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<body class="calibre">
<p class="calibre2">sejam quais forem os perigos envolvidos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">113-120. </b> A Inspiração da Lealdade. <b class="calibre1">Tu és o meu refúgio e meu </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">escudo. </b> O agudo contraste traçado entre os homens sem fé e o salmista enfatiza a lealdade deste último. Esta lealdade lhe dá senso de segurança e a inspiração de enfrentar o futuro. </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">121-128. </b> O Momento da Intervenção. <b class="calibre1">Já é tempo, Senhor, para </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">intervires. </b> Depois de declarar que diligentemente seguiu o que é reto, o salmista apela por ação da parte de Deus. Tão completamente os seus opressores ignoraram a lei de Deus que só lhes resta o juízo divino. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">129-136. </b> A Maravilha da Iluminação. <b class="calibre1">Admiráveis são os teus </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">testemunhos. </b> A maior de todas as maravilhas é a luz interior que dá entendimento até mesmo ao homem que não tem estudo. O salmista se sente abatido por causa daqueles que não guardam a lei de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">137-144. </b> O Desafio da Justiça. <b class="calibre1">Justo és, Senhor. </b> O conceito da natureza divina justa está enfatizado nos versículos 137, 138, 142 e 144. </p>
<p class="calibre2">Sendo o Senhor justo, seus juízos e testemunhos também são eternamente justos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">145-152. </b> A Certeza que a Oração Dá. <b class="calibre1">Ouve-me, Senhor ... clamo a </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ti. </b> Lembrando-se das muitas vezes em que ele clamou incessantemente por auxílio divino, clama novamente para que Deus lhe conceda poder vivificante. Então reafirma sua fé na proximidade do Senhor e na veracidade dos Seus ensinamentos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">153-160. </b> A Consciência da Necessidade. <b class="calibre1">Atenta para a minha </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">aflição, e livra-me. </b> A severidade da aflição do orador e o conhecimento que tem de sua necessidade pessoal estão claramente expostas na repetição da expressão vivifica-me nos versículos 154, 156 e 159. A natureza permanente dos justos juízos de Deus é a sua esperança e segurança. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">161-168. </b> A Paz no Amor. <b class="calibre1">Grande paz têm os que amam a tua lei. </b> Até mesmo na presença de potentes inimigos, o salmista tem uma paz interior que brota, do seu amor pelos caminhos divinos. Observe a ausência de qualquer pedido, como nos versículos 97-104. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">169-176. </b> A Determinação da Constância. <b class="calibre1">Profiram louvor os </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">meus lábios. </b> O salmista resume a sua mensagem rogando auxílio espiritual no futuro, enquanto declara a sua intenção de permanecer firme sobre os fundamentos dos ensinamentos divinos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 120. A Viagem dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">O Salmo 120 começa com uma nova coleção que se estende até o Salmo 134. Cada peça lírica deste grupo foi nomeada com um termo variadamente traduzido por "Cântico dos Degraus" (E.R.A. e E.R.C.), "Cântico da Ascensão" (ASV) e "Cântico de Romagem". Diversas teorias quanto ao significado do termo relacionam-no com o retorno da Babilônia, os quinze degraus do pátio das mulheres para o pátio dos homens, o paralelismo climático destes poemas e as viagens dos peregrinos. A teoria mais aceitável é que esta coleção surgiu como um hinário dos peregrinos que subiam ao Templo nas grandes festas. O fato de que o Salmo 120, 124, 125, 130 e 131 não estão explicitamente relacionados como uma peregrinação aponta para sua incorporação na coleção a partir de outras fontes. A maior parte destes salmos encaixam-se no padrão de vida da sociedade pós-exílica, embora alguns possam ter tido uma origem pré-exílica. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1, 2. </b> Um Grito por Livramento. <b class="calibre1">Senhor, livra-me. </b> O salmista se encontra na angustiosa situação de alguém que tem de se associar com homens dados à falsidade. Seu pedido de livramento baseia-se sobre a ajuda que Deus lhe concedeu no passado em períodos semelhantes. Muitos acham que há aqui uma referência à oposição difamatória de Sambalá e Tobias contra Neemias quando reconstruía os muros de Jerusalém (Ne. 4; 6). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3,4. </b> Um Pedido de Retribuição. <b class="calibre1">Que te será dado? </b> A língua enganadora e seu dono são destacados para o juízo. A resposta à pergunta retórica baseia-se na natureza da ofensa alegada. Flechas afiadas e brasas vivas serão retribuição adequada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-7. </b> Uma Lamentação pela Paz. <b class="calibre1">Ai de mim ... Sou pela paz. </b> A lamentação básica do poeta é que ele acha necessário peregrinar entre os inimigos sedentos de sangue e bárbaros. <b class="calibre1">Meseque</b>, na Ásia Menor, e <b class="calibre1">Quedar</b>, no deserto árabe setentrional, ao sul de Damasco, foram usados simbolicamente para representar poderes bárbaros. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 121. O Ajudador dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">A certeza intensa daqueles que viajavam em direção de Sião reflete-se neste cântico peregrino. Aqui eles expressam um profundo senso de confiança em Deus sem murmurar lamentações ou pedidos. O cântico era provavelmente usado como hino antifonário, embora as vozes exatas ou partes usadas não possam ser identificadas com certeza. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1, 2. </b> A Fonte de Ajuda. <b class="calibre1">De onde me virá o socorro? </b> Olhando para as colinas à volta de Sião, um dos peregrinos faz uma pergunta que estabelece o espírito de tudo o que vem a seguir. A pergunta não expressa dúvidas mas introduz a afirmação que contém o tema do salmo, isto é, que o seu ajudador é Jeová, o Criador. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3-8. </b> A Promessa de Proteção. <b class="calibre1">O Senhor é quem te guarda. </b> Todos os versículos com exceção do versículo 6 empregam a palavra hebraica <i class="calibre3">shamar</i> para enfatizar esta idéia de guardiania. Não como a sentinela que às vezes cochila, ou Baal, que precisa ser despertado (cons. I Reis 18:27), o Senhor nunca cochila ou dorme. O salmista emprega um paralelismo climático através de todo o salmo, edificando cada nova frase a partir do pensamento da frase anterior. Observe que a conclusão aplica-se aos peregrinos, pois Deus preserva-os em, cada fase de sua jornada, levando-os em segurança para o lar. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 122. A Cidade dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Este poema foi criado por causa de uma visita de peregrinos a Jerusalém. Indicando que a viagem terminou, age como seqüência aos dois salmos precedentes. Alguns intérpretes defendem que o orador retornou ao lar e está recordando sua recente peregrinação. Embora isto seja possível, é mais provável que ele ainda esteja em Jerusalém, pronto a retornar para casa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1,2. </b> A Alegria da Peregrinação. <b class="calibre1">Alegrei-me quando me disseram: </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Vamos. </b> O salmista se lembra da alegria com a qual ele aceitou o convite para reunir-se a um grupo de peregrinos. Agora, terminada a viagem, ele pode dizer: <b class="calibre1">Pararam os nossos pés junto às tuas portas, ó Jerusalém. </b> <b class="calibre1">3-5. </b> Impressões de Jerusalém. <b class="calibre1">Jerusalém ... como cidade </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">compacta. </b> Embora a cidade fosse sem dúvida totalmente cercada de muros maciços, a ênfase aqui parece estar sobre a função da unificação do povo. O verbo <i class="calibre3">habar</i>, traduzido para "compacta", refere-se principalmente às associações humanas íntimas. O subir das tribos acentua esta união e o conseqüente senso de comunhão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6-9. </b> Oração por Jerusalém. <b class="calibre1">Orai pela paz de Jerusalém. </b> Antes de partir, o peregrino exorta seus companheiros a orarem pela prosperidade e paz da cidade, porque aqui é a casa do Senhor. Aqui há um excelente jogo de palavras no hebraico, que não está evidente em nenhuma tradução portuguesa. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 123. O Pedido dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Este é um lamento intenso de um indivíduo que fala por seu povo. </p>
<p class="calibre2">A mudança do singular para o plural no fim do versículo 1 sugere um arranjo antifonário usado como cântico de peregrinos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1, 2. </b> Os Olhos da Esperança. <b class="calibre1">A ti ... elevo os meus olhos. </b> O salmista refere-se aos olhos quatro vezes nestes versículos, a fim de enfatizar o fato de que os peregrinos estão buscando o favor de Deus. </p>
<p class="calibre2">Exatamente como o servo e a serva -olham para os seus superiores em busca de um favor, assim o grupo dos peregrinos espera pela misericórdia de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3, 4. </b> Um Pedido de Misericórdia. <b class="calibre1">Tem misericórdia de nós, Senhor. </b> A medida de sua necessidade está indicada pela reiteração deste grito por misericórdia. A menção anterior de servos e senhores, junto com o desacato para com <b class="calibre1">os que estão à sua vontade, </b> sugerem ou a muito difundida servidão de Israel durante o Exílio ou a dispersão durante o período pós-exílico. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 124. O Libertador dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Aqui a comunidade livremente expressa a ação de graças. Embora o propósito original fosse sem dúvida louvar a Deus por um determinado ato de livramento, o lugar deste poema na coleção dos peregrinos indica também um uso generalizado. Estando os viajantes constantemente sujeitos ao perigo, as palavras deste salmo poderiam proporcionar-lhes segurança, fortalecendo a sua fé. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-5. </b> Livramento Operado por Deus. <b class="calibre1">Não fosse o Senhor. </b> A repetição nos versículos 1 e 2 é litúrgica; a congregação (mais tarde os peregrinos) repetia as palavras do líder. Observe que o uso efetivo das cláusulas condicionais como apódose tripla (vs. 3-5) completa a prótase dupla (vs. 1, 2). <b class="calibre1">Se</b> não fosse o Senhor, <b class="calibre1">então</b> o fim seria certo e completo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6-8. </b> Ação de Graças. <b class="calibre1">Bendito o Senhor. </b> O salmista emprega mais adiante figuras de linguagem para descrever a difícil saída e para exaltar a expressão de gratidão. O último versículo se refere ao ato de invocar o nome do Senhor na oração, reconhecendo-o como fonte de ajuda. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 125. A Segurança dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Este hino de fé enfatiza a confiança dos fiéis em Israel. Como no salmo precedente, este não se destinava a ser o cântico dos peregrinos, mas foi incluído na coleção. O seu uso vigente nas peregrinações pode ser imaginado das referências feitas às montanhas à volta de Jerusalém, que ficavam à vista após a longa e árdua jornada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-3. </b> Uma Declaração de Confiança. <b class="calibre1">Os que confiam . .. como o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">monte Sião ... Como ... estão os montes, assim o Senhor. </b> Não só a presença de Deus foi simbolizada pelas colinas ao redor de Jerusalém, mas também aqueles que confiam no Senhor são considerados irremovíveis como a rocha de Sião. Se o governo estrangeiro permanecesse, um afastamento da fé geral ocorreria, até mesmo entre os justos. O perigo da apostasia é grande demais até mesmo para o justo suportar. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4,5. </b> Uma Oração Pedindo um Favor. <b class="calibre1">Faze o bem, Senhor. </b> O salmista ora pedindo o favor divino para os fiéis, os quais ele identifica como bons e netos. Em contraste com esses indivíduos, os infiéis renegados são abandonados ao seu próprio destino. O salmo termina com uma oração simples: <b class="calibre1">Paz sobre Israel! </b> </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 126. A Restauração dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">O salmo 126 é a lamentação da comunidade por causa de esperanças frustradas no passado e no presente. Embora haja uma referência óbvia ao retorno do Exílio, as condições não são aquelas descritas na primitiva sociedade pós-exílica. O salmista trata de condições ideais esperadas e da desilusão experimentada por muitos anos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-3. </b> O Ideal da Restauração. <b class="calibre1">Ficamos como quem sonha. </b> A esperança de uma gloriosa restauração foi idealizada até o ponto de ser boa demais para ser verdade. A frase, <b class="calibre1">fez retornar os cativos, </b> pode ser traduzida para <i class="calibre3">restaurou a sorte</i>. Contudo, o contexto parece exigir um quadro dentro do Exílio. Havia riscos e cânticos – como no Dia da Vitória – quando o Edito de Ciro tornou-se conhecido. Os exilados juntaram-se em um coro de louvor reiterando as palavras dos observadores das outras nações. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4-6. </b> O Pedido de Cumprimento. <b class="calibre1">Restaura, Senhor, a nossa sorte. </b> O lindo ideal da restauração previsto pelos profetas e cantado pelos exilados não se realizara totalmente através daqueles que retornaram à terra natal. As condições não eram ainda gloriosas e ideais (cons. Ageu 1:10, 11; 2:19). </p>
<p class="calibre2">Portanto, o pedido agora é que se complete o ideal. Assim como o fazendeiro semeia com ansiedade e colhe cantando alegremente, Israel realizará o ideal da restauração. Obreiros cristãos costumara fazer uma aplicação dos versículos 5 e 6 ao ministério do ganhador de almas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 127. A Dependência dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">O didaticismo deste salmo é característica dos ensinamentos da literatura da Sabedoria. Aqui a ênfase está colocada sobre a futilidade do esforço humano sem a ajuda de Deus. Embora o propósito didático original saia generalizado, este salmo encontrou especial aplicação como canção popular entre os peregrinos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1,2. </b> Uma Dependência do Senhor. <b class="calibre1">Se o Senhor não edificar ... guardar. </b> A total dependência do homem de Deus está ilustrada com a referência às diligências humanas básicas. Construir uma casa e guardar uma cidade não adianta nada (de acordo com os padrões divinos) se Deus não for incluído nos planos e esforços do homem. Até mesmo o homem diligente que trabalha desde a manhã até tarde da noite não pode esperar ter sucesso sem as bênçãos e a sanção de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3-5. </b> Uma Herança do Senhor. <b class="calibre1">Herança do Senhor são os filhos. </b> O conceito da necessidade da dependência de Deus é transmitido para a constituição da família (cons. Gn. 30:2). Um reconhecimento de que os filhos são um presente de Deus é a base para a constituição de um lar bem sucedido. Alegria e proteção são descritas como os resultados de se ter filhos e educá-los. Especialmente importante são os filhos da mocidade de um homem, que podem protegê-lo e defender sua causa contra seus adversários quando ficar velho, no local do tribunal da justiça junto às portas da cidade. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 128. A Vida no Lar dos Peregrinos </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Como o salmo precedente, este é didático no caráter, e assim vitalmente ligado com a literatura da Sabedoria. A doutrina básica da Sabedoria, "o temor do Senhor é o começo da sabedoria", é o ponto de partida para o salmista. Depois ele aplica esta verdade a uma situação ideal dentro do lar. Embora não seja destinado a ser hino de peregrinos, o salmo provavelmente foi introduzido na coleção como canção popular, vindo ao encontro das necessidades de todos os peregrinos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-4. </b> Bênçãos para o Lar. <b class="calibre1">Bem-aventurado aquele que teme ao </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Senhor. </b> O salmista começa declarando que a felicidade é a porção daquele que aprendeu a temer o Senhor e andar nos Seus caminhos. </p>
<p class="calibre2">Tudo lhe vai bem porque ele come do fruto do seu trabalho e não o perde por ocasião da seca nem precisa cedê-lo a senhores que o oprimem. Sua esposa é comparada a uma videira frutífera, enquanto seus filhos são comparados a brotos tenros da oliveira. Este quadro de satisfação, alegria, prosperidade e fertilidade descreve como o temente a Deus encontra a felicidade perfeita. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5, 6. </b> Bênçãos para a Comunidade. <b class="calibre1">Para que vejas a prosperidade </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">de Jerusalém. </b> Uma parte vital das bênçãos desfrutadas por aquele que teme a Deus vem de fora dos limites do seu lar – desde Sião. A natureza corporativa da sociedade de Israel vê-se na adaptação deste salmo no culto público. Tal como no Salmo 125, este termina com uma pequena oração: <b class="calibre1">Paz sobre Israel! </b> </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 129. O Pedido do Israel Sofredor </b></p>
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<p class="calibre2">Este é um lamento da comunidade, com nuances de confiança e fé. </p>
<p class="calibre2">As características de um hino de fé estão presentes, mas ficam obscurecidas pelos queixumes e apelos da lamentação. Recordando problemas passados o salmista renova sua confiança, enquanto seus apelos em relação ao futuro resultam em certeza de alívio. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-4. </b> As Aflições Passadas de Israel. <b class="calibre1">Muitas vezes me angustiaram. </b> A longa história dos problemas de Israel foi comprimida pelo salmista em uma única declaração. Desde o tempo do Êxodo (desde a mocidade de Israel), a nação sofreu severas aflições provenientes de numerosos inimigos. Duas metáforas são usadas para ilustrar esta aflição: os sinais do chicote sobre suas costas são comparadas aos sulcos feitos por um arado; e as cordas dos seus opressores às cordas usadas para atrelar bois. </p><p class="calibre2">Contudo, o Senhor manifestou Sua justiça rompendo as cordas e livrando o Seu povo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-8. </b> A Esperança Futura de Israel. <b class="calibre1">Sejam envergonhados ... todos. </b> Numa imprecação contra aqueles que odeiam São, o orador expressa o desejo de ver o inimigo envergonhado e mandado de volta para sua casa. </p>
<p class="calibre2">Depois ele emprega um longo símile para pedir que os planos malignos do inimigo sejam torcidos. O capim que cresce sobre a sujeira dos telhados secava rapidamente porque o solo era pouco profundo para suas raízes. Não podia ser colhido nem atado em feixes. Não merecia nem sequer a costumeira saudação dos que passavam. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 130. O Redentor dos Peregrinos </b></p>
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<p class="calibre2">Aqui um indivíduo profere uma oração penitencial como pedido pessoal de perdão. O pedido final em benefício de outros na casa de Israel não transforma todo o salmo em corporativo, mas antes enfatiza a natureza pessoal do apelo do orador. Contudo, uma vez que os problemas do salmista e o seu desespero foram partilhados pela nação, o salmo se tomou apropriado para os bandos de peregrinos na sociedade pós-exílica. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1, 2. </b> O Clamor do Penitente. <b class="calibre1">Das profundezas clamo a ti. </b> O orador está provavelmente usando aqui um tempo presente, como o restante da oração indica. Ele continua clamando das profundezas quando O Salmo termina, mas expressa claramente sua segurança e esperança. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3,4. </b> A Certeza do Perdão. <b class="calibre1">Contigo, porém, está o perdão. </b> A universalidade do pecado está apresentada de maneira forçada na declaração que diz que ninguém poderia ser justificado se Deus anotasse cada pecado e não os apagasse. A única esperança vem do perdão divino, que por outro lado aviva o sentimento de respeito no pecador perdoado . </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5,6. </b> A Expectativa da Esperança. <b class="calibre1">Aguardo o Senhor . ., eu espero </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">m sua palavra. </b> O senso de expectativa está fortemente enfatizado Pela repetição de frases. Todo o ser (sua <b class="calibre1">alma</b>) do orador está ocupado na espera diligente. Ele espera no Senhor como a sentinela sobre os muros aguarda o alívio da sua substituição matinal. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7, 8. </b> A Aplicação Feita a Israel. <b class="calibre1">Espere Israel no Senhor. </b> Os pensamentos do salmista voltam-se para os outros que precisam partilhar de sua confiança entusiasta. À vista da bondade e abundante redenção do Senhor, ele pode afirmar que Deus remirá Israel de todas as suas iniqüidades. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 131. A Serenidade dos Peregrinos </b></p>
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<p class="calibre2">Embora seja essencialmente um hino de fé, esta linda composição literária parece uma confissão. O quadro da humilde resignação sob a orientação divina exemplifica um profundo senso de disciplina pessoal. </p>
<p class="calibre2">Embora alguns intérpretes considerem este salmo como expressão corporativa, o pedido final em benefício de Israel dá a idéia de uma voz individual que fala consistentemente de uma ponta à outra. É mais do que natural que uma bela expressão de humildade como esta se tornasse uma canção popular dos peregrinos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1,2. </b> Um Espírito de Humildade. <b class="calibre1">Senhor, não é soberbo o meu </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">coração. </b> Após longa luta, o salmista foi curado dos seus desejos presunçosos e orgulho excessivo. Agora pode declarar-se livre das atitudes anteriores de altivez ou ambição sem freios. Ele acalmou ou apaziguou sua alma ou seu íntimo de modo que agora é como uma criança desmamada do seio da mãe, já não choramingando mais pelo seu leite. </p>
<p class="calibre2">3. Um Desejo para Israel. <b class="calibre1">Espera, ó Israel, no Senhor. </b> Como no salmo anterior, aqui o escritor expressa seu desejo a que outros em Israel possam vira conhecer sua paz interior. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 132. A Segurança dos Peregrinos </b></p>
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<p class="calibre2">Único entre os hinos da coleção dos peregrinos, este salmo parece ter sido incluído por causa de sua natureza de hino processional, que pode muito bem ser apresentado antifonariamente. É basicamente um cântico de Sião, ligado em pensamento com o transporte da arca da afiança para Jerusalém feita por Davi. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-10. </b> A Oração da Congregação. <b class="calibre1">Lembra-te, Senhor, a favor de </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Davi. </b> Embora as aflições de Davi fossem mencionadas em primeiro lugar, a ênfase desta oração está sobre a sua intenção de encontrar um lugar adequado para a arca. Uma vez que as narrativas históricas não mencionam nenhum voto relacionado com este acontecimento, o salmista deve estar se baseando em uma tradição independente. Os versículos 6, 7 eram provavelmente cantados por um grupo de peregrinos enquanto reapresentavam a procura da arca, sua descoberta em Quiriate-Jearim (<b class="calibre1">no campo de Jaar</b>) e sua entrada em Jerusalém. A oração está incluída no versículo 10 com um pedido para que Deus mostre Seu favor a cada rei consecutivo na linhagem de Davi. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11-18. </b> A Resposta do Senhor. <b class="calibre1">O Senhor jurou ... escolheu. </b> Estes versículos servem de responso litúrgico citados de dois oráculos separados do Senhor. O primeiro oráculo (vs. 11, 12) é a promessa feita a Davi de que sua linhagem real continuará enquanto seus descendentes forem fiéis (cons. II Sm. 7:12-16). O segundo oráculo (vs. 14-18) foi introduzido com a declaração do versículo 13 de que <b class="calibre1">o Senhor escolheu </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">a Sião. </b> Por causa desta divina escolha, haverá bênçãos espirituais e materiais para São e para a linhagem de Davi, enquanto haverá vergonha para os inimigos de Israel. Considerando que, quando um homem morre sem deiXar filhos, sua linhagem é interrompida, diz-se que sua lâmpada foi apagada; portanto Uma lâmpada simbolizava descendência. Assim Deus estabeleceu uma série de descendentes de Davi que culminaram no Messias, a Luz do mundo (cons. I Reis 11:36; 15:4). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 133. A Fraternidade Entre os Peregrinos </b></p>
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<p class="calibre2">Neste curto poema didático temos uma linda expressão de solidariedade familiar de acordo com a ênfase dos escritores da Sabedoria. A sugestão de muitos comentaristas de que o salmo espelha os esforços de Neemias para aumentar a população de Jerusalém é interessante. Contudo, o salmo deve ter ligação mais significativa com o espírito de comunhão e harmonia fraternal das grandes festas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. </b> A Declaração na Premissa. Como é bom e agradável. O escritor começa com uma declaração proverbial em relação aos benefícios da solidariedade fraternal. A ênfase dada ao padrão da antiga vida hebréia, na qual os filhos casados e os filhos destes continuavam vivendo com os pais. Uma aplicação mais ampla, entretanto, está evidente nas reuniões familiares e tribais por ocasião das festas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2,3. </b> O Princípio Ilustrado. <b class="calibre1">Como o óleo precioso ... como o orvalho. </b> O salmista emprega duas comparações para ilustrar o princípio incorporado em sua premissa básica. Tal como o óleo da unção sobre a cabeça do sacerdote simbolizava sua consagração, assim o espírito do amor fraternal permeava a nação e simbolizava sua consagração. Tal como o orvalho sobre a vegetação simbolizava fertilidade e crescimento, o senso da verdadeira fraternidade reavivava e despertava a devoção da nação como um todo. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 134. A Bênção Sobre os Peregrinos </b></p>
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<p class="calibre2">Eis aqui uma conclusão adequada para a coleção de canções populares usadas pelos peregrinos. Em sua natureza de bênção este salmo corresponde à bênção final de cada livro do Saltério. A posição do hino dentro da coleção e a referência ao culto noturno sugerem que era cantado no final do culto vespertino. A Festa dos Tabernáculos é a ocasião mais indicada. </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">1,2. </b> O Chamado dos Sacerdotes e levitas. <b class="calibre1">Bendizei ao Senhor, vós </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">todos, servos do Senhor. </b> Reconhece-se de modo geral que o chamado se dirigia aos ministros regulares do Templo. Contudo, a voz do chamado é diversamente atribuída ao sumo sacerdote, ao coro de levitas, ou aos peregrinos reunidos. A última explicação dá mais lugar à inclusão do salmo na coleção, uma vez que os peregrinos participavam ativamente. Os ministrantes do templo são convocados a que levantem suas mãos em atitude de oração e bênção. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. </b> A Resposta dos Sacerdotes. <b class="calibre1">... te abençoe o Senhor. </b> A resposta ao chamado é dada através de uma abreviação da bênção sacerdotal encontrada em Nm. 6:22-26. O povo recebe o lembrete de que Deus é Criador e que Suas bênçãos fluem de Sião. Isto poderia ter sido usado como ato final antes dos peregrinos retornarem aos seus lares. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 135. Um Mosaico das Obras de Deus </b></p>
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<p class="calibre2">Este hino de louvor é um mosaico de citações de outros salmos e diversos livros do V.T. A ênfase principal está sobre aquelas obras de Deus que ilustram o Seu poder na natureza e na história. Que o salmo destinava-se ao culto no tempo num padrão antifonário está evidente em sua estrutura. Contudo, não há unanimidade na divisão em vozes. Sem dúvida, havia partes do solo, coros de levitas e responsos congregacionais. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-4. </b> O Chamado Inicial para o Louvor. <b class="calibre1">Louvai o nome do Senhor. </b> Frases semelhantes são repetirias como um chamado litúrgico enfático para o louvor. Como no salmo precedente, aqueles <b class="calibre1">que assistis na casa </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">do Senhor</b> são sem dúvida os sacerdotes e os levitas. A bondade do Senhor e a escolha que fez de Israel são apresentadas como razões iniciais para o louvor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-14. </b> A Grandeza de Jeová. <b class="calibre1">Eu sei que o Senhor é grande ... acima de todos os deuses. </b> O <b class="calibre1">eu</b> é enfático, indicando conhecimento pessoal, e possivelmente uma passagem para uma voz de solo no uso vigente dentro do templo. O uso do nome de <b class="calibre1">Jeová</b> é importante neste ponto, porque o Deus da aliança de Israel está em contraste com os deuses dos pagãos. Ele foi descrito como o Deus da Natureza (vs. 5-7), fazendo o que bem entende no céu, na terra, nos mares e em todas as profundezas. Ele ainda foi descrito como o Deus da história (vs. 8-14), liderando o povo escolhido na saída do Egito e na conquista de Canaã. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15-18. </b> A Impotência dos Ídolos. <b class="calibre1">Os ídolos das nações. </b> Esta seção foi citada quase ao pé da letra do Sl. 115:4-8. Contudo, as palavras são especialmente apropriadas para a ocasião, destacando fortemente a onipotência do Senhor e a inutilidade de todos os ídolos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19-21. </b> O Chamado Final ao Louvor. <b class="calibre1">Bendizer ao Senhor. </b> O chamado para o louvor nos Salmos 115 e 118 expande-se agora pela adição de <b class="calibre1">casa de Levi</b> e um versículo conclusivo. A nação como um todo, os sacerdotes, os levitas e os crentes que temem a Deus deviam todos ter as suas próprias partes antifonais, mas terminavam o salmo em coro. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 136. A Misericórdia Permanente de Deus </b></p>
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<p class="calibre2">Este hino de ação de graças parece grandemente com o Salmo 135 no conteúdo. Ele é, entretanto, muito mais litúrgico, tendo um refrão antifonário que aparece em cada versículo. O fato do salmo ser mais fácil de ler e compreender sem o refrão sugere que originalmente ele não tinha esta repetição nos versículos 4-25. Contudo o refrão deu-lhe um caráter distinto e um lugar de destaque m culto judeu. Nas obras dos rabinos, era intitulado de "o Grande Halel" (às vezes em conjunto com o Sl. 135). O termo <b class="calibre1">Aleluia</b> no fim do salmo anterior provavelmente devia estar no começo deste salmo, como evidencia a LXX. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-3. </b> Chamado para Ação de Graças. <b class="calibre1">Rendei graças ao Senhor. </b> O salmo começa com um convite triplo para agradecer a Deus a Sua bondade e misericórdia. É dirigido pelo líder ou pelo coro à congregação. O refrão era provavelmente cantado através de todo ele por todo o grupo dos crentes. A brevidade do refrão é especialmente evidente nas três palavras hebraicas <b class="calibre1">(porque a sua misericórdia dura </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">para sempre)</b>. Os três termos para Deus – <b class="calibre1">Jeová</b>, <b class="calibre1">Deus dos deuses</b> e <b class="calibre1">Senhor dos senhores</b> – são interessantes à luz da ênfase dada, no salmo precedente, à impotência dos ídolos e a onipotência de Deus.. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4-9. </b> O Deus da Criação. <b class="calibre1">Maravilhas ... céus . . , terra . . , </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">luminares. </b> As maravilhas da criação testificam a bondade e misericórdia de Deus, em declarações concisas. Todas vezes em que àquele é usado, é objeto de <b class="calibre1">rendei graças. </b> <b class="calibre1">10-25. </b> O Deus da História. <b class="calibre1">Àquele que feriu o Egito. </b> Cada acontecimento, desde o Egito até Canaã, testemunho do modo pelo qual Deus manifesta Sua misericórdia dentro do campo de ação da história de Israel. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. </b> A Doxologia da Ação de Graças. <b class="calibre1">Oh! Tributai louvores ao </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deus dos céus. </b> O chamado inicial está sendo repetido aqui mas com um termo diferente para Deus. Este termo seria especialmente adequado se a ênfase fosse primeiramente sobre as maravilhas criativas de Deus somente. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 137. O Cântico dos Exilados </b></p>
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<p class="calibre2">Um profundo espírito de vingança está claramente evidente neste lamento comunitário. Os versículos iniciais evocam uma profunda simpatia pelos cativos, enquanto os versículos finais dão vazão à sua indignação experimentada quando testemunharam a desolação de sua terra. Embora não seja certo onde o salmista se encontrava quando escreveu este hino, ele parece ter sido um dos exilados que retomaram a Jerusalém em 538 A.C. Sua primeira visão de Jerusalém poderia muito bem ter provocado suas imprecações contra Edom e Babilônia. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-3. </b> Tristeza do Exílio. <b class="calibre1">Às margens dos rios de Babilônia ... chorávamos. </b> A voz do salmista soluça de agonia ao descrever a dor do cativeiro. Os exilados sem dúvida tinham lugares especiais ao longo do Eufrates ou seu sistema de canais onde podiam chorar a sua condição. </p>
<p class="calibre2">Quando se lhes pedia que cantassem para divertimento dos seus captores, respondiam dependurando suas liras sobre os salgueiros que se alinhavam sobre os barrancos do rio. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4-6. </b> Amor a Jerusalém. <b class="calibre1">Como, porém, haveríamos de entoar o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">canto do Senhor? </b> Afinal, como poderiam cantar os hinos sagrados dos cultos do templo para divertimento dessa gente em terras estranhas? Seria conspurcar coisas sagradas e cometer um ato de traição contra São. </p>
<p class="calibre2">O salmista preferiria antes perder sua capacidade de tocar a lira e de cantar do que esquecer-se da santidade de Jerusalém. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7-9. </b> Ódio Contra os Inimigos. <b class="calibre1">Filhos de Edom ... Filha de </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Babilônia. </b> A intensidade das emoções do salmista se vê em seu ódio contra os seus inimigos como também em seu amor por Jerusalém. Ele destaca Edom pela sua conduta em ajudar o inimigo contra Jerusalém (cons. Ez. 25:12-14; 35; Ob. 10-14). Então a Babilônia se transforma em objeto das apaixonadas imprecações do salmista. Embora uma tão cruel matança como a descrita no versículo 9 fosse naturalmente praticada quando se saqueavam as cidades de antigamente (Is. 13:16; Naum 3:10) e fosse praticada contra Israel (lI Reis 8:12; Os. 13:16), não podemos justificar tais palavras. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 138. Ação de Graças Dedicada </b></p>
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<p class="calibre2">Esta obra literária começa como um hino de ação de graças, mas mais tarde se transforma em um cântico de fé. Embora o orador esteja no meio de problemas, ele não começa com um lamento mas com grato reconhecimento das bênçãos divinas. Muitas das idéias e frases desta obra são reminiscências de outras seções das Escrituras, especialmente Is. 40-66. Diversos manuscritos da LXX ligam este salmo com o tempo de Ageu e Zacarias. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-3. </b> Louvor pela Força Recebida. <b class="calibre1">Render-te-ei graças ... de todo </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">o meu coração. </b> O salmista experimentara recente reposta às suas orações pedindo auxílio. Por causa de Deus ter concedido o dom da força espiritual, ele o adora de todo o coração. A frase, <b class="calibre1">na presença dos </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">poderosos, </b> tem sido diversamente interpretada, porque a LXX usa <i class="calibre3">anjos</i> e o Targum, <i class="calibre3">juízes</i>. Contudo, a melhor tradução parece ser <i class="calibre3">deuses</i> por causa da referência subseqüente a <b class="calibre1">todos os reis da terra. </b> Considerando que agora eles servem seus diversos deuses, mas que no futuro adorarão o verdadeiro Deus, o salmista desafia o poder desses "deuses" (cons. Sl. 95:3; 96:4, 5; 97:7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4-6. </b> Adoração dos Reis. <b class="calibre1">Render-te-ão graças ... todos os reis da </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">terra. </b> O louvor individual é prefigurado no louvor universal final. Há um extraordinário relacionamento aqui com o Edito de Ciro, no qual o rei conquistador louva Jeová (junto com os deuses de outros povos desalojados). Observe que a glória de Deus está especialmente revelada em Sua condescendência para com os humildes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7,8. </b> Certeza de Livramento. <b class="calibre1">Se ando em meio à tribulação, tu me </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">refazes a vida. </b> O orador expressa profunda confiança de que Deus cumprirá Suas promessas e completará o livramento de Israel. Embora todo o salmo seja proferido por um indivíduo de maneira muito pessoal, ele enuncia a ação de graças e a confiança em prol de sua nação também. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 139. A Preocupação Pessoal de Deus </b></p>
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<p class="calibre2">Aqui um indivíduo que tinha íntimo conhecimento de Deus e uma experiência com Ele oferece sua oração pessoal. Do ponto de vista da teologia do V.T., este é o clímax do pensamento no Saltério sobre o relacionamento pessoal de Deus com o indivíduo. O salmista não se ocupa de filosofia abstrata ou meditação especulativa; ele simplesmente descreve sua humilde caminhada com Deus e partilha de seu conhecimento experimental com o Senhor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-6. </b> A Onisciência de Deus. <b class="calibre1">Senhor, tu me sondas e me conheces. </b> O salmista está convencido por experiência que Deus sabe tudo a respeito dele. Ele sabe que o conhecimento perfeito de Deus vai além de seus atos individuais até suas motivações e propósitos. Enquanto ele permanece respeitosamente dentro do seu próprio conhecimento da onisciência divina, ele sabe que a total compreensão está além do entendimento humano. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7-12. </b> A Onipresença de Deus. <b class="calibre1">Para onde me ausentarei do teu </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">espírito? </b> Por meio de duas perguntas retóricas, o salmista mostra que ele não pode jamais colocar-se fora do alcance do cuidado pessoal de Deus. </p>
<p class="calibre2">Ele nem pensa em fazê-lo, mas usa este método de apresentar seus pensamentos. As quatro suposições que se seguem expressam os extremos do universo e reforçam sua premissa básica. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13-18. </b> A Presciência de Deus. <b class="calibre1">Os teus olhos me viram a substância </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ainda informe. </b> Duas idéias estão envolvidas no pensamento do salmista aqui: o modo maravilhoso pelo qual ele foi criado, e amaneira pela qual Deus já sabia tudo o que estava acontecendo no processo. Ele parece enfatizar este último fato ao ver a mão de Deus penetrando em toda a sua vida. Este é na verdade outro vislumbre da onisciência de Deus nos maravilhosos processos da criação e procriação. Novamente o orador permanece respeitosamente diante da natureza incompreensível dos pensamentos divinos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19-24. </b> O Problema do Mal. <b class="calibre1">Tomara, ó Deus, desses cabo do </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">perverso. </b> Esta surpreendente mudança de tom e perspectiva é considerada por alguns intérpretes como adição posterior. Contudo, a intensidade da aparente convicção Jos versículos anteriores vê-se aqui novamente. Deus, que tem um conhecimento tão minucioso do homem, não pode ignorar pecadores flagrantes. O salmista termina com um pedido pessoal para que Deus o sonde, prove, conheça, veja e guie. Seu alvo é o caminho eterno, o modo devida e paz que contrasta como caminho de ruína e destruição do ímpio. </p>
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<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 140. Um Pedido de Preservação </b></p>
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<p class="calibre2">Um indivíduo que sofreu amarga perseguição da parte dos infiéis dentro de Israel profere esta lamentação. Está intimamente ligada com os Salmos 141-143, refletindo as mesmas condições gerais e empregando semelhante linguagem, forma e padrões de pensamento. E ele pode naturalmente refletir o começo de uma luta entre partidos dentro de Israel, embora os grupos não possam ser identificados por nome. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">141. </b> Seu Apelo por Auxílio. <b class="calibre1">Livra-me, Senhor. </b> Através de três estrofes (vs. 1-3; 4, 5 ; 6-8) o salmista faz o seu apelo, pedindo o auxílio divino. Ele roga: <b class="calibre1">Livra-me ... guarda-me ... preserva-me ... não </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">concedas ... ao ímpio os seus desejos. </b> Ele usa termos muito descritivos para descrever esses inimigos a fim de representar vivamente o seu próprio perigo. As designações no singular devem ser entendidas coletivamente, conforme vemos no uso dos verbos no plural. As quatro armadilhas que os inimigos armaram devem provavelmente ser interpretadas aqui no sentido figurativo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9-11. </b> Seu Desejo de Retribuição. <b class="calibre1">Cubra-os a maldade dos seus </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">lábios. </b> A profunda amargura do salmista torna-se mais aparente nestes versículos. Embora ele empregue linguagem figurada ao expressar seus desejos em relação aos seus inimigos, está claro que deseja que todos os seus planos malignos se voltem contra eles. Ele não se satisfará com nada menos que a sua completa destruição. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12,13. </b> Sua Confiança no Senhor. <b class="calibre1">Sei que o Senhor manterá a </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">causado oprimido. </b> O salmista está convencido de que o justo, em contraste com o ímpio, terá motivos de regozijo, porque Deus é o paladino daqueles que, como o salmista, são oprimidos. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 141. Um Grito Pedindo Proteção </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Este salmo é outra lamentação individual de alguém que tem sofrido nas mãos de gente infiel e poderosa dentro de Israel. Sua oração não tem a costumeira forma da lamentação, onde o livramento dos inimigos é o que se busca. É mais espiritual no sentido de que ele busca o auxílio divino para vencer as tentações à sua volta. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1,2. </b> Seu Pedido por uma Resposta. <b class="calibre1">Senhor, a ti clamo, dá-te </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">pressa ... inclina os teus ouvidos. </b> O salmista começa com um pedido urgente para que Deus ouça e responda sua oração. A referência ao <b class="calibre1">incenso</b> e à <b class="calibre1">oferenda vespertina</b> parecem se referir à oferta de maniates, que era acompanhada de oração e apresentada de manhã e de tarde. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3-5. </b> Sua Oração Pedindo Força. <b class="calibre1">Põe guarda, Senhor, à minha boca. </b> Passando pelas circunstâncias de suas queixas, O salmista ora pedindo força para vencer a tentação. Ele busca o. poder para guardar a sua boca, manter puro o seu coração, evitar a prática do mal, refrear a sua participação dos luxuosos prazeres e para aceitar com prazer a repreensão dos justos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6-10. </b> Sua Confiança na Retribuição. <b class="calibre1">Os seus juízes serão </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">precipitados. </b> As circunstâncias históricas por trás dos versículos 6, 7 são tidas por certas. Parece que o orador espera ser comprovado certo quando esses juízes forem punidos. O versículo 7 refere-se à matança dos amigos do salmista ou então deveria ser traduzido para os seus essas em lugar de os meus. Seja qual for o significado original por trás desses versículos, o salmista está aguardando que Deus o continue fortalecendo, embora tenha certeza de que o homem ímpio receberá a. justiça retributiva caindo em sua própria armadilha. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 142. Um Pedido de Livramento </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Eis aqui a oração de um indivíduo que está enfrentando intensa perseguição. Segue os padrões normais da lamentação pessoal. O salmista enuncia o seu apelo, faz a sua queixa, declara o seu pedido, e termina com uma nota de confiança. Em sua fervorosa oração, ele não pede vingança e não profere imprecações vingativas. </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">1, 2. </b> O Pedido. <b class="calibre1">Ao Senhor ergo a minha voz e clamo. </b> Os verbos nos versículos 1-5 podem ser traduzidos para o tempo presente, uma vez que o contexto mostra que o salmista não está falando de um apelo no passado. Sua grande necessidade está óbvia por causa dos termos clamo e denuncio, como também por causa da ênfase colocada sobre o erguer da sua voz. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3,4. </b> A Queixa. <b class="calibre1">No caminho em que ando me ocultam armadilha ... ninguém que por mim se interesse. </b> O salmista tem por certo que Deus sabe de sua condição desde o começo. Por causa disso, simplesmente declara o fato do seu problema e descreve o seu senso de solidão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-7. </b> O Pedido. <b class="calibre1">Livra-me ... Tira a minha alma do cárcere. </b> Apelando novamente por atenção às suas necessidade, o salmista declara que Deus é agora o seu único refúgio. A referência ao <b class="calibre1">cárcere</b> talvez seja a um verdadeiro confinamento ou a um estado desesperador. </p>
<p class="calibre2">Fazendo um voto de louvar a Deus pelo seu livramento, ele expressa sua confiança em que outros se lhe juntarão em sua ação de graças. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 143. Uma Oração por Orientação e Livramento </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Novamente um indivíduo em situação terrível profere esta oração muito pessoal. Seus perseguidores lhe tiraram tudo, menos a vida. </p>
<p class="calibre2">Embora busque o livramento, seu maior desejo é a orientação divina. </p>
<p class="calibre2">Uma vez que toma o lugar do pecador arrependido, este salmo está classificado como um dos penitenciais (cons. Sl. 6, 32, 38, Sal. 102, 130). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-6. </b> O Apelo do Penitente. <b class="calibre1">Atende ... à minha oração ... não </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">entres em juízo. </b> Depois de rogar atenção, o salmista dá a entender que reconhece-se culpado diante de Deus. Ele não se declara inocente, mas lança-se sobre a misericórdia divina. Sua queixa, sucintamente declarada, como no salmo precedente, indica perseguição cruel. Ele foi perseguido, esmagado e obrigado a habitar nas trevas como se estivesse morto. Contudo, lembrando-se das grandes obras de Deus no passado, ele tem coragem de apelar que manifeste novamente o seu poder. </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">7-12. </b> Pedido de Ação. <b class="calibre1">Dá-te pressa, Senhor, em responder-me. </b> Em orações rápidas, o salmista expressa a urgência de sua necessidade de ajuda. Ele busca uma resposta imediata, uma expressão da bondade de Deus, orientação para sua vida, livramento dos seus perseguidores, instrução quando à vontade de Deus e a destruição dos seus inimigos. </p>
<p class="calibre2">Como servo penitente, ele sente que a desforra é certa. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 144. Triunfo na Guerra e na Paz </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Começando como se fosse um hino de louvor, este salmo passa para o lamento depois do versículo 4. Muitos comentaristas têm levantado sérias dúvidas quanto à sua unidade. Os versículos 12-15 parecem já- ter constituído parte de um salmo desconhecido. Na verdade, todo o sobro é uma compilação de citações de outros salmos (cons. Sl. 8, 18, 33, 39, 104). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-4. </b> Bênçãos do Passado Reconhecidas. <b class="calibre1">Bendito seja o Senhor, </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">rocha minha. </b> O salmista começa com um hino de louvor pela ajuda que Deus lhe tem concedido na qualidade de guerreiro. Ele conhece o Senhor pessoalmente, pois o chama de <b class="calibre1">rocha minha, minha misericórdia, </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">fortaleza minha, meu alto refúgio, meu libertador</b> e <b class="calibre1">meu escudo. </b> O contraste entre a grandeza de Deus e a insignificância do homem impressiona o salmista. Usando as conhecidas palavras do Salmo 8, ele confessa a sua falta de merecimento antes de apresentar o seu pedido de auxílio. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-8. </b> Ele Busca Livramento Agora. <b class="calibre1">Abaixa, Senhor, os teus céus, e </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">desce. </b> Esta oração para que o poder de Deus se manifeste na forma de uma teofania foi extraída de diversos versículos dos Salmos 18 e 104. O salmista está pedindo que Deus intervenha nas suas lutas com os inimigos, porque eles são culpados de falsidade e violação de tratados. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9-11. </b> Votos de Louvor Futuro. <b class="calibre1">A ti, ó Deus entoarei novo cântico. </b> Citando muitas citações de velhos hinos, o salmista faz Voto de dar graças de maneira nova quando a vitória for alcançada. Depois de fazer este voto e de expressar a sua confiança na vitória, ele repete o pedido dos versículos 7, 8. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12-15. </b> A Paz e a Prosperidade Descritas. <b class="calibre1">Filhos ... como plantas </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">viçosas ... filhas como pedras angulares. </b> Conforme acima indicado, isto parece citação de um salmo desconhecido. O quadro é o de um lar ideal numa comunidade cujo Deus é o Senhor. Os filhos são vigorosos como plantas jovens; as filhas são altas e majestosas; os celeiros estão cheios; os rebanhos são férteis; e os bois são torres. Essas são as bênçãos materiais que se esperam numa tal sociedade ideal. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 145. Louvor pela Grandeza de Deus </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Este hino de louvor é uma expressão triunfante da fé de um indivíduo e um chamado aos homens para que glorifiquem a grandeza de Deus. Tem uma nota de apelo universal raramente presente em expressões de fé em Israel. O salmista usa uma estrutura com acróstico, começando cada versículo com uma letra do alfabeto hebraico. Só uma letra está faltando, o <i class="calibre3">nun</i>, que deveria estar entre os versículos 13 e 14. O salmo serve de introdução à coleção final de louvores (Sl. 145-150). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1, 2. </b> A Promessa de Louvor. <b class="calibre1">Exaltar-te-ei ... bendirei ... e louvarei. </b> O propósito do salmista está claramente demonstrado em sua promessa de louvar a Deus <b class="calibre1">todos os dias</b>, sim, <b class="calibre1">para todo o sempre. </b> Seu relacionamento pessoal e sua visão universal se encontrara em sua saudação inicial: <b class="calibre1">Deus meu, e Rei. </b> <b class="calibre1">3-20. </b> A Grandeza de Deus. <b class="calibre1">Grande é o Senhor e muito digno de </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ser louvado. </b> O versículo 3 é o tema deste louvor. Embora esta grandeza seja insondável, o salmista consegue ilustrá-la admiravelmente. Sua esperança constante é que outros darão testemunho da grandeza de Deus. </p>
<p class="calibre2">Nos versículos a seguir ele enfatiza a grandeza de Deus mencionando Suas pondes obras, Sua glória e esplendor, Sua bondade, Sua compaixão cheia de graça, Sua tema misericórdia, Seu Reino glorioso e eterno, Seu cuidado providencial, Sua justiça, Sua santidade e Sua disponibilidade em relação àqueles que o buscam em verdade e com temor. Esta compreensão da natureza divina é o ponto culminante do Saltério. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. </b> A Doxologia do Louvor. <b class="calibre1">Toda carne louve o seu santo nome </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">para todo o sempre. </b> Depois de repetir sua promessa de louvor pessoal, o orador começa a fazer o convite a toda a carne. Seu desejo inclui toda a humanidade e vai até o fim do mundo. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 146. Louvor Pela Ajuda Divina </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Este é o primeiro dos cinco hinos de louvor semelhantes, todos começando e terminando com um <b class="calibre1">Aleluia</b>. Esta pequena coleção tem servido de hinário usado diariamente nos cultos da sinagoga. Como a maior parte dos salmos deste Livro Final, a forma atual destes salmos reflete circunstâncias, idéias e linguagem pós-exílicas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1,2. </b> O Voto de Louvor. <b class="calibre1">Louvarei ao Senhor durante a minha vida. </b> Em linguagem semelhante à do salmo precedente, o voto de louvor está apresentado em termos absolutos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3,4. </b> A Falta de Poder do Homem. <b class="calibre1">Não confieis em príncipes. </b> Por causa de suas próprias experiências, o salmista roga aos homens que não dependam dos favores dos nobres (cons. Pv. 19:6). Ele entende que nenhum auxílio duradouro pode vir de alguém cuja vida e pensamentos desaparecem quando volta ao pó. A circunstância exata à qual o salmista se refere não pode ser identificada. Contudo, tal conclusão pode ser extraída de qualquer ocasião na história de Israel. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-10. </b> O Poder de Deus. <b class="calibre1">Bem-aventurado aquele . . , cuja esperança </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">está no Senhor. </b> Aquele que tem o Senhor como seu ajudador e sua esperança é verdadeiramente abençoado. Esta esperança se baseia na criação do universo por Deus, Seu cuidado amoroso para com o homem e Seu reino eterno. A ênfase especial dada a Deus como o defensor dos necessitados e oprimidos sugere que o salmista era membro de um desses grupos dentro da sociedade do seu tempo. Observe que deu-se uma ênfase quíntupla ao nome de Jeová nos versículos 7-10. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 147. Louvor pela Providência Divina </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">O derramamento da gratidão, como neste salmo, sempre tem sido parte vital do culto de Israel. Este é verdadeiramente um hino de louvor do começo ao fim sem uma palavra de queixa ou simples pedido que seja. É difícil descobrir um desenvolvimento lógico porque três salmos foram aqui comprimidos em um só (vs. 1-6, 7-11, 12-20). Estes elementos separados são parcialmente evidentes na LXX, onde os versículos 12-20 são relacionados como parte de um outro salmo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-6. </b> Sua Bondade para com Israel. <b class="calibre1">O Senhor edifica ... e congrega. </b> Após um rápido chamado à adoração, o salmista declara como o Senhor tem sido bom para com o seu povo. Os versículos 2, 3 sem dúvida se referem à restauração após o Exibo. Todas as coisas que Deus fez estão ligadas à Sua grandeza, Seu poder e Seu entendimento. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7-11. </b> Sua Providência para com a Natureza. Que cobre de nuvens os céus. A idéia vai além das fronteiras de Israel incluindo todas as criaturas. A provisão da chuva e alimento que o Senhor faz é especialmente importante numa terra onde os céus ficam desprovidos de nuvens desde abril até outubro. O salmista percebe que o favor divino não se baseia na força física quer seja para com o homem ou para com a besta. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12-20. </b> Seu cuidado para com Jerusalém. <b class="calibre1">Pois ele reforçou as </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">trancas das tuas portas. </b> <b class="calibre1">Jerusalém</b> e <b class="calibre1">Sião</b> foram usados como termos paralelos m personificação descritiva, simbolizando o povo de Deus que habita e adora dentro delas. As bênçãos da proteção, paz e prosperidade são apresentadas como realidades presentes. O salmo termina com uma referência ao relacionamento especial de Israel com Deus na qualidade de seu Povo Escolhido. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 148. Louvor por Toda a Criação </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">O terceiro hino de louvor nesta coleção final é a convocação de um coro universal de louvor por tudo o que há nos céus e na terra. O versículo final sem dúvida se refere ao retorno do exílio e indica as razões e ocasião que motivaram um louvor assim tão empolgante. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-6. </b> Convocação dos Céus. <b class="calibre1">Do alto dos céus. </b> Usando a linguagem da cosmologia do antigo Oriente Próximo, o salmista pede o louvor dos seres e dos fenômenos celestiais. Versículos 5 e 6 correspondem a um refrão que provavelmente foi cantado por um coral no estilo antifonal. A criação de Deus quanto aos objetos celestiais e sua sustentação é razão suficiente para o louvor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7-12. </b> Convocação da Terra. <b class="calibre1">Da terra. </b> O salmista começa com as profundezas da terra e se refere a todas as formas de vida, animadas e inanimadas. Observe que o homem, como a coroa da criação, ficou reservado para o fim. Os versículos 13, 14 agem como um segundo responso, com os motivos básicos para este louvor. A glória de Deus e a redenção do Seu Povo escolhido são considerados razões suficientes. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 149. Louvor pelo Triunfo Divino </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Este hino de louvor faz referência especial à celebração de uma recente vitória. Muitos intérpretes entendem que os versículos finais são escatológicos e não históricos. Contudo, os quatro primeiros versículos estão claramente relacionados a uma realidade presente de livramento divino. Embora o acontecimento não possa ser identificado com precisão, o propósito da composição original é evidentemente agradecer a Deus a vitória por ocasião da volta dos guerreiros. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-4. </b> Convocação para o Louvor. <b class="calibre1">Cantai ao Senhor um novo cântico. </b> O cenário é uma grande assembléia de <b class="calibre1">santos</b> ou de crentes no Templo. </p>
<p class="calibre2">A importância da ocasião se vê na necessidade de um novo cântico para celebração da nova vitória dos seus exércitos. O versículo 3 com a menção de danças destaca claramente o espírito de regozijo e alegria do versículo 2. A vitória propriamente dita é uma indicação de que o favor e a salvação de Deus foram derramadas sobre o povo oprimido. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-9. </b> O Hino de Vitória. <b class="calibre1">Exultem ... os santos ... cantem de júbilo. </b> Os piedosos são descritos regozijando-se em triunfo e cantando nas suas camas por causa da segurança que agora desfrutam. O quadro de guerreiros louvando a Deus com espadas de dois gumes nas mãos é símbolo de vitórias obtidas em Seu nome. Figurativamente os santos de Deus devem empunhar a espada do Espírito, que é a palavra de Deus (Ef. </p>
<p class="calibre2">6:17; Hb. 4:12). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Salmo 150. Louvor em Seu Clímax Universal </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Este hino final de louvor tem o gabarito de ocupar posição de honra como a doxologia de todo o Saltério. Cada frase do salmo parece basear-se no pensamento anterior em preparação para o clímax, o qual vem subitamente como uma explosão de louvor grandioso vindo das hostes dos céus e da terra. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. </b> O Lugar Especificado. <b class="calibre1">No seu santuário ... no firmamento. </b> O santuário talvez seja uma referência à habitação celestial de Deus ou ao Templo aqui na terra. Enquanto o primeiro significado é paralelo a <b class="calibre1">firmamento</b>, a segunda idéia teria muito mais significado para os crentes reunidos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. </b> Os Motivos Superiores. <b class="calibre1">Seus poderosos feitos ... sua muita </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">grandeza. </b> Seus feitos poderosos na criação e na história constituíram o tema de muitos salmos. Sua grandeza tem sido um tema repetido nos hinos de louvor finais (cons. Sl. 145, 147). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3-5. </b> Os Instrumentos Enumerados. <b class="calibre1">Som de ... </b> Parece que o salmista arrumou estes instrumentos a esmo. É como se cada um soasse quando foi mencionado e continuasse tocando até o final da Aleluia (cons. W.O.E. Oesterley, <i class="calibre3">The Psalms</i>, págs. 589 e segs., para uma descrição dos instrumentos envolvidos). </p><p class="calibre2"><b class="calibre1">6. </b> O Coro Reunido. <b class="calibre1">Todo ser que respira. </b> Não apenas os sacerdotes e levitas, não apenas a congregação, mas todas as criaturas no tempo e no espaço, que tenham fôlego foram incluídas neste coro dos coros. O Saltério termina, mas a melodia permanece enquanto os crentes continuam cantando, <b class="calibre1">Aleluia! Louvai ao Senhor. </b> </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">PROVÉRBIOS </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Introdução </b></a></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Esboço </b></a></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 1 Capítulo 9</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 17 Capítulo 25 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 2 Capítulo 10</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 18 Capítulo 26 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 3 Capítulo 11</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 19 Capítulo 27 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 4 Capítulo 12</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 20 Capítulo 28 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 5 Capítulo 13</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 21 Capítulo 29 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 6 Capítulo 14</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 22 Capítulo 30 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 7 Capítulo 15</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 23 Capítulo 31 </a></b></p>
<p class="calibre2"><a href="index_split_000.html#0"><b class="calibre1"> Capítulo 8 Capítulo 16</b></a><b class="calibre1"> <a href="index_split_000.html#0">Capítulo 24 </a></b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1"> </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">INTRODUÇÃO </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A Doutrina dos Provérbios. </b> A essência do Livro dos Provérbios é o ensino da moral e dos princípios éticos. A peculiaridade deste livro é que ele ensina principalmente por meio de contrastes. Especialmente dignos de nota são os capítulos 10-15, onde quase todo versículo distingue-se pela palavra "mas". </p>
<p class="calibre2">Na primeira seção, os capítulos 1-9, também foram empregados contrastes entre o bem e o mal. O bem nesta seção está indicado por diversas palavras sabedoria, instrução, entendimento, justiça, juízo, eqüidade, conhecimento, discernimento, saber, conselhos – mas especialmente sabedoria, que aparece dezessete vezes nesta porção e vinte e duas vezes no restante do livro. A bem conhecida declaração de 1:7, "o temor do Senhor é o princípio do saber", repetida no final da seção (9:10) pode ser considerada o tema do livro. Esta declaração reaparece ao pé da letra (com as cláusulas invertidas) no alfabético Salmo 111:10, e em forma quase idêntica no clímax do capítulo 28 de Jó, o qual descreve em forma altamente poética a busca da sabedoria. </p>
<p class="calibre2">Peculiar a esta seção de Provérbios é a personificação da sabedoria como se fosse uma mulher. Pela primeira vez aparece em 3:15. </p>
<p class="calibre2">Provérbios 7:4 abre o caminho à personificação: "Dize à sabedoria: Tu és minha irmã". Ela se completa nos capítulos 8 e 9, onde a Sabedoria convida os tolos a participarem de sua festa. Só em Provérbios e só nesta primeira parte a sabedoria foi assim personificada. </p>
<p class="calibre2">É essencial à compreensão desta primeira parte que se reconheça esta personificação. Considerando que "sabedoria" em hebraico é um substantivo feminino, é natural e prontamente personificada em uma mulher. Mais do que isto, o autor aqui contrasta a "sabedoria", uma mulher virtuosa, com a prostituta, a mulher estranha. E tal como a sabedoria representa todas as virtudes, provavelmente a mulher estranha tipifica e inclui todo o pecado. </p>
<p class="calibre2">O contraste é estudado e artístico. A Sabedoria clama nas ruas (8:3). </p>
<p class="calibre2">Seu convite é: "Quem é simples, volte-se para aqui" (9: 4). Em contraste, a mulher tola, que convida às águas roubadas e cujos convidados estão nas profundezas do inferno (9:17,18), faz um convite idêntico: "Quem é simples, volte-se para aqui" (9: 16). A Sabedoria chama os simples a abandonarem o pecado; a prostituta os chama à indulgência para com ele. </p>
<p class="calibre2">Esta seção, Provérbios 1 a 9, contrasta portanto o pecado com a justiça. As palavras "sabedoria", "instrução", "entendimento", etc., através de toda esta passagem, não se referem simplesmente à inteligência e capacidade humanas; mas antes contrastam com aquilo que é mau. A sabedoria conforme usada aqui é portanto uma qualidade moral. Deve-se notar que este é um uso especial. Na maior parte do Velho Testamento, a sabedoria é simplesmente capacidade ou sagacidade. Até no Eclesiastes, onde a sabedoria também foi enfatizada, é apenas inteligência humana e portanto foi colocada ao lado da loucura como vaidade (Ec. 2:12-15). </p>
<p class="calibre2">Só em Jó 28 e em certos salmos (37:30; 51: 6; 91: 12; 111:10) é que se nota o conceito proverbial da sabedoria. Mesmo a sabedoria pela qual Salomão se tornou famoso nos livros históricos não era exatamente esta sabedoria. Ele ficou famoso por sua capacidade na ciência natural (I Reis 4:33), na jurisprudência (I Reis 31 16-28) e por sua grande inteligência (I Reis 10:1-9). Provérbios acrescenta ao conceito da acuidade mental a retidão moral a única que dá mérito à inteligência. </p>
<p class="calibre2">Na segunda seção, os Provérbios de Salomão, 10:1 – 22:16, a doutrina é apresentada quase que exclusivamente através de versículos isolados. Através do capítulo 15, o ensino é feito por meio de contraste, indicado por um 'irias" no meio de quase todos os versículos. </p>
<p class="calibre2">Subseqüentemente há paralelos de idéias mais freqüentes que os contrastes. Esta seção cobre uma larga escala de assuntos e torna difícil fazer um esboço. O ponto de vista, contudo, é bastante consistente. </p>
<p class="calibre2">Salomão faz um contraste entre a sabedoria e a loucura. E, como na Seção l, não é a inteligência versus a estupidez; é a sabedoria moral versus o pecado. Nesta seção a sabedoria não está personificada, mas os mesmos sinônimos da Seção I foram usados aqui em se tratando dela – entendimento, justiça, instrução. O louco também tem o seu paralelo: o zombador, o preguiçoso, o obstinado. </p>
<p class="calibre2">As seções seguintes (veja Esboço) continua nesta linha. Conforme Toy destaca (Crawford H. Toy, ICC sobre <i class="calibre3">Proverbs</i>, pág. xi), a ética do livro é muito alta. Honestidade, verdade, respeito pela vida e propriedade são os pontos nos quais se insiste. Os homens são aconselhados a exercerem a justiça, o amor, a misericórdia para com os outros. Uma boa vida familiar, com cuidadosa educação das crianças e um alto padrão feminino é o que se reflete. </p>
<p class="calibre2">Quanto ao aspecto religioso, o Senhor se entende como o autor da moral e da justiça, e o monoteísmo é pressuposto. As referências à Lei e à profecia (29:18) ao sacerdócio e aos sacrifícios (15:8; 21:3, 27) são poucas, no entanto. O autor fala de si mesmo, inculcando princípios de boa conduta como vindos do Senhor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Autoria. </b> O nome de Salomão aparece em três partes do livro - 1:1; 10:1; 25:1. Há portanto uma reivindicação de autoria salomônica para a maior parte das seções, na realidade para quase todas com exceção das Partes III, 22:17 – 24:22; IV, 24:23-34; e VI 30:1 – 31:31. Esta reivindicação é discutida por mestres da crítica. </p>
<p class="calibre2">Toy ( <i class="calibre3">op. cit. </i>, pág. xix) que nega a autoria mosaica do Pentateuco e defende que Isaías e os profetas não escreveram os livros que lhes são atribuídos, mais do que naturalmente não dá a Salomão o crédito da autoria aqui. Com base em muitas indicações internas, ele atribui o livro a uma data pós-exílica. </p>
<p class="calibre2">Driver (S.R. Driver, <i class="calibre3">Introduction to the Literature of the Old Testament</i> 4ª ed., págs. 381 e segs.) defende que partes do livro são pré-exílicas, mas pouco atribui a Salomão, se é que atribui. </p>
<p class="calibre2">Pfeiffer (Robert H. Pfeiffer, <i class="calibre3">Introduction to the Old Testament</i>, págs. 649-659) examina detalhadamente as características internas de Provérbios com a intenção de datar diversos períodos. Considerando que a literatura da Sabedoria do Egito datada de 1700-1500A.C, era puramente secular, ele conclui que o estrato religioso de Provérbios deve provir do século quarto A.C. Depois de reconstruir a seu bel-prazer a história do pensamento israelita, ele data o livro de Provérbios relacionando-o com esse desenvolvimento. Sua conclusão é que o livro foi terminado depois de 400 A.C. e algum tempo depois do fim do terceiro século. </p>
<p class="calibre2">W. F. Albright ("Some Cannanite-Phoenician Sources of Hebrew Wisdom" in <i class="calibre3">Wisdom in Israel and the Ancient Near East</i>, ed. por M. </p>
<p class="calibre2">Noth e D.W. Thomas, pág,13) estuda a semelhança da linguagem com o ugarita e argumenta que o livro em "seu conteúdo total" é provavelmente pré-exílico, mas que grande parte dele foi transmitido oralmente até o século quinto. Ele defende que é provável que haja um núcleo salomônico. Consulte também um artigo escrito por Cullen I.K. Story, um dos alunos de Albright, The Book of Proverbs and Northwest Semitic Literature", JBL, LXIV, 1945, 319-337. Charles T. Fritsch ( <i class="calibre3">The Book of Proverbs</i>, IB, Vol. IV, pág. 775) defende a mesma opinião com motivos semelhantes. </p>
<p class="calibre2">Oesterley (W.O.E. Oesterley, <i class="calibre3">The Book of Proverbs</i>, pág. xxvi) prefere colocar a maior parte do livro no período pré-exílico, mas data a Seção I, 1:1 - 9:18, e a Seção VI, 30:1 - 31:31, do terceiro século "e muito provavelmente mais tarde ainda". </p>
<p class="calibre2">O fato é que por mais que se dê atenção a estas evidências internas não se consegue datar corretamente o livro ou as suas coleções. </p>
<p class="calibre2">Assumindo que provérbios seculares tenham precedido os religiosos, ou as máximas mais simples às variedades mais desenvolvidas, ainda se pode considerar que o desenvolvimento até o complexo e o religioso já estava completo antes do tempo de Salomão. Considerando que Jeremias se opôs aos sábios do seu tempo (Jr. 18:18), isto nada prova em relação às datas. Ele também se opôs aos sacerdotes, profetas e reis, mas isto não prova que tais cargos tenham sido pós-exílicos! A mais promissora maneira de tratar o assunto em relação à determinação da data por meio do critério interno é a de Albright em sua comparação com as palavras e formas ugaritas. </p>
<p class="calibre2">Nossas evidências externas não são tão completas quanto gostaríamos que fossem, mas não devem ser totalmente ignoradas. </p>
<p class="calibre2">Provérbios 15:8, por exemplo, foi citado com a fórmula "está escrito" no Documento Zadoquita (col. XI, linha 20; C. Rabin, <i class="calibre3">The Zadokite, Documents</i>, pág. 58). Isto mostra que o livro era considerado canônico no segundo século A.C. A produção Salomônica de Provérbios e parábolas" foi citada em Eclesiastes 48:17, datada de 180 A.C. Não há nenhuma evidência que seja anterior a esta data. Oesterley reivindica um caso de empréstimo feito ao livro de Provérbios pela <i class="calibre3">Story of Akikar</i> no século quinze (veja os comentários em 23:14). Qualquer opinião sobre a data do livro deverá ser fortemente influenciada pela opinião que tem dos outros livros. Se alguém defende que o Pentateuco não foi escrito antes de 400 A.C, e que os profetas foram na sua maioria pós-exílicos, terá de negar que Salomão escreveu os Provérbios. Se, contudo, a data pré-exílica do Pentateuco, Salmos e Profetas for aceita (como o faz este autor), não temos motivos válidos para negarmos a tradicional imputação salomônica às seções que levam o seu nome. </p>
<p class="calibre2">Fritsch ( <i class="calibre3">op. cit. </i>, pág. 770) faz objeções à tradicional glorificação da sabedoria de Salomão quando "ele cometeu tantos erros tolos através de toda a sua vida em todos os setores". Esse parece ser um julgamento demasiadamente áspero do mais brilhante rei de Israel. Que ele praticou erros em seu longo reinado de quarenta anos está claro; mas a arqueologia testifica da capacidade de Salomão na arquitetura, na administração e suas descobertas na engenharia relativamente à sua fundição de cobre em Eziom-Geber. É verdade que em idade avançada ele se tomou tirânico (I Reis 12:10), mas seu declínio não deveria nos deixar cegos ao seu talento anterior. Muitos críticos fazem objeções quanto ao caráter de Salomão por causa de suas muitas esposas. </p>
<p class="calibre2">Contudo, quando examinamos melhor os textos (e eles constituem nossa única fonte), concluímos que eles não retratam Salomão como uma criatura concupiscente. Na qualidade de rei importante sobre uma região que incluía muitos reis fantoches e cidades estados, sem dúvida Salomão estava sujeito a muitos tratados. Certamente em muitos casos tais tratados eram selados com o casamento de Salomão com as filhas desses reis fantoches, conforme antigo costume e como foi no caso da aliança com o Egito (I Reis 9:16, 17). Sem dúvida os casamentos de Salomão foram principalmente arranjos políticos. Seu erro não consistiu tanto na concupiscência quanto na permissão que concedeu a suas politicamente importantes esposas de introduzirem seus cultos pagãos na cidade de Deus (I Reis 11 : 7-9). </p>
<p class="calibre2">Os autores das outras seções dos Provérbios (III, 22:17 – 24:22; IV, 24:2324; VI, 30:1 – 31:31) são completamente desconhecidos. Veja observações no Comentário. Não podemos, portanto, ser dogmáticos quanto às suas datas, exceto quanto a dizer que não há necessidade de colocarmos a edição final do livro depois do encerramento tradicional do período bíblico - cerca de 400 A.C. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">As Coleções dentro dos Provérbios. </b> Toy ( <i class="calibre3">op. cit. </i>, pp. vii, viii) e outros que concordam com ele, têm argumentado que o aparecimento da mesma linha ou verso em diversas partes do livro prova que diversos autores cooperaram na formação do mesmo. Toy faz uma lista de más de cinqüenta similaridades, embora algumas não sejam muito exatas. </p>
<p class="calibre2">Inadvertidamente ele omite 15:13 e 17:22. A maior parte desses paralelos foram destacados na parte do Comentário deste exame. Toy não deu atenção suficiente para o fato óbvio de que, em muitos casos, a porção de um versículo fosse repetida com variações que também são significativas. Tais repetições não provam nada quando à autoria variada dos provérbios. Às vezes, a repetição também vem dentro de uma seção que Toy defende ser uma coleção uniforme, como 14-12 e 16: 25. Aqui Toy vê-se obrigado a sugerir a existência de sub-coleções. Mais ainda, há, uma repetição semelhante em uma obra egípcia considerada de autoria única (cons. Comentário sobre 22:28). Ao que parece, a alegação de Toy baseia-se em uma suposição ilusória. Está claro que, dentro do livro dos Provérbios, há muitas coleções distintas, conforme os títulos indicam; mas as evidências internas de tais paralelos são suficientes para invalidar a autoria de Salomão nas porções que lhe são atribuídas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios e outra Literatura da Sabedoria. </b> Tal como a poesia antiga não se limitou aos hebreus, assim a forma literária dos Provérbios não é também unicamente hebréia. Não nos surpreenderíamos em descobrir que há coleções de provérbios do antigo Egito ou Mesopotâmia. Diversas dessas obras têm títulos, nus duas são especialmente importantes – <i class="calibre3">Story of Ahikar</i> e <i class="calibre3">Wisdom of Amen-em-Opet</i> que devem ser consideradas de categoria inferior em algum detalhes. </p>
<p class="calibre2">Uma das mais antigas dessas obras da Sabedoria é a <i class="calibre3">Instruction of Ptah-Hotep</i>, de cerca de 2450A.C, no Egito. São poucos os paralelos que poderíamos citar entre essa obra e o Livro de Provérbios, mas o seu estilo é proverbial e as idéias são semelhantes em alguns ursos. Por exemplo, ela ordena a obediência dos filhos, a humildade, a justiça, o cuidado junto à mesa de um nobre, o ouvir mais que falar, etc. É óbvio que tais advertências pias são antigas e eram propriedade comum do Oriente. Paralelos entre tais obras e o livro de Provérbios nada provam quanto à origem do nosso livro. Observações semelhantes se aplicam a <i class="calibre3">Instruction of Ani</i>, e outras obras antigas do Egito. Poderíamos mencionar algumas obras da literatura da Mesopotâmia. </p>
<p class="calibre2">O assim chamado Jó da Babilônia, intitulado <i class="calibre3">Louvarei o Senhor da Sabedoria</i> faz-nos lembrar de uma certa maneira o Jó bíblico quando conta a história de um homem muito doente que foi curado pelos deuses. </p>
<p class="calibre2">Há também um <i class="calibre3">Diálogo Sobre a Miséria Humana</i>, às vezes chamado de Eclesiastes da Babilônia. A semelhança com a linguagem do Eclesiastes bíblico é bem menor, mas inclui alguns poucos provérbios. </p>
<p class="calibre2">Diversas tabuinhas babilônicas do século oito ou anteriores incluem provérbios ou conselhos sobre a retribuição do mal com o bem, sobre o não falar precipitadamente, sobre o não intrometer-se nas brigas alheias, etc. Novamente, considerando que tais princípios de moralidade são muito generalizados, sua presença nessas tabuinhas nada prova sobre a origem do Livro dos Provérbios, exceto que ele deveria naturalmente ser considerado segundo o seu fundo de cena. Exatamente como Moisés poderia ter recorrido às leis de Hamurabi, e Davi usou algumas das formas da poesia de Canaã, assim Salomão e seus sucessores tinham abundância de material a que recorrer para fins ilustrativos. Em todos esses casos, contudo, o antigo material comum foi moldado pelo autor hebreu, que foi inspirado pelo Espírito de Deus a escrever Suas revelações para o Seu povo. (Todas essas obras podem ser convenientemente observadas na coleção editada por James B. Pritchard, <i class="calibre3">Ancient Near Eastern Texts Relating to the Old Testament</i>, 2ª ed.). </p>
<p class="calibre2">De mais importância para o nosso estudo é a <i class="calibre3">Estória de Ahikar</i>, uma estória da Mesopotâmia enfeitada com muitos provérbios. A estória já é conhecida há muito tempo, pois partes dela aparecem nos antigos autores cristãos. Mas em 1906, onze papiros contendo a estória foram encontrados em escavações na colina judia de Elefantina, no Egito. Esta cópia é de cerca de 400 A.C. Ahikar foi conselheiro dos reis Senaqueribe e Esaradom na Assíria, em cerca de 700A.C. Ele adotou seu sobrinho, que por meio de mentiras conseguiu persuadir o rei a executar Ahikar. </p>
<p class="calibre2">Mas os executores oficiais, sendo amigos do homem condenado, esconderam Ahikar por algum tempo, reempossando-o depois quando a ira do rei abrandou. Dois terços do livrinho compõem-se dos ditos de Ahikar, que apresentam certos paralelos com Provérbios. </p>
<p class="calibre2">W.O.E. Oesterley no seu <i class="calibre3">The Book of Proverbs</i> (pág. xxxvii-liii) faz uma lista de tanta e três paralelos, que provavelmente é um número um tanto exagerado. Story ( <i class="calibre3">op. cit. </i>, págs. 329336) também apresenta comparações importantes. Na sua maioria esses paralelos são generalizados. Por exemplo, Ahikar adverte os homens a que não olhem para uma mulher enfeitada e pintada ou que não a desejem, pois isto constitui pecado contra Deus (cons. Pv. 6:25, etc.). Ele também insiste com um pai a que domine seu filho enquanto ainda é jovem, para que não se rebele quando ficar mais forte (cons. Pv. 19:18). Contudo, duvidamos que haja alguma ligação direta entre os provérbios de Ahikar e os da Bíblia. Mais ainda, os provérbios de Ahikar têm falta de aspecto moral do Livro dos Provérbios. Eles não possuem o contraste entre o homem sábio versus o pecador que é característica dos Provérbios. São de aspecto mais secular. O Livro de Provérbios, contudo, ocasionalmente usa esta tela de fundo secular para desenvolver seus ensinamentos morais. Na verdade é difícil ter-se a certeza – se há alguma dependência – qual a obra devedora. A Estória de- Ahikar, embora se passe na Assíria, era conhecida dos judeus e mais tarde dos cristãos. Nossa melhor cópia vem de fonte judia. Os provérbios de Ahikar poderiam ter sido facilmente influenciados pelo Livro dos Provérbios ou pelo estoque geral dos provérbios judeus, o contrário também sendo plausível, (veja Comentário sobre 23:14 quanto a um provável caso de empréstimo feito por Ahikar dos Provérbios). </p>
<p class="calibre2">Alguns acham que o caso é outro em se tratando da <i class="calibre3">Sabedoria de Amen-em-Opet</i> do Egito. Esta notável coleção de provérbios tem ainda mais paralelos com o livro bíblico do que Ahikar. Sua data é incerta. Os papiros são mais antigos que a composição, a qual não pode ser datada. </p>
<p class="calibre2">F.L. Griffith fez o trabalho principal da tradução do egípcio. Oesterley apresenta a data de Griffith para o livro como sendo o sétimo ou sexto século A.C, e H.O. Lange ainda mais tarde. O próprio Oesterley atribui a obra ao século oito ou mais tarde ( <i class="calibre3">The Wisdom of Egypt</i>, págs. 9, 10), Albright favorece uma data posterior, em cerca de 1100-1000 A.C. (o. </p>p
<p class="calibre2">cit., pág. 6). Se esta data for sustentada, qualquer idéia de derivação deve ser de um original egípcio. John A. Wilson (ANET, pág. 421), em sua tradução da obra, não se compromete quanto à data. </p>
<p class="calibre2">A natureza dos paralelos deve ser observada. Oesterley, em seu estudo perspicaz, observa que a <i class="calibre3">Sabedoria de Amen-em-Opet</i> é muito anti-egípcia. Sua ética é mato elevada e tem um desenvolvido conceito divino de monoteísmo. Ele declara que "não se encontra nada semelhante na literatura egípcia do período pré-cristão" ( <i class="calibre3">op. cit. </i>, pág. </p>
<p class="calibre2">24). Oesterley encontra paralelos em diversos livros do Velho Testamento além dos Provérbios, como por exemplo Dt. 19:14; 25:13-15; 27:18; I Sm. 2:6-8; Sl. 1; Jr. 17:6 e segs. Essas passagem não são particularmente significativas, entretanto, pois a maior parte delas trata de temas que também aparecem em Provérbios, onde os paralelos são numerosos – mais de quarenta relacionados por Oesterley ( <i class="calibre3">The Book of Proverbs</i>, págs, xxxvii-1iii). Os paralelos aparecem em diversas partes dos Provérbios, mas são particularmente notáveis no trecho de 22:17 - 23:14. Todos esses versículos com exceção de cinco fazem paralelo com <i class="calibre3">Amen-em-Opet</i>. </p>
<p class="calibre2">Mais notável que tudo é que o livro egípcio está dividido em trinta capítulos (de considerável extensão) e conclui com uma exortação a que se dê atenção a esses trinta capítulos. Esta seção de Provérbios, incluindo 22: 17 – 24: 22, diz-se que contém trinta ditados (Oesterley, <i class="calibre3">op. cit. </i>, pág. </p>
<p class="calibre2">192). As palavras introdutórias desta seção de Provérbios são: "Porventura não te escrevi <i class="calibre3">excelentes coisas</i>" (22:20). Isto poderia ser traduzido, mais justificadamente, com pequena alteração de vogais: "Porventura não te escrevi <i class="calibre3">trinta </i>". Deve-se admitir que a descoberta de exatamente trinta ditados nesses sessenta e nove versículos é um tanto arbitrária. E os trinta ditados não são tão longos como os trinta capítulos do livro egípcio. Ainda mais, o paralelo é notável. Oesterley ( <i class="calibre3">The Wisdom of Egypt</i>, pág. 105) destaca o fato curioso de que a seção de Pv. 22: 17 – 23:12 faz paralelos com todos exceto três versículos esparsos da obra egípcia. Mas as demais partes dos Provérbios, que têm paralelos menos constantes, encontram esses paralelos de modo geral nos capítulos X e XXI de <i class="calibre3">Amen-em-Opet</i>. Ele argumenta a partir disto com muita plausibilidade que o uso no que se refere ao empréstimo difere nas diferentes seções dos dois livros. Nenhuma das obras emprestou diretamente da outra. Em algumas seções, ambas emprestaram de um reservatório comum de provérbios. Mas por causa do caráter peculiar da obra egípcia, ele argumenta que a fonte de ambos está nos antecedentes da sabedoria e teologia hebraicas. </p>
<p class="calibre2">Talvez possamos ir um pouco adiante. Muito se tem dito da tradução: "Porventura não te escrevi <i class="calibre3">trinta</i> coisas". Está claro que os trinta ditados nesta seção dos Provérbios não foram copiados dos trinta ditados egípcios. </p>
<p class="calibre2">Na realidade, a última parte da seção dos Provérbios não tem paralelo qualquer com o livro egípcio. Os "trinta" de Provérbios poderia ter sido modelada segundo os "trinta" egípcios, mas de qualquer forma, não foram servilmente emprestadas. Antes, devemos ver aqui outro exemplo do uso característico de números na literatura da Sabedoria. Exemplos bem conhecidos são as referências climáticas "as três coisas ... senão ... quatro" muito difíceis para serem entendidas (Pv. 30:18 e segs.) ou as "seis coisas ... e a sétima" (6:16-19). Tais referências encontram par na literatura ugarita. Diz-se que Baal tem dois sacrifícios, sim, três (C.H. Gordon, <i class="calibre3">Ugaritic Literature</i>, pág. 30). Baal captura sessenta e seis cidades, sim, setenta e sete cidades ( <i class="calibre3">ibid</i>., pág. 36). Mais tarde, setenta e sete irmãos, sim, oitenta e oito são mencionados ( <i class="calibre3">ibid</i>., pág. 55). Muitos outros exemplos poderiam ser apresentados. Ao que parece, nos ditados de <i class="calibre3">Amen-em-Opet</i> e em Provérbios 22:20 temos dois exemplos do uso literário do numeral trinta que provavelmente poderia ser multiplicado se nossas fontes da Sabedoria do antigo Egito e Hebraica fossem mais completas. Quanto às comparações detalhadas dos Provérbios com os ditados egípcios, veja observações sobre os versículos no Comentário. </p>
<p class="calibre2">Deveríamos também mencionar os dois livros apócrifos, Eclesiástico de cerca de 180 A.C. e a Sabedoria de Salomão, provavelmente um pouco posterior. Esses livros, de grande interesse por si mesmos, foram modelados sob diversos aspectos segundo os Provérbios. Mas são posteriores e exibem um desenvolvimento maior na personificação da sabedoria e outros assuntos. Eles emprestaram material do nosso Livro de Provérbios, não vice-versa, e portanto referência extensiva a eles não se faz necessária em nossos atuais propósitos. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ESBOÇO </b></p>
<p class="calibre2">I. O tributo de Salomão à sabedoria, o temor do Senhor. 1:1 – 9:18. </p>
<p class="calibre2">A. Introdução. 1:1-7. </p>
<p class="calibre2">B. Sabedoria, a mulher virtuosa, versus a mulher má. 1: 8 – 9:18. </p>
<p class="calibre2">II. Miscelânea dos provérbios de um só versículo de Salomão. </p>
<p class="calibre2">10:1 – 22:16. </p>
<p class="calibre2">A. Provérbios em contraste. 10:1 – 15:33. </p>
<p class="calibre2">B. Provérbios especialmente comparativos. 16:1 – 22:16. </p>
<p class="calibre2">III. As Palavras do Sábio, trinta provérbios. 22:17 – 24: 22. </p>
<p class="calibre2">A. Provérbios correspondentes na Sabedoria Egípcia. </p>
<p class="calibre2">22:17 – 23:12. </p>
<p class="calibre2">B. Provérbios sem paralelo no egípcio. 23 : 13 - 24 : 22. </p>
<p class="calibre2">IV. As Palavras do Sábio, Apêndice. 24:23-24. </p>
<p class="calibre2">V. Provérbios de Salomão, editados pelos homens de Ezequias. </p>
<p class="calibre2">25:1 – 29:27. </p>
<p class="calibre2">VI. Apêndices finais. 30:1 – 31:31. </p>
<p class="calibre2">A. Palavras de Agur. 30:1-33. </p>
<p class="calibre2">B. Palavras de Lemuel. 31:1-9. </p>
<p class="calibre2">C. Poema alfabético sobre a mulher virtuosa. 31:10-31. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">COMENTÁRIO </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. O Tributo de Salomão à Sabedoria, o Temor do Senhor. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. 1:1 – 9:18. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios 1 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A. Introdução. 1:1-7. </b> Autor e Assunto. Alguns comentaristas consideram esta porção uma introdução a todo o livro, mas como diversas outras seções também têm premissas do autor, provavelmente deve ser considerada referente apenas à primeira seção. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Provérbios. </b> A raiz da qual esta palavra é originada tem sido usada tanto no hebraico como em outras linguagens semitas para expressar comparação. Um derivado acadiano significa "espelho". De tal uso, a palavra passou a incluir uma observação condenatório (Sl. 69:11) e uma mensagem profética (por exemplo, Nm. 23:7,18). Foi traduzida "parábola" dezesseis vezes no V.T. No livro dos Provérbios foi usada principalmente nos títulos (1:1, 6; 10:1; 25:1) para indicar as comparações e contrastes usados para expressar os ensinamentos morais do livro. <b class="calibre1">De Salomão. </b> Veja o comentário sobre a autoria na Introdução ao livro. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2-4. A Sabedoria, e o ensino, </b> etc. Aqui temos cinco sinônimos para <b class="calibre1">sabedoria</b>. Incluem a <b class="calibre1">justiça</b> e a <b class="calibre1">equidade</b>, que são mais virtudes que habilidades. A ênfase foi colocada sobre a sabedoria moral ou conduta honesta. <b class="calibre1">Aos simples. </b> Esta palavra, usada quatorze vezes nos Provérbios, quatro em outras passagens, designa o oposto de um homem moral. Não se refere a um simplório como nós entendemos o termo, mas um pecador, um velhaco. Os provérbios têm uma mensagem de moralidade para os ímpios. Não constituem apenas um almanaque de bons conselhos para criaturas de pouca inteligência ou hábitos preguiçosos. Esta introdução adverte-nos contra a atitude de considerarmos o livro num sentido secular. É um livro de princípios cristãos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. O temor do Senhor. </b> Uma expressão comum nos Salmos e em outras passagens, esta frase foi usada quatorze vezes nos Provérbios. </p>
<p class="calibre2">Ilustrações sobre o uso aparecem no Sl. 115:11 - "Confiam no Senhor os que temem o Senhor", e em Is. 11:2, 3, onde o temor do Senhor é citado como característica do Messias. Tal temor inclui o respeito para com o Todo-poderoso (Sl. 2:11 – "servi ao Senhor com temor, e alegrai-vos nele com tremor"). Jó 28:28 é praticamente uma definição – "Eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e o apartar-se do mal é o entendimento". </p>
<p class="calibre2">Provérbios 8:13 tem o mesmo efeito – "O temor do Senhor consiste em aborrecer o mal". O <b class="calibre1">principio do saber. </b> Não o "mais importante" ou a "essência", Como a raiz hebraica poderia sugerir, pois Pv. 9:10 usa uma palavra significando especificamente "o começo" ou "o princípio". </p>
<p class="calibre2">Antes, o primeiro passo na moralidade é o nosso relacionamento com Deus. <b class="calibre1">Os loucos desprezam a sabedoria. </b> "Loucos" aparece diversas vezes em Provérbios. Também o uso difere. Em Is. 35:8, "louco" significa obviamente "simplório". Mas no uso especializado de Provérbios, "louco" significa um pecador. Provérbios 14:9 é ilustrativo – "Os loucos zombam do pecado". A cláusula significa que os pecadores ridicularizam a santidade. A LXX grega traduz bem loucos para ímpios. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">B. Sabedoria, a Mulher Virtuosa, Versus a Mulher Má. 1:8 - 9:18. </b></p>
<p class="calibre2">Nesta seção o método de ensino por meio do contraste ficou lindamente ilustrado. Nas seções mais importantes, a Sabedoria personificada é colocada em oposição ao pecado (veja Introdução, <i class="calibre3">A Doutrina dos Provérbios</i>). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11 . Embosquemo-nos para derramar sangue ... espreitemos ... o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">inocente. </b> O motivo, conforme se deduz, é o assalto, mas esta quadrilha sugere abertamente que se mate para obter mais lucro. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Vivos, como o abismo. </b> A expressão se encontra em Nm. 16:30, 33; Sl. 55:15. A primeira passagem diz que Coré e o seu grupo foram engolidos vivos pela terra que se abriu. A última expressa a maldição desejando que os homens desçam "vivos" à cova. Estes homens de Pv. 1:11-14 estariam prontos a matar com presteza. Eles queriam levar os homens inteiros, isto é, sadios à morte. <b class="calibre1">A cova. </b> O hebraico <i class="calibre3">sheol</i>. O autor do presente comentário crê que este termo significa simplesmente "sepultura". Foi usado nove vezes nos Provérbios, sendo que três vezes referindo-se- aos resultados do adultério. Cons. 5: 5; 7: 27; 9:18, onde foi posto em paralelo com a "morte" e "os mortos". Finalmente em 1:12, a ênfase foi posta simplesmente sobre o assassinato. Aqui não há nenhuma preocupação com a vida após a morte das vítimas. Isto não a nega que houvesse entre os hebreus uma crença na vida após a morte e na ressurreição, mas simplesmente para dizer que esta discutida palavra pode ter um significado muito mais simples do que se lhe dá algumas vezes. (Veja R. Laird Harris, "O Significado do Sheol no Velho Testamento", <i class="calibre3">The Evangelical Theological Society Bulletin</i>, Vol. IV, 1961, N.º 4.) <b class="calibre1">16. Os seus pés. </b> Idêntico com Is. 59:7. Possivelmente Isaías faz citação aqui, ou talvez fosse uma expressão comum. Veja comentários sobre 30:5 com referência a outras citações encontradas nos Provérbios de outras passagens do V.T. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Ó néscios. </b> Obviamente aqueles que estão em pecado. A palavra <b class="calibre1">escarnecedores</b> foi usada no Sl. 1:1 fazendo paralelo com <b class="calibre1">ímpios</b> e <b class="calibre1">pecadores</b>. Cons. comentário sobre 3:34. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. E vós. </b> Os versículos 24 e 25 dão um motivo como uma prótase; a apódose ou conclusão está no versículo 26. Quando recusamos o convite do Senhor, chega o momento em que a porta da graça se fecha. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. Seu desvio. </b> A <i class="calibre3">inconstância</i> dos pecadores (de acordo com a Versão Berkeley). A palavra geralmente se refere à apostasia, ao afastamento de Deus. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios 2 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2:1. Filho meu. </b> Esta saudação aparece treze vezes nos primeiros sete capítulos. Ela ajuda na demonstração da unidade desta seção 1:1 - 9:18. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. O Senhor dá a sabedoria. </b> A natureza essencialmente religiosa da exortação ficou aqui ilustrada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Caminhos das trevas. </b> Os versículos 12-15 falam do mal de maneira generalizada. Isto ficou habilmente caracterizado pela expressão <b class="calibre1">caminhos das trevas. </b> O pecado continua florescendo nas trevas. O contraste está expresso em 4:18,19, onde o caminho dos justos foi comparado à luz e o caminho dos ímpios àS trevas, COntudo, uma palavra hebraica diferente da que foi usada em 2:13). A figura ética da luz e das trevas aparece também em Is. 5:20; Sl. 43:3; e em alguns poucos outros lugares onde o contraste é menos explícito. Não é comum ao V.T., mas encontra-se nos códices do Mar Morto e no N.T. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Da mulher adúltera, da estrangeira. </b> Estas dum expressões obviamente se referem à mulher 'livre". As palavras significam basicamente "estranha" e "estrangeira" (Berkeley), mas em Provérbios está claro que a imoralidade está implícita. Em outras passagens do V.T. </p>
<p class="calibre2">não acontece isto. Rute intitula-se uma "estrangeira" (Rute 2:10). Essas expressões quando usadas em Provérbios são eufemismos de <i class="calibre3">zônâ</i>, "prostituta", uma palavra poucas vezes usada neste livro. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. O amigo da sua mocidade. </b> Seu marido (Berkeley). <b class="calibre1">A aliança </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">do seu Deus. </b> Provavelmente uma referência interessante à divina sanção dos votos matrimoniais. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. A sua casa se inclina para a morte. </b> A tradução torna-se difícil nos detalhes, mas o significado está claro por meio de comparação: o salário do pecado é a morte. O mesmo pensamento foi repetido com palavras muito semelhantes em 5:5; 7:27; 9:18. A passagem mais parecida é 7:27, que diz que sua casa é a estrada do Sheol, descendo para as câmaras da morte; isto é, o adultério é fatal. É difícil contudo aceitar <b class="calibre1">sua casa</b> como sujeito de <b class="calibre1">inclina</b> em 2:18, porque "casa" é masculino e hebraico e o verbo <i class="calibre3">shuah</i> é feminino. Toy ( <i class="calibre3">The Book of Proverbs</i>, ICC, ad loc.) acha, portanto, que ele deriva de um verbo semelhante com as mesmas consoantes, <i class="calibre3">shahah</i>, "ser vergado". Isto, possivelmente, está correto. <b class="calibre1">Da morte. </b> Hebraico, <i class="calibre3">repaîm</i>, traduzido por alguns como <i class="calibre3">sombras da morte</i> (RSV e Berkeley). Esta tradução não é absolutamente necessária. A palavra não pode se referir à teologia do outro mundo. Sua etimologia é incerta. Encontra-se diversas vezes no ugarita (C.H. </p>
<p class="calibre2">Gordon, <i class="calibre3">Ugaritic Handbook</i>, glossário) e ali foi feito paralelo de "divindades". O uso não é muito instrutivo, uma vez que envolve a teologia ugarita, que é inteiramente diferente da Bíblia. Somos levados a considerar os sete outros exemplos bíblicos do uso da palavra. Três vezes foi usado como paralelo de "mortos"; duas de Sheol; duas não tem paralelo. Instrutiva é a passagem de Is. 26:14, 19. No primeiro versículo a queixa é que os mortos, os <i class="calibre3">repaîm</i>, não viverão nem ressuscitarão; no último versículo há a promessa de que viverão. A palavra significa simplesmente gente morta. Quanto ao estado dos mortos ser irreal, consciente ou inconsciente, a palavra nada diz. (Sobre este assunto cons. o ensino claro de Fp. 1:23; Lc. 23:43; et. al.). Há outra palavra soletrada da mesma maneira que é o nome de uma das nações de Canaã, os refains. Essa palavra às vezes é traduzida para "gigantes", mas provavelmente não o é corretamente. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios 3 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3:1. Os meus ensinos. </b> Esta frase e "meus mandamentos" (2:1) e palavras semelhantes não devem ser pressionadas para se referirem à lei de Moisés. São os conselhos do pai e mestre. Considera-se, entretanto, que seja a palavra do Senhor. O autor dá a entender que está transmitindo mandamentos divinos, como Paulo faz em I Co. 14:37. </p>
<p class="calibre2">Embora um fim prático seja geralmente a intenção dos Provérbios, o autor insiste na retidão por si mesma, não porque ela seja a melhor política. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. Aumentarão os teus dias. </b> Uma possível alusão ao primeiro mandamento com promessa (Êx. 20:12). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Ata-as ao teu pescoço. </b> Uma frase semelhante, mas não idêntica aparece em Dt. 6:8. Mais aproximada é a de Pv. 7: 3:"Escreve-os na tábua do teu coração". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. De todo o teu coração. </b> Este versículo precioso contrasta a sabedoria humana comum e a sabedoria divina que é a base de todo o livro. <b class="calibre1">Coração</b> no hebraico é usado simbolicamente para representar não tanto a sede das emoções como a sede do intelecto e da vontade. Em outras palavras, submeta seu ego a Deus. Não procure ser independente dEle. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Endireitará. </b> Hebraico, <i class="calibre3">tornar reto</i>. O versículo não promete propriamente orientação mas capacidade para avançarmos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. As primícias. </b> Uma interessante referência à legislação levítica. </p>
<p class="calibre2">De maneira geral, os Provérbios silenciam quanto às leis mosaicos (mas cons. os versículos mencionados no Comentário em 115:8), embora essas leis estivessem declaradamente em vigor quando os Provérbios foram escritos – mesmo de acordo com a opinião dos críticos que colocam tanto os Provérbios como a legislação levítica no período pós-exílico. O silêncio dos Provérbios neste setor simplesmente tornam a indicar que o argumento do silêncio é muitas vezes ilusório. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Vinho. </b> O hebraico tem duas palavras para vinho. <i class="calibre3">Yayin</i>, que significa vinho fermentado, foi usado na passagem condenatória de Pv. 23: 31-35. <i class="calibre3">Tirôsh</i>, usado aqui referindo-se ao produto fresco do lagar, é exatamente o "mosto" ou "suco de uva". As duas palavras foram traduzidas para <i class="calibre3">oinos</i>, "vinho", pela LXX. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Não rejeites a disciplina do Senhor. </b> Citação de Jó 5:17, exceto que em Jó aparece o característico nome Shadday, "Todo-poderoso". </p>
<p class="calibre2">Hebreus 12:5,6 cita a LXX ao pé da letra (textos alexandrino e sinaítico), como é normal em Hebreus. (Quanto a outras citações do V.T. em Provérbios, cons. 30:5). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. Lucro. </b> Talvez "valor". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Pérolas. </b> Cons. Jó 28:18; Pv. 8:11; 31:10. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Árvore de vida. </b> A frase também aparece em Gn. 2:9; 3:22-24; Pv. 11:30; 13:12; 15:4; Ap. 2:7; 22:2. Gênesis é a única fonte satisfatória para a referência de Provérbios. Devemos portanto concluir que, como no Apocalipse, esses versículos em Provérbios relacionam-se à narrativa da Queda. Não há nenhuma evidência de uma "primitiva árvore da vida sagrada" como supõe Toy. Apocalipse 22:2 também se refere a uma árvore curativa junto ao rio do santuário (cons. Ez. 47:12; Zc. 14:8). </p>
<p class="calibre2">Árvores famosas do Éden, o jardim de Deus, são mencionadas em Ez. 31:8-16. Todas essas referências presumem conhecimento da narrativa do Gênesis. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Com sabedoria fundou a terra. </b> Cons. 8:25-31. A "sabedoria" dos Provérbios é basicamente um atributo divino, e não deve ser igualado com as máxima meramente terrenas de um professor inteligente. Esta sabedoria é a lei de Deus. Em Pv. 8, a sabedoria está personificada e é chamada de eterna, como Deus é eterno. Muitos têm encontrado aqui uma sombra de Cristo, que é uma interpretação possível, mas não certa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Não te furtes. </b> Pague os salários e os pague a tempo, isto é, trate o trabalhador com honestidade e justiça (cons. Lv. 19:13; Ml. 3:5). </p>
<p class="calibre2">Outros alargariam a injunção incluindo toda a caridade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. O perverso. </b> O significado da raiz é aparentemente <i class="calibre3">partir</i>. Esta forma só é usada em Pv. 2:15; 3:32; 14:2; Is. 30:12. Seu paralelo é "trapaceiro". A LXX diz <i class="calibre3">transgressor</i>. Talvez "transgressor" ou "apóstata" dê o significado mais certo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">34. Ele escarnece dos escarnecedores. </b> A mesma raiz, lis, foi usada em ambos, substantivo e verbo. Mas os significados provavelmente são um tanto diferentes. O verbo tem o significado de "ridicularizar" (cons. Sl. 119:51). A LXX foi citada em Tg. 4:6 ao pé da letra; I Pe. 5:5 usa <i class="calibre3">resistir</i> numa tradução livre. O substantivo, contudo, limita-se a Provérbios, Sl. 1:1 e Is. 29:20. É um dos muitos sinônimos para o homem ímpio. O grego usa a palavra <i class="calibre3">arrogante</i>, que é uma imagem exata. Seu antônimo é <b class="calibre1">humilde</b> na segunda metade do versículo. Mas há uma larga variedade na tradução grega desta raiz. Evidentemente ela tem muitas implicações de perversidade. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios 4 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4:3, 4. Filho ... de meu pai. </b> Estes versículos dão um toque interessante. O pai-professor declara que sua doutrina não é nova. Não há motivo para não percebermos aqui o solícito cuidado de Davi e Bate-Seba por seu filho Salomão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Adquire a sabedoria. </b> A RSV e Berkeley insistem em traduzir aqui o genitivo – <i class="calibre3">O princípio da sabedoria é: Adquire a sabedoria</i>. </p>
<p class="calibre2">Também Toy e Delitzsch ( <i class="calibre3">The Proverbs of Solomon</i>, KD, reeditado). </p>
<p class="calibre2">Mas isto parece desnecessário. Oesterley ( <i class="calibre3">op. cit. </i>) e Fritsch ( <i class="calibre3">op. cit. </i>) preferem ignorar o versículo uma vez que não aparece na LXX. A mesma forma <b class="calibre1">princípio</b> foi usada quatro vezes não no genitivo. O significado de "o mais importante" ou "principal" está bem comprovado. </p>
<p class="calibre2">A tradução da E.R.A. pode ser defendida. <b class="calibre1">O principio da sabedoria é: </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Adquire sabedoria</b> deforma a idéia de 1:7 e parece inconveniente. <b class="calibre1">Com </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">tudo o que possuís</b> e não <i class="calibre3">com todo o teu esforço</i>. <b class="calibre1">Adquire o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">entendimento. </b> Aqui não há um progresso – Não pare na sabedoria; adquira entendimento verdadeiro. Antes, conforme ocorre normalmente nos Provérbios, a sabedoria e o entendimento são sinônimos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Coroa de glória. </b> A expressão também foi usada em 16:31; Is. 62:3. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Não se embaraçarão</b> (cons. Mt. 7:14). Seus passos não serão impedidos (Toy). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. Não entres. </b> Os versículos 14-27 representara o conselho da sabedoria isto é, afasta-te do mal (cons. Jó 28:28). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. A vereda dos justos. </b> Observe o contraste enfático com "o caminho dos perversos" (v. 19). <b class="calibre1">Dia perfeito. </b> O significado exato é discutível. Rashi e muitos outros preferem <i class="calibre3">meio-dia</i> (citado em Julius H. </p>
<p class="calibre2">Greenstone, <i class="calibre3">Proverbs Math Commentary</i>). O significado geral está claro: o justo anda em luz crescente; os ímpios, nas trevas (cons. comentário sobre 21 13). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Vida ... e saúde. </b> Cons. 3:8. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Guarda o teu coração, </b> isto é, a mente que deveria buscar a conduta reta (cons. 23:26). <b class="calibre1">Dele procedem. </b> Gramaticalmente seria "do coração procedem"; mas mais provavelmente, "no guardar o coração com sabedoria" está a vida. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios 5 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5:3. Os lábios. </b> Como um favo goteja mel, assim a mulher estranha diz palavras melosas; sua fala (lit. <i class="calibre3">paladar</i>, como o órgão da fala) é, nós diríamos, "manhosa". <b class="calibre1">Mulher adúltera. </b> Veja comentário sobre 2:16. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Abismo. </b> O grego traduz para <i class="calibre3">fel</i> como sendo o máximo da amargura. O hebraico <i class="calibre3">la'anâ</i> parece que se refere a um arbusto amargo usado na preparação do absinto e tradicionalmente usado como medicamento para combater vermos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. À morte. </b> veja comentário sobre 2:18. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Não. </b> Um termo difícil traduzido pela LXX, Delitzsch, e outros para uma negativa. Pondera significa "pesa" ou "aplaina". O sujeito poderia ser '"tu" ou "ela". Leia-se: <b class="calibre1">Ela não pesa</b> (ou considera) <b class="calibre1">o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">caminho da vida</b>. A última metade poderia ser traduzida: <b class="calibre1">Anda errante </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">nos seus caminhos. </b> O último verbo também poderia ter por sujeito 'tu" ou "ela". <i class="calibre3">Ela não sabe</i> (Berkeley e RSV do mesmo modo). Jones e Walls ("Proverbs", <i class="calibre3">The New Bible Commentary</i>) favorece um significado pouco autêntico do verbo: Ela não descansa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Dês a outrem a tua honra. </b> Provérbios 5:9-14 foi habilmente intitulado "A Estrada do Libertino" por Jones e Walls. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Tua própria cisterna. </b> Os versículos 15-17 são altamente poéticos e contêm lindas exortações à fidelidade, enquanto 16, 17 provavelmente se referem aos filhos. Sob qualquer circunstância, as bênçãos da fidelidade conjugal estão lindamente apresentadas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19. Saciem-te os seus seios. </b> Esta palavra hebraica, <i class="calibre3">dad</i>, traduzida para <b class="calibre1">seios</b>, não tem a conotação esperada neste versículo como uma outra palavra, <i class="calibre3">shad</i>, poderia conter. Certas cópias da LXX e o paralelo em Pv. 7:18 argumentam que a palavra aqui deveria ser lida com outra vogal, <i class="calibre3">dod</i>, e traduzida para: <i class="calibre3">Que o seu amor te satisfaça</i> (também Greenstone e a RSV). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Perante ... O Senhor. </b> Contrariando Toy, que costuma encontrar em Provérbios o conceito das bênçãos temporais como incentivo para a moralidade; este versículo prova que a opinião do autor inclui uma referência mais elevada da santidade de Deus como justificativa para a retidão. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Falta de disciplina. </b> O hebraico diz: <i class="calibre3">sem instrução</i>. Sem dúvida "por falta de disciplina" é a idéia (também a RSV, BV, Jones e Walls, etc.). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios 6 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6:1. Se ficaste por fiador. </b> Os costumes referentes ao empréstimo de dinheiro entre os judeus na antiguidade não são de todo conhecidos. </p>
<p class="calibre2">Toy imagina que não havia o emprego da fiança na vida pré-exílica "comercialmente simples". Contudo poderia parecer que os extensos empreendimentos de Salomão, atualmente comprovados pela arqueologia, e o desenvolvimento da vida econômica descrito por Amós e outros deveria conceder ampla oportunidade para fazer empréstimos com fiança; embora não tenhamos exemplos disso em outras passagens. </p>
<p class="calibre2">As atitudes rabínicas são discutidas por Greenstone, que observa que a palavra hebraica para "fiança" nesta passagem era usada pelos comerciantes fenícios e passou para o latim como <i class="calibre3">arrabo</i>. Ele deveria acrescentar que no grego é <i class="calibre3">arrabon</i> (Ef. 1:14; cons. Zellig S. Harris, <i class="calibre3">Grammar of the Phoenician Language</i>, "American Oriental Series", Vol. </p>
<p class="calibre2">VIII; Glossário). </p>
<p class="calibre2">Resumindo, a lei levítica proibia o empréstimo com juros a israelitas pobres (Lv. 25:35-37). O conceito era que devia-se emprestar o dinheiro necessário ao israelita pobre sem qualquer garantia. A Lei exigia que se um homem emprestava e tomava algo como garantia, ele não devia entrar na casa do seu devedor para retirar a garantia à força. E se um homem pobre entregava suas vestes como garantia, o seu credor devia devolvê-las naquele mesmo dia (Dt. 24:1012). Essas provisões satisfazem às nossas isenções pessoais mínimas. Era permitido fazer empréstimos aos não israelitas e provavelmente se faziam empréstimos comerciais. O autor do artigo "Usura", no ISBE, observa que a regulamentação do Pentateuco não inclui empréstimos comerciais; mas talvez ele vá longe demais ao dizer que os empréstimos comerciais eram praticamente desconhecidos. Antes é provável que a prática dos empréstimos comerciais desse lugar às injustiças de II Reis 4:1; Ne. 5:1-12. No ano da remissão são todas as dívidas israelitas eram cancelarias (Dt. 15:2). O argumento é que os empréstimos comerciais eram permitidos, enquanto outros empréstimos eram proibidos. </p>
<p class="calibre2">Os juros, se podemos julgar segundo Ne. 5:11, eram geralmente de 1 por cento ao mês, embora sem dúvida variassem. Cobrar juros tão altos era usura e aqueles que o faziam em relação aos companheiros judeus eram condenados. O profeta Jeremias protesta (Jr. 15:10) que ele não se ocupou de tais especulações, ainda que todos os homens o odiassem – presumivelmente como odiavam os usurários. A palavra poderia ser traduzida para <i class="calibre3">extorquidores</i> no Sl. 109:11. A própria palavra empregada para "usura", <i class="calibre3">neshek</i> (Pv. 28:8), implica em "morder" ou "devorar", embora palavras mais brandas também fossem usadas. Não praticar a usura é um elemento de justiça no Sl. 15:5; Ez. 18: 8, 13, 17; 22:12. A prática do crédito está ilustrada em II Reis 4:1. Podemos racionalmente completar os detalhes imaginando que o marido tivesse feito um empréstimo comercial que sua viúva não tinha possibilidade de pagar; ou talvez algum usurário emprestasse a uma viúva violando a lei de Lv. 25:35-37. A E.R.A. traduz estas palavras por <b class="calibre1">juros</b>. Seria melhor traduzir para "usura", que aparentemente era o excesso condenado. Por causa desses excessos, Salomão adverte contra o tornar-se fiador de "outrem". Ele insiste a que se fuja rapidamente às possibilidades da ruína. A fiança está recomendada em Eclesiásticos 29:14, um livro pós-bíblico. Quando se desenvolveram ou que forma tomaram, não sabemos. </p>
<p class="calibre2">É provável que no período de Salomão os abusos eram tais que provocaram a censura aqui registrada (Veja também Pv. 11:15; 20:16; 27:13 – os últimos dois versículos são praticamente idênticos). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. A formiga. </b> Mencionada apenas nesta passagem da Bíblia e em Pv. 30:25 embora não haja provavelmente nenhuma dúvida quanto à tradução. Antigamente levantou-se o problema quanto ao armazenamento de comida pela formiga (veja Toy). Uma espécie de formiga do Oriente Próximo, entretanto, age assim. As formigas têm organização social, mas não têm nenhum chefe que corresponda à abelha rainha. <b class="calibre1">Ó preguiçoso. </b> Este nome se encontra quatorze vezes nos Provérbios e em nenhum outro lugar. Geralmente define-se como "pessoa que não gosta de trabalhar". Embora a palavra inclua esta idéia, pode conter nuances, tais como "incapaz", que não se refere apenas a um "fracassado". O seu uso em Provérbios prova que "preguiçoso" não é a conotação integral. Em 15:19, o contraste é de um <i class="calibre3">homem honesto</i> – não simplesmente um "trabalhador". Em 19:15 o paralelo é com <i class="calibre3">remiyyâ</i>, que geralmente se traduz por <b class="calibre1">mentira</b> na AV e na RSV, mas que foi traduzido para <i class="calibre3">inativo</i> nesta passagem. Em Pv. 21 : 25, 26 o contraste evidentemente é do <i class="calibre3">homem justo</i> (também na AV e Berkeley). A RSV separa os dois versículos e acrescenta uma idéia extra no versículo 26. </p>
<p class="calibre2">Em 26:12-16 há diversos versículos sobre o preguiçoso. O versículo 13 é semelhante a 22:13. O versículo 15 é de 19:24. Mas 26:16, como versículo final, talvez contendo o clímax, diz que o "preguiçoso" é sábio a seus próprios olhos. Devemos observar que esta seção de Prov. 26 foi introduzida pelo versículo 12, que declara que aquele que é sábio a seus próprios olhos é pior que um "louco". Está claro que o autor está reprovando um "preguiçoso" não apenas por causa da preguiça mas por causa dos pecados associados à mesma. Esperamos provar com muitos exemplos que a palavra "louco" significa não um "débil mental" mas um "pecador". Assim o autor dos Provérbios aqui não está simplesmente recomendando economia e diligência; ele está, ao que parece, condenando uma característica que combina a preguiça com a astúcia! 10. Um pouco para dormir. Os versículos 10 e 11 são paralelos exatos de 24:33,34, com exceção de algumas vogais (cons. Introd.). Neste caso ambos os contextos falam de um homem preguiçoso, com o uso de diferentes comparações, mas tirando a mesma conclusão. O ditado devia ter sido um epigrama conhecido. A LXX o traduz de maneira um pouco diferente em dois lugares. O siríaco também difere, mas não da mesma maneira da LXX. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. O homem de Belial, uma pessoa má. </b> O homem vil. No hebraico, desonesto. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Arranha com os pés. </b> Na LXX, <i class="calibre3">faz um sinal com seus pés</i>. O hebraico <i class="calibre3">malal</i> pode significar "falar", "esfregar", "arranhar", "definhar" ou "murchar" (BDB). O significado "arranhar" tem provas fracas. A expressão talvez se refira a algum gesto grosseiro. <b class="calibre1">Faz sinais com os </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">dedos. </b> A palavra provavelmente significa "apontar", mas a conotação é difícil. Possivelmente um outro gesto grosseiro típico do homem perverso. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. Perversidade. </b> Uma palavra diferente daquela do versículo 12. </p>
<p class="calibre2">Foi usada nove vezes nos Provérbios e fora daqui só em Dt. 32:20. A raiz significa <i class="calibre3">derrubar</i>. Está claro que se refere a algum tipo de mal, mas é difícil perceber a intenção exata. A LXX traduz <i class="calibre3">pervertido</i> (também Fritsch). Delitzsch diz <i class="calibre3">malícia</i>; Toy, <i class="calibre3">maldade</i>. Em 8:13 "uma boca perversa" faz paralelo com orgulho e arrogância. Em 23:33 um bêbado foi escrito falando "coisas perversas", com o uso desta palavra. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Semeando contendas. </b> Literalmente, <i class="calibre3">desencadeia contendas</i>. A tradução da LXX, <i class="calibre3">perturba uma cidade</i>, surgiu da confusão havida entre a palavra com uma derivada posteriormente. A raiz é <i class="calibre3">din</i>, "julgar", de onde temos <i class="calibre3">madon</i>, "luta". Esta palavra, <b class="calibre1">contendas</b>, com variações, encontra-se vinte e sete vezes nos Provérbios e três vezes em outras partes. Faz parte do vocabulário moral peculiar do livro. A redação de 16:28, "o homem perverso espalha contendas", é muito parecida com a. deste versículo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Seis coisas ... e a sétima. </b> Não se refere aos sete pecados cardinais (Greenstone e Jones e Walls) nem a seis ou sete pecados indefinidos (Toy). Delitzsch acerta em cheio quando diz que o provérbio é climático. Os seis itens são os antecedentes do sétimo, o qual recebe a ênfase (cons. Jó 5:19; Pv. 30:18, 19). A declaração conclui enfaticamente com o que o versículo 14 introduz – "espalhando contendas". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Ata-os ... ao teu coração. </b> Cons. 3:3. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Mandamento ... instrução. </b> Jones e Walls observam acertadamente que isto se refere à instrução paternal, mas que tal instrução consistia da lei divina (Dt. 6:6, 7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">25. No teu coração. </b> Observe bem que os mandamentos do V.T. </p>
<p class="calibre2">tratam das atitudes internas do homem. Quando Cristo dizia que a concupiscência já era adultério (Mt. 5:28) não estava desenvolvendo a doutrina do V.T. na intenção de livrá-la dos tradicionais comentários farisaicos (cons. R. Laird Harris, <i class="calibre3">Inspiration and Canonicity of the Bible</i>, pág. 53). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">30. O ladrão. </b> A idéia é que devia haver circunstâncias atenuantes para o roubo, e que a restituição contribuía grandemente para a remoção da culpa. Mas para o adultério não há justificativa. Traz consigo um conjunto de más conseqüências. Não há possibilidade de se fazer restituições. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">35. O resgate. </b> Um bom exemplo do significado de <i class="calibre3">koper</i>, "pagamento pacificador". Diz-se que a raiz significa <i class="calibre3">cobrir</i> (BDB), mas não tem esse uso no V.T., e constitui uma inferência dúbia do árabe. Do substantivo resgate formou-se um verbo demonstrativo, <i class="calibre3">kipper</i>, que logicamente significa "pagar um resgate". É o verbo muitas vezes traduzido "fazer expiação". Desse verbo se formou um outro substantivo, kapporet, "lugar de expiação". É a palavra que indica a tampa da arca chamada "o propiciatório" na A.V., ou hilasterion na LXX. Cristo é chamado de nosso hilasterion, ou "propiciação", em Rm. 3:25. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios 7 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7:2. A menina dos teus olhos. </b> A pupila, um símbolo de coisa preciosa. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. Lisonjeia. </b> Não tanto lisonjeia como usa palavras agradáveis, isto é, sedutora (também Delitzsch e a RSV). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Entre os simples. </b> Os tolos, os moralmente instáveis. Veja comentário em 1:4 e cons. 9:4 e 16. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Astuta. </b> O hebraico, ao que parece, significa "prevenida", isto é, cheia de segredos, ardilosa (também Delitzsch). A descrição da -cena seguinte é clássica. Conforme Delitzsch diz: "os semelhantes se atraem", a sedução é completa, as justificativas são apresentadas. Mas o autor inspirado apresenta de maneira bastante severa o produto final do mal. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Apaixonada e inquieta. </b> Antes, <i class="calibre3">tumultuosa e rebelde</i>. A rebeldia obviamente é a recusa em obedecer à lei de Deus e às obrigações da moral. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. Sacrifícios pacíficos. </b> Os sacrifícios pacíficos eram parcialmente comidos pelo crente. Portanto, nas festas nacionais, com milhares de pessoas presentes, as ofertas pacíficas eram feitas aos milhares. A mulher não está declarando que tenha recentemente prestado culto. Está, antes, tentando o jovem com a declaração de que a geladeira está bem provida, diríamos nós. "Meu marido não está em casa", ela diz; "o caminho está desimpedido. Podemos dar largas aos nossos sentimentos e ninguém ficará sabendo". Ninguém além de Deus! <b class="calibre1">20. Lua cheia. </b> Palavra rara. A LXX e a Siríaca dá o sentido de <i class="calibre3">daqui a muitos dias</i>. Provavelmente o significado é "por volta da lua cheia", referindo-se a alguns dias pela frente. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Num instante. </b> Antes, <i class="calibre3">imediatamente</i>. A resistência do homem ao pecado desmorona finalmente e o seu destino é selado. <b class="calibre1">Como o boi </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">que vai ao matadouro. </b> O sentido é claro, mas novamente os detalhes são obscuros. O hebraico parece dizer: "como o tolo (que se dirige) para a prisão". A palavra "prisão" (grilhões) é, entretanto, rara e em outro lugar significa tornozeleira. A LXX traduz a palavra boi para "cachorro", dando um aspecto diferente ao texto "como um cachorro (que vai) para prisão". A palavra "prisão" na LXX vem da palavra hebraica "correção", com diferentes vogais. Então a LXX termina o versículo com esta cláusula – "como um cachorro que vai para a prisão". A palavra "tolo" se entende com diferentes vogais e foi transferida para o versículo seguinte que, na LXX, tem esta tradução: "Um cervo ferido no fígado com uma flecha". A LXX traduz toda a passagem de maneira diferente do hebraico apenas em duas palavras. Tem o apoio da Siríaca e do Targum, e talvez deveria ser a tradução adotada. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Sepultura. </b> Veja comentários em 1:12 e 2:18. Não devemos passar por cima da solene investida desta passagem nos detalhes da exposição. O pecado não pode ser saciado impunemente; seu salário é a morte. A fraudulência do pecado é uma velha história, mas o antigo escritor hebreu desmascara aqui lindamente suas mentiras e apresenta a verdade nua e crua. Mas ele não para aqui. Há uma cura para o pecado - é a Voz da Sabedoria no capítulo 8. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Provérbios 8 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8:1. Não clama porventura a sabedoria? </b> Greenstone observa acertadamente que aqui não temos apenas um discurso sobre as belezas da vida familiar ou sobre a castidade, senão o contraste com a prostituta seda uma esposa consciente. Mas Greenstone não reforça sua sugestão para provar que o contraste é realmente entre o pecado e a piedade. É por causa disso que a sabedoria está personificada e tão intimamente relacionada com o próprio Deus. Provérbios 8:1-13 dá a exortação da sabedoria; 8:14-31 descreve a excelsa qualidade da sabedoria; 8:32 - 9:11 apresenta o convite da sabedoria, a fim de que se lucre com a sua instrução. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. Simples ... néscios. </b> Não são os débeis mentais, mas, conforme se deduz pelo precedente, os pecadores. Em relação a simples, veja comentários sobre 1:4. A palavra <i class="calibre3">kesil</i>, "louco", foi usada quarenta e nove vezes em Provérbios, dezoito em Eclesiastes, três vezes em outras passagens. É óbvio que faz parte do que temos chamado de vocabulário moral dos Provérbios. Seu uso em Eclesiastes é um tanto diferente, tal como seu correlativo, "sabedoria", foi usado nele de maneira diferente. </p>
<p class="calibre2">Em Eclesiastes, a sabedoria se refere ao gênio inventivo, à capacidade mental; a loucura é o prazer – até mesmo o prazer nobre do trabalho como a arquitetUra, a jardinagem, etc. Ambos são igualmente condenados como infrutíferos. Em Provérbios, tanto a sabedoria como a loucura são de qualidade moral. Exemplos do uso de <i class="calibre3">kesil</i> são: 1) em conexão com <i class="calibre3">'iwwelet</i>, a "loucura" da qualidade pecadora, 12:23; 13:16; 14:8; 15:14; 17:12; etc.; esta raiz não se encontra no Eclesiastes. 2) o louco ( <i class="calibre3">kesil</i>) foi colocado em contraste com o homem sábio ou com a sabedoria em Pv. 3:35; 10:1, 23; 13:20; 14:16; 29:11. 3) A palavra "louco" foi posta em paralelo com "simples" ( <i class="calibre3">peti</i>) em 1:22; com "zombadores" ( <i class="calibre3">les</i>) em 19:29; e associada com "mal" ( <i class="calibre3">ra’</i>) em 13:19. A </p>
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