotes foram calculadas para incriminar o prisioneiro em uma corte romana, uma vez que violação da lei mosaica não influiria diante de Pilatos. Sua falsidade já ficou demonstrada pela apresentação tola da vida e palavras de Cristo neste Evangelho. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. És tu o Rei dos judeus? </b> A tradução não dá a força da sentença em grego: "És TU o rei dos judeus? !" Pilatos estava admirado que um homem de aspecto tão comum se proclamasse um rei. Lucas não dá o interrogatório de Jesus em todos os detalhes, apenas o veredito. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Não vejo neste homem crime algum. </b> Pilatos não estava se pronunciando sobre a ausência de pecado do prisioneiro, mas estava simplesmente declarando que ele não cometera nenhum crime que exigisse ação legal. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. A Galiléia</b> era o centro de constante turbulência e revolta. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Era da jurisdição de Herodes. </b> Pilatos não tinha jurisdição direta sobre a Galiléia, uma vez que fora acrescida ao reino-fantoche de Herodes. Recebeu de braços abertos uma oportunidade de enviar este embaraçoso prisioneiro a outro juiz. <b class="calibre1">Estando este naqueles dias em </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Jerusalém. </b> Herodes, como judeu nominal, tinha a obrigação de assistir à festa da Páscoa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Herodes, vendo Jesus, sobremaneira se alegrou. </b> A fama de Jesus atingira os ouvidos de Herodes, e excitara o seu temor (9:9) e curiosidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Nada lhe respondia. </b> Jesus não temia Herodes, e recusou-se a perder tempo com uma pessoa tão frívola. Para Herodes todo esse negócio não passava de uma grande brincadeira. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Vestir-se com muito aparato</b> era provavelmente uma das roupas que Herodes não usava mais e que mandou vestir em Jesus para zombar de suas reivindicações reais. </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Herodes e Pilatos se reconciliaram. </b> O gesto de Pilatos em reconhecer o governo de Herodes aliviou qualquer tensão causada por ciúme que houvesse entre as duas autoridades. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Nada se verificou contra ele digno de morte. </b> Pilatos estava pronto a absolver Jesus pelos méritos da questão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Após castigá-lo. </b> Pilatos sugeriu um pequeno açoitamento para "lhe ensinar uma lição". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. Era-lhe forçoso soltar-lhes um. </b> Era costume do governo romano soltar um prisioneiro político por ocasião da <b class="calibre1">Páscoa</b> como oferta conciliatória feita ao povo (veja Jo. 18:39). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Solta-nos Barrabás. </b> <b class="calibre1">Barrabás</b> em aramaico significa <i class="calibre3">filho do pai</i>. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Está no cárcere por causa de uma sedição. </b> Barrabás era um "fora-da-lei", talvez um zelote galileu que fora apanhado em alguma revolta (cons. Jo. 18:40). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">H. A Crucificação. 23:26-49. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. Um cireneu, chamado Simão. </b> Os judeus de Cirene tinham uma sinagoga própria em Jerusalém (Atos 6:9). Simão se hospedara fora da cidade durante a noite e estava voltando à cidade para adorar no Templo. O guarda, agarrando-o, obrigou-o a carregar a cruz de Jesus. </p>
<p class="calibre2">Geralmente o prisioneiro carregava a sua própria cruz, mas nosso Senhor, esgotado pelas tensões das horas precedentes, não estava em condições de fazê-lo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Numerosa multidão... batiam no peito, e o lamentavam. </b> Só Lucas menciona este episódio. O processo do julgamento teve lugar antes que os amigos de Cristo percebessem o que estava acontecendo e organizassem um protesto. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">28. Chorai antes por vós mesmas e por vossos filhos. </b> O Senhor previu a destruição da cidade e as misérias que se desencadeariam sobre os seus habitantes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31. Porque, se em lenha verde fazem isto. </b> Ele citou um provérbio corrente. A aplicação é a seguinte: se uma injustiça tão grande pode ser perpetrada contra um homem inocente em tempo de paz, o que acontecerá ao povo da cidade em tempo de guerra? <b class="calibre1">32. Malfeitores. </b> Mateus os chama de "salteadores" (Mt. 27:44). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">33. Lugar chamado Calvário. </b> Não se conhece o sítio exato. Todos os marcos foram destruídos no cerco de Jerusalém, sendo incerta a identificação. O lugar da execução era fora dos muros da cidade, perto de uma estrada de muito trânsito. As opiniões se dividem hoje entre a Igreja do Santo Sepulcro, ou o Calvário de Gordon, exatamente ao norte da Porta de Damasco. <b class="calibre1">Calvário</b> (lat.) ou <i class="calibre3">Gólgota</i> (aram.) significa "caveira". Evidentemente a colina foi assim chamada ou por causa da configuração do terreno, que tinha a aparência de uma caveira, ou por causa dos ossos que eram espalhados sobre o local da execução. A última alternativa é a menos aceitável porque os judeus eram escrupulosos quanto ao sepultamento de corpos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. </b> Este versículo, como dois ou três precedentes (22:19, 43), não se encontra em alguns dos melhores manuscritos. Como diversos outros desses textos controvertidos, é sem dúvida um autêntico pronunciamento de Jesus. É mais difícil aceitar a omissão do que a sua inclusão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Repartindo as vestes dele, lançaram sortes. </b> As roupas dos prisioneiros condenados à morte tornavam-se propriedade do esquadrão da morte. </p>
<p class="calibre2">Turbante, sandálias, cinturão, capa e túnica somariam cinco itens. O quinto, neste caso a túnica, teria de ser rasgada em quatro partes para distribuição eqüitativa, o que a tornaria imprestável, ou então aquinhoada por meio de sortes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. Trouxeram-lhe vinagre. </b> Os soldados bebiam um vinho azedo e barato, que tinha o gosto de vinagre de uvas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">38. Esta epígrafe. </b> Os crimes do condenado eram colocados sobre uma placa, a qual pendia do seu pescoço ou sobre a sua cabeça na cruz. </p>
<p class="calibre2">As narrativas dos Evangelhos diferem quanto às palavras da inscrição (cons. Mt. 27:37; Mc. 15:26; Jo. 19:19), e poderia haver pequeníssimas diferenças pois foi escrita em diferentes línguas. Toda a inscrição provavelmente era esta: <i class="calibre3">Este é Jesus de Nazaré</i>, o <b class="calibre1">Rei dos Judeus. </b> <b class="calibre1">39. Não és tu o Cristo. </b> Os melhores textos gregos não contêm a condição, "Você é o Messias, não é? (Bem, então,) salve-se e a nós também!" O primeiro ladrão era realmente sarcástico. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">42. Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. </b> O tom deste pedido é completamente diferente do ataque cínico do outro salteador. Este homem demonstrou confiança espantosa em Jesus; pois ele o viu morrendo numa. cruz, e no entanto creu que ele teria um reino. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Disse</b> (gr. <i class="calibre3">elegen</i>) está no imperfeito, o que significa que o pedido foi repetido. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43. Paraíso</b> é um antigo termo persa usado em relação a um parque, jardim, ou lugar muito bonito. Tornou-se uma designação para a habitação de Deus (II Co. 12:4). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">44. A hora sexta. </b> O tempo era contado a partir do nascer do sol, cerca das seis horas da manhã. A hora sexta era o meio-dia. <b class="calibre1">Trevas</b>. A falta da luz do sol não pode ser atribuída, a um eclipse, o qual seria impossível durante a lua cheia da Páscoa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">45. E rasgou-se pelo meio o véu do templo. </b> O véu ficava dentro do Templo, separando o Lugar Santo, onde os sacerdotes executaram o seu ministério, da presença de Deus no Santo dos Santos. Era feito de espessa fazenda, a qual um homem não teria forças para rasgar. O rasgamento do véu de alto abaixo foi notadamente sobrenatural. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">46. Entrego o meu espírito. </b> Ele enviou o seu espírito para o Pai. </p>
<p class="calibre2">Sua morte foi consciente e voluntária. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">47. O centurião. </b> Veja comentários sobre 7:2. Este homem, um gentio, acostumado a ver todo o tipo e condições de homens, confessou que Jesus era homem justo. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">I. O Sepultamento. 23:50-56. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">50. José, membro do Sinédrio. </b> José de Arimatéia era um membro do Sinédrio, que não dera o seu voto para o veredito de morte para Jesus. </p>
<p class="calibre2">Ele era discípulo, e talvez não estivesse presente quando o concilio se reuniu; se esteve presente, votou contrariamente (v. 51a). </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">52. Tendo procurado a Pilatos. </b> Pedir o corpo de um criminoso condenado colocaria José imediatamente em situação suspeita. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">53. Envolveu-o num lençol. </b> O verbo significa enrolar firmemente, envolver. Só aqui, em Mt. 27:59 e em Jo. 10:7, é que esse termo foi usado. Dá a entender que o corpo não foi embrulhado de qualquer jeito num lençol, mas que José, com seus ajudantes, enrolaram-no cuidadosamente com faixas, e o depositaram em sua sepultura. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">54. Era o dia da preparação. </b> De acordo com a tradição geral, Jesus morreu na tarde de sexta-feira, na "preparação" do sábado que começava ao pôr-do-sol. O corpo foi, portanto, colocado rapidamente na sepultura, esperando completar o sepultamento depois de passado o sábado. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">55. As mulheres... viram o túmulo. </b> As mulheres testemunharam o sepultamento e observaram como o corpo foi deixado. Elas não poderiam ter-se enganado mais tarde sobre a localização da sepultura nem sobre a realidade do sepultamento. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">56. Prepararam aromas e bálsamos. </b> Especiarias e ungüentos de diversos tipos eram usados para preservação do corpo, e eram também um tributo de amor e respeito ao morto. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 24 </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">VII. A Ressurreição. 24:1-53. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">A narrativa de Lucas da Ressurreição difere das outras narrativas no conteúdo, embora concorde com eles nos fatos essenciais. Todos os escritores mencionam a visita das mulheres à sepultura; mas o aparecimento do Senhor aos discípulos a caminho de Emaús só é contado por Lucas. Ele fornece três episódios principais da Ressurreição: a anunciação às mulheres, a caminhada para Emaús, e o aparecimento no cenáculo. Ele conclui o Evangelho com a ascensão em Betânia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A. A Sepultura Vazia. 24:1-12. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. No primeiro dia da semana, alta madrugada. </b> O primeiro dia começava na tarde do sábado. Marcos dá a entender (16:1, 2) que as mulheres terminaram de comprar as especiarias na tarde precedente, e vieram à sepultura em uma hora que não seriam perturbadas por outros. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. E encontraram a pedra removida do sepulcro. </b> A sepultura era uma gruta escavada na rocha sólida, na frente da qual se rolava uma pedra circular para evitar a entrada de estranhos. As mulheres ficaram surpresas ao encontrar a sepultura aberta. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Não acharam o corpo. </b> Elas sabiam exatamente onde deviam procurá-lo, mas desaparecera. Todas as narrativas concordam que a sepultura estava vazia na manhã do primeiro dia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Perplexas a esse respeito. </b> As mulheres não tinham a mais vaga idéia do que tinha acontecido. Obviamente não havia planos da parte dos discípulos de removerem o corpo (como os líderes judeus a alegaram), pois então essas mulheres teriam alguma pista. Talvez pensassem que José e seus auxiliares tivessem levado o corpo para um lugar mais seguro. <b class="calibre1">Apareceram dois varões. </b> Mateus (28:2-6) e Marcos (16:5) dizem que um anjo junto à sepultura deu-lhes a notícia de que Jesus ressuscitara. Não existe nenhum conflito importante; um deve ter sido o porta-voz de ambos. Duas testemunhas estiveram com Jesus na Transfiguração (Lc. 9:30) e na ascensão (Atos 1:10). Lucas talvez sugerisse que as mesmas apareceram na Ressurreição. <b class="calibre1">Com vestes </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">resplandecentes. </b> <b class="calibre1">Resplandecentes</b> (gr. <i class="calibre3">astraptousé</i>) significa reluzente como o relâmpago. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Lembrai-vos de como vos falou... na Galiléia. </b> A conversa na Transfiguração foi sobre "a sua morte, a qual havia de cumprir-se em Jerusalém" (9:31). E, antes de sair da Galiléia, Jesus deu aos seus discípulos instruções explícitas sobre a necessidade de sua iminente morte (18:31-34). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Lembraram-se das suas palavras. </b> Quando ele no princípio falou sobre essas coisas, as mentes dos discípulos estavam preocupadas com outros conceitos; mas a Ressurreição colocou todos os seus ensinamentos em uma nova perspectiva. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. E a todos os mais. </b> Jesus tinha em Jerusalém um grupo maior de seguidores do que apenas os onze discípulos. José de Arimatéia, Nicodemos, as mulheres, e muitos outros estavam sem dúvida incluídos no grupo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Maria Madalena, Joana, Maria, mãe de Tiago. </b> Maria Madalena provavelmente tinha esse nome segundo a cidade de Magdala na Galiléia, onde ela morava. Joana era a esposa de Cuza, o mordomo de Herodes (veja 8:3). Maria, a mãe de Tiago, foi mencionada por Mateus (27:56) e Marcos (15:40). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Delírio. </b> A palavra grega ( <i class="calibre3">lêros</i>) significa literalmente tolices. </p>
<p class="calibre2">Os discípulos não estavam prontos para crer na primeira história que ouvissem, mas começaram a investigar de maneira crítica. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Pedro, porém, levantando-se. </b> Todo o décimo-segundo versículo não consta do texto ocidental de Lucas, mas está incluído em outros manuscritos, e concorda com a narrativa de Jo. 20:2-10 (cons. 22:19; 24:34). Os lençóis eram faixas largas enroladas à volta do corpo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Ali postos. </b> Não havia nenhum corpo dentro deles, mas tinham a mesma posição de antes quando ele estivera ali. <b class="calibre1">Maravilhado</b>. Pedro não podia compreender porque as faixas foram deixadas e como o corpo pudera ser retirado de dentro das faixas. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">B. A Caminhada para Emaús. 24:13-35. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Uma aldeia chamada Emaús. </b> Provavelmente a atual "Amwas", a dezenove milhas ao oeste e um pouco para norte de Jerusalém. <b class="calibre1">Sessenta estádios. </b> A distância dada pelos textos convencionais é de cerca de oito milhas, mas dois dos manuscritos mais antigos diz que seriam cerca de 20 milhas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Os seus olhos estavam como que impedidos. </b> Em diversos exemplos Jesus não foi imediatamente reconhecido depois da Ressurreição. </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Cleopas</b> era marido de uma das Marias (Jo. 19:25) e possivelmente o pai de Tiago Menor (Lc. 24:10). Talvez fosse o informante de Lucas. <b class="calibre1">És o único, porventura, que tendo estado em </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Jerusalém? </b> O acontecimento da morte de Jesus era tão conhecido que esses dois homens não puderam entender como era possível que mesmo um visitante eventual não ouvisse contar. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Jesus, o Nazareno, que foi varão profeta. </b> As palavras de Cleopas revelam o que os discípulos pensavam de Jesus. Eles ainda não tinham tomado plena consciência de sua divindade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Nós esperávamos. </b> Estavam desiludidos. Tinha esperado que Jesus os introduzisse no reino messiânico, e nada parecido aconteceu. <b class="calibre1">O </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">terceiro dia. </b> A situação era desesperadora, pois com a chegada do terceiro depois da morte, não podia haver nenhuma esperança de restauração natural. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Algumas mulheres. </b> O atordoamento dos discípulos aumentava com a notícia trazida pelas mulheres. Não podiam negar completamente a verdade da notícia; não havia entretanto, nenhuma evidência positiva de ressurreição. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Alguns. </b> Referiam-se a Pedro e João, acima mencionados. Estes confirmaram o fato de que a sepultura estava vazia. <b class="calibre1">Porém a ele não o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">viram. </b> Para estes homens, só o aparecimento palpável de Jesus mesmo seria convincente. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. Tudo o que os profetas disseram. </b> Um testemunho evidente do fato de que a vinda de Cristo estava predita no V.T. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. Não convinha que o Cristo padecesse? </b> Jesus deu a entender que os acontecimentos da semana que passara não deveriam ter-lhes causado surpresa. O Messias tinha de sofrer logicamente e entrar na glória, porque o V.T. já o dera a entender. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. E, começando por Moisés. </b> Do começo do Gênesis até o fim de Zacarias há profecias espalhadas sobre a vinda do Messias. A exposição de nosso Senhor não ficou registrada como um discurso, mas provavelmente suas explicações constituíram a base das interpretações apostólicas do V.T. nos termos do livro de Atos e nas Epístolas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. Fica conosco. </b> Fizeram um convite comum a um estranho que tinha diante de si uma longa viagem e não tinha onde passar a noite. Por causa dos perigos da estrada, as pessoas não costumavam viajar à noite. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31. Então se lhes abriram os olhos. </b> Tendo o seu hóspede assumido o lugar de anfitrião e talvez algo nos seus gestos ao partir o pão revelou a sua identidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">33. E, na mesma hora, levantando-se. </b> A descoberta foi tão grande que não puderam esperar até de manhã, mas retornaram imediatamente a Jerusalém para informar os outros sobre a sua experiência. Sua viagem a Emaús deve ter sido um exemplo da dispersão que teria havido se os discípulos não se mantivessem juntos em Jerusalém pela esperança de mais aparecimentos de Cristo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. Já apareceu a Simão. </b> Nenhum registro dessa entrevista com Pedro foi preservada, exceto uma alusão em I Co. 15:5. O efeito sobre Pedro foi mencionado em I Pe. 1:3 e segs. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">C. O Aparecimento aos Discípulos. 24:36-43. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. Quando Jesus apareceu no meio deles. </b> Parece que o Cristo ressuscitado tinha a capacidade de aparecer e desaparecer à sua vontade. </p>
<p class="calibre2">Seu corpo ressuscitado possuía poderes que transcendiam as leis da matéria comum. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">37. Surpresos e atemorizados. </b> Obviamente não o esperavam, nem era uma simples alucinação. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">39. Vede as minhas mãos e os meus pés. </b> As cicatrizes que ele carregava indicavam sua identidade. Ele era o homem que viram ser crucificado. Apalpar-me. Um fantasma não seria tangível. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">41. E, por não acreditarem eles ainda, por causa da alegria. </b> Sua atitude mudou, mas o milagre continuou sendo grande demais para o compreenderem. </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">43. E ele comeu na presença deles. </b> Espíritos não consomem alimento. Pedro mencionou essa evidência convincente quando apresentou o Evangelho aos Gentios (Atos 10:41). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">D. A Última Comissão. 24:44-49. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">44. Lhes disse. </b> Este não foi seu último aparecimento, mas foi o último que Lucas registrou antes da Ascensão. Ele o utilizou para revelar a mensagem que Jesus esperava que os seus discípulos transmitissem ao mundo. Na lei de Moisés, nos profetas e nos salmos. Eram as três divisões principais do cânon judeu das Escrituras. Os Profetas incluíam alguns livros históricos, e os Salmos incluíam outros livros poéticos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">46. Que o Cristo havia de padecer e ressuscitar. </b> Esses dois fatos tornaram-se o ponto principal da pregação apostólica (cons. I Co. 15:3). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">47. Arrependimento para remissão de pecados</b> eram a doutrina enfatizada na pregação do Pentecoste (Atos 2: 38). <b class="calibre1">A todas as nações, </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">começando por Jerusalém. </b> O programa esboçado por Jesus concorda exatamente com o tema desenvolvido pelo segundo volume de Lucas, os Atos dos Apóstolos (Atos 1:8). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">49. A promessa de meu Pai. </b> O Senhor referia-se ao Espírito Santo, cuja vinda foi prometida em Joel 2:28, a passagem que Pedro usou no Pentecostes. Permanecei, pois, na cidade. Se os discípulos tivessem se dispersado imediatamente, voltando para suas casas, o movimento teria se dissipado, e não haveria o impacto unido do Espírito sobre o mundo. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">E. A Ascensão. 24:50-53. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">51. Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">deles, sendo elevado para o céu. </b> O texto ocidental omite "e foi elevado ao céu", mas comparando-se com Atos 1:9 temos a confirmação da autenticidade do texto aceito. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">JOÃO </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Introdução </b></a></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Esboço </b></a></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 1 Capítulo 7</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 13 Capítulo 19 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 2 Capítulo 8</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 14 Capítulo 20 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 3 Capítulo 9</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 15 Capítulo 21 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 4 Capítulo 10</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 16 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 5 Capítulo 11</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 17 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 6 Capítulo 12</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 18 </a></b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">INTRODUÇÃO </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Caráter do Livro. </b> Simples na linguagem e estrutura, este livro é, não obstante, uma exposição profunda da pessoa de Cristo colocada em cenário histórico. Tem uma mensagem para o discípulo humilde do Senhor e também para o mais adiantado teólogo. </p>
<p class="calibre2">Certas semelhanças existentes entre ele e os Evangelhos Sinóticos são facilmente percebidas. Apresenta a mesma pessoa como figura central. Encontramo-lo como o Filho de Deus, o Filho do homem, o Messias, o Senhor do Salvador, e outros títulos. Há alguns anos atrás era moda, em alguns círculos, dizer-se que o Jesus de João era o resultado de um processo teológico dentro da igreja primitiva, por meio do qual o homem de Nazaré fora elevado à posição de divindade. Esse ponto de vista já não é mais sustentável, pois estudos posteriores estabeleceram a convicção de que a Cristologia dos Sinóticos e a Cristologia de João são fundamentalmente a mesma. Um Jesus meramente humano é completamente estranho tanto aos Sinóticos quanto a João. </p>
<p class="calibre2">Conforme o padrão histórico se desdobra no Quarto Evangelho, mostra-se parecido, no esboço geral do curso dos acontecimentos, com o quadro dos Sinóticos o ministério preparatório de João Batista, a vocação de certos discípulos para aprender e servir, o ministério duplo da palavra e dos feitos (milagres), a mesma tensão entre o entusiasmo popular pelo Senhor e a oposição do judaísmo oficial, a importância crítica da pessoa e autoridade de Jesus. Do mesmo modo, no que se refere aos acontecimentos finais da vida de Cristo na terra, encontramos o mesmo quadro da traição, prisão e julgamento, morte pela crucificação, e a ressurreição. </p>
<p class="calibre2">Sem dúvida, também encontramos uma considerável diferença dos Sinóticos. Enquanto os Sinóticos mencionam apenas uma Páscoa, parecendo portanto limitar o ministério de Cristo a um ano somente, João menciona pelo menos três Páscoas (2:23; 6:4; 13:1), sugerindo que o ministério estendeu-se por três anos. Nos Sinóticos o ministério limita-se quase que exclusivamente à Galiléia, enquanto João enfatiza a atividade de Jesus na Judéia e pouco diz sobre a campanha na Galiléia. </p>
<p class="calibre2">Nos Sinóticos os ensinamentos públicos de nosso Senhor tratam do "reino de Deus". Essa expressão está quase ausente no Quarto Evangelho, onde os discursos centralizam-se grandemente no próprio Jesus, seu relacionamento com o Pai, e a sua indispensabilidade às necessidades espirituais do homem (cons. os Eu sou). Alguns detalhes históricos criam problemas. Um exemplo é a purificação do Templo, colocada por João logo no começo do ministério (capítulo 2), mas no final do ministério pelos escritores dos Sinóticos. A explicação mais simples aqui é provavelmente a melhor – houve duas purificações. </p>
<p class="calibre2">Outro exemplo relaciona-se com a vocação dos discípulos, a qual de acordo com os Sinóticos aconteceu na Galiléia. João narra a chamada de diversos homens em cenário da Judéia, bem no encetamento do ministério (capítulo 1). O problema diminui quando se imagina que a própria prontidão dos pescadores galileus em abandonar suas redes para seguirem a Jesus é mais fácil de se explicar com base em conhecimento anterior e um discipulado experimental, tal como o Quarto Evangelho revela. É um tanto perturbador encontrar Jesus já considerado o Messias, neste Evangelho, logo no começo de sua obra (João 1), quando a aceitação do Messiado parece vir bem mais tarde nos outros Evangelhos. </p>
<p class="calibre2">Os dois quadros não são, entretanto, incompatíveis, pois o pronunciamento de Pedro em Cesaréia de Filipe (Mt. 16:16) não precisa ser aceito como uma convicção à qual ele houvesse chegado pela primeira vez (cons. Mt. 14:33). Uma verdade já conhecida antes foi então aprofundada através de uma experiência pessoal com o Filho de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">O Autor. </b> Embora o livro não cite o nome do autor, foi chamado de "discípulo a quem Jesus amava" (21:20, 23, 24) e íntimo companheiro de Pedro. O testemunho da igreja primitiva inclina-se a confirmar que é João, filho de Zebedeu (cons. 21:2). Irineu é a testemunha principal. </p>
<p class="calibre2">Alguns mestres têm discutido a possibilidade de uma pessoa sem preparo e experiência (Atos 4:13) escrever tal obra. O tempo, a motivação e a capacitação do Espírito não devem ser subestimados na avaliação da capacidade de João e na anulação das desvantagens. </p>
<p class="calibre2">Muitos mestres modernos preferem defender a idéia de que um discípulo desconhecido foi o verdadeiro autor deste Evangelho, ainda que grande parte do material possa muito bem ter encontrado em João a sua fonte. Mas isto é uma troca inútil do conhecido pelo desconhecido. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A Data e o Lugar da Composição. </b> De acordo com a tradição cristã, João gastou os últimos anos de sua vida em Éfeso, onde desempenhou um ministério de pregação e ensino, como também escrevendo. Desse lugar partiu para o exílio em Patmos, durante o governo do Imperador Domiciano. Seu Evangelho parece pressupor um conhecimento da tradição sinótica e por isso deve ser colocado no fim da série, possivelmente entre os anos 80 e 90 mais ou menos. Alguns o colocam ainda mais tarde. O descobrimento de fragmentos do Evangelho no Egito, datados da primeira metade do segundo século, exige que se coloque o Evangelho dentro dos limites do primeiro século. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Propósito. </b> João 20:30, 31 declara construtivamente que foi escrito com a esperança de se criar nos leitores a convicção de que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, para que a vida viesse através da fé nEle. A escolha do material foi calculada exatamente para ajudar a chegar a esta conclusão. Objetivos subordinados podem ser aceitos, tais como a refutação do Docetismo, um ponto de vista que negava a verdadeira humanidade de Jesus (cons. 1:14), e a denúncia do judaísmo como sistema inadequado de religião que coroava seus outros pecados com a recusa em aceitar o Messias prometido (1:11, e outros). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ESBOÇO </b></p>
<p class="calibre2">I. Prólogo. 1:1-18. </p>
<p class="calibre2">II. O Ministério de Cristo no Mundo. 1:19 – 12:50. </p>
<p class="calibre2">A. O testemunho de João Batista. 1:19-36. </p>
<p class="calibre2">B. A escolha dos discípulos. 1:37-51. </p>
<p class="calibre2">C. O casamento em Caná. 2:1-11. </p>
<p class="calibre2">D. A primeira visita a Jerusalém e Judéia. 2:12 – 3:36. </p>
<p class="calibre2">1. A purificação do Templo. 2:12-22. </p>
<p class="calibre2">2. Os sinais. 2:23-25. </p>
<p class="calibre2">3. O incidente com Nicodemos. 3:1-15. </p>
<p class="calibre2">4. Os temas latentes na mensagem do Evangelho. 3:16-21. </p>
<p class="calibre2">5. Outro testemunho de João Batista. 3:22-30. </p>
<p class="calibre2">6. As credenciais de Cristo. 3:31.36. </p>
<p class="calibre2">E. Missão a Samaria. 4:1-42. </p>
<p class="calibre2">F. A cura do filho do nobre. 4:43-54. </p>
<p class="calibre2">G. A cura do coxo em Jerusalém. 5:1-16. </p>
<p class="calibre2">H. Auto-defesa de Jesus. 5:17-47. </p>
<p class="calibre2">I. Alimentando os cinco mil e o discurso sobre o Pão da Vida. </p>
<p class="calibre2">6: 1-71. </p>
<p class="calibre2">J. Jesus na Festa dos Tabernáculos. 7:1-53. </p>
<p class="calibre2">K. A mulher apanhada em adultério. 8:1-11. </p>
<p class="calibre2">L. Auto-revelação de Jesus. 8:12-59. </p>
<p class="calibre2">M. A restauração do cego de nascença. 9:1- 41. </p>
<p class="calibre2">N. Cristo, o Bom Pastor. 10:1-42. </p>
<p class="calibre2">O. A Ressurreição de Lázaro. 11:1-57. </p>
<p class="calibre2">P. Jesus em Betânia e Jerusalém. 12:1-50. </p>
<p class="calibre2">III. O ministério de Cristo aos seus. 13:1 – 17:26. </p>
<p class="calibre2">A. O lava-pés. 13:1-17. </p>
<p class="calibre2">B. A participação da traição. 13:18-30. </p>
<p class="calibre2">C. O discurso do cenáculo. 13:31 – 16:33. </p>
<p class="calibre2">D. A grande oração. 17:1-26. </p>
<p class="calibre2">IV. Os sofrimentos e a glória. 18:1 – 20:31. </p>
<p class="calibre2">A. A traição, 18:1-14. </p>
<p class="calibre2">B. Jesus julgado diante dos judeus. 18:15-27. </p>
<p class="calibre2">C. A penosa experiência diante de Pilatos. 18:28 – 19:16. </p>
<p class="calibre2">D. A crucificação e o sepultamento. 19:17- 42. </p>
<p class="calibre2">E. Aparecimentos depois da ressurreição. 20:1-29. </p>
<p class="calibre2">F. O propósito deste Evangelho. 20:30, 31. </p>
<p class="calibre2">V. Epílogo. 21:1-25. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">COMENTÁRIO </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">João 1 </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">I. Prólogo. 1:1-18. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Sem delongas o escritor apresenta a figura central do Evangelho, mas não a chama de Jesus ou Cristo. Neste ponto Ele é o Logos (Palavra). Este termo tem raízes no V.T., sugerindo conceitos de sabedoria, poder e um relacionamento especial com Deus. Era também largamente usado pelos filósofos para exprimir idéias tais como discussão e mediação entre Deus e o mundo. No tempo de João toda sorte de leitores entenderiam sua adequabilidade aqui, onde a revelação é a nota principal. Mas o aspecto diferente é que o Logos também é o Filho do Pai, que se encarnou a fim de revelar Deus plenamente (1:14,18). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A. O Logos Preexistente. 1:1,2. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1, 2. </b> O <b class="calibre1">princípio</b> do Evangelho (Mc. 1:1) foi ligado ao princípio da criação (Gn. 1:1) e vai além dela dando uma visão da Deidade "antes que o mundo existisse" (cf. Jo. 17:5). A Palavra não se fez; era. <b class="calibre1">Com Deus</b> sugere igualdade e também associação. O Verbo era Deus (divindade) sem confusão de pessoas. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">B. O Logos Cósmico. 1:3-5. Ele foi o agente da criação. <b class="calibre1">Por ele. </b> Por meio dele. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Todas as coisas</b> inclui a totalidade da matéria e existência, mas considerada aqui em seu "status" individual e não universal. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. A vida está nEle, </b> não simplesmente através dEle. Como <b class="calibre1">vida</b>, a Palavra comunicava <b class="calibre1">luz</b> (conhecimento de Deus) aos homens. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. As trevas</b> são em primeiro lugar morais. Nem todos têm vantagem da luz (cons. 3:19). Provavelmente o pensamento não é idêntico a 1:9, 10; assim <b class="calibre1">as trevas não a prevaleceram</b> é uma tradução menos aceitável do que <i class="calibre3">as trevas não a venceram</i>. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">C. O Logos Encarnado. 1:6-18. </b></p>
<p class="calibre2">Aqui está incluído um sumário da missão de João, o precursor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Houve. </b> Antes, <i class="calibre3">veio</i>. Esta é a aparição de João na história, como <b class="calibre1">enviado por Deus. </b> A frase resume o material contido em Lc. 1:5-80; 3:1-6. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. </b> Que João veio para <i class="calibre3">testemunho</i>, ou para testificar, é a maior ênfase deste Evangelho (1:15, 34; 5:33, 36, 37; 15:26, 27; 19:35; 21:24). </p>
<p class="calibre2">Sua missão foi testemunhar <b class="calibre1">da luz</b>, que brilhava desde a Criação e estava ali para iluminar os homens com a sua presença. O testemunho foi idealizado para que os homens viessem a crer (a palavra "fé" não aparece neste Evangelho, mas o verbo quase se transforma em um refrão; cons. 20:31). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. A luz verdadeira</b> não transforma João em uma luz falsa. Dá a entender que é uma luz antitípica, máxima – o sol, não uma vela. Daí, venerar João indevidamente, depois que a Luz despontou, é errado (3:30; Atos 19:1-7). A sintaxe do versículo no grego é difícil. <b class="calibre1">A verdadeira luz </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">que, vinda ao mundo; ilumina a todo homem</b> é a tradução mais provável. Através de sua presença entre os homens o Logos traria uma iluminação superior àquela que fora proporcionada aos homens antes de sua vinda. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10, 11. </b> A Luz era verdadeira e resplandecente, mas a acolhida que teve foi desapontadora. Além da semelhança que há nos dois versículos, jazem neles diferenças deliberadas: <b class="calibre1">estava, mundo; veio, o que era seu; </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">e os seus não o receberam. </b> Deixar de discernir o Logos pré-encarnado é mais compreensível do que a recusa trágica de seu próprio povo, em aceitá-lo quando veio entre eles. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12, 13. </b> Nem todos recusaram a Luz. Aqueles que a receberam ganharam <b class="calibre1">poder</b> (autoridade, direito) de <b class="calibre1">serem feitos</b> (naquele exato momento) <b class="calibre1">filhos de Deus. </b> Aqueles que o <b class="calibre1">receberam</b> são descritos como aqueles que <b class="calibre1">crêem no seu nome</b> (pessoa). Veja 20:31. Há duas maneiras de se dizer a mesma coisa. Os crentes são mais adiante descritos em termos do que Deus faz por eles. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Eles nasceram ... de Deus. </b> Não é um processo natural que traz pessoas ao mundo – não do <b class="calibre1">sangue</b> (literalmente, <i class="calibre3">sangues</i>), sugerindo a mescla das correntes sanguíneas paterna e materna na procriação. <b class="calibre1">Da </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">vontade da carne</b> sugere o desejo natural e humano de se ter filhos, como <b class="calibre1">da vontade do varão</b> (a palavra usada para marido) sugere o desejo especial de se ter uma descendência que continue com o nome da família. Assim, o novo nascimento, algo sobrenatural, foi cuidadosamente resguardado da confusão com o nascimento natural. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. </b> Antes que a fé possa produzir o novo nascimento, deve haver um objeto sobre o qual repousar, tal como a encarnação do <b class="calibre1">Verbo</b>, o Filho de Deus. Deus, tendo se expressado na criação e na história, onde a atividade do Logos era evidente mas a sua pessoa velada, agora se revelava através do Filho em forma humana, que não era simples semelhança, mas <b class="calibre1">carne</b>, João poderia ter usado "homem" mas escolheu declarar a verdade da encarnação enfaticamente como se quisesse contrariar aqueles que tinham tendências gnósticas. Essa falsa visão de Cristo recusava-se a aceitar que a divindade pura pudesse assumir corpo material, uma vez que a matéria era considerada má (cons. I Jo. 4:2, 3; II Jo. 7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Habitou</b>. Tabernaculou. Em combinação com a <b class="calibre1">glória</b> sugere a personalização da nuvem luminosa que repousava sobre o tabernáculo no deserto (Êx. 40:34). O Verbo encarnado é também a resposta à oração de Moisés (Êx. 33:18). João não narra a Transfiguração, pois apresenta todo o ministério como uma transfiguração, exceto quanto à luz da qual fala, que é moral e espiritual (<b class="calibre1">cheio de graça e de verdade</b> e não algo visível, cons. Jo. 1:17). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. </b> Mais informações (cons. 1:7) são apresentadas sobre o testemunho do Batista à luz do aparecimento público de Jesus. Jesus veio <i class="calibre3">depois</i> de João em tempo mas veio <i class="calibre3">antes</i> dele em importância, pois era antes dele na qualidade de Eterno (cons. 1:1). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. </b> O Evangelista confirma a singularidade de Cristo. Não só João Batista mas todos os crentes participaram de sua <b class="calibre1">plenitude</b> – a perfeição da divindade (cons. <b class="calibre1">cheio</b> em 1:14). <b class="calibre1">Graça por graça</b> descreve uma manifestação acumulada sobre outra – uma verdadeira plenitude. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. </b> Assim como Jesus Cristo ultrapassou a João (1:15), assim também foi superior a Moisés. Ambos trouxeram algo de Deus, mas um trouxe a <b class="calibre1">lei</b> que condena, o outro a <b class="calibre1">graça</b> que redime da lei. <b class="calibre1">Verdade</b> sugere a realidade da revelação divina de Cristo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. </b> Deus é invisível, porque é Espírito (cons. 4:24;1 Tm. 6:16). </p>
<p class="calibre2">Teofanias não revelam sua essência. Mas o <b class="calibre1">Filho</b> unigênito de Deus (aqui, os principais manuscritos têm <b class="calibre1">Deus</b> em vez de <b class="calibre1">Filho</b>; cons. Jo. </p>
<p class="calibre2">1:1) revela. <b class="calibre1">No seio do Pai</b> dá a entender <i class="calibre3">com Deus</i> (1:1). A missão do Filho foi declarar ( <i class="calibre3">fez conhecer</i>; a palavra grega dá-nos o nosso "exegeta") o <b class="calibre1">Pai</b>. Cristo interpretou Deus ao homem. Nada é perdido (cons. Hb. 1:2, 3; Gl. 1:15). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">II. O Ministério de Cristo no Mundo. 1:19 - 12:50. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A. O Testemunho de João Batista. 1:19-36. </b></p>
<p class="calibre2">Em seu desejo ardente de magnificar Cristo, João transformou um interrogatório sobre si mesmo em um forte testemunho sobre o Maior que ia se manifestar. O batismo de Jesus executado por João, que não foi narrado neste Evangelho, já tinha acontecido (veja 1:26). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Os judeus. </b> Como de costume, João está se referindo aos líderes da nação. Esses sacerdotes eram fariseus (v. 24). Duas coisas provocaram a delegação: a forte pregação de João, que cativava multidões (Mt. 3:5), e sua atividade, batizando (Jo. 1:26). Tal pessoa despertou tanta preocupação nesses líderes que eles perguntaram, <b class="calibre1">Quem </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">és tu? </b> <b class="calibre1">20. </b> João leu seus pensamentos. Eles, tal como as multidões (Lc. 3:15), ficavam imaginando se ele poderia ser o <b class="calibre1">Cristo</b> prometido. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. </b> Sua negação levou-os à segunda pergunta. <b class="calibre1">Elias</b> era esperado antes da vinda do Messias (Ml. 4:5). Embora João não fosse o Elias pessoalmente, estava em sua função (Mt. 17:11-13). Por <b class="calibre1">profeta</b> devemos provavelmente entender o profeta de Dt. 18:15, 18. Alguns o consideravam distintamente do Messias (Jo. 7:40). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22-24. </b> A delegação não podia ser satisfeita com negativas. </p>
<p class="calibre2">Pressionado a revelar seu papel, João replicou na linguagem profética (Is. 40:3). Era uma verdadeira identificação. João vivera <b class="calibre1">no deserto</b> e ali elevara sua voz para anunciar a aproximação do reino (Lc. 1:80; 3:2, 3). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25-28. </b> Um papel assim secundário parecia não ser justificativa suficiente para João administrar o batismo. Mas ele se defendeu – era simplesmente <b class="calibre1">com água</b>. Ele proclamava a presença do pecado e a necessidade de uma purificação que ele mesmo não podia efetuar. A obra final da purificação (ele deu a entender) repousava sobre alguém maior do que ele, Alguém que ainda era desconhecido das autoridades (1:26). João considerava-se indigno de ser Seu servo. Essa conversa foi mantida em <b class="calibre1">Betânia</b>, a leste do Jordão. Não deve ser confundida com Betânia de 11:1,18. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. No dia seguinte</b> surge uma nova situação. A delegação partiu e Jesus apareceu no cenário. Mas não houve nenhuma troca de palavras entre ele e João. Satisfeito por ter afirmado aos fariseus a grandeza de Cristo, João tornou-se agora específico quanto à Sua pessoa e obra. Seu próprio ministério baseava-se sobre o fato do pecado; o de Cristo relacionava-se com a remoção do pecado. Cristo era o Cordeiro de Deus. </p>
<p class="calibre2">A História (Êx. 12:3) e a profecia (Is. 53:7) juntam-se para fornecer os antecedentes desse título. É preciso ter em mente também os sacrifícios diários no templo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31-34. </b> Quando Jesus procurou o batismo de João, o Batista não o reconheceu (cons. Lc. 1:80), mas ele tinha recebido um sinal de identificação de Deus – <b class="calibre1">o Espírito descer do céu como pomba</b> permanecendo sobre Ele. Além do sinal foi-lhe dada uma palavra referente à obra que Ele realizaria com a capacitação celestial para tanto concedida – Ele batizaria com o Espírito. Tal pessoa, João sabia, não poderia ser ninguém menos que <b class="calibre1">o Filho de Deus. </b> Ninguém de menor estatura poderia usar com tanta autoridade o divino Espírito. João deu três testemunhos excelentes da pessoa e obra de Cristo. Como Cordeiro, sua missão era a da redenção. Ao batizar com o Espírito, Ele fundaria a Igreja. Como Filho de Deus, Ele seria digno de adoração e obediência. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">35, 36. </b> Estes versículos são de transição. Eles nos informam que João tinha <b class="calibre1">discípulos</b> e que ele também desejava transferi-los para Jesus. </p>
<p class="calibre2">Esta era importante parte de sua tarefa de precursor, como o restante do capítulo declara. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">B. A Vocação dos Discípulos. 1:37-51. </b></p>
<p class="calibre2">O desejo altruísta de João de glorificar Cristo produziu frutos entre seus seguidores. Sem nenhuma ordem ou sugestão de sua parte além do seu testemunho, dois discípulos seguiram Jesus. Um é identificado como sendo André. O silêncio quanto ao nome do outro aponta para o escritor do Evangelho, que não menciona o seu nome por causa da modéstia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">37-42. Seguiram a Jesus. </b> O ato físico expressou a intenção de segui-lo no sentido espiritual. <b class="calibre1">Que buscais? </b> Tal pergunta poderia ser uma demonstração de repulsa, mas não quando pronunciada com delicadeza. A contra-pergunta, <b class="calibre1">Onde assistes? </b> Tal como o fato de o seguirem, pode sugerir um sentido mais profundo – Qual é o segredo de sua vida e poder espirituais? Sua habitação poderia não atraí-los, mas a conversa sublime que se seguiu permaneceu como flagrante memória. </p>
<p class="calibre2">Anos mais tarde João se lembrou da <b class="calibre1">hora</b> do dia – quatro da tarde. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">41. </b> O significado de <b class="calibre1">primeiro</b> não está claro. Nenhuma atividade posterior de André foi declarada. Possivelmente, <b class="calibre1">primeiro</b> tem a intenção de sugerir que o outro discípulo (João) também procurou seu irmão Tiago, que aparece antes, nos Sinóticos, como discípulo de Jesus (Mc. 1:16-20). <b class="calibre1">Achou... achamos. </b> A narrativa está cheia da alegria do descobrimento (cons. Jo. 1:43, 45). <b class="calibre1">Messias</b>, o termo hebreu para "o ungido", tem o seu correlativo na palavra grega <b class="calibre1">Cristo</b>. André atreveu-se a chamar Jesus de Cristo porque o Batista o apresentou assim aos seus seguidores, ou por causa das horas passadas na companhia de Jesus? <b class="calibre1">42. </b> O trabalho pessoal de André começou cedo e com seus parentes. A troca do nome de <b class="calibre1">Simão</b> para <b class="calibre1">Cefas</b>, o termo aramaico para Pedro, significando <b class="calibre1">pedra</b>, provavelmente indica uma mudança prometida da fraqueza para a estabilidade e força (Lc. 22:31, 32). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43. </b> Novamente a mudança do <b class="calibre1">dia</b> foi observada (cons. 1:29, 35, em contraste à ausência de tais traços no Prólogo). Desta vez Jesus faz a descoberta (cons. Lc. 19:10), e ordena a Filipe que o siga (contraste com Jo. 1:37). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">45-51. </b> Filipe vindicou a confiança de Jesus nele como discípulo buscando Natanael e transmitindo-lhe a convicção de que Jesus de Nazaré era o muito esperado que preencheria as predições de <b class="calibre1">Moisés</b> e dos <b class="calibre1">profetas</b>. Pode-se testemunhar do Senhor mesmo quando o conhecimento ainda é incompleto ou defeituoso. <b class="calibre1">Jesus, o Nazareno, </b> revelou-se concisamente como o celestial Filho do homem (v. 51). </p>
<p class="calibre2">Mesmo Natanael percebeu rapidamente que o <b class="calibre1">filho de José</b> era o Filho de Deus (v. 49). O primeiro impulso de Natanael foi o de duvidar que Nazaré fosse capaz de produzir <b class="calibre1">alguma coisa boa, </b> muito menos o Messias (v. 46). Isso não implica necessariamente que a cidade tivesse má reputação, mas antes sugere o caráter irrelevante do lugar. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Vem, e vê. </b> Experiência é melhor do que argumentação. <b class="calibre1">Israelita </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">sem dolo</b> sugere um contraste de Jacó, que se tornou Israel só através da experiência da conversão. A mesma penetração que leu o coração de Simão (v. 42) como num livro aberto e que penetrou na vida íntima de Natanael (vs. 47, 48) foi agora cordialmente reconhecida na confissão deste último – <b class="calibre1">Filho de Deus... Rei de Israel. </b> A sombra da figueira, um sossegado refúgio para a alma reverente, foi silenciosamente partilhada pelo Cristo perspicaz. Filipe compreendeu que o mestre tinha de ser mais do que ela entendia. E o fim não era aquele, pois o Salvador prometia coisas maiores. Jacó continuava no fundo da cena (v. 51). A visão que ele teve dos anjos em Betel seria ultrapassada quando os discípulos vissem no Filho do homem aquele a quem o céu seria aberto (cons. Mt. 3:16) e aquele que na qualidade de Mediador, liga o céu à terra. <b class="calibre1">Filho do </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">homem. </b> Um título indicando uma figura sobrenatural e celestial em Dn. 7:13 e no apocalipse judeu, foi o método preferido por Jesus para designar-se a si mesmo, de acordo com os Evangelhos. Esse nome era preferido ao de "Messias" porque não sugeria aspirações políticas ao longo de um reino temporal, tal como a maioria dos judeus aguardava. A glória do Filho (Jo. 1:14), vista em parte por esses primeiros discípulos (vs. 39, 46), foi ainda mais desdobrada <i class="calibre3">daqui em diante</i> (ERC). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">João 2 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">C. O Casamento em Caná. 2:1-11. </b></p>
<p class="calibre2">Essa rápida volta à Galiléia não foi marcada pelo ministério público, mas envolveu um incidente que produziu o aprofundamento da confiança dos discípulos em Jesus, continuando a ênfase de João 1. </p>
<p class="calibre2">Alguma luz é lançada sobre o relacionamento de nosso Senhor com sua mãe e também a sua atitude para com a vida social (cons. Mt. 11:19). A transformação da água em vinho foi observada como sendo o seu primeiro milagre. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Três dias depois</b> parece relacionar-se com 1:43. Dois dias ou mais seriam precisos para se fazer a viagem a Caná, que ficava cerca de sete milhas e meia ao norte de Nazaré. João faz notar a presença da <b class="calibre1">mãe </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">de Jesus</b> no casamento. Evitou aqui mencionar o nome <i class="calibre3">Maria</i>, e também em 19:26, devido a mesma reserva porque escondeu o seu próprio nome. </p>
<p class="calibre2">Estava especialmente relacionado com Maria (19:27). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. </b> Não se sabe se Jesus planejou estar presente ao casamento ou se o convite para Ele e Seus discípulos foi feito depois de sua chegada a Galiléia. Se esta última é a alternativa correta, a falta de vinho pode ser facilmente explicada. Outros convidados também podiam ter chegado inesperadamente. Natanael, cujo lar estava em Caná, possivelmente tinha algo a ver com os arranjos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3-5. </b> Maria trouxe a Jesus a informação de que o suprimento de vinho acabara. Em sua resposta, o uso do termo <b class="calibre1">mulher</b> não envolve desrespeito (cons. 19:26). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Que tenho eu contigo? </b> As palavras indicam separação de interesses e parecem sugerir uma pequena repreensão. Talvez Maria esperasse que Jesus usasse a situação para chamar a atenção para si mesmo de modo a apressar seu programa messiânico. Mas a sua <b class="calibre1">hora</b> não tinha chegado ainda (7:30; 8:20; 12:23; 13:1; 17:1). Jesus queria que sua mãe entendesse que o antigo relacionamento entre eles dois (Lc. 2:51) chegara ao fim. Ela não devia interferir em sua missão. Maria foi sábia e não discutiu o assunto. Se ela não podia mandar nEle, podia instruir os servos a obedecerem as instruções dEle. E assim demonstrou a sua confiança nEle. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6-8. </b> Para atender à emergência, Jesus usou <b class="calibre1">seis talhas de pedra, </b> das que os judeus usavam para as <b class="calibre1">purificações</b> – lavar as mãos antes e depois das refeições e diversos outros banhos cerimoniais. Cada uma devia conter cerca de vinte galões. Estando cheios, Jesus instruiu os servos a tirar. Isto parece se referir ao ato de tirar a água dos grandes recipientes para recipientes menores. O que era retirado era então levado ao <b class="calibre1">mestre-sala</b>. Uns acham que o <b class="calibre1">mestre-sala</b> era alguém pouco mais importante que um mordomo; outros acham que era um amigo do noivo convidado para ocupar o lugar de mestre de cerimônias (cons. Eclesiástico 32:1 e segs.) <b class="calibre1">9, 10. </b> Provando o vinho, o funcionário certificou-se de que era de qualidade superior, tão superior que sentiu-se obrigado a elogiar o noivo pelo tratamento fora do comum que dispensava aos seus convidados dando-lhes vinho bom no fim da festa, quando muitos já teriam bebido tanto que não estariam mais em condições de discernir se o vinho era bom ou de qualidade inferior. A falta de vinho foi resolvida pela intervenção de Jesus. A verdade mais profunda do incidente é que, simbolicamente, o Judaísmo foi revelado como deficiente (na ênfase dada às abluções cerimoniais, a ponto dê negligenciar assuntos espirituais, e em sua exaustão indicada pelos cântaros vazios), quando Cristo fornece plenitude de bênçãos da mais alta qualidade (cons. 7:37-39). Mais do que isso, ele o fez sem chamar a atenção para si mesmo, um exemplo agradável. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Princípio a seus sinais. </b> Esta declaração refuta os Evangelhos apócrifos que narram milagres da meninice de Jesus. A palavra <i class="calibre3">milagre</i>, (ERC) que João usa por toda parte, significa <b class="calibre1">sinal</b>, indicando que o ato tem o propósito de revelar o propósito por trás dele, jogando luz sobre a pessoa de Cristo ou sua obra. <b class="calibre1">Glória</b>, neste caso, é um termo que chama a atenção para o poder de Jesus de realizar uma transformação espiritual, conforme sugerida pela mudança da água em vinho (cons. 11:40). <b class="calibre1">Seus </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">discípulos creram nele. </b> Contrastando com o mestre-sala, que se caracterizou pela ignorância (v. 9) e os servos, que <i class="calibre3">sabiam</i> do milagre (v. 9), os discípulos foram levados a crer. Só eles realmente lucraram com o sinal. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">D. A Primeira Visita a Jerusalém e Judéia. 2:12 - 3:36. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1) A Purificação do Templo. 2:12-22. </b></p>
<p class="calibre2">Ainda que este não seja chamado de sinal, foi um acontecimento mais momentoso do que o milagre de Caná, pois relacionava-se diretamente com a missão de Jesus, sendo um ato messiânico de natureza pública. Novamente o judaísmo foi comprovado ser deficiente, e até mesmo corrupto, pois a casa do Pai estava sendo conspurcada. Jesus relacionou o incidente com a sua ressurreição (vs. 19-21). Ele revelou a incredulidade dos judeus (vs. 18-20) e a fé dos discípulos (v. 22). Como acontecimento, pode ser separado de uma purificação posterior, antes da morte de Jesus (Mc. 11:15-19). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. </b> Este versículo é transicional. A importância de Cafarnaum no ministério de' Jesus foi enfatizado nos Evangelhos Sinóticos. Fez dela o seu quartel-general galileu – "sua cidade" (Mt. 9:1). O desentendimento com os seus irmãos ainda não acontecera (Jo. 7:3-5). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. A páscoa dos judeus. </b> (Conf. 2:6.) Mais uma vez João concentra-se em expor as deficiências do judaísmo. O memorial sagrado da libertação da escravidão no Egito estava sendo menosprezado. Visto que era hábito de Jesus observar as festas nacionais, como fora hábito de José e Maria (Lc. 2:41), Ele subiu a Jerusalém. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14-16. </b> Jesus, de adorador passou a reformador. O Sinédrio permitia, e provavelmente controlava para seus próprios interesses financeiros, um comércio de animais para o sacrifício e câmbio. Esse comércio, efetuado na extensa área conhecida como o Pátio dos Gentios, era para a facilidade do peregrino, uma vez que podia obter o seu sacrifício ali mesmo em vez de trazê-lo de casa. Presumivelmente havia uma garantia de que o animal era "sem defeito". Diversos tipos de moedas podiam ser trocados às mesas pelo meio ciclo palestiniano exigido para pagamento do imposto anual do templo. Esse comércio transformou o Templo em um verdadeiro mercado. Enfurecido com o sacrilégio, Jesus entrou em ação. Rapidamente improvisou um <b class="calibre1">azorrague</b> com as cordas que estavam por ali. Com esse açoite expulsou da área do templo os homens (<b class="calibre1">todos</b>) e os animais, derrubando as mesas dos cambistas e esparramando as moedas tilintantes pelo chão. Os pombos não podiam ser expulsos. </p>
<p class="calibre2">Era preciso que seus proprietários os retirassem. Tais medidas árduas precisavam de justificativas, as quais foram dadas em que <b class="calibre1">da casa de </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">meu Pai</b> fora pervertida em <b class="calibre1">casa de negócio. </b> O Senhor viera subitamente ao seu Templo e o purificara (Ml. 3:1-3). Uma lição mais profunda do que a remoção da corrupção pode ter sido a intenção ao expulsar os animais do sacrifício, talvez numa antecipação do dia em que o Templo e os seus sacrifícios estariam ultrapassados e o sacrifício final do Cordeiro de Deus fosse concluído (cons. 2:21; 1:29). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. </b> O incidente fez seus discípulos se lembrarem de uma passagem em um Salmo messiânico (69:9) - "O zelo da tua casa me consumirá". </p>
<p class="calibre2">Aqui pode-se encontrar uma indicação de que este zelo que lhe custou a oposição do momento, finalmente lhe custaria a sua vida (cons. Jo. 2:19). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18-22. </b> Tal ação drástica rapidamente desencadeou uma exigência dos <b class="calibre1">judeus</b> (líderes) para que Jesus fornecesse um sinal incontestável de que tinha autoridade para sua conduta. Ele sempre se opunha a tais exigências (6:30; Mt. 16:1). Desta vez contentou-se em apontar para o futuro. <b class="calibre1">Destruí este santuário. </b> O caráter figurativo do pronunciamento está evidente, não apenas em Jo. 2:21, mas por causa da completa improbabilidade dos judeus destruírem o seu próprio Templo. Essas palavras não devem ser tomadas como ordem ou convite, mas são naturalmente hipotéticas – "Se vocês destruírem, eu o levantarei". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Em três dias</b> é o equivalente a "no terceiro dia". Aceitando isso literalmente, os judeus sentiram que sua declaração era ridícula, uma vez que o Templo levou quarenta e seis anos para ser construído. Herodes começou a sua reconstrução em 20 A.C. Havia partes que ainda não tinham sido completadas, mas a estrutura estava suficientemente completa para ser mencionada como um edifício. (Com referência ao uso figurativo de <b class="calibre1">santuário</b> em vez de corpo, veja I Co. 6:19.) Esta profecia ajudou a desenvolver a fé dos discípulos, mas só depois da ressurreição do seu Senhor (cons. Jo. 12:16). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2) Os Sinais. 2:23-25. </b></p>
<p class="calibre2">Esta parte é transicional, tendo ligação especialmente íntima com o incidente seguinte. É um resumo, descrevendo Jesus na realização de diversos sinais em Jerusalém, os quais não foram narrados. A coisa importante é a reação, a qual neste caso não foi incredulidade absoluta, nem confiança plena em Cristo atribuída aos discípulos, mas algo que poderia ser chamado de fé milagrosa. Seu caráter insatisfatório foi declarado pelo fato de que Jesus <b class="calibre1">não se confiava a eles, </b> pois conhecia o coração humano e discernia a falta de fé genuína. Exemplos semelhantes são encontrados em 8:30-59; 12:42, 43. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">João 3 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3) O Incidente com Nicodemos. 3:1-15. </b></p>
<p class="calibre2">Contrastando com os muitos em Jerusalém que "creram", mas nos quais Jesus não confiava, Nicodemos avulta como alguém a quem o Senhor abriu o seu coração, alguém que se transformou em um verdadeiro discípulo. Ao mesmo tempo a passagem enfatiza um tema anterior as limitações do judaísmo corrente – mostrando a incapacidade deste líder de compreender a verdade espiritual enunciada por Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1, 2. </b> Os <b class="calibre1">fariseus</b> eram os líderes religiosos da nação. Nicodemos, além de pertencer a este grupo, era também um dos <b class="calibre1">principais dos </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">judeus, </b> um membro do Sinédrio. Foi ver Jesus <b class="calibre1">de noite</b>, provavelmente movido pela prudência. A atitude oficial para com o Nazareno, depois da purificação do Templo, devia ser de forte oposição. Talvez João estivesse também sugerindo a cegueira deste homem com referência às coisas divinas. Nicodemos estava pronto a aceitar que Jesus era um <b class="calibre1">Mestre</b> enviado por Deus, com milagres por testemunho. Isto poderia significar que ele era um profeta mais poderoso que João, que não realizava milagres. <b class="calibre1">Sabemos</b> sugere que havia outros pensando da mesma maneira. Se há alguma indicação intencional de que Jesus pudesse ser o Messias não está claro. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3, 4. </b> Na mente de Nicodemos os milagres podiam muito bem ser a indicação da vinda rápida do reino de Deus em sentido político. Mas Jesus apresentou um conceito inteiramente diferente do reino, com os sinais apontando para um reino espiritual de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Nascer de novo</b> é nascer outra vez, de cima. Nicodemos ficou perplexo. Ele sabia que uma pessoa não podia nascer de novo no sentido físico. Talvez Jesus estivesse dando a entender que é completamente impossível que alguém que esteja <b class="calibre1">velho</b> mude sua aparência ou seu modo de ser. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-8. </b> Então Jesus descreveu o novo nascimento em termos de <b class="calibre1">água e </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">do Espírito. </b> Dos dois, o Espírito é mais importante (veja v. 6). A água pode se referir à ênfase de João Batista dada ao arrependimento e purificação do pecado como antecedente necessário, ainda que negativo, do novo nascimento. Menos natural é qualquer alusão à Palavra (I Pe. </p>
<p class="calibre2">1:23). O ingrediente positivo é a injeção da nova vida criadora pelo poder regenerador do Espírito (cons. Tt. 3:5). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Importa-vos nascer de novo. </b> Não é simplesmente uma exigência pessoal, mas universal. A necessidade jaz na incompetência da <b class="calibre1">carne</b>. </p>
<p class="calibre2">Isto inclui o que é meramente natural e o que é pecador – o homem nascido neste mundo vivendo a sua vida separado da graça de Deus. A carne só pode se reproduzir como carne, e isto não pode satisfazer os requisitos divinos (cons. Rm. 8:8). A lei da reprodução é "segundo a sua espécie". Assim, do mesmo modo, o Espírito produz espírito, uma vida nascida, nutrida e amadurecida pelo Espírito de Deus. Se isso significa mistério, vamos reconhecer que na natureza também existe mistério. O <b class="calibre1">vento</b> ( <i class="calibre3">pneuma</i>, a mesma palavra usada para "Espírito") produz efeitos notáveis quando sopra, mas sua fonte e movimentos futuros permanecem escondidos. Assim a vida redimida mostra-se como algo verdadeiro, ainda que desafiando a análise do homem natural (cons. I Co. 2:15). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9, 10. </b> A perplexidade de Nicodemos produziu uma repreensão gentil da parte de Jesus. Será que um <b class="calibre1">mestre</b> (lit, <i class="calibre3">professor</i>) <b class="calibre1">de Israel</b> não sabia essas coisas? Não eram coisas novas (Ez. 11:19). Um reino espiritual e uma vida espiritual que lhe seja adequada não eram coisas estranhas aos ensinamentos do V.T. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11-13. </b> Mais ainda, outros podiam dar testemunho da realidade dessas coisas - <b class="calibre1">nós dizemos. </b> Jesus gostava de associar-se com os seus seguidores. <b class="calibre1">Vós</b> (tu e os outros iguais a ti) não aceitastes o testemunho. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Coisas terrenas</b> são as coisas que já foram discutidas, tais como a natureza do reino e o nascimento e vida espirituais. <b class="calibre1">Celestiais</b> são os assuntos que o Filho do Homem, vindo do céu, tinha de revelar como novas e distintas (cons. Mt. 11:25-27). As últimas quatro palavras de 3:13 não estão nos principais manuscritos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14, 15. </b> Há uma resposta necessária ao imperativo do novo nascimento (cons. 3:7). O levantamento do Filho do homem não pode se referir à Ascensão, à vista da elevação da <b class="calibre1">serpente</b> de bronze sobre o poste (Nm. 21:8), com a qual foi aqui comparado. A alusão é à cruz (Jo. </p>
<p class="calibre2">12:32, 33). Assim como os homens atingidos pelas picadas das mortais serpentes olhavam com expectativa e esperanças para aquilo que era a semelhança do réptil que injetara o vírus da morte em suas veias, assim os pecadores deviam olhar pela fé para Cristo, seu Substituto, que veio em semelhança da carne do pecado e em lugar do pecado (Rm. 8:3). O resultado de tal fé é a <b class="calibre1">vida eterna</b>. Sem essa fé o homem tem de perecer. </p>
<p class="calibre2">Não é aniquilação, mas a tragédia de ser eternamente separado de Deus. </p>
<p class="calibre2">Aparentemente Nicodemos levou a sério a advertência e o desafio (Jo. </p>
<p class="calibre2">7:50, 51; 19:39, 40). Nesse ponto, parece, as palavras de Jesus termina e as de João continuam, a julgar pela fraseologia, a qual tem diversas analogias com outras porções do Evangelho, onde João indubitavelmente é o responsável pelo material. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4) Os Temas Latentes na Mensagem do Evangelho. 3:16-21. </b></p>
<p class="calibre2">O amor ao pecado estimula os homens a rejeitarem a luz de Cristo, enquanto que aqueles que aceitam a luz estão prontos a confiar nele. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16, 17. </b> João amplia a declaração de Jesus (3:15), retendo as palavras <b class="calibre1">todo o que, pereça, crê, eterna, vida. </b> Os elementos que foram acrescentados são o amor de Deus e a conseqüente doação do seu Filho, o que é descrito como <b class="calibre1">unigênito</b>, com o significado de único, um só. </p>
<p class="calibre2">Filhos adotivos não se tornam membros da Divindade. A largura do amor de Deus é enfatizada pelo fato de que o seu objeto é o <b class="calibre1">mundo</b> (inteiro). Embora a vinda de Cristo envolvesse juízo, como o restante da seção atesta, o propósito direto dessa vinda, que repousa sobre o amor divino, não foi a condenação mas a salvação (3:17). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18-21. </b> O crente em Cristo não entra em juízo pelos seus pecados nem agora nem no futuro (a forma do verbo é bastante flexível para cobrir os dois aspectos). Por outro lado, aquele que recusa crer já está sendo julgado em virtude dessa recusa. Ele mesmo decidiu o seu destino. </p>
<p class="calibre2">A idéia essencial no juízo é uma distinção, uma separação (o significado original da palavra); e a vinda de Cristo como luz autenticou uma grande diferença divisória. Em vez de corresponder ao amor de Deus, amando o Seu Filho, muitos homens amaram de preferência as trevas à luz porque estavam presos ao seu padrão de vida, que era mau (<b class="calibre1">obras ... más</b>). Em 3:20, a palavra <b class="calibre1">mal</b> é outra, dando a entender algo que moralmente não tem valor. O ofensor sabe que está enredado no erro, mas recusa avançar para a luz de Cristo para que suas obras, as quais ele ama, não sejam expostas. Por outro lado, aquele que vem à luz é descrito como aquele que <b class="calibre1">pratica a verdade. </b> Ele age de acordo com aquilo que sabe ser direito (cons. 18:37). Essa conformidade com aquilo que sabe ser a verdade prepara-o para avançar dentro da plena luz de Cristo para ser salvo. Todas as suas obras são <b class="calibre1">feitas em Deus, </b> que o tem dirigido até alcançar este clímax da fé (cons. 1:47). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5) Outro Testemunho de João Batista. 3:22-30. </b></p>
<p class="calibre2">O fato de que Jesus e seus discípulos executaram uma obra de pregação e batismo na Judéia, enquanto João e seus discípulos conduziram obra semelhante em outro setor, despertou suspeitas de que os dois estivessem em competição. João o nega enfaticamente, assumindo alegremente um papel de subordinação junto a Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22-24. Depois disto. </b> Terminou o episódio com Nicodemos. <b class="calibre1">A terra </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">da Judéia</b> foi mencionada distintamente de Jerusalém, onde Jesus estivera trabalhando (2:13 – 3:21). A atividade de Jesus batizando pressupõe pregação. Sua relação com o batismo parece que foi apenas supervisora (cons. 4:2; I Co. 1:14). <b class="calibre1">Enom</b> e <b class="calibre1">Salim</b> não foram positivamente identificados mas pensa-se atualmente que ficassem algumas poucas milhas a leste do Monte Gerizim, em vez de ao sul de Bete-Seã no alto do Vale do Jordão. <b class="calibre1">Concorria. </b> As pessoas que estavam interessadas na mensagem de João, de um modo geral. A prisão de João, observa-se aqui, era algo familiar aos leitores, uma vez que foi transmitida em todos os Evangelhos Sinóticos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25, 26. </b> Os discípulos de João foram levados a discutir com alguns judeus (há muita evidência para que se leia aqui <i class="calibre3">um judeu</i>) sobre a questão da purificação. O escritor não nos conta se era a purificação de modo geral, tal como praticada pelos judeus, ou se era o batismo praticado por João e Jesus em contraste dessas purificações, ou se eram os batismo de João e Jesus, um em contraste do outro. Talvez o último seja o mais aceitável, em vista da seqüência. <b class="calibre1">Foram ter. </b> Provavelmente os discípulos de João. <b class="calibre1">Ele</b>. Deixar de mencionar Jesus mais definidamente parece que foi uma estudada depreciação. Os discípulos de João estavam preocupados com a posição em declínio do seu líder. </p>
<p class="calibre2">Agora, as multidões seguiam Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27-30. </b> O Batista deplorou qualquer pensamento de rivalidade entre ele e Jesus. Seu lugar, o qual lhe fora dado por Deus (<b class="calibre1">do céu... dada</b>) não era o de Cristo, mas o do precursor (v. 28). Sua posição não era a do Esposo, o qual atrairia a si o povo de Deus. Isto estava reservado para outro. Antes, ele era o <b class="calibre1">amigo do Esposo. </b> Tal homem tinha a função de medianeiro nos arranjos do casamento. Sua <b class="calibre1">alegria</b> era vicária participação da felicidade do noivo ao se formar uma nova família. O trabalho de João fora feito apresentando o trabalho de Jesus. Ele só podia batizar com água, não com o Espírito. Ele podia anunciar a vinda do reino, mas não entrar nele. Sua causa tinha de enfraquecer pela ordem natural das coisas, conforme a de Jesus se desenvolvesse (v. 30). Era o plano de Deus. E assim Jesus, além de ser superior ao Judaísmo, era também superior ao movimento que se centralizou em João (cons. Atos 19:1-3). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6) As Credenciais de Cristo. 3:31-36. </b></p>
<p class="calibre2">Aqui o Evangelista reflete as características de Jesus, especialmente aquelas que o destacavam do Batista. Ele tinha origem celestial, o que o colocava acima das coisas mortais e terrenas (cons. 3:13). Ele dá seu testemunho daquilo que vê e ouve, um testemunho de coisas celestiais (cons. 16:13). Só os homens regenerados, os nascidos do Espírito, podem apreciar o seu testemunho (Nicodemos estava no fundo da cena dos pensamentos de João aqui). Aqueles que aceitam o seu testemunho não precisam de outra autenticação (cons. I Jo. 5:10). Cristo declara as palavras de Deus (Jo. 3:34) como testemunha fiel. A plenitude de tais palavras, como também a sua exatidão, estão garantidas pelo imensurável dom do Espírito que lhe foi concedido. O original sugere que por meio dEle o mesmo Espírito é dado aos outros sem medida (cons. 1:33). Mais ainda, o Cristo é o especial objeto do amor de Deus e é o guardião das riquezas divinas (cons. 16:15; Mt. 11:27). Ele é a pedra de toque da vida eterna ou da ira que permanece (Jo. 3:36). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">João 4 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">E. Missão na Samaria. 4:1-42. </b></p>
<p class="calibre2">Samaria, um território que os judeus evitavam se possível, tornou-se o cenário de um triunfo espiritual: um poço, uma mulher, um testemunho, a colheita dos samaritanos que creram. Tanto o samaritanismo quanto o judaísmo precisavam do corretivo de Cristo; precisavam ser substituídos pela vida do novo nascimento. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-4. </b> A crescente popularidade de Jesus, que excedia a de João, começou a alcançar os ouvidos dos fariseus. Para evitar problemas com eles nessa ocasião, Jesus determinou deixar a área e ir para a Galiléia. </p>
<p class="calibre2">Ali fez a maior parte de seu trabalho, de acordo com o registro dos Sinóticos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Era-lhe necessário atravessar a província de Samaria. </b> Em João, essa palavra costuma apontar uma necessidade divina, e pode ser o caso aqui, indicando a necessidade de lidar com os samaritanos, abrindo-lhes as portas da vida. Além disso, há a necessidade mais evidente de alcançar a Galiléia através de uma rota mais reta. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5, 6. Sicar</b> (muito provavelmente Siquém) ficava algumas poucas milhas a sudeste da cidade de Samaria e bastante perto do Monte Gerizim, como também do terreno que Jacó deu a José (Gn. 48:22). Jacó lhe deixou também um poço por herança (Jo. 4:6). Diz-se que tinha cerca de 26 m de profundidade. Aqui, Jesus, cansado da viagem e por causa do calor do meio-dia (<b class="calibre1">hora sexta</b>), parou para descansar. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7-10. Uma mulher samaritana. </b> Nenhuma referência à cidade de Samaria, que ficava muito distante, mas ao território dos samaritanos. </p>
<p class="calibre2">Ela vinha equipada para <b class="calibre1">tirar água. </b> Considerando que a aldeia de Sicar tinha água, é possível que a caminhada solitária da mulher ao poço de Jacó indique uma espécie de ostracismo imposto pelas outras mulheres da comunidade (cons. 4:18). </p>
<p class="calibre2">Jesus interrompeu o silêncio pedindo água para beber. Era um pedido natural à vista do seu cansaço. É um lembrete pungente da humanidade de nosso Senhor. Atendido ou não (a última alternativa parece a mais provável), o pedido introduziu a conversa. A partida dos discípulos foi providencial, pois a mulher não teria conversado com Jesus na presença deles. Duas coisas deixaram a mulher admirada: que Jesus fizesse tal pedido a uma mulher, pois os rabis evitavam qualquer contato com mulheres em público; e particularmente que ele falasse assim com alguém que era samaritano. Para explicar sua admiração, o escritor acrescenta a observação de que os judeus não se associavam aos samaritanos. Isto não pode ser aceito em sentido absoluto, pois foi refutado pelo versículo 8. Mostra a indisposição que havia entre os dois grupos de pessoas. Os judeus desprezavam os samaritanos porque eram um povo de sangue e religião misturados, apesar de possuírem o Pentateuco e professarem adorar o Deus de Israel. </p>
<p class="calibre2">Um significado mais restrito foi proposto para as palavras da mulher "os judeus não usam os mesmos vasos que os samaritanos". Isto se aplica bem à situação (D. Daube, <i class="calibre3">The New Testament and Rabbinic Judaism</i>, pág. 375-382). Respondendo, Jesus afastou-se de sua própria necessidade, sugerindo que a mulher tinha uma necessidade mais profunda, que alguém podia atender por meio do <b class="calibre1">dom de Deus</b>. Alguns o explicam em termos pessoais, referindo-se ao próprio Cristo (3:16), mas provavelmente seria melhor que o tornássemos equivalente à <b class="calibre1">água </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">viva. </b> João 7:37-39 é o melhor comentário (cons. Ap. 21:6). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11, 12. </b> Pensando no poço que estava diante dele, a mulher ficou perplexa. Jesus não tinha nenhum utensílio para tirar água e o poço era fundo. No fundo estava a <b class="calibre1">água viva</b> (corrente) alimentada por uma fonte. </p>
<p class="calibre2">Este rabi estaria pretendendo evocar o que Jacó só conseguira com árduo trabalho? Ele realmente seria maior se o conseguisse. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13-15. </b> A água do poço tinha de ser consumida ininterruptamente, mas a água que Cristo fornece satisfaz de modo que a pessoa <b class="calibre1">nunca </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">mais terá sede. </b> É assim que a <b class="calibre1">vida eterna</b> refrigera. Pode-se estabelecer um paralelo com os repetidos sacrifícios da antiga aliança e o sacrifício do Cordeiro de Deus oferecido uma vez para sempre. Ainda não compreendendo, mas já receptiva, a mulher pediu essa água, para que a sua vida ficasse mais fácil (4:15). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16-18. </b> Antes da mulher poder receber o dom da água viva, tinha de compreender o quão desesperadamente precisava dela. O dom era para a vida interior, a qual, no caso dela, estava realmente vazia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Teu marido... não tenho marido... cinco maridos... não é teu </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">marido. </b> A melancólica história de sua vida conjugal foi descoberta pelo poder de penetração de Jesus e por sua própria confissão. É provável que o divórcio entrou em pelo menos algum desses cinco relacionamentos que precederam o "status" final ilegítimo. Moralmente, a mulher estivera descendo há algum tempo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19, 20. </b> Para a mulher, Jesus era em primeiro lugar um judeu, depois alguém merecedor do título <b class="calibre1">Senhor</b>, e agora um <b class="calibre1">profeta</b>. Ele penetrara em sua alma. A referência à adoração no Monte Gerizim, instituída para competir com a dos judeus em Jerusalém, pode ter sido uma tática diversiva, mas é mais provável que fosse uma indicação da fome de um coração em conhecer o caminho para Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21-24. A hora vem. </b> Na nova ordem que Cristo veio inaugurar, o lugar da adoração subordina-se à Pessoa. O que importa é que os homens adorem o <b class="calibre1">Pai</b>, a quem o Filho veio declarar. Usando o pronome <b class="calibre1">vós</b>, Jesus talvez antecipasse a conversão dos samaritanos. A adoração dos samaritanos era coisa confusa (cons. II Reis 17:33). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A salvação vem dos judeus, </b> no sentido em que uma revelação especial lhes fora dada quanto à maneira certa de se aproximarem de Deus; e o próprio Jesus, como o Salvador, veio desse povo (Rm. 9:5). <b class="calibre1">A </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">hora, e já chegou. </b> Mesmo antes da nova dispensação ser inaugurada em seu caráter universal, os verdadeiros adoradores têm o privilégio de adorarem Deus Pai <b class="calibre1">em espírito e verdade. </b> Espírito parece uma alusão a Jerusalém e sua adoração em termos da letra (Lei), enquanto que <b class="calibre1">verdade</b> faz contraste à adoração inadequada e falsa dos samaritanos. O novo tipo de adoração é imperativo porque Deus é <b class="calibre1">Espírito</b> (não <i class="calibre3">um</i> Espírito). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25, 26. </b> A alusão que a mulher fez ao Messias foi provavelmente com base em Dt. 18:15-18, que era aceito como Escritura pelos samaritanos. Sendo o profeta por excelência, o Messias seria capaz de anunciar tudo. Essa melancólica projeção para o futuro foi desnecessária. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Eu o sou, eu que falo contigo. </b> Seria perigoso para Jesus anunciar-se desse modo entre judeus, onde as idéias sobre o messiado eram politicamente coloridas. Aqui, ao que parece, ele se julgava seguro. A semente estava plantada, e na hora exata, pois a conversa terminou com a chegada dos discípulos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27-30. </b> Os discípulos ficaram admirados ao ver que Jesus contrariava a convenção social falando com uma mulher (veja v. 9). Mas o respeito por seu mestre evitou que o interrogassem abertamente. </p>
<p class="calibre2">Desimpedida do seu <b class="calibre1">cântaro</b>, a mulher retirou-se a toda pressa para a cidade, como prova do seu propósito de retornar, pois estava determinada a obter a água viva daquele momento em diante. Ela fez mais do que Jesus pediu, e não foi ter com um só homem, mas aos homens da cidade com a notícia de sua maravilhosa experiência. Ela não tinha a presunção de ensiná-los, mas colocou um pensamento em suas mentes, por meio de uma pergunta tentadora: Será que esse não é o Cristo? Os homens ficaram suficientemente impressionados para irem com ela ao poço. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31-38. </b> Enquanto isso os discípulos insistiam com Jesus para que comesse, mas ele declinou dizendo que tinha um alimento que eles desconheciam. Este, ele explicou, era fazer <b class="calibre1">a vontade</b> de Deus (v. 34). </p>
<p class="calibre2">Ele a fizera na ausência deles, e a fizera à luz da cruz, onde concluiria a obra que lhe fora confiada por Deus (cons. 17:4; 19:30). Seu ministério era tanto semear como colher. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Quatro meses até à ceifa</b> talvez fosse a espera normal no reino natural, mas levantando seus olhos os discípulos veriam terras que já branquejam (os samaritanos que se aproximavam), resultado de sua sementeira (4:35). No trabalho espiritual, o <b class="calibre1">semeador</b> e o <b class="calibre1">ceifeiro</b> costumam ser pessoas diferentes, que juntas se regozijam pelo que seus esforços combinados realizaram (vs. 36, 37). Aqui em Samaria e em muitas outras situações, os discípulos, embora não fossem os semeadores, seriam os colhedores. <b class="calibre1">Outros</b> talvez inclua Jesus e a mulher de Samaria. Num certo sentido até Moisés pode aqui ser incluído, sendo humanamente responsável por implantar a semente da expectação messiânica no coração da mulher. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">39-42. </b> Aqui somos informados do fruto que Cristo e a mulher puderam colher, como semeador e colhedor. <b class="calibre1">Muitos</b> creram no Senhor por causa do testemunho da mulher. Isso provocou um convite para que ficasse no meio deles, no que Cristo consentiu por <b class="calibre1">dois dias</b>. Durante esses dias, outros que teriam ouvido o testemunho da mulher e se inclinariam a crer em Jesus, tomaram-se crente em pleno desenvolvimento por causa do que receberam através da <b class="calibre1">sua palavra</b>, isto é, dos lábios de Jesus (v. 42). <b class="calibre1">Salvador do mundo</b> – uma grata confissão, uma vez que significava que tanto samaritanos como judeus poderiam ser salvos. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">F. A Cura do Filho do Nobre. 4:43-54 </b></p>
<p class="calibre2">Este incidente é o único parágrafo do ministério narrado por João que relaciona com esta visita de Jesus à Galiléia. O rapaz, doente em Cafarnaum, foi curado pela palavra de Jesus, quando este se encontrava em Caná, a milhas de distância. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43-45. </b> O significado de <b class="calibre1">sua própria terra</b> tem sido discutido. </p>
<p class="calibre2">Possivelmente a solução mais fácil é que o escritor esteja se referindo à Galiléia como um todo. Uma falta de respeito era de se esperar ali, em contraste com a crescente popularidade que lhe foi concedida na Judéia (3:26; 4:1). O fato de que os galileus que estiveram em Jerusalém e viram os seus milagres ali estivessem prontos a aceitá-lo, não os colocava na classe de crentes permanentes e verdadeiros (cons. 2:23-25; 4:48). Finalmente, os galileus o desertariam (6:66). </p>
<p class="calibre2">Enquanto estava em Caná, Jesus recebeu a visita de um oficial do rei ( <i class="calibre3">basilikos</i>, indicando uma figura real, ou de alguém a serviço do rei). </p>
<p class="calibre2">A esperança que o pai tinha de conseguir que Jesus curasse o seu filho parece que se baseava no contato com os galileus que viram os milagres de nosso Senhor em Jerusalém (4:47; cons. v. 45). Tendo viajado de Cafarnaum a Caná, o pai fez um pedido urgente e repetido ( <i class="calibre3">êrôta</i>) para que Jesus descesse e curasse o rapaz. Jesus expressou o temor de que o pai como muitos outros, estivesse tão preocupado com as notícias dos milagres realizados que não seria capaz de crer. Mais importante do que a saúde do rapaz era a fé do pai. A resposta do pai exala o desespero da necessidade (cons. Mc. 9:22-24). Jesus provou-se digno da fé e também simpático aos sentimentos do suplicante – <b class="calibre1">Vai ... teu filho vive. </b> Sua fé desenvolveu-se rapidamente, o homem creu <b class="calibre1">na palavra</b> de Cristo sem qualquer sinal visível, e seguiu o seu caminho satisfeito. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">51-54. </b> Os servos do nobre, vigiavam ansiosamente o filho do seu senhor na ausência deste, quando notaram a mudança drástica em suas condições e saíram ao encontro do pai com as boas novas. O próprio nobre, já tranqüilo em sua fé, estava agora interessado em saber quando ocorrera a mudança. Quando comparou o tempo da ausência da febre com o momento de sua entrevista com Jesus, ficou sabendo que a cura não fora acidental. <b class="calibre1">Creu ele. </b> Sua fé foi confirmada pela experiência. Sua fé contaminou toda a sua casa (v. 53). No primeiro milagre em Caná, os discípulos creram. O <b class="calibre1">segundo</b> milagre realizado no mesmo local resultou em um círculo de fé mais largo. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">João 5 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">G. A Cura do Homem Aleijado. 5:1-16. </b></p>
<p class="calibre2">Tanto a ocasião como o lugar deste milagre tem sido muito discutido. Se essa festa dos judeus era a Páscoa, então quatro dessas festas foram mencionadas em João, fazendo o ministério estender-se aproximadamente de três anos e meio a quatro, desde que João as cita todas (as outras são 2:23; 6:4; 11:55). Uma vez que as melhores autoridades em manuscritos deixam de colocar o artigo definido, provavelmente a festa era alguma outra e não a Páscoa. O lugar do milagre já pode ser identificado atualmente, com alguma confiança, devido a escavação, em 1888, de um tanque igual ao descrito por João, localizado a nordeste de Jerusalém, perto da Igreja de Santana. As diversas variantes do nome do tanque nos manuscritos são desnorteadas. </p>
<p class="calibre2">Betezata parece autêntico. Provavelmente significa "Casa das Oliveiras". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2-4. </b> Os cinco alpendres ou varandas, agora descobertos, abrigavam um grande número de doentes, alguns <b class="calibre1">cegos</b>, outros <b class="calibre1">coxos</b>, outros <i class="calibre3">ressecados</i>, isto é, <b class="calibre1">paralíticos</b>. Estavam ali com esperança de serem curados quando a água se mexesse. Embora nossos manuscritos tradicionais não considerem o final do versículo 3 e todo o versículo 4 como parte do original texto de João, esta porção se refere a uma tradição antiga. J. Rendel Harris encontrou, em diversos lugares do Oriente, evidências de uma superstição no sentido de que, no Ano Novo, esperava-se um anjo que agitava as águas de certas localidades, capacitando uma pessoa a obter a cura se fosse a primeira a entrar na água depois desse movimento. Com base nisso considerou a festa mencionada neste capítulo como sendo a do Ano Novo (também Westcott. Veja J. Rendel Harris, <i class="calibre3">Side Lights on New Testament Research</i>, págs. 36-69). As ruínas da Igreja de Santana incluem a figura de um anjo, comprovando esta crença e o costume de se buscar a cura nessas circunstâncias especiais. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-7. </b> Nada há que indique a natureza exata do mal que tomara conta deste homem doente por tantos anos, exceto que não podia movimentar-se sem ajuda. Não nos parece que ele tenha ficado ali todo esse tempo. </p>
<p class="calibre2">Antes, era trazido quando o movimento da água era esperado. Jesus, <b class="calibre1">sabendo</b>. Uma vez que nada se diz sobre a transmissão de informações pelos outros concluímos que aqui, tal como no caso de Natanael e da mulher de Sanaria, Jesus discerniu o verdadeiro estado de coisas por meio de seu próprio poder de percepção. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Queres ser curado? </b> Neste caso Jesus tomou a iniciativa. A pergunta não era inútil, pois muitas pessoas cronicamente inválidas não têm esperanças de cura. Outras usam sua enfermidade como meio de despertar simpatia, não desejando realmente serem curadas. Este homem doente queria ser curado, mas não tinha os meios (v. 7). 8, 9. Três ordens dadas por Jesus envolvem a comunicação da força. A cura foi instantânea. <b class="calibre1">Leito</b>. Colchão ou esteira. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10-13. </b> Rapidamente a cura tornou-se assunto de discussão, porque fora realizada no sábado. <b class="calibre1">Os judeus. </b> Neste caso, não o povo comum, mas seus líderes (cons. 1:19). Parece que viram o homem caminhando pelas ruas a caminho de sua casa, carregando sua esteira. Isso violava o descanso do sábado (Jr. 17:21). Na sua confusão, o homem já curado só podia explicar que o seu benfeitor mandara que assim fizesse (Jo. 5:11). </p>
<p class="calibre2">Não era capaz de identificar quem o curara, pois não lhe perguntara o nome, e agora parecia impossível descobrir, pois Jesus já abandonara o cenário. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14-16. </b> Não sendo culpado de violação intencional da Lei, o homem curado recebeu permissão de seguir o seu caminho. Mais tarde foi ao Templo para dar graças por sua cura. Ali Jesus o encontrou e o advertiu. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Não peques mais, para que não te suceda coisa pior. </b> A cura física nas mãos de Jesus pode incluir perdão de pecados (cons. Mc. 2:9-12). Esse perdão não deve ser aceito levianamente. A <b class="calibre1">coisa pior</b> fica indefinida, e a advertência torna-se mais atuante por causa disso. </p>
<p class="calibre2">Retornando aos judeus, o homem identificou Jesus como sendo a pessoa que o curou, provavelmente não porque estivesse ofendido com a advertência de Jesus, mas porque sentia-se na obrigação, como membro da comunidade, de fornecer uma informação procurada pelas autoridades. Isso levou os líderes a perseguirem Jesus. Para eles estava claro que transgredira a lei. Violara o sábado. <b class="calibre1">Estas coisas</b> não está definido. O verbo é "ele estava fazendo", sugerindo que havia ainda outros agravos. As palavras procuravam matá-lo carecem de suficientes provas documentadas. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">H. A Auto-defesa de Jesus. 5:17-47. </b></p>
<p class="calibre2">O discurso abaixo trata da autoridade de Jesus, a qual ele estabelece em seu relacionamento especial com o Pai. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17, 18. </b> Já que o trabalho era motivo de discórdia, Jesus aponta para Deus como exemplo de trabalhador constante. Embora o Pai descansasse de sua atividade criadora (Gn. 2:2), ele tem de trabalhar para sustentar o universo. Ele também tem de trabalhar para introduzir a nova criação. O significado parece ser que durante todo o tempo em que o Pai esteve trabalhando, o Filho também esteve. Era uma declaração maior do que afirmar que o Pai esteve trabalhando e que agora o Filho assumia a responsabilidade. Os judeus notaram a implicação. Jesus declarava que Deus era o Seu Pai, proclamando assim sua igualdade com Deus. Era pior do que trabalhar no sábado. Tal blasfêmia exigia morte (cons. Jo. </p>
<p class="calibre2">7:30). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19, 20. </b> Este discurso continuou sem aparente interrupção da parte dos judeus. Não havia nenhuma arrogância às declarações de Jesus que eram equilibradas por uma completa dependência e subordinação ao Pai. </p>
<p class="calibre2">Isto é a verdadeira filiação, salienta Jesus, aprender do Pai e reproduzir o que foi visto (v. 19). A percepção do Filho é ampliada pela revelação que o Pai lhe dá do significado de <b class="calibre1">tudo</b> o que o Pai faz. Para demonstrar a realidade do relacionamento entre os dois, <b class="calibre1">maiores obras do que estas</b> (a cura do aleijado e sinais semelhantes) serão realizadas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21-24. </b> Uma dessas maiores obras é a ressurreição dos mortos (v. 21). Sem sombra de dúvida é uma obra tão criativa quanto a original transmissão de vida. Se o Filho tem o poder de ressuscitar a quem Ele quer, participa do poder do Pai. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">O juízo</b> é uma pequena esfera na qual se manifesta a autoridade divina. Essa função foi transferida para o Filho. Observe que a ressurreição e o juízo são funções escatológicas intimamente relacionadas, das quais o ministério de Cristo apresentou relances, como por exemplo a ressurreição de Lázaro e o juízo de Satanás (16:11). Por trás dessa participação de autoridade está o plano de que o Filho receberá honras iguais ao Pai. Recusá-lo é desonrar o Pai (5:23). Os dois temas: 1) vida que vem da morte e 2) o juízo, são agora reunidas (v. 24); mas aqui a ressurreição é espiritual, não física, isto é, participação da <b class="calibre1">vida eterna. </b> É preciso que se creia nAquele que enviou o Filho, não no sentido de ignorar o Filho, mas percebendo-se que a fé no Pai e no Filho são indivisíveis. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25-30. </b> Jesus expande o seu poder para produzir reavivamento espiritual (vs. 25, 26). Essa obra pertence ao futuro, Ele diz, mas também <b class="calibre1">já chegou</b> está sendo efetuada (observe contraste com o v. 28). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Os mortos, </b> neste caso, não são os que estão nas sepulturas, como no versículo 28, mas os mortos no pecado. Seu reavivamento vem por meio da <b class="calibre1">voz do Filho de Deus</b> (cons. v. 24 – <b class="calibre1">quem ouve a minha </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">palavra</b>; 6:60; 18:38). Em nada o Filho é independente do <b class="calibre1">Pai</b>, nem mesmo na questão fundamental da <b class="calibre1">vida</b> propriamente dita (5:26). </p>
<p class="calibre2">Novamente Cristo apresenta sua autoridade de juízo (v. 27). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Filho do homem</b> está sendo usado aqui como em Dn. 7:13, em relação ao juízo e domínio. É um termo escatológico técnico, indicando mais do que humanidade, mas incluindo-a. Como o Senhor da ressurreição, Jesus convocará todos das sepulturas (cons. Atos 24:15). À vista de Ap. 20:4, 5, temos de pensar em um intervalo de tempo entre essas duas fases da ressurreição. Fazer o <b class="calibre1">bem</b> inclui ter fé no Filho de Deus, assim como fazer o <b class="calibre1">mal</b> inclui a rejeição do Filho e suas declarações. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Juízo</b>. ( <i class="calibre3">Condenação</i> na ERC.) O versículo seguinte (Jo. 5:30) é transicional, retendo a menção de juízo do contexto recente e antecipando, pelo uso da primeira pessoa do pronome, o material que vem a seguir. O Filho somente tem este relacionamento especial com o Pai. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31-40. </b> Nesta passagem o tema predominante é o testemunho. Se Jesus desse testemunho de si mesmo, Ele diz, isoladamente ao testemunho do Pai, seria falto porque incompleto e sem garantia. Ele não esperaria ser aceito pelos judeus. Mas o seu testemunho realmente não é desse tipo (cons. 8:18). Outro presta testemunho, o próprio Pai. </p>
<p class="calibre2">Infelizmente os judeus não reconheceram o testemunho do Pai (cons. 7:28; 8:19), e portanto ficaram incapacitados de reconhecer o apoio que Ele dava às declarações de Jesus (5:32). Uma segunda testemunha foi João Batista, que foi procurado pelos próprios judeus por causa do seu testemunho (1:26; 3:26). Este testemunho estava de acordo com <b class="calibre1">a </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">verdade, </b> como a descida do Espírito sobre Jesus comprovou. Por mais útil que tal testemunha possa ter sido, levando outros a avaliarem-no corretamente, Jesus não contou com ela como sendo necessária para tomar consciência de sua pessoa e missão (5:34). </p>
<p class="calibre2">Mas a palavra de João, reconhecida por Jesus, tinha a intenção de ajudar aquelas pessoas a serem salvas, Jesus caracteriza João aqui como <b class="calibre1">a lâmpada que ardia e alumiava. </b> Ardendo, ele gradualmente se desvaneceu (3:30), mas iluminado, ele capacitou os homens a verem a sua necessidade de uma Luz maior (cons. 1:8). Como tal, seu testemunho permaneceu depois dele. <b class="calibre1">Por algum tempo. </b> A popularidade de João não durou muito. Uma terceira testemunha de Jesus encontra-se em suas obras, as quais o Pai lhe deu para realizar a fim de que autenticassem sua divina missão (v. 36). <b class="calibre1">Realizasse</b>. Nada experimental ou incompleto. As obras prepararam o caminho para a obra, que agora sabemos foi realizada no Calvário e a qual não necessita de correção. </p>
<p class="calibre2">Como parte da testemunha mais importante, nosso Senhor inclui o testemunho do Pai contido nas Escrituras (5:37-40). Este Ele distingue claramente do testemunho imediato que o Pai deu dEle (v. 32). A inacessibilidade de Deus, devido a sua espiritualidade (v. 37) foi sobrepujada em considerável degrau por meio da revelação dEle mesmo nas Escrituras do V.T. Mas essa <b class="calibre1">palavra</b> não se enraizara nos ouvintes de Jesus. A prova permanece no fato de que não receberam aquele de quem a Palavra fala (5:38). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Examinais</b> tanto pode ser indicativo como imperativo, neste exemplo, mas o sentido da passagem favorece o indicativo. Os judeus tinham o hábito de examinar <b class="calibre1">as Escrituras</b> porque reconheciam que elas continham o segredo da <b class="calibre1">vida eterna. </b> Conhecimento da Lei era o alvo da piedade judia; assim, a Palavra escrita tendia a se tornar um fim em si mesma. Mas as Escrituras testificam de <i class="calibre3">uma pessoa</i>! A tragédia era que aquela mesma Pessoa estava agora presente, e os homens religiosos não vinham a ela buscar a vida que buscaram em vão na letra da Palavra (v. 40). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">41-47. </b> Jesus não queria que os homens cressem nEle simplesmente para que Ele recebesse a <b class="calibre1">glória</b> (v. 41). A palavra grega é <i class="calibre3">doxa</i>, freqüentemente traduzida <b class="calibre1">glória</b>. O motivo básico para a falta de reação diante dEle e Suas declarações era a falta de reação diante de Deus. Eles careciam do <b class="calibre1">amor de Deus, </b> isto é, amor a Deus. Considerando que Jesus viera em nome do Pai, essa falta de amor a Deus tornava impossível que vissem que Ele e o Pai eram um, e que O recebessem. Se alguém viesse <b class="calibre1">em seu próprio nome, </b> não repousando, como Jesus, na autoridade do Pai, ele teria pronta resposta (v. 43). Isto provavelmente não foi dito com a intenção de profetizar a vinda de alguma figura, mas foi dito para apontar um princípio envolvendo a natureza pecadora do homem. Os judeus eram culpados de buscar honra e <b class="calibre1">glória</b> de uns e outros (cons. 12:43), e não de Deus, que é a única fonte de reconhecimento verdadeiro e permanente. A missão de Jesus não foi de acusar e julgar. Isto era desnecessário de qualquer forma no caso de seus ouvintes, porque um acusador existia em Moisés. Os judeus puseram confiança sem limites no que Moisés escrevera (v. 45), mas no ponto principal eles não criam de maneira nenhuma, pois falharam em receber os avisos proféticos de Moisés referentes a Cristo. Aqui devemos pensar não simplesmente em passagens individuais, tais como Dt. 18:15-18, mas da própria imperfeição da revelação sem Aquele que vinha, e da condenação da Lei, que exigia um Salvador. A revelação escrita e a revelação pessoal são basicamente a mesma coisa (v. 47). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">João 6 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">I. Alimentando os Cinco Mil e o Sermão sobre o Pão da Vida. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6:1-71. </b></p>
<p class="calibre2">Alguns mestres, advogando que os capítulos 5 e 6 foram trocados, apontam certas vantagens em colocá-los na posição anterior. Mas falta de evidências documentárias para tanto formam barreira formidável para aceitarmos esse ponto de vista. O milagre diante de nós é apenas um "sinal" registrado em todos os quatro Evangelhos. Marcos e Lucas contam que Jesus estava ensinando a multidão antes do milagre, mas só João registra o sermão que Jesus pronunciou no dia seguinte. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-4. </b> O outro lado do mar, neste caso, é a praia oriental. Outro nome para esse corpo de água é Lago de Genesaré (Lc. 5:1). Atraída pelos milagres de Jesus, uma grande multidão o seguia pela praia setentrional. </p>
<p class="calibre2">Isso pressupõe um ministério de certa duração, talvez diversos meses, no setor da Galiléia, depois dos acontecimentos do capítulo 5 localizados em Jerusalém. <b class="calibre1">Ao monte. </b> As terras altas. A menção da proximidade da Páscoa é significativa. Uma vez que João não registra a instituição da Ceia do Senhor como parte de sua narrativa dos acontecimentos da Semana da Paixão, provavelmente ele está chamando a atenção do leitor para a realização do milagre e o discurso sobre a ordenança central da fé cristã. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-7. </b> A cidade mais próxima era Betsaida. Seria difícil para o povo obter pão, devido à distância e a hora tardia. Jesus chegou à conclusão que ele e o seu grupo deviam fornecer o necessário (v. 5). Aconselhou-se com Filipe sobre as possibilidades, já sabendo o que faria, mas desejando <b class="calibre1">experimentar</b> a fé do discípulo. Filipe era natural de Betsaida (1:44). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Duzentos denários de pão</b>, calculou o apóstolo, não seriam suficientes. </p>
<p class="calibre2">Um denário valia cerca de vinte centavos e era o que se costumava pagar a um trabalhador por dia. Um trabalhador com uma família de cinco membros provavelmente gastava metade do ganho diário em alimento. </p>
<p class="calibre2">Supondo que a família tivesse três refeições por dia, podemos concluir que meio denário lhes forneceria o. alimento de um dia ou quinze refeições. Um denário inteiro forneceria a ração para dois dias ou trinta refeições. Duzentos denários forneceriam uma refeição para cerca de 6.000 pessoas. Nessa multidão só os homens eram cerca de 5.000 (6:10). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8, 9. </b> Não foi necessário exaurir a tesouraria, nem causar demora importuna procurando comprar alimento. André aproximou-se informando sobre <b class="calibre1">um rapaz</b>. A palavra grega usada indica uma faixa etária larga. Pode indicar também um escravo, mas seria pouco provável. </p>
<p class="calibre2">Os pães eram pouco maiores que pãezinhos de lanche. O suprimento parecia tristemente pequeno para a necessidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10, 11. </b> Havia necessidade de ordem para a grande operação em vista. Segundo as ordens de Jesus, dadas através dos discípulos, o povo assentou-se. A menção da relva indica a primavera (cons. v. 4). Assim o povo ficou melhor acomodado. Depois Jesus agradeceu a provisão. </p>
<p class="calibre2">(Teria dado graças também pela generosidade do rapaz?). Logo a seguir, distribuiu o alimento aos discípulos, os quais por sua vez distribuíram-no entre a multidão. No processo da distribuição ocorreu o milagre. O povo saciou-se de pão e peixe, em contraste com a estimativa de Filipe ''um pouco". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12, 13. </b> A prodigalidade da distribuição foi complementada pela escassez de recipientes para se guardar as sobras. Os dons de Deus não devem ser desperdiçados. <b class="calibre1">Doze cestos</b> foram necessários para guardar os <b class="calibre1">pedaços</b>, e assim todos os discípulos estiveram ocupados. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14, 15. </b> Não havia dúvida de que um sinal fora realizado. O povo </p>
</body></html>