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<body class="calibre">
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. </b> Tendo descartado alguns dos aspectos salientes desta dispensação, Cristo prosseguiu descrevendo a crise iminente (vs. 14-23). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">O abominável da desolação</b> é uma expressão extraída textualmente de Dn. 12:11 (Septuaginta). Também se encontra com pequenas variações em Dn. 9:27 e 11:31. Entre os judeus o termo <b class="calibre1">abominável</b> era usado para descrever a idolatria ou o sacrilégio (cons. Ez. 8:9, 10, 15, 16). Parece, entretanto, que tanto Daniel como Cristo estavam falando de uma consternadora profanação do Templo. O primeiro cumprimento do uso profético que Daniel fez do termo, dizem alguns escritores, foi a construção de um altar para Zeus sobre o altar dos sacrifícios segundo as ordens de Antíoco Epifânio, em 168 A.C. (I Mac. </p>
<p class="calibre2">1:54, 59). O uso que Cristo fez das palavras tinha referência imediata à profanação do Templo pelos romanos (70 A. D.). Deve-se lembrar que os discípulos perguntaram relativamente à destruição do Templo (Mc, 13:2,4). Além disso, as instruções dadas em 13:14b-18 parecem se encaixar melhor nessa ocasião. Entretanto, a íntima relação dessas condições com o segundo advento de Cristo (vs. 24-27) exige uma aplicação adicional ao fim dos tempos. As condições dos dias de Antíoco Epifânio e quando os romanos destruíram o Templo serviram de figura dos dias do anticristo, imediatamente antes da volta de Cristo (cons. II Ts. 2:3, 4; Ap. 13:14, 15). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Situada onde não deve estar. </b> No lugar santo (Mt. 24:15). A aparição da consternadora profanação seria um sinal para os habitantes da Judéia fugirem <b class="calibre1">para os montes</b> a fim de escapar ao sítio iminente. A referência específica dessa ordem, e também das que foram dadas nos versículos 15-18, foi à iminente destruição de Jerusalém (70 A.D.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15, 16. </b> A necessidade da pressa seria tão urgente que não haveria tempo para tirar causa alguma para a fuga. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17, 18. </b> Seria uma ocasião muito difícil para as mulheres grávidas e para aquelas que tivessem crianças pequenas. Uma fuga no inverno aumentaria as dificuldades de uma situação já bastante difícil. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. </b> Essa descrição resumida das tribulações de <b class="calibre1">aqueles dias</b> certamente se aplicavam aos horrores de 70 A.D., quando comparadas com <i class="calibre3">Wars of the Jews</i> de Josefo (Prefácio, 4; V, VI). Entretanto, há motivos para se crer que Cristo olhava para além do período romano, para a grande tribulação final que precederá a sua segunda vinda. Isto foi sugerido pelas palavras <b class="calibre1">nunca jamais haverá, </b> que são a tradução de uma vigorosa negativa grega (ou <i class="calibre3">mê</i>)). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. </b> Não se pode limitar este versículo à situação de 70 A.D. </p>
<p class="calibre2">Nenhuma das explicações sugeridas com base sobre tal limitação satisfaz. Temos elementos aqui que vão além daquele período e se associam mais corretamente com o fim dos tempos. A referência aos <b class="calibre1">escolhidos</b> parece apontar para os salvos durante os dias da Grande Tribulação exatamente antes da volta de Cristo. Por amor deles Deus tem <b class="calibre1">abreviado aqueles dias</b> do período da terrível aflição. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. </b> Tão atrevidos serão esses enganadores que tentarão <b class="calibre1">desviar os </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">próprios eleitos. </b> Entretanto, a cláusula, <b class="calibre1">se possível, </b> mostra que é inconcebível que tenham sucesso. Para identificação dos eleitos, veja Lc. 18:7; Rm. 8:33; Cl. 3:12; I Pe. 1:2. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24, 25. </b> A profecia agora prossegue para o Segundo Advento (vs. 24-27). Cristo colocou este grande acontecimento especificamente <b class="calibre1">naqueles dias, após a referida tribulação, </b> obviamente se referindo ao tempo descrito em 13:14-23. Isto exige uma de duas explicações. Ou Cristo viria logo depois de 70 A.D, ou as aflições dos versículos 14-23 têm uma dupla referência, tanto à destruição de Jerusalém por Tito como à Grande Tribulação no fim dos tempos. Considerando que a primeira explicação é impossível, a última interpretação torna-se a chave para se compreender o capítulo como um tudo. A linguagem usada para descrever os abalos nos céus foi em grande parte extraída do V.T. (cons. Is. 13:10; 34:4; Joel 2:10, 30, 31). Ainda que seja melhor fugir aqui a um literalismo extremo, não temos motivos para não entendermos estas expressões como se referindo às alterações celestiais reais que precederão imediatamente a vinda de Cristo. De modo nenhum torna-se estranho que um acontecimento tão momentoso seja introduzido dessa maneira. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. </b> Esta é a volta pessoal e corporal de Cristo à terra com grande poder e glória, que foi descrita em passagens tais como essas Atos 1:11; II Ts. 1:7-10; 2:8; Ap. 1:7; 19:11-16. "Com o céu obscurecido servindo de cenário, o Filho do Homem se revela no Shequiná da glória de Deus." (G. R. Beasley-Murray, <i class="calibre3">A Commentary on Mark Thirteen</i>, pág. 89). A linguagem que foi usada aqui foi extraída de Dn. 7:13. <b class="calibre1">Verão</b>. Sua vinda será visível a todos os homens. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. </b> Neste ponto acontecerá a ressurreição dos justos mortos e a transformação dos santos vivos (cons. I Co. 15:51-53; I Ts. 4:13-18). </p>
<p class="calibre2">Então ele <b class="calibre1">reunirá os seus escolhidos, </b> os redimidos de todas as dispensações, presente e passadas. Quanto à palavra <b class="calibre1">escolhidos</b>, veja 13:22. A palavra <i class="calibre3">episynaxei</i>, <i class="calibre3">ajuntará</i>, é a forma verbal do substantivo <i class="calibre3">episynagôgê</i>, "ajuntamento", em II Ts. 2:1 (reunião). Ajuntar-se-ão com o Senhor descendo, vindos de todas as partes da terra (<b class="calibre1">dos quatro </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ventos</b>), até mesmo dos recantos mais remotos (<b class="calibre1">da extremidade da </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">terra até à extremidade do céu</b>). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">28, 29. </b> Tendo terminado a descrição dos acontecimentos futuros, o Senhor voltou a discutir a necessidade de se vigiar (vs. 28-37). Não há nenhuma indicação de que Israel esteja aqui simbolizada pela figueira. </p>
<p class="calibre2">Em vez disso, a parábola é apenas uma demonstração da verdade que os acontecimentos futuros lançam suas sombras diante deles. Quando essas coisas começarem a acontecer, saberemos que a consumação está muito próxima. As cousas às quais Cristo se refere são os acontecimentos descritos nos versículos 14-25. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">30. </b> A explicação mais natural da expressão, <b class="calibre1">esta geração, </b> é que ela se refere à geração viva quando Cristo estava falando. Durante a vida dela todas essas coisas aconteceriam no que se refere à destruição de Jerusalém em 70 A.D. Esse acontecimento foi empregado por Cristo como um quadro preliminar prefigurado, em todas as suas características essenciais, o fim desta dispensação (cons. Mc. 9:1). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. </b> A <b class="calibre1">hora</b> e o <b class="calibre1">dia</b> exatos da volta de Cristo não podem ser discernidos pelo homem. Na verdade, o momento só é conhecido por Deus Pai. A declaração de que o <b class="calibre1">Filho</b> não sabe o momento da consumação deve ser entendida à luz da sua auto-limitação durante os dias de sua humilhação (cons. Fl. 2:5-8). Ele assumiu uma posição de completa sujeição ao Pai, exercendo seus atributos divinos apenas quando o Pai mandava (cons. Jo. 8:26, 28, 29). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">33. Estai de sobreaviso. </b> Este presente imperativo exige constante estado de alerta. O mesmo acontece com o verbo <b class="calibre1">vigiai</b>, que significa <i class="calibre3">manter-se acordado</i> (Arndt págs. 13, 14). Tal prontidão é necessária por que não sabemos quando esses acontecimentos do fim dos tempos podem se desencadear sobre nós. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">35. </b> O discípulo deve vigiar continuamente (gr. pres.). Este verbo, como também aquele do versículo 33, significa <i class="calibre3">estar ou manter-se acordado</i>. Exige prontidão constante contra o sono ou a modorra (Arndt, pág, 166; cons. v. 36), <b class="calibre1">se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">se pela manhã. </b> São as quatro vigílias da noite de acordo com a computação romana. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. </b> Tal prontidão é necessária para que o Senhor não chegue quando nós não o estivermos esperando. Isto é o que ele quer dizer com <b class="calibre1">não vos ache dormindo. </b> Para a pessoa que não estiver alerta, a vinda de Cristo será súbita. Aquele que estiver alerta verá os sinais da volta do Senhor (vs. 28, 29) e não será tomado de surpresa. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">VII. A Paixão e Ressurreição de Cristo. 14:1 – 16:20. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">A narrativa de Marcos, agora, movimenta-se para as cenas finais da vida de Cristo na terra. Estes foram os acontecimentos que rodearam sua morte e ressurreição. Foram os atos que realizaram a eterna redenção para todas as pessoas que a aceitassem. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Marcos 14 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A. Traição e Devoção. 14:1-11. </b></p>
<p class="calibre2">Estes versículos começam com uma descrição da dissimulação com a qual os sacerdotes e escribas planejaram a morte de Jesus (vs. 1, 2). Por outro lado, segue-se uma comovente narrativa da devoção de Maria (vs. 3-9). Então, um contraste ainda mais chamativo, o evangelista conta a traiçoeira conspiração de Judas contra o Senhor (vs. 10, 11). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Dali a dois dias. </b> O ponto do qual esses dois dias foram calculados foi provavelmente a tarde da última terça-feira, momento em que os líderes judeus estavam procurando <b class="calibre1">como o prenderiam à traição. </b> Isto colocaria a ceia da Páscoa na noite de quinta-feira. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. </b> Era noite de terça-feira; Cristo retornara à <b class="calibre1">Betânia</b> para passar a noite. Nada sabemos a respeito de <b class="calibre1">Simão, o leproso, </b> além do que foi contado nestes versículos, embora alguns o tenham erradamente identificado com Simão, o fariseu, em Lc. 7:36-50. <b class="calibre1">Reclinado à mesa. </b> Isto é, reclinado sobre um divã junto à mesa. A <b class="calibre1">mulher</b> da história era Maria, a irmã de Marta (cons. Jo. 12:2, 3). </p>
<p class="calibre2">O <b class="calibre1">vaso de alabastro</b> era um frasco de gargalo longo que tinha de ser quebrado a fim de se usar o seu conteúdo (Arndt, págs. 33, 34). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Perfume de nardo puro, </b> é a melhor tradução do texto grego. A planta do nardo era usada para se fazer perfume. <b class="calibre1">Preciosíssimo</b>. O custo era de aproximadamente cinqüenta e cinco dólares por libra (cons. v. 5). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. Trezentos denários. </b> Era a moeda romana de prata que valia cerca de dezoito centavos americanos. <b class="calibre1">Murmuravam contra ela. </b> O verbo que foi usado aqui exprime forte emoção, que originalmente tem o significado de <i class="calibre3">resfolegar</i>. Uma tradução mais expressiva seria, <i class="calibre3">começaram a repreendê-la severamente</i>. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. </b> Ele explicou o verdadeiro motivo da atitude de Maria. O feito não foi simplesmente uma atitude de devoção, mas a intenção consciente de <b class="calibre1">ungir</b> Cristo antecipadamente para a sua morte e sepultamento que se aproximavam. Tendo Maria se assentado aos pés de Jesus, ouvindo atentamente os seus ensinamentos, ela compreendera, até mesmo melhor do que os discípulos, a verdade de sua morte iminente. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. </b> A reação de Judas diante da repreensão de Jesus foi vil. Uma análise completa de suas motivações para ir <b class="calibre1">ter com os principais </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">sacerdotes</b> não é possível com nossos limitados conhecimentos. Lucas explica-o dizendo que <b class="calibre1">Satanás entrou em Judas</b> (22:3). Sabemos que o seu amor ao dinheiro foi a razão parcial de sua traição (cons. Mt. 26:14, 15). Também é possível que ele ficou desiludido com o fracasso de Cristo de se levantar contra Roma e estabelecer um reino judeu livre. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. </b> A quantia de dinheiro que <b class="calibre1">lhe prometeram</b> foi de trinta moedas de prata (Mt. 26:15), que valeriam entre vinte a vinte e cinco dólares. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Buscava. </b> Ação contínua (gr. imp.). Desse momento em diante Judas estava constantemente procurando o momento certo de traí-lo. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">B. A Paixão do Senhor. 14:12 - 15:47. </b></p>
<p class="calibre2">A narrativa de Marcos do sofrimento e morte de Cristo pode ser assim esboçada: os acontecimentos relacionados com a última ceia (14:12-25); a caminhada ao Getsêmani (14:26-42); a prisão (14:43-52); os tribunais (14:53 - 15:15); a crucificação (15:16-41); o sepultamento (15:42-47). A cronologia habitual considera que a quarta-feira foi um dia de descanso em Betânia e que os acontecimentos da parte em consideração aconteceram na quinta e sexta-feira. Não foi explicitamente declarado que um tal dia de descanso fosse intercalado, mas uma comparação entre as narrativas do Evangelho torna necessário aceitar que ele houve. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. </b> O <b class="calibre1">no primeiro dia dos pães asmos</b> pode, à primeira vista, passar pelo dia depois da Páscoa, ou 15 de Nisã (cons. Lv. 23:5, 6). </p>
<p class="calibre2">Entretanto, Marcos esclarece que ele se refere a 14 de Nisã; ele diz que foi <b class="calibre1">quando se fazia o sacrifício do cordeiro pascal</b> (cons. Êx. 12:6). </p>
<p class="calibre2">Sabe-se que a Festa dos Pães Asmos era considerada como o começo do dia da Páscoa (cons. Jos. <i class="calibre3">Antig</i>. II xv. 1). Era a quinta-feira. Os cordeiros da Páscoa teriam sido mortos à tarde, e a ceia da Páscoa teria sido realizada depois do pôr-do-sol no começo de 15 de Nisã. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. </b> Tendo seguido o servo à casa, os discípulos deviam perguntar <b class="calibre1">pelo dono da casa</b> (grego). Não se sabe quem era o proprietário. Há quem sugira que a casa era de Marcos, mas isso não passa de especulação. </p>
<p class="calibre2">O texto grego também diz, <b class="calibre1">Onde é o meu aposento? </b> Parece, devido o uso do pronome, que o Senhor já fizera os arranjos para o uso da sala. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Comer a páscoa. </b> Alguns, com base em certas declarações do Evangelho de João, supõem que a refeição não fosse a Páscoa, mas uma outra anterior à Páscoa (cons. Jo. 13:1, 29; 18:28; 19:14, 31). Entretanto, está claro que Marcos descreve Cristo com a intenção de comer a Páscoa. </p>
<p class="calibre2">Além disso, as declarações de João não exigem necessariamente que se aceite que a Última Ceia tenha precedido a Páscoa (A. T. Robertson, <i class="calibre3">A Harmony of the Gospels</i>, págs. 279-284). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. </b> Além de Cristo realmente ter a intenção de comer a Páscoa, Marcos declara especificamente que os discípulos <b class="calibre1">prepararam</b> a Páscoa. Isto incluiria o sacrifício e a preparação do cordeiro e demais itens necessários. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. Ao cair da tarde. </b> A Páscoa era comida depois do pôr-do-sol ao começar do dia quinze de Nisã. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. </b> A pergunta, <b class="calibre1">Porventura sou eu? </b> aguardava uma resposta negativa, e pode ser traduzida assim, <i class="calibre3">Não sou eu, ou sou? </i> Um crime tão monstruoso parecia incrível aos onze. Mateus diz (26:25) que Judas também fez a pergunta, mas era obviamente uma tentativa de esconder seu ato traiçoeiro. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. No prato. </b> Comer junto, e especialmente participar do conteúdo de uma vasilha comum, era sinal de estreita amizade. À luz desse costume, a traição planejada por Judas revela-se ainda mais hedionda. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Como está escrito a seu respeito. </b> Veja 1:2. A passagem do V.T. à qual Jesus referiu parece ser uma que descreve a traição, talvez Sl. 41:9. Observe que o soberano propósito de Deus, expresso nas palavras, <b class="calibre1">está escrito, </b> não livra Judas de modo nenhum da responsabilidade moral do seu ato. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. </b> Na refeição da Páscoa, o <b class="calibre1">pão</b> que Jesus usou deveria ser os pães asmos prescritos para a festa. Quando Jesus disse <b class="calibre1">Isto é o meu corpo, </b> obviamente quis dizer: "Isto simboliza meu corpo". Seu corpo físico ainda estava presente. É semelhante ao uso simbólico que ocorre em Jo. 6:35; 8:12; 10:9. O mesmo é verdade acerca de sua declaração referente ao seu sangue (Mc. 14:24). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. O cálice. </b> Não temos jeito de verificar qual dos quatro cálices da Páscoa Jesus usou. De qualquer modo, entretanto, o conteúdo deveria ser vinho misturado com dois terços de água. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Nova aliança. </b> Tanto em Mateus como em Marcos, os melhores textos gregos omitem a palavra <b class="calibre1">novo</b>. Entretanto, veja Lc. 22:20; I Co. 11:25. Enquanto a palavra grega <i class="calibre3">diathêkê</i> pode se referir a um testamento ou vontade, os antecedentes da observação de Cristo no V. T. </p>
<p class="calibre2">exigem a tradução <i class="calibre3">aliança</i> (cons. Êx. 24:8). Não é o termo usado para expressar um trato feito entre duas partes iguais ( <i class="calibre3">synthêkê</i>). Deus sozinho determinou as condições da aliança, e o homem só podia aceitar ou rejeitar. O sangue de Cristo é o sangue da nova aliança prometida em Jr. 31:31-34 (cons. Hb. 8:6-13). <b class="calibre1">De muitos. </b> Embora a preposição grega, <i class="calibre3">hyper</i> possa significar "em favor de", ela é usada muitas vezes significando "em lugar de". Taylor diz que esta é uma das evidências mais claras de que Jesus encarava sua morte como vicária (Vincent Taylor, <i class="calibre3">Mark</i>, pág. 548). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. Jamais. </b> Uma forte negativa significando que Jesus de modo nenhum beberia outra vez com eles durante a presente dispensação. O <b class="calibre1">reino de Deus</b> nesta observação é escatológico, provavelmente referindo-se à sociedade do reino milenar a ser estabelecido quando Cristo voltar (Ap. 20:4-6). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. O hino, </b> de acordo com o costume da Páscoa, deveria ser uma porção dos Salmos de Halel (SI. 105-118). A caminhada até o Jardim do Getsêmani no <b class="calibre1">Monte das Oliveiras</b> e os três períodos de oração de Cristo estão registrados em 14:26-42. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Escandalizareis. </b> A palavra originalmente significa <i class="calibre3">apanhar em uma armadilha</i>. Passou a se referir, também, ao ato de provocar a queda de alguém. Jesus disse, portanto, que os acontecimentos daquela noite apanhariam todos os seus discípulos desprevenidos como uma armadilha ou uma pedra de tropeço. <b class="calibre1">Esta noite... em mim. </b> Omitido por diversos manuscritos gregos muitíssimos significativos. <b class="calibre1">Está escrito. </b> Veja 1:2. A citação foi extraída de Zc. 13:7, livremente traduzida do texto hebraico. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">30. </b> Cristo enfatizou a proximidade da ocorrência – <b class="calibre1">hoje, nesta </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">noite. </b> Dirigiu-se também a Pedro com o enfático pronome pessoal, <b class="calibre1">te</b>. </p>
<p class="calibre2">Entre todos os discípulos, Pedro, embora insistisse na sua lealdade, negaria o Senhor. Nenhuma contradição deve ser imaginada em relação ao número de vezes que os outros Evangelhos mencionam que o <b class="calibre1">galo</b> cantaria. Os outros simplesmente declaram o fato que a negação seria feita antes do cantar do galo (a terceira vigília da noite; veja 13:35). </p>
<p class="calibre2">Marcos dá mais detalhes mencionando o número específico de vezes que o galo cantaria. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31. Ele disse. </b> Repetidamente Pedro confirmou sua jactância (gr. </p>
<p class="calibre2">imp.), e ele o fez com ênfase ( <i class="calibre3">veemência</i>). <b class="calibre1">De modo nenhum. </b> Uma excelente tradução da negativa dupla grega, ou <i class="calibre3">mê</i>, que expressa forte negação. Com isso, todos os discípulos concordavam (gr. Imp. <i class="calibre3">elegon</i>). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">33. Ter pavor. </b> Uma palavra forte, expressando profunda perturbação emocional e angústia. Foi traduzido de diversas maneiras ( <i class="calibre3">completamente perturbado, aterrorizado, estarrecido, profundamente agitado</i>). Marcos acrescenta a expressão, <b class="calibre1">angustiar-se</b> ( <i class="calibre3">adêmoinein</i>), que se refere a perplexidade e angústia. (MM, pág. 9). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. </b> Jesus estava angustiado e triste até à morte. Assim Jesus pediu <b class="calibre1">vigiai</b> (gr. "ficar acordado, alerta, vigilantes"). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">35. </b> A <b class="calibre1">hora</b> sobre a qual Jesus orou foi o momento em que, no plano de Deus, ele teria de sofrer e morrer para expiação do pecado (cons. Jo. </p>
<p class="calibre2">12:23, 27;13:1). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. Aba</b> é a palavra aramaica para "pai". <b class="calibre1">Este cálice</b> refere-se às mesmas coisas <b class="calibre1">daquela hora</b> (v. 35). Era o cálice de um sofrimento e morte que eram mais do que físicos. A agonia da qual o Senhor recuava era a agonia da alma resultante do ato de suportar a culpa do mundo perdido. O sofrimento seria sofrimento espiritual, uma separação de Deus Pai (cons. Mc. 15:34). E foi com referência a isto que Cristo orou pedindo que o cálice fosse afastado se possível fosse a Deus realizar seu propósito redentor de alguma outra maneira. Estava, entretanto em perfeita submissão ao Pai, desejando tão-somente a vontade dEle. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">38. </b> Aqui o Senhor acrescenta a ordem de <b class="calibre1">orar</b> (gr. <i class="calibre3">continuar orando</i>) a fim de não entrarem <b class="calibre1">em tentação. </b> Esse perigo deve ser interpretado como referência específica às provações iminentes associadas à prisão e morte do Senhor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">40. Pesados. </b> Literalmente, <i class="calibre3">carregados de sono</i>. <b class="calibre1">Não sabiam o que </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">lhe responder. </b> Não encontravam uma desculpa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">41. </b> Ele voltou pela <b class="calibre1">terceira vez</b> depois de tornar a orar (Mt. 26:44). </p>
<p class="calibre2">Difícil é saber em que sentido Jesus se referiu ao dormir e descansar. Há quem o interprete como uma pergunta; outros acham que é "um pouco de amargura" (Ezra P. Gould, <i class="calibre3">Mark</i>, págs. 271, 272). Depois de emergir das trevas daquela hora, ele já não tinha mais necessidade da certeza de que eles estavam de algum modo enfrentando a provação com ele. Parece que esse é o pensamento por trás das palavras. <b class="calibre1">Basta... Está sendo </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">entregue. </b> O tempo presente significa que a traição estava acontecendo exatamente naquele momento. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43. </b> Os versículos seguintes (43-52) narram a prisão de Cristo. A populaça foi conduzida por <b class="calibre1">Judas</b>, que sabia que Jesus costumava retirar-se para a solidão do Getsêmani (Jo. 18:2). A <b class="calibre1">turba</b> incluía alguns membros da corte romana aquartelada em Jerusalém como também a polícia do templo (Jo. 18:3). Sem dúvida os soldados estavam armados <b class="calibre1">com espadas</b> e a polícia do templo com <b class="calibre1">cacetes</b>. <b class="calibre1">Os principais </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">sacerdotes, os escribas e os anciãos</b> eram os três grupos que compunham o Sinédrio, indicando que o grupo designado para prender Jesus fora oficialmente despachado por esse corpo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">45. Judas, </b> com tingido respeito, fez o papel de um leal discípulo, saudando seu <b class="calibre1">Mestre</b> (gr. <i class="calibre3">rabi</i>) e o beijando cordialmente. O verbo grego para este último ato é uma forma intensificada da palavra que foi traduzida para "beijar" no versículo 44. Com esse intensificado ato de fingida devoção Judas apenas aumentou a sua culpa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">48. </b> Cristo os repreendeu por tratá-lo como se ele fosse um salteador armado ou ladrão de estrada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">49. </b> Essa prisão em um lugar tão fora de mão sob a cobertura da noite era completamente desnecessária, uma vez que ele estivera <b class="calibre1">no </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">templo ensinando</b> todos os dias. Com esse protesto Cristo apontou para o absurdo do procedimento deles, rebatendo assim seus motivos para a prisão e julgamento. Mas Deus já tinha previsto suas atitudes e predissera o curso dos acontecimentos nas <b class="calibre1">Escrituras</b> (como exemplo, cons. Is. 53:8, 9, 12). Portanto, apesar da lógica dos protestos de Cristo, a prisão resultaria em julgamento e o julgamento em execução. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">51. Um jovem. </b> A palavra grega <i class="calibre3">neaniskos</i> era usada em relação aos homens entre vinte e quatro e quarenta anos de idade (Arndt, pág. 536). </p>
<p class="calibre2">Nenhum outro Evangelho registra este incidente. Conseqüentemente não temos outras informações relativas à identidade da pessoa. Já houve quem sugerisse, talvez corretamente, que Marcos fizesse uma velada referência a si mesmo. Parece que não há nenhum outro motivo para que este insignificante incidente fosse incluído. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">52. Desnudo. </b> A palavra <i class="calibre3">gymnos</i> não significa necessariamente que a pessoa estivesse completamente nua; era também usada para descrever uma pessoa vestida apenas de roupas íntimas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">53. </b> Aqui a narrativa volta-se para o julgamento de Cristo pelos judeus e romanos (14:53 - 15:15). Marcos dirige-se imediatamente para a narrativa da noite do julgamento diante do Sinédrio (vs. 53-65). Que o grupo examinador era o Sinédrio vê-se pela presença de <b class="calibre1">todos os </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">principais sacerdotes, e os anciãos e os escribas. </b> O sumo sacerdote nessa ocasião era Caifás. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">54. </b> Talvez porque estivesse determinado a cumprir a sua lealdade gabola, <b class="calibre1">Pedro seguia-o. </b> Entretanto, o medo o mantinha à distância, e como resultado não conseguiu introduzir-se na casa do sumo sacerdote com a multidão. A palavra usada por Marcos que foi traduzida para <i class="calibre3">palácio</i> (em inglês) é <i class="calibre3">aulên</i> e é realmente o pátio. João explica (18:15, 16) que outro discípulo deu um jeito de Pedro entrar. Os <b class="calibre1">serventuários</b> com os quais <b class="calibre1">estava assentado</b> eram provavelmente membros da polícia do templo e servos do sumo sacerdote. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">55. </b> A palavra traduzida para <b class="calibre1">Sinédrio</b> é <i class="calibre3">synedrion</i>. Realizaram uma longa investigação ( <i class="calibre3">azêtoun</i>, imp.) procurando testemunhas contra Jesus. </p>
<p class="calibre2">Esses membros da corte judia estavam agindo como promotores públicos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">58, 59. </b> Essas pessoas estavam falando sobre as observações que Cristo fizera durante o começo do seu ministério na Judéia por ocasião da primeira purificação do Templo (Jo. 2:19). A falsidade do seu testemunho está evidente pela deturpação da declaração e pela falta de concordância entre elas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">60. </b> Embaraçado pela falta de concordância das testemunhas, <b class="calibre1">o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">sumo sacerdote</b> tentou envolver Cristo em uma discussão, aparentemente esperando que sua resposta o comprovasse culpado. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">61. </b> A pergunta, <b class="calibre1">És tu o Cristo? </b>, coloca o pronome pessoal na posição enfática; pode ser traduzido assim, <i class="calibre3">Você, você é o Messias? </i> Era comum entre os judeus usar ternos tais como o <b class="calibre1">Bendito</b> quando se referiam a Deus, para que não fossem culpados de tomar o nome divino em vão. Mateus esclarece (26:63) que o sumo sacerdote colocou Jesus sob solene juramento, que o obrigava a responder. Ele não tinha outra escapatória senão dar o seu testemunho, o qual seria usado contra ele. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">62. </b> Com uma afirmação direta, Jesus respondeu, <b class="calibre1">Eu sou. </b> O restante de sua resposta foi expressado em termos extraídos de Dn. 7:13 e Sal. </p>
<p class="calibre2">110:1. <b class="calibre1">A direita do Todo-Poderoso</b> é a mão direita de Deus. Cristo assegurou aos seus juízes que viria o dia quando eles o veriam como o Messias exercendo o poder da divindade e vindo para juízo (veja 13:26). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">63. </b> Esse foi o tipo de resposta que o sumo sacerdote desejava. </p>
<p class="calibre2">Prontamente <b class="calibre1">rasgou as suas vestes, </b> como devia fazer quando ouvisse uma blasfêmia (cons. H. B. Swete, <i class="calibre3">Mark</i>, págs. 359, 360). Já não necessitavam de <b class="calibre1">mais... testemunhas, </b> uma vez que Jesus foi forçado a testemunhar contra Si mesmo, um procedimento ilegal na lei judaica. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">64. </b> A declaração de Cristo foi interpretada como <b class="calibre1">blasfêmia</b> porque as autoridades viam em Jesus um simples homem (cons. Jo. 10:33). A questão de sua culpa foi colocada diante de todo o concilio, e eles unanimemente <b class="calibre1">o julgaram réu de morte. </b> A pena estabelecida para blasfêmia era a morte (Lv. 24:16). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">65. </b> Parece que foram alguns membros do sinédrio que começaram a tratar Jesus da maneira vergonhosa descrita. Para tais líderes religiosos do Judaísmo, altamente qualificados e respeitados, suas atitudes foram muitíssimo degradantes. Cobriram-lhe o rosto com uma venda quando batiam nele para ridicularizar seu conhecimento sobrenatural (cons. Lc. 22:64). Quando foi entregue aos <b class="calibre1">guardas</b> (a polícia do templo), estes seguiram o exemplo dos seus superiores e começaram a lhe bater. A palavra <i class="calibre3">rapisma</i> refere-se a um golpe dado com uma vara ou a uma bofetada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">67. Fixou-o. </b> A palavra indica que ele fixou o seu olhar. Por causa da intercessão de João por Pedro (Jo. 18:15, 16), a criada sem dúvida estava certa que Pedro era um seguidor de Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">68. </b> A negação de Pedro foi reforçada pela repetição (<b class="calibre1">Não o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">conheço, nem compreendo o que dizes</b>). Apanhado pela inesperada identificação, ele se esqueceu de sua lealdade gabola. <b class="calibre1">O alpendre</b> para o qual Pedro saiu era o pátio externo ou o vestíbulo que dava da rua para o pátio interno. Muitos textos antigos omitem as palavras <b class="calibre1">e o galo cantou. </b> <b class="calibre1">69. </b> O texto grego indica que foi a mesma <b class="calibre1">criada</b> que anteriormente já acusara Pedro. Entretanto, Mt. 26:71 fala de outra criada, enquanto que Lc. 22:58 declara que uma outra pessoa (do sexo masculino) dirigiu-se a Pedro diretamente. Não é necessário procurar contradições entre as narrativas neste ponto. Evidentemente havia duas criadas, o porteiro e outra pessoa, os quais apontaram Pedro entre os circunstantes. </p>
<p class="calibre2">Além disso, um homem disse a Pedro "Você também é um deles". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">70. </b> A terceira acusação partiu de diversas pessoas que estavam ao redor. Provavelmente houve diversas declarações, como o tempo imperfeito <i class="calibre3">elegon</i> pode muito bem indicar. João 18:26 revela que uma pessoa daquelas que fazia acusações era um parente do indivíduo a quem Pedro cortou a orelha. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">71. A praguejar e a jurar. </b> Esses verbos não indicam que Pedro tenha usado de irreverência como o termo é compreendido hoje em dia. </p>
<p class="calibre2">Em vez disso, ele provavelmente <b class="calibre1">amaldiçoou-se</b> caso estivesse mentindo e colocou-se sob juramento ao fazer a sua negativa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">72. </b> Neste ponto as evidências dos manuscritos justificam a inclusão das palavras, <b class="calibre1">segunda vez</b> (veja v. 68). Os melhores textos também contêm a palavra "imediatamente" ( <i class="calibre3">euthys</i>). O cantar do galo seguiu-se firme à terceira negativa, penetrando profundamente na consciência do discípulo. Naquele instante Pedro viu Jesus que olhava para ele (Lc. 22:61) de uma sala acima do pátio. <b class="calibre1">Caindo em si. </b> A palavra <i class="calibre3">epibalôn</i> há muito que constitui um problema de tradução aqui. Enquanto <i class="calibre3">epibalôn</i> descreve o início do choro, o tempo imperfeito <i class="calibre3">eklaien</i>, <b class="calibre1">chorou</b>, descreve a continuação dele. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Marcos 15 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15:1. </b> Este versículo descreve uma segunda reunião do Sinédrio muito cedo de manhã. Lucas 22:66-71 dá um registro mais completo desta fase no tribunal judeu. Parece que houve uma tentativa de tornar legal a condenação, uma vez que era ilegal realizar um julgamento à noite. Dessa vez os romanos não permitiram que os judeus aplicassem a sentença de pena capital. Conseqüentemente foi necessário levar Jesus <b class="calibre1">a </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Pilatos, </b> que era o procurador romano que governava a Judéia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. </b> O julgamento romano foi descrito em 15:2-15. Para uma narrativa mais completa do mesmo veja Jo. 18:28 – 19:16. Uma das acusações era que Jesus dizia-se rei, e foi por causa dessa alegação que Pilatos fez a pergunta. Uma reivindicação real era terreno para se julgar por traição. A resposta de Jesus, <b class="calibre1">Tu o dizes, </b> é suscetível de diversas interpretações. Entretanto, à luz de Jo. 18:34-38, é melhor entendê-la como resposta afirmativa, a qual, conforme João diz, foi acompanhada de uma explicação sobre que tipo de rei Jesus dizia-se ser. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3, 4. </b> Estes versículos descrevem os <b class="calibre1">principais sacerdotes</b> quando jogaram uma barragem de acusações contra Jesus. Tão maldoso foi o ataque que <b class="calibre1">Pilatos</b> não pôde entender a calma conduta do prisioneiro (cons. v. 5). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. </b> O governador estabelecera prática de soltar <b class="calibre1">um dos presos</b> todos os anos durante a Páscoa, talvez como tentativa de manter a boa vontade dos judeus. Os verbos <i class="calibre3">soltar</i> e <i class="calibre3">pedissem</i>, ambos estão no tempo imperfeito, mostrando que esses atos eram costumeiros, isto é, <b class="calibre1">era </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">costume soltar... </b> <b class="calibre1">7. </b> O prisioneiro <b class="calibre1">Barrabás</b> não era um ladrãozinho qualquer. Era um salteador (Jo. 18:40), como também um insurreicionista e assassino. </p>
<p class="calibre2">Parece que o homem era um judeu que participara de uma revolta contra Roma, um crime muito parecido com aquele de que os judeus acusavam Jesus (Ezra P. Gould, <i class="calibre3">Mark</i>, pág. 285). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Dando gritos. </b> (ERC) Os melhores manuscritos antigos dão <i class="calibre3">anabas</i>, "subiu". A multidão pediu a Pilatos que fizesse o que sempre costumava fazer (<b class="calibre1">fizesse como de costume, </b> gr. imp.) soltando um prisioneiro. Parece que a multidão estava pedindo a soltura de Barrabás, uma vez que talvez fosse uma espécie de herói deles por causa de sua participação na rebelião contra Roma. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. </b> A esta altura a multidão talvez estivesse tentada a pedir que soltasse Jesus, mas os sacerdotes <b class="calibre1">incitaram a multidão</b> a pedir Barrabás. A palavra <i class="calibre3">anaseiô</i> significa "incitar, instigar", ou mais literalmente, <i class="calibre3">excitar</i>, conforme demonstra a agitação excitada da populaça. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Querendo contentar a multidão. </b> A expressão grega ( <i class="calibre3">tohikanon poêsai</i>) indica que ele estava desejoso de satisfazer os judeus, mesmo que para fazê-lo tivesse de sacrificar um homem inocente. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Açoitar</b>. Esse ato foi realizado com um chicote feito de tiras de couro com ásperos pedaços de metal atados às pontas. A vítima era reclinada sobre um poste baixo, e o castigo era aplicado sobre as costas nuas. </p>
<p class="calibre2">Muitas vezes os cortes profundos abriam a carne até os ossos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. </b> Ainda não eram 9 horas da manhã. O julgamento diante de Pilatos foi seguido muito de perto da crucificação (15:16-41). <b class="calibre1">Os </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">soldados</b> a quem Jesus foi confiado eram militares romanos sob a jurisdição de Pilatos. O <b class="calibre1">palácio</b>. A palavra grega é <i class="calibre3">aulê</i>, "pátio", como em 14:54, onde foi traduzido também para "palácio". Marcos explica que era o <b class="calibre1">pretório</b>, um termo que pode muito bem se referir tanto ao palácio de Herodes como à fortaleza de Antônia, onde as tropas romanas estavam aquarteladas (cons. Arndt, pág. 704). De qualquer maneira, parece referir-se ao quartel dos soldados. A corte romana era formada de aproximadamente seiscentos homens. Entretanto, o número variava de acordo com a situação, e neste exemplo poderia ser bem menor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. </b> Os três verbos, <b class="calibre1">Davam, cuspiam e adoravam</b> estão todos no imperfeito, descrevendo a repetição desses atos. Soldado após soldado zombava cruelmente da mal-interpretada reivindicação de Jesus de ser um rei. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. </b> João 19:17 explica que quando o cortejo partiu para a execução, Jesus estava levando a sua própria cruz. Logo depois, entretanto, os soldados deram com <b class="calibre1">Simão</b> e o obrigaram a carregar o instrumento da execução. A identidade desse homem era evidentemente conhecida dos leitores romanos de Marcos, pois Marcos menciona seus filhos, <b class="calibre1">Alexandre e Rufo, </b> como se fossem pessoas conhecidas. Havia um Rufo em Roma quando Paulo escreveu a Epístola aos Romanos (16: 13). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Gólgota</b> é uma palavra aramaica que quer dizer <i class="calibre3">caveira</i>. O local era provavelmente assim chamado por causa do seu formato. O sítio que tradicionalmente é defendido por muitos é o da Igreja do Santo Sepulcro. </p>
<p class="calibre2">Outros insistem na colina conhecida como o Calvário de Gordon. No interesse da objetividade devemos admitir que, no presente momento, uma identificação acurada do local é impossível. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Deram-lhe. </b> O tempo imperfeito, <i class="calibre3">edidoum</i>, ficaria melhor traduzido para <i class="calibre3">eles iam lhe dar</i>. Jesus recusou a bebida depois de experimentá-la e descobrir o que era (Mt. 27:34). <b class="calibre1">Mirra</b> servia como entorpecente administrado para minorar a tortura da horrível morte pela crucificação. Jesus, entretanto, recusou permitir que essa poção estupefaciente anuviasse seus sentidos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. </b> Os detalhes da crucificação estão ausentes em todos os Evangelhos. Sabe-se de Jo. 20:25 que cravos foram usados para prender suas mãos na cruz. A crucificação foi reconhecida como uma das mais cruéis formas de execução empregada no mundo antigo. Freqüentemente a vítima era abandonada sobre a cruz por diversos dias antes que a morte aliviasse seu intenso sofrimento. As <b class="calibre1">vestes</b> da pessoa condenada ficavam para os executantes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. </b> A hora da execução coloca-se na hora terceira, que era a designação judia para as 9 horas da manhã. O julgamento diante de Pilatos aconteceu na sexta hora, de acordo com o tempo romano, que seria às 6 horas da manhã (cons. Jo. 19:14). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. </b> Costumava-se usar qualquer tipo de placa indicando o nome e a <b class="calibre1">acusação</b> do condenado. Marcos dá apenas o crime do qual Jesus foi acusado. João indica que o título também continha a identificação <b class="calibre1">Jesus </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Nazareno</b> (19:19). Não há contradição; Marcos é apenas mais conciso. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. </b> Os dois criminosos que foram crucificados com Jesus eram mais do que reles ladrões. Conforme 14:48, <i class="calibre3">lêstês</i> significa "salteador, assaltante". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29, 30. Blasfemavam dele. </b> Os transeuntes blasfemavam ( <i class="calibre3">eblasphêmoun</i>, imp.) de Jesus. <b class="calibre1">Meneando as cabeças. </b> Sacudiam as cabeças em desaprovação desdenhosa. A lógica por trás do seu sarcasmo era um argumento de cima para baixo. Se ele podia reconstruir o Templo em três dias, podia certamente e com toda facilidade <b class="calibre1">descer da cruz</b>. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31. Os principais sacerdotes e os escribas</b> também participavam da zombaria, mas entre si. Seu, muitas vezes, repetido sarcasmo referente à incapacidade de Cristo de se salvar era na realidade uma negativa de que ele pudesse ajudar alguém. Se não podia livrar-se do sofrimento e morte, como poderia livrar outra pessoa? <b class="calibre1">33. </b> Passaram-se três horas; era o meio do dia, a hora sexta. Quando o sol estava em todo o seu esplendor, <b class="calibre1">houve trevas</b> ( <i class="calibre3">egeneto</i>) <b class="calibre1">sobre toda </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">terra. </b> Não poderia ter sido um eclipse total que escurecesse toda a terra, Lenski argumenta (Lenski, <i class="calibre3">Interpretation of Mark</i>, pág. 713-714), pois a Páscoa acontecia na lua cheia, quando tal eclipse não era possível. O que causou as trevas não foi declarado. Certamente o fenômeno foi sobrenatural. <b class="calibre1">A hora nona</b> era às 15 horas (veja v. 25). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. </b> Jesus ficou na cruz durante seis horas. Seu gato foi uma citação do Sl. 22:1. <b class="calibre1">Eloí, Eloí, lamá sabactâni</b> é uma transliteração do aramaico, a língua nativa de Cristo. Marcos, como de costume, deu o significado da expressão aramaica para os seus leitores romanos. Esse grito de abandono fornece um vislumbre do sofrimento íntimo de Cristo na cruz. Sua maior agonia não foi física; foi, antes, agonia da alma quando levou sobre si a culpa do pecado do mundo. O sentido no qual Deus <b class="calibre1">desamparou</b> Cristo foi que o Pai interrompeu a comunhão com o Filho. Deixou de manifestar o seu amor em relação ao Filho. Em vez disso, Cristo tornou-se o objeto do desprazer do Pai, pois era o Substituto do pecador. Cristo se tornou "pecado por nós" (II Co. 5:21), e um Deus santo não pode olhar para o pecado com agrado. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. O vinagre</b> era vinho azedo que matava a sede mais depressa do que água (Arndt, págs. 577, 578). Considerando que não era uma mistura entorpecente como a do versículo 23, Jesus aceitou-a sem protesto (cons. Jo. 19:29,30). <b class="calibre1">Se Elias vem. </b> Não temos motivos para deduzirmos que as pessoas que falavam fossem sinceras em suas palavras. Sem dúvida era continuação da zombaria tão evidente em 15:29-32. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">37. Expirou. </b> A palavra grega é <i class="calibre3">exepneusen</i>, que literalmente significa <i class="calibre3">expirou</i>. Não foi uma luta prolongada, tal como o tempo imperfeito poderia descrever. Em vez disso, o aoristo descreve um acontecimento rápido, momentâneo. Expirou e já tinha partido. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">38. O véu</b> era a pesada cortina que separava o Lugar Santo do Santo dos Santos no santuário (naos, "santuário"). Veja a descrição em Josefo, <i class="calibre3">Wars of the Jews</i>, V, v. 4. O rasgão moveu-se <b class="calibre1">de alto a baixo, </b> talvez apontando para a origem divina do acontecimento. Seu momento de ocorrência foi significativo. Considerando que era a hora do sacrifício da tarde, o rasgar do véu não poderia passar despercebido. O significado da abertura do Santo dos Santos está explicado em Hb. 9:7, 8; 10:19-22. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">39. Um centurião</b> tinha cem homens sob o seu comando. Nesta ocasião o oficial estava encarregado de um destacamento menor designado para a crucificação. <b class="calibre1">Em frente dele. </b> Isto é, estava diante da cruz. A declaração do centurião de que Jesus <b class="calibre1">era o Filho de Deus</b> não deve ser tomada no pleno sentido cristão. Em primeiro lugar, o artigo não aparece no texto grego. Deve-se ler, portanto, "um filho de Deus", ou quando muito, "Filho de Deus". A bagagem pagã do oficial romano não deve ser ignorada. Ele pode muito bem ter visto Jesus como um ser sobrenatural, mas que ele possuía todo o conceito cristão da divindade de Cristo é improvável. Mais adiante, Lucas registra que ele declarou que Jesus era <b class="calibre1">homem justo</b> (23:47). Para forçar uma interpretação contrária, veja Lenski, <i class="calibre3">Interpretation of Mark</i>, págs. 725-727. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">40. María Madalena</b> não deve ser confundida com Maria de Betânia (Jo. 12:1 e segs.) nem com a mulher pecadora de Mc. 7:37. Ela vinha de Magdala na Galiléia, e fora libertada da possessão demoníaca por meio de uma ordem de Jesus (Lc. 8:2). A segunda <b class="calibre1">Maria</b> parece que era a mãe de Tiago, filho de Alfeu, um dos discípulos (Mc. 3:18). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salomé</b> foi descrita como sendo a mãe de Tiago e João, os filhos de Zebedeu (Mt. 27:56). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">42. </b> A narrativa da Paixão termina com uma descrição do sepultamento de Jesus (vs. 42-47). <b class="calibre1">Ao cair da tarde. </b> A tarde mencionada aqui deve ser forçosamente o começo da tarde, entre a hora do sacrifício da tarde (15 horas) e o pôr-do-sol (18 horas). Os preparativos para o sepultamento tinham de ser feitos antes do começo do <b class="calibre1">sábado</b> ao pôr-do-sol (cons. Jo. 19:31-37). Observe a explicação de Marcos referente ao termo judeu, <b class="calibre1">da preparação</b>, para seus leitores gentios. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43. </b> Nada sabemos sobre <b class="calibre1">José de Arimatéia</b> exceto o que os Evangelhos apresentam em relação a este acontecimento (cons. Mt. 27:57; Lc. 23:51; Jo. 19:38). <b class="calibre1">Pediu</b> ( <i class="calibre3">aiteô</i>) o corpo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">46. O lençol</b> foi enrolado à volta do corpo de Jesus em tiras (cons. Jo. 19: 40, texto grego). O <b class="calibre1">túmulo</b> fora <b class="calibre1">lavrado</b> na rocha por um canteiro, prática comum naquela vizinhança. Mateus declara que a sepultura pertencia a José e que era nova (27:60). A <b class="calibre1">pedra</b> que foi rolada diante da entrada era provavelmente uma laje circular que encaixava em uma reentrância da rocha escavada para tal propósito. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Marcos 16 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">C. A Ressurreição do Senhor. 16:1-20. </b></p>
<p class="calibre2">O último capítulo do Evangelho encaixa em duas seções inteiramente distintas. A visita das três mulheres à sepultura ocupa 16:1-8. O restante do capítulo, 16:9-20, forma um sumário dos aparecimentos de Cristo depois da ressurreição, concluindo com a sua ascensão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. </b> Considerando que o <b class="calibre1">sábado</b> terminava ao pôr-do-sol, parece que as três mulheres mencionadas em 15:40 foram a uma das vendas que se abriram novamente à tarde e compraram o material necessário. Os aromas ( <i class="calibre3">arômata</i>) eram líquidos, tais como o azeite perfumado, pois as mulheres planejavam ungir o corpo de Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. E muito cedo. </b> João diz que ainda estava escuro (20:1), quando Marcos afirma que foi ao <b class="calibre1">despontar do sol. </b> O conflito aparente resolve-se facilmente se supormos que as mulheres começaram a sua caminhada enquanto ainda estava escuro e chegaram à sepultura exatamente quando o sol nascia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. E, olhando. </b> A palavra é <i class="calibre3">anablepô</i>, significando "levantaram os olhos". Talvez elas se aproximaram andando de cabeças abaixadas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. </b> Marcos conta que <b class="calibre1">viram um jovem. </b> Mateus descreve a pessoa como sendo um anjo que removera a pedra (28:24). E Lucas diz que havia dois homens com vestidos resplandecentes (24:4). A variedade é uma evidência de que estas são as narrativas de diversas testemunhas oculares, cada uma descrevendo o que mais a impressionou. A história completa incluiria o aparecimento de dois anjos, um dos quais rolou a pedra e falou às mulheres. <b class="calibre1">Surpreendidos</b>. A palavra seria melhor traduzida para <i class="calibre3">completamente atônitas</i>. Lenski usa a palavra "mudas de surpresa" ( <i class="calibre3">Interpretation of Mark</i>, pág. 742). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Não vos atemorizeis. </b> Poderia ser traduzido para <i class="calibre3">Deixem de ficar completamente atônitas</i>. O anjo assegurou-lhes que Jesus <b class="calibre1">ressuscitou</b> e que não estava mais ali, em prova do que chamou a atenção delas para <b class="calibre1">o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">lugar onde o puseram. </b> João 20:6, 7 informa-nos que os panos que o envolviam ainda estavam lá. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. </b> Observe como <b class="calibre1">Pedro</b> foi destacado nos preparativos para uma reunião na Galiléia. Através disso o discípulo caído recebeu a certeza de que Cristo não o rejeitara como resultado de suas negativas (14:66-72). </p>
<p class="calibre2">Uma comparação feita com os outros Evangelhos mostra que os discípulos não partiram imediatamente para a Galiléia e que Cristo apareceu primeiro a Pedro (Lc. 24:34) e depois aos discípulos naquela tarde (Lc. 24:36). A reunião na Galiléia foi registrada em Mt. 28:16-20. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Estavam possuídas de temor e de assombro. </b> O original de Marcos é mais vigoroso. Ele diz: "... foram tomadas de tremor e espanto". Não foi sem razão que <b class="calibre1">fugiram do sepulcro. </b> A declaração de que nada disseram <b class="calibre1">a ninguém</b> deve ser entendida à luz dos outros Evangelhos. Nada disseram ao longo do caminho, pois estavam com medo e com pressa de levar a notícia aos discípulos (cons. Mt. 28:8; Lc. 24:9, 10). </p>
<p class="calibre2">Nota textual. 16:9-20. Nos dois manuscritos do N. T. grego mais dignos de crédito (do Vaticano e o Sinaítico) o Evangelho termina com 16:8, como acontece também com diversas versões mais antigas. Tanto Eusébio como Jerônimo declaram que o final estava ausente na maior parte dos manuscritos do seu tempo. Além disso, diversos textos e versões oferecem um substituto mais resumido de 16:9-20. Maior número de manuscritos têm a conclusão mais longa, mas grande parte deles são de data recente e de qualidade inferior. Pelos padrões reconhecidos da avaliação textual, tanto as conclusões mais longas como as mais curtas devem ser rejeitadas, e esse é o julgamento de quase todos os mestres do texto. Lenski é um dos poucos comentaristas que argumenta em favor da conclusão mais longa ( <i class="calibre3">Interpretation of Mark</i>, pág. 750-755). Além disso, um exame dos versículos 9-20 não deixa de impressionar o estudante atento com o fato de que esses versículos diferem acentuadamente no estilo do restante do Evangelho. Talvez a explicação mais aceitável seja que o final do evangelho original tenha sido rasgado e perdido antes que cópias adicionais fossem tiradas. Talvez outros tenham tentado acrescentar um final substitutivo, sendo o mais bem sucedido aquele que agora aparece em 16:9-20. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9-11. </b> A narrativa original, que aqui foi resumida, encontra-se em Jo. 20:11-18. Observe que a ênfase do autor foi colocada sobre a incredulidade dos discípulos (Mc. 16:11, 13, 14). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12, 13. </b> Para uma narrativa mais completa deste acontecimento, veja Lc. 24:13-35. <b class="calibre1">Em outra forma. </b> Lc. 24:16 diz que seus olhos estavam de algum modo afetados de modo que não reconheceram Cristo. Se Cristo realmente mudou a sua aparência não o sabemos. <b class="calibre1">Os outros</b> eram os onze discípulos em Jerusalém (Lc. 24: 33). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14-18. </b> Este aparecimento <b class="calibre1">aos onze</b> seguiu-se imediatamente depois do aparecimento aos viajantes de Emaús (Lc. 24:36-49; Jo. 20:19-25). </p>
<p class="calibre2">Lucas e João não dão a impressão de que Jesus os tenha repreendido por causa da <b class="calibre1">incredulidade e dureza de coração, </b> mas que ele reconheceu como era difícil para eles crer, e procurou remover essa dificuldade oferecendo provas da sua ressurreição. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Quem crer e for batizado. </b> Este versículo tem sido usado por alguns para tentar provar que o batismo é necessário à salvação. Em primeiro lagar, o fato de que a declaração só aparece nesta conclusão controvertida do livro de Marcos deveria indicar a necessidade de cautela no uso do versículo como prova. E então, deve-se notar que na segunda metade do versículo a única base para a condenação é a recusa em crer. Pode-se, portanto, concluir que a única base para a salvação é a fé. Tal interpretação está em completa harmonia com o todo dos ensinamentos do N. T. em relação ao assunto (cons. Rm. 3:28; Ef. 2:8, 9). A declaração relativa à expulsão de <b class="calibre1">demônios</b> e falar em <b class="calibre1">novas </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">línguas</b> (v. 17) pode muito bem ser uma referência aos acontecimentos na igreja primitiva conforme narrados em Atos. Até mesmo as palavras sobre o pegar em <b class="calibre1">serpentes</b> podem ser alusivas à experiência de Paulo em Atos 28:1-6. O N. T. não contém nenhuma outra passagem que fale de beber veneno (<b class="calibre1">alguma coisa mortífera</b>). Mesmo se esta passagem fosse indiscutivelmente genuína, não poderia ser racionalmente usada como base para deliberado e presunçoso manejo de cobras e para se beber veneno conforme praticado por algumas seitas religiosas extremistas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19, 20. </b> Este resumo final refere-se à ascensão de Cristo e o ministério sucessivo dos seus seguidores. A frase, <b class="calibre1">depois de lhes ter </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">falado, </b> parece implicar que a ascensão de Cristo aconteceu imediatamente após seu aparecimento aos onze à tarde do dia da sua ressurreição (vs. 14-18). Entretanto, uma comparação com Lv. 24:50-53 e Atos 1:1-11 mostra que se passaram quarenta dias depois da sua morte. </p>
<p class="calibre2">O versículo final pode muito bem servir como um pequeno resumo do livro de Atos. <b class="calibre1">O Senhor e confirmando a palavra. </b> Observe a extraordinária semelhança com Hb. 2:4. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1"> </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">LUCAS </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Introdução </b></a></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Esboço </b></a></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 1 Capítulo 7</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 13 Capítulo 19 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 2 Capítulo 8</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 14 Capítulo 20 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 3 Capítulo 9</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 15 Capítulo 21 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 4 Capítulo 10</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 16 Capítulo 22 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 5 Capítulo 11</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 17 Capítulo 23 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 6 Capítulo 12</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 18 Capítulo 24 </a></b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">INTRODUÇÃO </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">O Evangelho segundo Lucas é a narrativa mais completa da vida de Jesus que veio até nós proveniente da era apostólica. Teve a intenção de ser uma descrição completa do curso da vida do Salvador desde o seu nascimento até a sua ascensão, e faz parte de uma obra maior que inclui o livro dos Atos, o qual prossegue com a história das atividades missionárias da igreja até o estabelecimento da comunidade cristã em Roma. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">O Autor. </b> De acordo com o testemunho uniforme da igreja, Lucas, um médico gentio e companheiro de Paulo, foi o autor do Terceiro Evangelho. Seu nome não foi mencionado nas suas páginas, mas as evidências disponíveis tendem a concordar e confirmar a tradição. </p>
<p class="calibre2">A íntima relação entre o Evangelho e o livro de Atos mostra que as duas obras têm o mesmo autor, e sejam quais forem as pistas que identifiquem o autor de uma aplicam-se à interpretação da outra. Os dois livros foram endereçados ao mesmo homem, Teófilo (Lc. 1:3; Atos 1:1). </p>
<p class="calibre2">O conteúdo de Lucas encaixa-se perfeitamente na descrição do "primeiro tratado" mencionado na introdução dos Atos (Atos 1:1). A continuidade do estilo e dos ensinamentos sobre a pessoa de Cristo, a ênfase predominante sobre a obra do Espírito Santo, o interesse penetrante pelo ministério aos gentios, e a atenção constante que o escritor dedica aos acontecimentos históricos contemporâneos apontam para uma unidade planejada. </p>
<p class="calibre2">Nessa mesma base, os fatos fornecidos pelo livro de Atos relativamente ao seu autor também se aplicam ao Evangelho. O autor era um gentio convertido, possivelmente da igreja de Antioquia, onde Paulo serviu com Barnabé no começo do seu ministério (Atos 11:25, 26). O escritor juntou-se-lhe mais tarde em Troas, conforme indica o uso que faz do pronome "nós" (Atos 16:10), acompanhou-o até Filipos, e presumivelmente permaneceu lá enquanto Paulo visitava Jerusalém Quando Paulo retornou a Filipos, Lucas voltou com ele a Jerusalém (Atos 20:5 – 21:15), onde Paulo foi preso e colocado sob custódia protetora. No final da prisão de Paulo em Cesaréia, Lucas o acompanhou a Roma (Atos 27:1 – 28:15). </p>
<p class="calibre2">Paulo menciona Lucas três vezes em suas epístolas, chamando-o de "médico amado" (Cl. 4:14; Fm. 24), e indicando mais tarde que foi o último amigo que permaneceu com ele na sua segunda prisão (II Tm. </p>
<p class="calibre2">4:11). </p>
<p class="calibre2">A declaração de Paulo que Lucas era médico está corroborada pela linguagem que Lucas usa e pelo interesse que demonstra pelas enfermidades e a cura. Um notável exemplo dessa inclinação aparece na diferença entre a sua narrativa e a de Marcos referente à mulher que tinha uma hemorragia (Lc. 8:43; Mc. 5:26). Ele diagnostica o caso da mulher como incurável, enquanto Marcos enfatiza a incapacidade dos médicos. </p>
<p class="calibre2">O ministério de Lucas foi amplo. Médico, pastor, evangelista itinerante, historiador e escritor, foi tremendamente versátil e ativo. </p>
<p class="calibre2">Tinha muitas amizades entre os líderes cristãos do primeiro século, e parece que também tinha importante e especial relacionamento com as autoridades romanas. </p>
<p class="calibre2">A tradição tem preservado algumas interessantes lendas a respeito dele, embora talvez não sejam autênticas. De acordo com essas histórias, Lucas era um artista que pintou um quadro da Virgem Maria. Nunca se casou e nos últimos anos de sua vida retirou-se para Bitínia, onde faleceu. Outras lendas contam que ele foi martirizado na Grécia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">As Fontes. </b> O conteúdo de Lucas tem o aspecto geral de Mateus e de Marcos porque os três Evangelhos Sinóticos tratam dos acontecimentos gerais da vida de Jesus. Provavelmente uma grande porção da narrativa de Lucas, que coincide com o conteúdo de Mateus e Marcos teve origem nas pregações expositivas dos missionários apostólicos. Uma teoria largamente aceita acrescenta que Lucas usou o Evangelho de Marcos e uma especial fonte oral tal como fez Mateus. De acordo com o seu próprio testemunho ele conhecia as outras narrativas (Lc. 1:1, 2), mas não sabemos o quanto se utilizou delas. Uma grande parte do material de Lucas, entretanto é único no gênero. Sua história relacionada com os acontecimentos em torno do nascimento de Cristo difere de Mateus no ponto de vista e em alguns detalhes. Ele seleciona mais parábolas de Jesus do que Mateus e Marcos, e destaca mais a personalidade dos caracteres de sua narrativa. Na história da Ressurreição ele introduz a caminhada a Emaús, que nenhum dos outros Evangelhos dão de maneira completa. </p>
<p class="calibre2">Esses aspectos singulares ele os deve ter obtido de testemunhas oculares, pois ele não esteve pessoalmente presente nos acontecimentos que descreve. Na sua introdução ele declara que foi assim (Lc. 1:2) e mais adiante no Evangelho menciona pessoas das quais poderia ter obtido informações. Maria, a mãe de Jesus, pode ter fornecido o conteúdo dos dois primeiros capítulos; Maria Madalena, Joana, a esposa de Cuza (mordomo de Herodes), e outras mulheres (8:3) poderiam ter-lhe fornecido muitas reminiscências pessoais. Se Lucas viajou pela Palestina durante a prisão de Paulo em Cesaréia, poderia ter entrevistado inúmeras pessoas que se lembrariam de terem ouvido Jesus pregando e ensinando. Das pregações de Paulo e dos outros apóstolos que ele ouviu, poderia ter extraído grande parte das aplicações doutrinárias que aparecem tanto no Evangelho como no livro de Atos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A Data. </b> Por causa da conclusão abrupta do livro de Atos, parece que Lucas concluiu o mesmo no final dos dois anos da prisão de Paulo em Roma. Se o Evangelho foi escrito anteriormente, conforme indica a introdução do livro de Atos (Atos 1:1), deve ter sido composto, o .mais tardar, antes de 62 A.D. quando terminou a prisão em Roma. Talvez Lucas colheu o material para o mesmo durante seus anos de serviço com Paulo, e então, antes de sair da Palestina na companhia deste, a caminho de Roma, enviou-o de Cesaréia para o seu amigo Teófilo. Se foi assim, o Evangelho foi escrito aproximadamente em 58 A.D. A alusão feita ao cerco e tomada de Jerusalém (Lc. 21:20-24) tem sido interpretada por alguns que o Evangelho foi escrito depois da queda da cidade em 70 A.D. Tal conclusão não é necessária se considerarmos que o conteúdo do capítulo é uma profecia, e que Lucas está apenas registrando as palavras de Jesus sobre o futuro. </p>
<p class="calibre2">A afinidade entre a linguagem da narrativa de Lucas sobre a Última Ceia (22: 14-23) e o resumo de Paulo (I Co. 11:23-26) pode indicar que Lucas estivesse repetindo as palavras que o próprio Paulo usou em diversas ocasiões. Se for assim, a composição e publicação do Evangelho podem ser colocadas mais perto dos dias de Paulo do que em período de trinta ou mais anos após. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">O Lugar. </b> Nenhuma indicação do lugar da publicação nos foi dada. </p>
<p class="calibre2">Uma tradição relaciona o Evangelho com a Grécia, possivelmente Atenas. Outra sugere que o lugar seja a Antioquia da Síria, onde Lucas teria amigos. Cesaréia parece ser o lugar mais adequado para a sua composição, mas o Evangelho pode ter sido completado e enviado de Roma a Teófilo, se não da própria Cesaréia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">O Destinatário. </b> Teófilo, a quem o Evangelho foi endereçado, era provavelmente um gentio de alta posição social. Lucas o saúda com o titulo, "ó excelente", o qual ele reserva em outros lugares de seus escritos para autoridades romanas (Atos 24:3; 26:25.) Nada se sabe dele diretamente além das duas menções feitas em Lucas 1:3 e Atos 1:1. Era um cristão convertido, interessado em saber mais sobre a nova fé do que poderia obter da simples instrução de rotina. Os dois tratados de Lucas tinham a intenção de transformá-lo em um crente inteligente. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">O Desenvolvimento das Idéias. </b> O Evangelho de Lucas apresenta o curso da vida de Jesus como se alguém apresentasse seus pontos altos a um auditório por meio de um filme. Começa com sua genealogia e nascimento, continua através do seu ministério terreno até a Paixão, e atinge o clímax na Ressurreição. Atos continua sua operação na igreja através do Espírito Santo até a chegada de Paulo em Roma. O Evangelho, então, foi dedicado à primeira metade dessa apresentação progressiva da pessoa de Cristo. </p>
<p class="calibre2">A estrutura de Lucas segue de modo geral a ordem de Mateus e Marcos, uma vez que foi determinada pela vida de Cristo propriamente dita. A apresentação dos fatos é mais completa em diversos aspectos, mas é menos apegada aos tópicos do que Mateus e mais fluente que a de Marcos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Resumo da Mensagem. </b> A mensagem do Evangelho de Lucas pode ser resumida nas palavras de Jesus a Zaqueu, conforme Lucas as registra: "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (19:10). O caráter e propósito de Jesus como Salvador é o tema principal deste livro. As atividades e os ensinamentos de Jesus em Lucas são focalizados no ato de tirar os homens dos seus pecados e de trazê-los de volta à vida e à esperança. Os milagres, as parábolas, os ensinamentos e as atitudes de Jesus exemplificam seu poder e vontade redentores. </p>
<p class="calibre2">O conceito de Jesus como Filho do homem enfatiza a sua humanidade e a sua compaixão sentida por todos os homens. Ele tinha de ser a "Luz para alumiar as nações, e para glória de... Israel" (2:32). </p>
<p class="calibre2">Lucas escreve como cristão gentio, com profunda apreciação pela revelação de Deus através do povo hebreu, revelando contudo uma grande simpatia por aqueles que não foram incluídos no primeiro convênio da Lei. Seu Evangelho é verdadeiramente universal no campo de ação. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ESBOÇO </b></p>
<p class="calibre2">I. Introdução. 1:1-4. </p>
<p class="calibre2">II. A anunciação do Salvador. 1:5 – 2:52. </p>
<p class="calibre2">A. A anunciação a Zacarias. 1:5-25. </p>
<p class="calibre2">B. A anunciação a Maria. 1:26-56. </p>
<p class="calibre2">C. O nascimento de João. 1:57-80. </p>
<p class="calibre2">D. O nascimento de Jesus. 2:1-20. </p>
<p class="calibre2">E. A apresentação no Templo. 2:21-40. </p>
<p class="calibre2">F. A visita a Jerusalém. 2:41-52. </p>
<p class="calibre2">III. O aparecimento do Salvador. 3:1 – 4:15. </p>
<p class="calibre2">A. A introdução de João Batista. 3:1-20. </p>
<p class="calibre2">B. O batismo de Jesus. 3:21, 22. </p>
<p class="calibre2">C. A genealogia. 3:23-38. </p>
<p class="calibre2">D. A tentação. 4:1-13. </p>
<p class="calibre2">E. A entrada na Galiléia. 4:14-15. </p>
<p class="calibre2">IV. O ativo ministério do Salvador. 4:16 – 9:50. </p>
<p class="calibre2">A. A definição do seu ministério. 4:16-44. </p>
<p class="calibre2">B. As provas do seu poder. 5:1 – 6:11. </p>
<p class="calibre2">C. A escolha dos apóstolos. 6:12-19. </p>
<p class="calibre2">D. Um sumário dos seus ensinamentos. 6:20-49. </p>
<p class="calibre2">E. Um período difícil do seu ministério. 7:1 – 9:17. </p>
<p class="calibre2">F. O clímax do seu ministério. 9:18-50. </p>
<p class="calibre2">V. O caminho para a cruz. 9:51 – 18:30. </p>
<p class="calibre2">A. A perspectiva da cruz. 9:51-62. </p>
<p class="calibre2">B. O ministério dos Setenta. 10:1-24. </p>
<p class="calibre2">C. Ensino público. 10:25 – 13:21. </p>
<p class="calibre2">D. O começo dos debates públicos. 13:22 – 16:31. </p>
<p class="calibre2">E. Instruções aos discípulos. 17:1 – 18:30. </p>
<p class="calibre2">VI. O sofrimento do Salvador. 18:31 – 23:56. </p>
<p class="calibre2">A. A ida a Jerusalém. 18:31 – 19:27. </p>
<p class="calibre2">B. A entrada em Jerusalém. 19:28-44. </p>
<p class="calibre2">C. O ensino em Jerusalém. 19:45 – 21:4. </p>
<p class="calibre2">D. O discurso no Jardim das Oliveiras. 21:5-38. </p>
<p class="calibre2">E. A última ceia. 22:1-38. </p>
<p class="calibre2">F. A traição. 22:39-53. </p>
<p class="calibre2">G. A prisão e o julgamento. 22:54 – 23:25. </p>
<p class="calibre2">H. A crucificação. 23:26-49. </p>
<p class="calibre2">I. O sepultamento. 23:50-56. </p>
<p class="calibre2">VII. A ressurreição. 24:1-53. </p>
<p class="calibre2">A. A sepultura vazia. 24:1-12. </p>
<p class="calibre2">B. A caminhada a Emaús. 24: 13-35. </p>
<p class="calibre2">C. O aparecimento aos discípulos. 24: 36-43. </p>
<p class="calibre2">D. A última comissão. 24:44-49. </p>
<p class="calibre2">E. A ascensão. 24:50-53. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">COMENTÁRIO </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 1 </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">I. Introdução. 1:1-4. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">O Evangelho de Lucas é o único que conta qual o método que o autor usou na sua composição. O conteúdo da introdução tem a intenção de fortalecer a confiança do leitor naquilo que o Evangelho contará a respeito de Cristo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Houve... empreenderam. </b> Uma tradução literal do verbo grego, quer dizer, "tentaram" ou "iniciaram". A <b class="calibre1">narração</b>. A palavra implica em uma narrativa formal que é um sumário conciso dos fatos. <b class="calibre1">Fatos que </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">... se realizaram</b> tem o sentido de "as coisas que foram aceitas por certas ou verdadeiras", ou "os reconhecidos fatos do caso". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. Transmitiram. </b> Paulo usa esta mesma palavra com referência à transmissão oral do conteúdo do Evangelho (I Co. 11:23; 15:3). <b class="calibre1">Os que </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">... foram deles testemunhas oculares ... e ministros da palavra. Os </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">que ... foram deles testemunhas oculares, </b> implica em que os informantes de Lucas viram Jesus em pessoa e por causa de seu compromisso com ele tornaram-se <b class="calibre1">ministros da palavra. </b> <b class="calibre1">Ministros</b> não tem um significado profissional no sentido atual da palavra; usava-se em relação aos que prestavam serviços na sinagoga (Lc. 4:20). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Também a mim. </b> Lucas estava tão bem qualificado a escrever um Evangelho quanto qualquer outro. <b class="calibre1">Acurada investigação. </b> Paulo usa a mesma expressão para dizer que Timóteo "seguia de perto" as experiências da sua carreira (II Tm. 3:10). Esse conhecimento é a familiaridade que um homem tem com os fatos contemporâneos seus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Desde sua origem</b> (gr., <i class="calibre3">anothen</i>). Em um outro lugar Lucas usa a mesma palavra (Atos 26:5). Lucas declara-se completamente familiarizado com a vida de Jesus. <b class="calibre1">Excelentíssimo</b>. Um título que Lucas usa em outros lugares apenas com referência à autoridades ou à nobreza (Atos 23:26; 24:3; 26:25). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Tenhas plena certeza. </b> A palavra grega significa <i class="calibre3">ter conhecimento perfeito</i>. <b class="calibre1">Instruído</b> pode subentender-se informação oral geral ou instrução formal. Lucas estava escrevendo para confirmar o que Teófilo tinha aprendido através da palavra falada. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">II. A Anunciação do Salvador. 1: 5 – 2:52. </b> Os dois primeiros capítulos do Evangelho preocupam-se com as circunstâncias do nascimento de Jesus e indicam claramente que a vinda do Salvador foi uma intervenção direta de Deus nos negócios humanos. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A. A Anunciação a Zacarias. 1:5-25. </b> <b class="calibre1">5. Herodes, rei. </b> Herodes, o Grande, edomita pelo sangue e judeu de religião, era rei da Judéia desde 37 A.C. até 4 A.C. Era um governante capaz, mas cruel e corrupto. <b class="calibre1">Turno de Abias. </b> Havia vinte e quatro "ordens" ou divisões do sacerdócio, com base nas famílias dos descendentes de Arão, das quais a família de Abias era uma (I Cr. 24:10). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. E não tinham filho. </b> Uma calamidade numa família judia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. O sacerdócio. </b> Cada membro da ordem tinha a sua vez de servir no altar do Templo durante um determinado período do ano. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Por sorte. </b> A oportunidade de ministrar no altar era determinada tirando-se a sorte, e quase sempre acontecia só uma vez na vida. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Toda a multidão do povo permanecia orando. </b> Quando a fumaça do incenso subia do altar, o povo unia-se em oração silenciosa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Um anjo do Senhor. </b> No N.T. não há descrição de anjos, mas eles deviam ter algum aspecto que os distinguia dos homens. Seu aparecimento costuma relacionar-se com alguma comunicação divina especial. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Zacarias turbou-se</b> com o aparecimento inesperado de outra pessoa no Lugar Santo e ficou apreensivo com o que poderia anunciar. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Disse-lhe, porém, o anjo. </b> Observe o paralelo entre a anunciação do nascimento de João e de Sansão (Juízes 13: 3-5). Nos dois casos os pais já não esperavam mais ter filhos, e o filho prometido recebeu poder desde o nascimento para uma tarefa especial. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. No espírito e poder de Elias. </b> Elias foi o severo profeta do arrependimento que repreendeu Acabe, o idólatra rei de Israel (I Reis 21:17-24). João convocou a nação, despertando-a e preparando-a para a vinda de Cristo (Ml. 4:5,6). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Eu sou Gabriel. </b> O nome do anjo significa <i class="calibre3">homem de Deus</i>. Ele aparece aos homens para fazer avisos especiais sobre os propósitos divinos (cons. Dn. 8:16; 9:21; Lc. 1:26). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Admirara-se de que tanto se demorasse. </b> Uma vez que o rito da oferta do incenso levava pouco tempo, a demora de Zacarias poderia ter causado alarme. O povo podia pensar que o sacerdote tinha morrido. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Os dias de seu ministério. </b> Os sacerdotes serviam na sua vez por um tempo limitado e então ficavam livres para voltarem para sua casa. A casa de Zacarias ficava na região montanhosa, provavelmente não muito longe de Jerusalém (1:39). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">B. A Anunciação à Maria. 1:26-56. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. A uma virgem desposada com certo homem ... cujo nome </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">era José. </b> A lei judaica considerava o compromisso do noivado tão válido quanto o casamento. O noivado era completado depois de negociações realizadas pelo representante do noivo e depois de pago o dote ao pai da moça. Depois de assumido o noivado, o noivo podia reclamar a noiva a qualquer momento. O aspecto legal do casamento estava incluído no compromisso de casamento; o casamento propriamente dito era apenas um reconhecimento do compromisso que já fora estabelecido. José tinha todo o direito de viajar com Maria a Belém. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Da casa de Davi. </b> Pelos direitos de adoção, considerado como filho de José, Jesus podia reclamar a herança real da casa de Davi. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">28. Favorecida. </b> A palavra pode ser traduzida para cheia de graça, mas refere-se a quem é o recipiente da graça e não a fonte da mesma. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. Que significaria esta saudação. </b> Ser escolhida dentre todas as outras mulheres para receber uma bênção era perturbador. Maria não entendeu por que ela fora escolhida para esta honra. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31. A quem chamarás pelo nome de Jesus. </b> <b class="calibre1">Jesus</b> é a forma grega para o Josué hebreu, que significa <i class="calibre3">Jeová é salvação</i>. Compare a narrativa de Mateus da anunciação feita a José (Mt. 1:21). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. O trono de Davi, seu pai. </b> Os descendentes de Davi reinaram sobre Judá desde o Reino Unido até o Exílio numa dinastia ininterrupta. </p>
<p class="calibre2">O anjo predisse que Jesus completaria essa sucessão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">33. Reinará para sempre sobre a casa de Jacó. </b> Esse reino será tanto temporal quanto espiritual. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. Como será isto, pois não tenho relação com homem algum? </b> A pergunta de Maria confirma a declaração de sua virgindade no versículo 27. José ainda não a tomara por mulher. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">35. Descerá sobre ti o Espírito Santo. </b> Em contraste com as lendas pagãs da antiguidade relacionadas com reputada descendência de deuses e homens, não houve nenhuma intervenção física. O Espírito Santo, por meio de um ato criador no corpo de Maria, providenciou os meios físicos para a Encarnação. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. Isabel, tua parenta. </b> Se Maria e Isabel eram primas em primeiro grau, Jesus e João Batista eram em segundo grau. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">38. Aqui está a serva do Senhor. </b> A pronta aceitação de Maria demonstrou seu caráter devoto e obediente. Ela estava pronta para se arriscar a cair em desgraça e divórcio para cumprir a ordem de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43. A mãe do meu Senhor. </b> A saudação de Isabel mostra que ela estava pronta a reconhecer o Filho de Maria como o seu Senhor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">46. A minha alma engrandece ao Senhor. </b> Os versículos de 46 a 56 são chamados O Magnificat, que tem origem na primeira palavra da tradução latina. Compare à oração de Ana (I Sm. 2:1-10). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">47. Deus, meu Salvador. </b> Maria não era sem pecado; ela reconhecia a sua necessidade de um Salvador. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">48. Serva</b> (gr. <i class="calibre3">doulê</i>). Literalmente, <i class="calibre3">uma escrava</i>. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">49. Porque ... me fez grandes coisas. </b> Melhor: <i class="calibre3">fez grandes coisas em meu favor</i>. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">51. No coração alimentam pensamentos soberbos. </b> Pensamento (cons. I Cr. 29:18) tem o significado de "presunção" ou as perspectivas jactanciosas de que se orgulhavam. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">C. O Nascimento de João. 1:57-80. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">59. Circuncidar o menino. </b> Os meninos judeus eram circundados oito dias após o nascimento, ocasião em que costumavam receber o seu nome. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">60. Chamado João. </b> João, do hebreu <i class="calibre3">Yohanan</i>, que significa "Deus é gracioso". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">61. Ninguém há na tua parentela que se chama por este nome. </b> As crianças costumavam ter nomes de família. Neste caso a escolha de um nome diferente significa a expectativa de algo especial para a criança. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">63. Pedindo ele uma tabuinha, escreveu. </b> Tabuinhas recobertas de cera eram usadas nos tempos antigos para fazer anotações temporárias. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">65. Foram divulgadas estas coisas. </b> Talvez Lucas soubesse dos fatos conversando com algumas das pessoas que moravam na região montanhosa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">67. Cheio do Espírito Santo. </b> Esta foi usada oito vezes nos escritos de Lucas incluindo duas ocorrências anteriores neste mesmo capítulo (1:15, 41). Em todos os oito exemplos está relacionada como capacidade de falar e pregar. Subentende-se um controle especial e preparação efetuada pelo Espírito para se transmitir uma mensagem vinda de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Profetizou</b>. Esta palavra não se aplica exclusivamente à predição do futuro, mas pode se referir também à transmissão da mensagem de Deus aos homens, quer se relacione com o passado, o presente, ou o futuro. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">68. Bendito seja o Senhor Deus de Israel. </b> Lucas, embora gentio, relaciona o ponto central da mensagem como Deus do V. T. <b class="calibre1">Visitou e </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">redimiu o seu povo</b>. Zacarias reconheceu no nascimento de João o princípio do cumprimento da vinda do Messias. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">69. Poderosa salvação</b> ( <i class="calibre3">chifre da salvação</i>). Os chifres do boi eram símbolo de poder. Muitas passagens do V. T, usam esta figura de linguagem, especialmente nos Salmos (cf. Sl. 18:2; 89:24; 132:17; 148:14). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">70. Seus santos profetas. </b> Deus tem os seus representantes em todas as épocas e em todos os lugares. Enoque, que foi mensageiro de Deus antes do Dilúvio, foi chamado de profeta (Judas 14). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">73. Juramento. </b> O Senhor jurou a Abraão que os seus descendentes seriam preservados através da escravidão no Egito, e que eles possuiriam a terra prometida (Gn. 15:13, 18). O sol nascente das alturas. Nascente, um termo que se refere ao nascer do sol e, neste caso, ao nascer do "Sol da Justiça" (veja Ml. 4:2). Toda esta passagem contém ecos do último capítulo das profecias de Malaquias. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 2 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">D. O Nascimento de Jesus. 2:1-20. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Um decreto de César Augusto. </b> Lucas é o único autor dos Evangelhos que data o seu material relacionando-o com o imperador reinante (veja também 3:1). <b class="calibre1">Decreto</b> (gr. <i class="calibre3">dogma</i>). Uma ordem imperial. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">César Augusto. </b> O primeiro imperador de Roma que reinou de 27 A. C. </p>
<p class="calibre2">até 14 A. D. <b class="calibre1">Toda a população. </b> Isto significa todo o império, não todo o mundo conhecido. <b class="calibre1">Recensear-se. </b> Augusto ordenou que se fizesse um recenseamento do império, o qual serviria de base para o lançamento dos impostos. O decreto foi assinado cerca de 8 A.C., mas provavelmente não entrou em vigor senão alguns anos mais tarde. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. Quirino era governador da Síria. </b> P. Sulpicius Quirinius foi eleito governador da Síria em 6 A. D., e realizou um recenseamento na Judéia naquela ocasião. Há boas evidências de que ele foi governador duas vezes, e que o seu primeiro governo foi de 4 A. C. a 1 A. D. O recenseamento anterior devia estar terminando quando ele assumiu o governo pela primeira vez. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. À sua própria cidade. </b> Na Judéia cada homem voltava à cidade dos seus ancestrais onde ficavam guardados os registros de sua família. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Galiléia</b> era a região à volta do Lago de Genesaré, ou mar da Galiléia. Tinha uma grande população gentia, e desde o tempo dos profetas era conhecida como "Galiléia dos Gentios" (Is. 9:1). <b class="calibre1">Nazaré. </b> Uma cidade nas colinas da Galiléia, localizada sobre a estrada comercial que ia das planícies costeiras até Damasco e o Oriente. <b class="calibre1">Judéia</b>. A província ao sul da Samaria e ao norte de Edom e do deserto, limitada ao oeste pelo Mediterrâneo e a leste pelo Rio Jordão e Mar Morto, <b class="calibre1">Belém</b>. </p>
<p class="calibre2">O lar de origem da família de Davi. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. Sua esposa. </b> Veja 1:27. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Seu filho primogênito. </b> Subentende-se que Maria teve outros filhos mais tarde (cons. Mc. 6:3). <b class="calibre1">Manjedoura</b>. Um coxo onde o gado comia. José e Maria deviam ter se abrigado no estábulo. A tradição diz que foi numa caverna na encosta da montanha atrás da hospedaria. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Guardavam o seu rebanho durante as vigílias da noite. </b> A data exata do nascimento de Jesus é desconhecida; a lendária data de 25 de dezembro não pode ser confirmada além do quarto século. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. </b> A visita celestial foi assessorada com a radiância da glória divina que estava presente quando Deus se manifestou (Êx. 16:10; 20:18; 40:34; II Cr. 7:1; Ez. 1:27, 28). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Não temais. </b> As palavras do anjo foram as costumeiras palavras de saudação diante de homens que ficariam aterrorizados com tal aparição (cons. 1:13, 30). <b class="calibre1">Todo o povo, </b> Israel. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Salvador. </b> No V. T. Deus foi o Salvador do seu povo (Is. 25:9; 33:22). Enquanto os profetas o consideravam principalmente como um salvador da opressão política, Lucas alarga o conceito apresentando Jesus como o Salvador do pecado. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Cristo, o Senhor. </b> <b class="calibre1">Cristo</b> significa <i class="calibre3">ungido</i>, o Messias de Israel que era o Libertador prometido. <b class="calibre1">Senhor</b>. Um título que os pagãos gregos aplicavam aos seus reis, os quais eles saudavam como se fossem deuses. </p>
<p class="calibre2">Um cristão só pode aplicar esse título a Cristo (I Co. 8:6). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. E isto vos será por sinal. </b> Literalmente, <i class="calibre3">o sinal</i>. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. Paz ... entre os homens a quem ele quer bem. </b> A paz não foi dada aos homens que têm boa vontade para com Deus, mas aos homens que Ele está inclinado a favorecer. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Nos deu a conhecer. </b> Os pastores não duvidaram da realidade da proclamação do anjo, mas aceitaram-na ao pé da letra. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Maria ... guardava em seu coração. </b> O aparecimento dos visitantes celestiais aos pastores confirmou o segredo misterioso da Anunciação. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">E. A Apresentação no Templo. 2:21-40. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Completados oito dias. </b> Assim como João, Jesus recebeu o seu nome de acordo com a mensagem de Gabriel (1:13, 59-63). A circuncisão deve ter acontecido em Belém. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Os dias da purificação. </b> De acordo com a lei de Moisés, a mulher que tinha um filho do sexo masculino era considerada imunda durante sete dias. No oitavo dia a criança era circuncidada, e ela ficava imunda por mais trinta e três dias. Passado esse tempo ela oferecia um sacrifício no Templo e era cerimonialmente purificada (Lv. 12:2-6). O sacrifício oferecido era na proporção da capacidade financeira da família. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Um par de rolas. </b> A oferta das aves indica que José e Maria eram pobres (Lv. 12:8). Para a apresentação da oferta eles viajaram a Jerusalém, que distava apenas algumas milhas de Belém. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. Simeão. </b> Simeão devia ser um Hasidim, adorador de Deus sincero e dedicado, que guardava a Lei tanto no Espírito como na letra. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Justo</b> expressa sua atitude em relação aos homens; <b class="calibre1">temente</b>, sua atitude para com Deus. <b class="calibre1">Consolação de Israel. </b> O esperado Messias, que libertaria os judeus do poder dos seus opressores. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. Revelara-lhe. </b> Uma profecia individual especial fora dada a Simeão como .recompensa pela sua devoção. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">28. Louvou a Deus, dizendo. </b> As palavras de Simeão, como os Salmos de Davi, foram ditas em poesia hebraica. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. Luz para revelações dos gentios. </b> Simeão percebeu o verdadeiro propósito de Deus de alcançar os gentios além de Israel. </p>
<p class="calibre2">Lucas, um gentio, devia estar especialmente interessado em sua profecia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. Este. </b> Jesus não era apenas outra criança judia, mas era o pivô da fé. Aqueles que cressem nele subiriam a novas alturas; aqueles que o rejeitassem cairiam em negro desespero. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">35. Uma espada. </b> Simeão deu uma indicação de que Maria sofreria profunda tristeza por causa dEle. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. Uma profetisa chamada Ana. </b> Tanto no Velho, como no Novo Testamento, as mulheres recebiam poderes proféticos. Débora (Juízes 4:4) foi uma das primeiras líderes de Israel, e as filhas de Filipe, o evangelista, também profetizavam (Atos 21:9). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">37. Era viúva, de oitenta e quatro anos. </b> Ana convivera com o seu marido sete anos antes da morte deste. Se ela tivesse se casado com a idade de doze anos, teria então mais de cem anos de idade, a não ser que Lucas mencionasse o total de sua idade. Assim como Simeão, ela fazia parte do remanescente piedoso do judaísmo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">38. A redenção de Jerusalém. </b> A grandeza da fé de Ana está comprovada por sua confiança em que essa criança era o instrumento prometido para a redenção nacional. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">40. Crescia o menino, e se fortalecia. </b> Lucas é a única fonte de informação sobre a infância de Jesus. Todo o tipo de lendas fantásticas sobre a juventude de nosso Senhor têm sido escritas e publicadas nos Evangelhos apócrifos, mas nenhuma delas aparece nas Escritura. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">F. A Visita a Jerusalém. 2:41-52. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">42. Subiram, segundo o costume da festa. </b> Judeus devotos costumavam assistir a Páscoa em Jerusalém. Jesus, tendo doze anos de idade, estava se aproximando da idade normal para ser aceito no judaísmo como um "filho da lei", que o tornaria um membro efetivo da comunidade religiosa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43. Permaneceu o menino Jesus em Jerusalém. </b> Como qualquer menino normal, deve ter ficado fascinado com as vistas da cidade; é mais provável que ele tenha se interessado particularmente pelo ensinamento dos rabis. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">46... o acharam no templo. </b> Seu interesse mostra que ele despertou para a necessidade de compreender a Lei. Ele estava prestando atenção aos mestres, que ficaram espantados com a clareza e discernimento de suas respostas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">48. Filho, por que fizeste assim conosco? </b> Como qualquer mãe de verdade, Maria sentiu a falta dele quando a caravana parou no fim do dia. Obviamente ela ficou preocupada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">49. Casa de meu Pai. </b> Dá a entender que o jovem tinha uma percepção clara do seu relacionamento com Deus. Ele ficou admirado porque Maria e José não tinham compreendido esse relacionamento, e fê-los lembrar que, sendo Deus o seu verdadeiro Pai, ele pertencia à casa de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">50. Não compreenderam. </b> José e Maria não compreenderam o significado completo das palavras de Jesus, que foram o primeiro sinal registrado de sua crescente independência (cons. Jo. 2:4). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">51. E era-lhes sujeito. </b> A independência de Jesus não era rebeldia. </p>
<p class="calibre2">Ele voltou a Nazaré e ficou com a família até o começo do seu ministério público. <b class="calibre1">Guardava todas estas coisas no coração. </b> Embora não compreendesse o que ele quería dizer, Maria não se esqueceu de suas palavras. Talvez Lucas fosse informado diretamente por ela. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">52. E crescia Jesus em sabedoria, estatura, e graça diante de </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deus e dos homens. </b> Ele não foi um prodígio no sentido de ser anormal. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Crescia</b> (gr. lit. "avançar abrindo caminho") significa que havia crescimento no seu tamanho, consciência e compreensão dos acontecimentos. Ele foi perfeito em cada estágio da vida. Ele estava livre das imperfeições que desfiguram o restante dos homens em cada estágio do crescimento. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">III. O Aparecimento do Salvador. 3:1 – 4:15. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">A narrativa do ministério de João Batista, a genealogia e a tentação de Jesus tem o propósito de fornecer os antecedentes do Salvador que Lucas está apresentando. O batismo relaciona-o com a vida espiritual contemporânea sua; a genealogia confirma seu relacionamento com a raça humana; e a tentação prova sua competência em lidar com os problemas morais que a humanidade enfrenta. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 3 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A. A Introdução de João Batista. 3:1-20. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. No ano décimo quinto do reinado de Tibério César. </b> Lucas, sendo um historiador cuidadoso, data o começo da vida pública do Salvador com o ano do imperador reinante. Tibério era filho adotivo de Augusto (2:1). Uma vez que foi o sucessor ao trono em 14 A. D., seu décimo quinto ano seria em cerca de 28 ou 29 A.D. As outras personalidades mencionadas aqui governavam a Palestina na mesma ocasião. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Governador</b>. Pôncio Pilatos, que foi novamente mencionado em relação ao julgamento de Jesus (23:1-25), era o procurador (governador imperial) da Judéia desde 26 a 36 A. D. Era responsável diante do imperador pelo bem-estar da província. <b class="calibre1">Tetrarca da Galiléia. </b> Um tetrarca era o governador de uma área restrita de um quarto de dado território. <b class="calibre1">Herodes</b> era Antipas, um filho de Herodes, o Grande, que governava a Galiléia e o território a leste do rio Jordão. <b class="calibre1">Ituréia</b>, o território de Filipe, outro filho de Herodes, o Grande, ficava ao nordeste da Galiléia e a leste do Monte Hermom. De <b class="calibre1">Lisânias</b> pouco se sabe, exceto que foi o monarca do pequeno reino de Abilene sobre o aclive oriental das montanhas do Líbano, a nordeste de Damasco. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. Anás e Caifás. </b> Caifás era o sumo sacerdote governante; Anás, seu sogro, era sumo sacerdote emérito, e exercia forte influência (Jo. </p>
<p class="calibre2">18:13). <b class="calibre1">A palavra de Deus. </b> O chamado divino foi feito a João como aos profetas do V. T. (Os. 1:1; Joel 1:1; Jn. 1:1; Mq. 1:1). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. O batismo de arrependimento. </b> Plummer (ICC, pág. 86) diz que "o batismo do arrependimento" é um batismo relacionado com o arrependimento, um símbolo externo da mudança interior. </p>
<p class="calibre2">Arrependimento significa uma mudança de mente ou atitude que não é apenas emocional, mas que envolve uma inversão do pensamento e conduta anteriores. <b class="calibre1">Para remissão dos pecados. </b> O propósito da pregação de João era levar os homens a experimentarem o perdão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Endireitai as suas veredas. </b> Veja Is. 40:3-5. Antigamente havia poucas estradas pavimentadas. Quando um rei viajava, seus súditos construíam estradas para ele a fim de que sua carruagem não atolasse na lama ou areia. Do mesmo modo, João estava preparando o caminho para Jesus através de sua pregação para que toda a carne pudesse ver a salvação de Deus. Citando as palavras do profeta (Is. 40:3), "Preparai o caminho do Senhor (Jeová)", em relação à missão de João, Lucas mostra que reconhece a divindade de Cristo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. E toda a carne verá a salvação de Deus. </b> O escritor esclarece no começo do ministério de Jesus que Ele tinha uma mensagem universal. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Raça de víboras. </b> Como seus antepassados proféticos, João denunciava os pecados do povo com rigorosa linguagem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Temos por pai a Abraão. </b> Os judeus se orgulhavam de maneira especial de Abraão como o cabeça de sua raça, com o qual Deus fizera o seu convênio. Crendo que herdaram a bênção de Deus através de Abraão, confiavam na sua ascendência para obter salvação (Jo. 8:33). </p>
<p class="calibre2">João Batista advertiu-os de que Deus poderia transformar as próprias pedras em descendentes de Abraão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Já está posto o machado à raiz das árvores. </b> Árvores infrutíferas eram cortadas para lenha. A nação não produzira os frutos que Deus tinha esperado, e o juízo era iminente. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Publicanos</b> eram cobradores de impostos, conhecidos por sua rapacidade. Uma certa parte do salário era exigida em pagamento de impostos, mas os publicanos costumavam pedir mais, e enriqueciam com a diferença. Eram odiados pelo povo, que os considerava traidores porque trabalhavam para Roma. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. Também soldados. </b> Os soldados costumavam ser brutais com os civis, e praticavam a extorsão às custas destes. <b class="calibre1">A ninguém maltrateis. </b> A palavra grega para <b class="calibre1">tratar mal</b> ( <i class="calibre3">diaseisete</i>) significa "derrubar". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Se não seria ele, porventura, o próprio Cristo. </b> <b class="calibre1">Cristo</b> é um termo geral significando "Messias". É um título, não um nome próprio. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. As correias das sandálias. </b> O amarrilho. <b class="calibre1">Ele vos batizará com </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">o Espírito Santo e com fogo. </b> Assim como o batismo com água significa arrependimento, a vinda do Espírito Santo é a prova da presença de Deus. O fogo é um símbolo de purificação e poder. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. A sua pá ele a tem na mão. </b> A "pá" servia para joeirar, isto é, jogar os grãos ao ar de modo que a palha era levada pelo vento, enquanto as sementes limpas caíam de volta ao chão da eira. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Herodes, o tetrarca. </b> Herodes era casado com Herodias, a esposa de seu irmão Filipe. Quando João o repreendeu publicamente, Herodias ficou enraivecida e exigiu que João fosse aprisionado. Herodes mandou prendê-lo e finalmente, a pedido de sua esposa, ordenou a execução do Batista. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">B. O Batismo de Jesus. 3:21, 22. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Ao ser todo o povo batizado. </b> Submetendo-se ao batismo de João, ele se colocou na categoria dos pecadores, embora não tivesse pecado, e começou a sua missão redentora. Os céus se abrindo foram o reconhecimento divino da filiação de Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. E o Espírito Santo desceu. </b> A pomba era o símbolo da inocência e da ausência do mal, um mensageiro da paz (cons. Gn. 8:8, 9). <b class="calibre1">Uma voz do céu. </b> Compare com Lucas 9:35; João 12:28. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">C. A Genealogia. 3:23-38. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o seu </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ministério. Era como se cuidava, filho de José. </b> A genealogia de Jesus não concorda com a de Mateus, que fornece a linhagem legítima de descendência real. Lucas dá a linhagem humana, possivelmente ao lado de Maria, se José foi reconhecido como filho de seu pai através do casamento. Lucas leva a genealogia até Adão para enfatizar que Jesus descendia do primeiro pai da raça humana, enquanto Mateus começa com os primeiros da aliança: Abraão, a quem Deus prometeu a terra (Gn. 12:7), e Davi, a quem Ele garantiu um reino eterno (II Sm. 7:12, 13, 16). </p>
<p class="calibre2">Os nomes da genealogia, diferem quanto à ortografia dos nomes do V. T, porque foram dados na forma grega. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 4 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">D. A Tentação. 4:1-13 </b></p>
<p class="calibre2">A narrativa da tentação de nosso Senhor foi apresentada por Lucas e Mateus. Jesus, assim como Adão (Gn. 3:6), foi experimentado nas três áreas do apetite físico, da ambição temporal e do alcance espiritual, para que fosse provado competente em sua missão. Onde o primeiro homem falhou, ele triunfou. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Guiado pelo Espírito. </b> A primeira diretiva do Espírito Santo que foi registrada conduzia à prova. <b class="calibre1">Deserto</b>. O cenário tradicional para a Tentação é um território estéril a noroeste do Mar Morto, completamente despido de vegetação ou qualquer espécie de abrigo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. Quarenta dias. </b> Um período comum para provação (Gn. 7:4; Êx. 24:18; I Reis 19:8; Jo. 8:4). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Se és o Filho de Deus. </b> A condicional grega usada dá a entender que o diabo não duvidava de que Jesus fosse o Filho de Deus, mas em vez disso presumia que Jesus não tinha o direito de criar. <b class="calibre1">Pão. </b> O pão na Palestina não tinha o formato comprido dos nossos filões, mas era um bolo redondo e chato. As pedras do chão tinham o aspecto de pães. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Está escrito. </b> Jesus não compôs a sua própria resposta para o tentador, mas extraiu a sua réplica da revelação das Escrituras. <b class="calibre1">Não só </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">de pão viverá o homem. </b> (Dt. 8:3). O homem precisa de pão, mas o pão não serve para todas as necessidades. A gratificação material dos apetites não pode nunca satisfazer os mais profundos anseios do espírito humano. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. Todos os reinos do mundo. </b> Das alturas da cadeia de montanhas podia-se ver os territórios antigamente ocupados pelos impérios do Egito, Assíria, Babilônia, Pérsia, Grécia e Roma. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Dar-te-ei a ti toda esta autoridade. </b> Cristo veio para reclamar o mundo como seu reino, e o diabo estava oferecendo-lhe em termos "fáceis". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Portanto, se prostrado me adorares. </b> Pela adoração, Jesus permutaria a sua independência com os reinos do mundo. Se ele aceitasse esses termos, não seria realmente o soberano, porque se veria obrigado a reconhecer o poderio de Satanás. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Ao Senhor teu Deus adorarás. </b> (Dt. 6:13). Ele só admitia a autoridade suprema de Deus. Ele não se comprometia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. O pináculo do templo. </b> Uma das ameias ou torres (gr. <i class="calibre3">pterygion</i>, "pequena asa"), de onde se descortinava o átrio ou talvez o Vale de Cedrom. Se Jesus pulasse do alto da ameia para o meio do povo e chegasse ao chão incólume, seria aclamado como o Messias do céu, e sua reputação seria imediatamente formada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Está escrito. </b> Na terceira tentação o diabo omitiu parte do versículo, que diz, "para que te guardem em todos os teus caminhos". </p>
<p class="calibre2">Deus não prometeu guardar o seu servo num ato de tola presunção, mas somente quando estivesse andando pelos caminhos de Deus (veja Sl. 91:11, 12). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Até o momento oportuno. </b> As palavras dão a entender que a tentação ou o ataque foi renovado mais tarde. O Salvador viveu constantemente sob a pressão do diabo. O diabo é uma personalidade real, embora não seja necessariamente visível. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">E. A Entrada na Galiléia. 4:14, 15. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Mateus, Marcos e Lucas começam o ministério de Jesus com a Galiléia; João registra um ministério anterior na Judéia (Jn. 2:13 - 4:3). </p>
<p class="calibre2">Lucas destaca o lugar do Espírito Santo na carreira de Jesus (cons. Lc. 1:35; 3:21 , 22; 4:1). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">IV. O Ministério Ativo do Salvador. 4:6 - 9:50. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">A primeira parte do ministério de nosso Senhor ocupou cerca de dois anos e meio. Inclui a escolha dos apóstolos, a maior parte dos seus ensinamentos e curas, e alcança o seu clímax na Transfiguração. Lucas estava empenhado em mostrar a Teófilo o caráter divino de Jesus, e a natureza profética de sua missão. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A. A Definição do Seu Ministério. 4:16-44. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Nazaré. </b> Jesus começou o seu ministério na cidade em que morava. <b class="calibre1">Na sinagoga. </b> Durante o cativeiro na Babilônia, depois da destruição do Templo, o povo instituiu sinagogas como centros locais de adoração. Mesmo depois que o Templo foi restaurado, a adoração nas sinagogas continuou. Lucas observa que Jesus estava acostumado a freqüentar os cultos da sinagoga, regularmente, aos sábados. Os membros participavam do culto e eram freqüentemente solicitados a lerem as Escrituras e a fazer comentários apropriados. Paulo apresentou a maior parte de suas pregações em sinagogas (cons. Atos 13:14, 15). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. O livro do profeta Isaías. </b> A sinagoga seguia uma ordem regular nas leituras. Jesus provavelmente tomou a passagem que devia ser lida naquele dia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Pelo que me ungiu. </b> A passagem foi extraída de Is. 61:1, 2, que era uma profecia sobre a Era Messiânica. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. O livro. </b> Os livros do V. T. eram rolos montados sobre braços de madeira, que se desenrolavam de um lado e se enrolavam do outro enquanto eram lidos. <b class="calibre1">Assistente</b>. Depois de ler, Jesus enrolou o pergaminho e devolveu-o ao encarregado das Escrituras. Os rolos eram dispendiosos e por isso cuidadosamente guardados. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Hoje se cumpriu a Escritura. </b> As palavras iniciais do comentarista devem ter constituído um choque para seus ouvintes. Eles o conheciam desde a sua meninice e o aceitavam como uma pessoa comum. Quando ele proclamou o cumprimento desta profecia messiânica, ficaram aturdidos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Palavras de graça. </b> Lucas não dá um registro textual de tudo o que Jesus disse. Ele deve ter explicado a primeira parte do texto aplicando-a a si mesmo. <b class="calibre1">Não é este o filho de José? </b> A pergunta dos habitantes da cidade mostra que nada sabiam sobre a origem de Jesus, pois presumiam que era filho de José e Maria, produto de um nascimento natural. Quando ele insistiu em suas reivindicações, ficaram imaginando que direito tinha de agir assim. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Médico, cura-te a ti mesmo. </b> O Senhor muitas vezes ensinava por meio de provérbios e parábolas. Nesta ocasião ele antecipou a exigência do povo que realizasse em Nazaré os milagres que tinha realizado em Cafarnaum. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Nenhum profeta é bem recebido na sua própria pátria. </b> Nos versículos seguintes, Jesus destacou que, além de esperar rejeição da sua própria cidade, o seu grande ministério seria entre os gentios. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">28. E todos ... se encheram de ira. </b> O aviso de que não tinha ministério para o povo de Nazaré por não ser aceito por ele, provocou a ira deles e quiseram matá-lo, criando um tumulto. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. Cume do monte. </b> Nazaré fora construída sobre montanhas, algumas das quais bastante íngremes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">30. Passando por entre eles. </b> Sua presença dominante e a divina proteção conduziram-no incólume através da multidão enfurecida. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">31. Cafarnaum. </b> Uma cidadezinha nas praias da Galiléia, cerca de vinte e cinco milhas a nordeste de Nazaré. Jesus levou avante um ministério extenso na sinagoga. Lucas dá o exemplo de um dia na vida de Jesus, cheio de ensinamentos e curas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">33. De espírito de demônio imundo. </b> A possessão demoníaca era comum no tempo de Jesus e era diferente da insanidade mental (veja Mt. 4:24). Em lugares onde os poderes do diabo são reconhecidos e adorados, isso ainda acontece. Os demônios são intelectos perversos que procuram obter o controle dos seres humanos para poder se expressar. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. Que temos nós contigo? </b> Os espíritos do mal reconheceram-no e expressaram medo e ódio. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">35. Cala-te, e sai desse homem. </b> Nosso Senhor nunca permitiu que os demônios lhe dessem publicidade. Sua autoridade sobre eles era uma prova da validade de suas reivindicações messiânicas em Nazaré. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">38. A casa de Simão. </b> A chamada de Simão foi registrada por João (Jo. 1:41, 42). Lucas não o mencionou antes, mas presume que seus leitores já sabiam que Simão era discípulo. Sua vocação para o serviço foi apresentada mais tarde. <b class="calibre1">Com febre muito alta. </b> Só Lucas usa o adjetivo muita, refletindo seu interesse médico. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">40. Ao pôr-do-sol. </b> O pôr-do-sol marcava o fim do dia judeu. Com o encerramento do sábado, era permitido por lei que se carregassem os enfermos. Tantos foram trazidos para o Senhor que ele deve ter passado grande parte da noite ministrando-lhes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">42. Saiu. </b> Muitas vezes, depois de um dia atarefado, Jesus se retirava do meio das multidões a fim de orar (veja 5:16; 6:12). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">43. O reino de Deus. </b> O reino e governo de Deus através do Messias era o objeto da pregação do Salvador. Sua ética, seus feitos, sua obra redentora e sua promessa de voltar, tudo pertence ao domínio desse assunto. O povo judeu daquele tempo esperava que o reino seria principalmente uma restauração da independência de Israel. Jesus lhe deu um teor mais completo. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">B. As Provas do Seu Poder. 5:1 – 6:11. </b></p>
<p class="calibre2">Esta divisão de Lucas continua apresentando as provas do poder de Jesus, preparando-se para dar ênfase ao ministério público. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 5 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Lago de Genesaré. </b> Outro nome para o lago da Galiléia. É um grande volume de água, com cerca de 20 quilômetros de comprimento por 12 de largura, rodeado de montanhas. No tempo do Senhor a região à volta dele era bastante habitada, e havia numerosas cidades sobre as suas praias. Cafarnaum e Betsaida (ao norte) eram os centros da indústria de peixes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. Lavando as redes. </b> A limpeza das redes era normalmente o trabalho matutino depois de uma noite de pescaria. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Entrando em um dos barcos. </b> O terreno em frente do lago fornecia um auditório, pois havia um leve aclive a partir da praia, e a acústica era boa. Para que a multidão não o comprimisse, Jesus emprestou o barco de Simão Pedro e usou-o como púlpito. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Lançai as vossas redes para pescar. </b> Os peixes vinham à superfície para comer de noite; de dia eles desciam às águas mais frescas e profundas do lago. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. Mas, sobre a tua palavra. </b> Embora a experiência de Pedro como pescador dava-lhe a certeza de que nada poderiam apanhar, suas palavras demonstram fé em Jesus. Ele estava pronto a crer na palavra do Mestre mesmo em assuntos nos quais Jesus não seria naturalmente considerado um técnico. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Rompia-se-lhes as redes. </b> Literalmente, <i class="calibre3">suas redes começaram a romper-se</i>. A pesca foi tão grande que nem as redes nem os barcos podiam abrigá-la. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Senhor, retira-te de mim, porque sou homem pecador. </b> Esta prova de que Jesus sabia mais do que Pedro sobre pescaria, e a dádiva dos peixes, que o compensou grandemente do trabalho inútil da noite anterior, fez o discípulo ver-se em uma nova luz. Em contraste com Jesus, cuja divindade ficou evidente pelo milagre, Pedro percebeu que era pecador, e sentiu-se indigno de ficar ao lado de Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Não temas: doravante serás pescador de homens. </b> Simão e seus dois companheiros, Tiago e João, já eram discípulos de Jesus, mas continuaram no seu negócio. Agora Jesus os chamava para um serviço especial, e eles deixaram tudo para segui-lo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Coberto de lepra. </b> A linguagem dá a entender que era um caso avançado. A lepra era enfermidade comum no Oriente. No seu estágio final ela causa desfiguração do corpo, quando vários membros do doente vão apodrecendo. A Lei exigia a segregação do leproso fora da cidade (Lv. 13:45, 46). <b class="calibre1">Se quiseres. </b> O leproso não duvidou da competência de Jesus em curar; ele não estava certo da atitude dEle. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Quero. </b> Uma vez que a doença era normalmente considerada incurável, a súbita cura deve ter causado surpresa ao homem e a todos os que o conheciam. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. Vai ... mostra-te ao sacerdote. </b> A Lei dispunha que os casos de lepra deviam ser inspecionados pelos sacerdotes, que faziam às vezes de um departamento de saúde na comunidade judia (Lv. 14:1-32). Jesus quis que o homem passasse pelos devidos canais para ser readmitido na comunidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. Fariseus e mestres da lei. </b> A fama do mestre levara à Galiléia líderes religiosos de todas as partes do país. Ouviam seus ensinamentos como críticos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Um homem que estava paralítico. </b> O caso era difícil, e a cura seria tanto mais convincente. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. O desceram no leito por entre os ladrilhos. </b> Lucas descreve a casa como se fosse uma habitação romana com telhado coberto de telhas, como as que existiam nas cidades conhecidas pelos seus leitores. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. Homem, estão perdoados os teus pecados. </b> Nosso Senhor começou lidando com a necessidade espiritual do homem, que era maior do que sua necessidade física. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Blasfêmias. </b> Os críticos de Jesus sentiram-se chocados quando Ele assumiu o direito que só a Deus pertencia – o direito de perdoar pecados. O Senhor não declarou que, sendo Ele o Filho de Deus e tendo autoridade, eles estavam errados em sua suposição. Em vez disso, ele propôs um teste de autoridade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Que é mais fácil? </b> Seria mais fácil dizer "Os teus pecados te são perdoados", porque se não existissem, não haveria nenhuma evidência externa. Se Jesus ordenasse a cura, e o homem não ficasse curado, todos saberiam que aquele que operava a cura era fraudulento. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Levanta-te, toma o teu leito. </b> Jesus fez do seu poder de curar um teste para o seu poder de perdoar. Realizando o que seus críticos consideravam o mais difícil, mostrou que podia fazer o que eles achavam mais fácil. <b class="calibre1">Leito</b>, aqui, é um colchão, não uma peça de mobiliário. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. Imediatamente se levantou. </b> A cura foi completa, e os que criticavam o Senhor foram silenciados. O milagre demonstrou que Jesus podia remover tanto a paralisia do espírito quanto a do corpo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Levi</b> é o mesmo Mateus (Mt. 9:9). <b class="calibre1">Coletoria</b>. Impostos sobre mercadorias transportadas pela estrada das caravanas eram arrecadados pelos agentes de Herodes, dos quais Mateus devia ser um. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. Então lhe ofereceu Levi um grande banquete. </b> Mateus, um homem rico, ofereceu um jantar especial para os seus colegas a fim de conhecerem Jesus. Os fariseus rejeitavam os publicanos totalmente e não se associavam com eles de maneira nenhuma, mas Jesus os aceitou. O perdão era para os publicanos tanto quanto para os outros. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">30. Publicanos e pecadores</b> foram classificados juntos. Os publicanos tinham a reputação de avarentos e passíveis de suborno. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. Não vim chamar os justos. </b> Jesus deu a entender que nada podia fazer pelos "justos" fariseus, que estavam cônscios de sua própria perfeição. Ele queria alcançar aqueles que reconheciam sua necessidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">33. Os discípulos de João ... jejuam. </b> As pessoas ficaram perplexas, uma vez que os padrões éticos de Jesus não eram inferiores aos de João e os fariseus. Ficavam imaginando porque os seus discípulos não eram tão severos quanto os de João. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. Os convidados para o casamento. </b> A frase é uma expressão idiomática do hebreu, significando os amigos do noivo. Enquanto Jesus estava com os discípulos, não havia motivo para tristeza. Mas ele deu a entender (v. 35) que algum dia seria retirado da companhia deles, e então o jejum estaria na ordem do dia. A figura do amigo do noivo foi usada por João Batista ao falar sobre o seu relacionamento com o Senhor (Jo. </p>
<p class="calibre2">3:29). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">36. Também lhe disse uma parábola. </b> As parábolas do Senhor eram ilustrações ou incidentes tirados da vida quotidiana através dos quais ele transmitia ensinamento espiritual. Revelavam a verdade àqueles que tinham a capacidade de discerni-la, e escondiam os mistérios daqueles que não estavam preparados para eles. Roupas remendadas eram comuns na Palestina, porque o povo era pobre. Pano novo costurado sobre roupa velha encolhe quando lavado e, conseqüentemente, rasga o pano mais velho e mais fraco. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">37. Odres. </b> Feitos de couro de animais, usados para guardar líquidos. Os odres velhos perdiam sua elasticidade e não continham o novo vinho, que ainda estaria em parcial processo de fermentação. Do mesmo modo os novos ensinamentos do reino de Deus não podiam ser contidos pelas formas da Lei, mas tinham de ser expressos de maneiras novas. Uma nova revelação surgira em Cristo, a qual exigia diferente forma de adoração. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 6 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Num sábado. </b> (<b class="calibre1">No sábado segundo-primeiro</b>, ERC). A frase se refere ao uso do calendário judeu. Pode significar o segundo sábado que vinha a seguir depois da abertura do ano religioso na Páscoa. Alguns manuscritos de Lucas omitem o termo inteiramente. <b class="calibre1">Colhiam espigas. </b> Os viajantes tinham permissão de apanhar espigas ou frutos para consumo imediato, mas não de colher livremente nos campos de outra pessoa (Dt. 23:24, 25). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. O que não é lícito fazer. </b> A interpretação restrita da Lei encarava o apanhar e debulhar de espigas como trabalho, o qual não era permitido aos sábados. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Nem ao menos lestes. </b> Jesus se referiu às Escrituras dando uma ilustração diferente da vida de Davi (I Sm. 21:1-6). Se Davi pôde, em uma emergência, fazer o que era ilegal, porque Ele não podia? <b class="calibre1">5. Senhor do sábado. </b> Além da autoridade de perdoar pecados, Jesus proclamou sua soberania sobre o sábado. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Os escribas e fariseus observaram-no. </b> Zangados por causa da derrota na argumentação referente à observância do sábado e pela proclamação que eles tinham por presunçosa, os escribas e os fariseus estavam ansiosos por apanhar Jesus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. É lícito nos sábados fazer bem ou mal? </b> Considerando que era permitido pela lei fazer o bem no sábado, e uma vez que a cura era fazer o bem, esta estava acima de críticas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Se encheram de furor. </b> Derrotados na argumentação e desacreditados diante do povo, os oponentes de Jesus foram levados ao desespero. Este versículo marca o começo da controvérsia de Jesus com os líderes judeus, a qual durou por todo o restante de sua carreira. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">C. A Escolha dos Apóstolos. 6:12-19. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Passou a noite orando. </b> O começo da oposição e o problema da escolha de homens certos para seus íntimos colaboradores exigia o aconselhamento prolongado com o Pai. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Discípulos ... apóstolos. </b> Um discípulo é aquele que aprende; um apóstolo é um <i class="calibre3">enviado</i>, comissionado a transmitir uma mensagem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14-16. </b> A seguinte lista concorda com as de Mateus e Marcos (Mt. 10:2-4, Mc. 3:16-19), exceto quanto ao nome de Judas, irmão de Tiago, que pode ser o mesmo Tadeu nos outros dois Evangelhos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. E, descendo com eles, parou numa planura. </b> Estudantes da Bíblia têm argumentado sobre se o texto seguinte é um texto paralelo ao Sermão da Montanha de Mateus 5-7, uma vez que este foi pronunciado sobre uma montanha. <b class="calibre1">Planura</b> significa realmente "um lugar plano", que poderia ser na encosta da montanha. Ou, então, é possível que Jesus repetisse os seus ensinamentos em mais de uma ocasião. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">D. Um Sumário dos Seus Ensinamentos. 6:20-49. </b></p>
<p class="calibre2">A narrativa que Lucas faz do sermão difere de Mateus em diversos aspectos. Ele equilibra quatro bem-aventuranças com quatro "ais", em lugar de apresentar nove bem-aventuranças. Ele omite a discussão da aplicação da Lei, e alguns dos ensinamentos sobre a oração. Umas poucas parábolas neste sermão encontram paralelo em outras passagens de Lucas. Não há contradições nas narrativas, mas apenas diferente arranjo do material. A palestra foi feita particularmente aos discípulos, embora a multidão também a ouvisse. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. Bem-aventurados vós os pobres. </b> Enquanto estavam viajando com Jesus os apóstolos não tinham meios visíveis de sustento, e dependiam de ofertas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Bem-aventurados vós os que agora tendes fome. </b> A satisfação só é daqueles que têm um desejo real. Mateus dá a entender que a fome é espiritual. Bem-aventurados vós os que agora chorais. Jesus sabia que aqueles que lhe eram fiéis teriam de participar de suas dores, mas ele lhes prometeu que também participariam do seu triunfo (cons. Jo. 16:20). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Bem-aventurados... quando os homens vos odiarem. </b> O conflito que já tinha começado entre Jesus e os líderes da nação envolvia também os seus seguidores (cons. Jo. 15:18-25). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Amai os vossos inimigos. </b> O amor era o âmago dos ensinamentos do Salvador, porque é a essência do caráter de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. Ao que te bate numa face, oferece-lhe também a outra. </b> O Senhor estava tentando ensinar aos seus discípulos o amor em vez da vingança. Deviam seguir o seu exemplo retribuindo o mal com o bem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">35. Amai, porém os vossos inimigos. </b> O princípio que Jesus inculcou foi aquele que o trouxe à terra (cons. Rm. 5:8; I Jo. 4:10). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">38. Boa medida, recalcada, sacudida, transbordando. </b> A figura de linguagem foi extraída da prática do mercador oriental de cereais, que enche a medida do seu freguês o mais que pode até que os grãos transbordem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">41. Argueiro ... trave. </b> Talvez Jesus tivesse a desagradável experiência de um grão de pó de serra nos olhos quando trabalhava na oficina de carpinteiro de José. Assim como um pouco de pó de serra está para uma tábua, também uma pequena falta na vida do irmão quando comparada com uma falta maior na própria vida. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">48. Vindo a enchente. </b> Tendo as colinas da Palestina pouca vegetação, as chuvas do inverno produziam violentas enxurradas que varriam qualquer construção que houvesse no caminho. A areia era lavada rapidamente; as construções feitas sobre rocha resistiam. Cristo ensinou que o único alicerce seguro para toda a vida podia ser encontrado em seus ensinamentos e verdade. Com esta declaração exclusiva ele se tornmou o árbitro do destino humano e o objeto de toda a fé verdadeira. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">E. Um Período Difícil do Seu Ministério. 7:1 – 9:17. </b></p>
<p class="calibre2">Na parte entre a escolha dos apóstolos e o clímax do ministério de Jesus na Transfiguração, Lucas apresenta uma série de atos e ensinamentos de nosso Senhor que não formam uma narrativa conexa, mas que ilustram o caráter do seu ministério. Milagres de cura e parábolas que contêm uma história parecem ter interessado Lucas de modo particular. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Lucas 7 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Cafarnaum. </b> Depois de ensinar os discípulos, Jesus voltou à cidade. Talvez seus discípulos visitassem seus lares enquanto ele servia a localidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. O servo de um centurião. </b> Os centuriões eram a espinha dorsal do exército romano. Regularmente eles subiam de posto por causa do seu caráter. Este oficial parece que era diferente do costumeiro tipo durão de militar romano. Ele tinha afeição genuína pelo seu servo, e amava a nação judia, a qual a maior parte dos romanos desprezava. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Alguns anciãos dos judeus. </b> Seu relacionamento com os anciãos devia ser bom, caso contrário não teriam rogado em seu favor. Talvez o centurião pensasse que nenhum rabi judeu faria um favor a um gentio romano. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. A sinagoga. </b> As ruínas de uma sinagoga em Cafarnaum demonStram arquitetura romana com motivos judeus esculpidos nas pedras. A sinagoga que Lucas menciona era anterior, mas esta última poderia preservar algo do seu estilo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Senhor, não te incomodes. </b> Literalmente, <i class="calibre3">não se esfole</i>. Pode ser uma expressão de gíria que Lucas preservou. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Porque eu também sou homem sujeito à autoridade. </b> O centurião reconheceu que, tal como ele possuía autoridade que lhe fora conferida por Roma, Jesus tinha autoridade de Deus que o capacitava a exercer poder sobre doenças. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Nem ainda em Israel. </b> O discernimento e a fé do pagão fazia contraste agradável com a incredulidade dos próprios conterrâneos de Jesus dos quais ele tinha direito de esperar mais. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. </b> <b class="calibre1">Naim</b> ficava cerca de dez milhas a sudeste de Nazaré. Perto do portão oriental de Naim, ao longo da estrada que vai para Cafarnaum, existem sepulturas na rocha. Jesus, aproximando-se de Cafarnaum, talvez encontrasse a procissão fúnebre que saía da cidade à caminho dessas tumbas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Viúva. </b> A vida de uma viúva no Oriente era difícil, uma vez que não era fácil encontrar emprego, e por isso ela dependia de seus parentes do sexo masculino mais achegados. <b class="calibre1">Grande multidão. </b> Havia muitas testemunhas do milagre que podiam comprovar a sua autenticidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Não chores. </b> O choro aparatoso era convencional nos funerais orientais; na verdade, pagavam-se pranteadores para que chorassem. A ordem para que parassem de chorar, vinda de um completo estranho, deve ter parecido rude. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. O esquife. </b> A palavra grega indica uma maca sobre a qual o corpo era levado, ou o próprio caixão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Todos ficaram possuídos de temor. </b> A súbita ressurreição do defunto deve ter sido aterradora para aqueles que seguiam o cortejo fúnebre, ainda que se alegrassem com o fato. <b class="calibre1">Deus visitou o seu povo. </b> Durante muitos anos não havia testemunho profético em Israel. A magnitude deste milagre compeliu o povo a crer que Jesus devia ser um profeta. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. João e seus discípulos. </b> O ministério de João Batista estava lentamente sendo eclipsado pelo de Jesus. Os rumores desse milagre em Naim deviam ter sido largamente discutidos se penetraram na fortaleza de Maquerus (veja Jos. <i class="calibre3">Wars of the Jews</i> VII vi. 2) no deSerto oriental do Mar Morto, onde João era prisioneiro. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. És tu aquele que estava para vir, ou esperaremos outro? </b> O longo cativeiro de João devia tê-lo deixado desanimado, e talvez começasse a duvidar se Jesus era ou não afinal o Messias. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Então Jesus lhes respondeu. </b> Jesus respondeu desafiando os mensageiros de João a observarem as demonstrações do Seu poder. E ele suplicou a João que não Se escandalizasse (v. 23) com a maneira dele conduzir o seu ministério. "Escandalizar" (gr. <i class="calibre3">skandalizo</i>) tem o significado de "desviar" ou "fazer errar", mais do que "desagradar-se". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. </b> O Senhor prestou homenagem a João, fazendo três perguntas ao </p>
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