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<body class="calibre">
<p class="calibre2">principais traduções, significa em primeiro lugar <i class="calibre3">devotar</i> e então "banir" e "extirpar". O princípio do <i class="calibre3">herem</i> vem a se manifestar inteira e finalmente nos juízos do inferno. </p>
<p class="calibre2">Há pessoas que se escandalizam com a ordem dada por Deus a Israel de exterminar os cananitas, como se representasse ética sub-cristã. </p>
<p class="calibre2">Na realidade, essas pessoas se escandalizam diante da teologia e religião da Bíblia como um todo. O Novo Testamento, além do Velho, adverte os homens quanto ao reino do banimento eterno, onde os réprobos, destinados à ira, devem magnificar a justiça do Deus a quem odiaram. </p>
<p class="calibre2">Considerando que a teocracia do V.T. em Canaã era um símbolo divinamente estabelecido do final reino de Deus, encontra-se em conexão com ele uma antecipação intrusiva do padrão ético que entrará em vigor no juízo final e depois dele. </p>
<p class="calibre2">Mais ainda, a exterminação dos cananitas e seus cultos habituais (<b class="calibre1">derrubareis os seus altares... queimares ... as suas imagens</b>, v. 5) foi necessária para cumprimento da vocação de Israel à consagração positiva a Deus em serviço vivo. Pois, por causa da fragilidade de Israel, a proximidade dos cananitas levada à dissolução da sua característica espiritual (v. 3), à fidelidade estranha e idólatra (v. 4a) e, conseqüentemente, à própria destruição de Israel (4b). O programa da conquista (cap. 7) torna-se assim uma aplicação consistente do princípio da consagração (cap. 6; esp. 6:12-15). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6-16. </b> Os propósitos da eleição de Israel, que tinha de ser protegida com a eliminação dos cananitas, estão aqui elaborados. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Escolheu, para que lhe fosses o seu povo próprio. </b> Isto faz lembrar Êx. 19:5, 6, a clássica formulação do singular status teocrático para o qual Israel foi escolhido. Uma vocação superior vem acompanhada da tentação à jactância (cons. a preocupação de Moisés com este problema nos caps. 8-10). Portanto, Israel foi lembrada de se gloriar apenas no nome de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Porque o Senhor vos amava. </b> Só em Seu amor soberano e em Sua fidelidade podia-se descobrir a explicação da eleição de Israel (4:37), certamente não no tamanho da nação. Pois Deus escolheu Abraão, o pai dela, que era um somente, e a família de Jacó, que desceu ao Egito com apenas setenta almas (7:7; cons. 10:22). Conclui-se através da soberana graça divina que Israel não tinha reivindicações que pudessem estimular a falta de cuidado no que se refere às exigências e sanções da aliança. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Que guarda a aliança ... até mil gerações. </b> Aludindo à fórmula das sanções anexas ao segundo mandamento, Moisés declarou que embora a graça imerecida continuasse até a milésima geração, os zombadores apóstatas da graça e santidade descobririam que as maldições da aliança não eram ameaças infundadas (7:9-11). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. O Senhor... guardar a aliança. </b> Os fiéis deviam confiar que as bênçãos da aliança não eram promessas vazias (vs. 12-15; cons. Gn. 12:2, 3; Êx. 23:22-31). O Deus de Israel, o Criador, não Baal, era o concessor da fertilidade no campo, nos rebanhos e na família (Dt. 7:13,14). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. O Senhor afastará de ti toda enfermidade. </b> Fora o Senhor que sujeitara o homem à maldição da natureza por causa do seu pecado, e Ele podia por isso livrar os israelitas das notórias doenças dos egípcios (por exemplo, elefantíase, disenteria e oftalmia) exatamente como Ele os libertara do infame Faraó do Egito (v. 15; cons. v. 8; Êx. 15:26). O versículo 16 resume o assunto, repetindo a ordem e o seu propósito. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17-26. </b> Embora, no que se refere aos privilégios da eleição os israelitas fossem tentados à vaidade, diante da responsabilidade de sua comissão eles se sentiriam tentados à timidez (v. 17 ; cons. Nm. 13:31 e segs.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18,19a. Não tenhas temor. </b> Em resposta a quaisquer temores que assim fossem despertados, Moisés fá-los lembrar daquela maravilhosa experiência no Egito durante a sua mocidade, quando por meio de poderosos sinais o seu Deus os salvou. Ele lhes assegurou que este mesmo Deus terrível ainda estava no meio deles para lutar em seu favor contra os reis cananitas (vs. 19b-24). A quem deviam então temer? <b class="calibre1">20. Vespões</b> (cons. Êx. 23:28; Js. 24:12) aqui não são um símbolo do poder de Faraó, embora fosse usado pelos egípcios. É, antes, uma figura do terror de Deus, que, descendo sobre os inimigos de Israel, produziriam pânico e debandada (cons. Dt. 7:23). O fato de certas espécies de vespões, na Palestina, construírem seus ninhos debaixo da terra e nas rachaduras das rochas, sugere a propriedade da figura que a destruição dos cananitas foi nos seus esconderijos. Alguns traduziriam sirá para "desencorajamento" e não "vespões". </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Lançará fora ... pouco a pouco. </b> Cons. Êx. 23:29,30; Jz. 2:20-23; 3:1,2. O desapossamento gradual dos cananitas feito por Deus, para o bem de Israel, foi suspenso após a apostasia de Israel depois de Josué, como castigo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">24. Apagues o nome deles. </b> A promessa tranqüilizadora transforma-se em imperativo renovado nos versículos 24b-26 (cons. v. 5). </p>
<p class="calibre2">Apropriar-se daquilo que foi colocado sob o anátema de Deus seria perder o direito ao status do favor convencional e colocar-se sob o anátema divino (cons. Js. 7). </p>
<p class="calibre2">Capítulos 8-11 apresentam a verdade que revela que a fidelidade absoluta ao Senhor (6:4 e segs.) significava que os israelitas, além de terem de se abster do culto simultâneo a qualquer outro deus (6:11 e segs.; 7:1 e segs.), também não deviam declarar sua independência religiosa. Por isso Moisés reforçou a obrigação fundamental de uma devoção de todo coração a Deus, advertindo dos perigos de uma atitude autônoma, quer manifesta em espírito de auto-suficiência (cap. 8) quer no espírito de justiça própria (9:1 – 10:11). Seguindo às advertências negativas, esta seção conclui com um desafio positivo a que se submetam ao senhorio divino (10:12 – 11:32). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 8 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4) A Lei do Maná. 8:1-20. </b></p>
<p class="calibre2">O ponto focal deste capítulo é o versículo 17, com o seu quadro de um Israel futuro repousando em Canaã, e congratulando-se consigo mesmo. A lembrança da orientação providencial de Deus durante os quarenta anos no deserto (v. 2 e segs.) forneceria o corretivo para tal vaidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-6. </b> O versículo 1 é outro resumo introdutório das intimações e sanções da aliança (veja também 4:1; 5:1; 6:1). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. </b> No que se referia à geração sobrevivente, a peregrinação do deserto fora planejada como um período de exame para te provar – (v. 2b; cons. 13:3) e de instrução necessária (v. 3c). Fora uma disciplina paternal e contribuíra para suas bênçãos definitivas (v. 5 ; cons. 16c). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. E te sustentou com o maná. </b> O significado da humilhação de Israel, por Deus (v. 2), é ilustrado pela referência à Sua extraordinária provisão de cada necessidade durante os quarenta anos (vs. 3:4; cons. 29: 5,6), particularmente enviando o maná (veja Êx. 16, esp. v.4). A humilhação consistiu da privação e então da provisão do "o que é isto?", o desconhecido, o sobrenatural pão do céu, que compeliu o povo a reconhecer sua dependência de Deus (cons. Dt. 8:16a,b). </p>
<p class="calibre2">A moderna exegese naturalista identifica o maná bíblico com excreções de cochonilhas semelhantes ao mel encontradas em moitas de tamargueiras na região do Sinai. Seja qual for o papel explícito que foi ou não foi representado por essas excreções, o pão do céu era, nada mais nada menos que um produto claramente miraculoso em sua natureza e maneira de provisão. Mais ainda, uma simples mudança de um gênero de alimento normal e apetitoso para outro, por mais exótico que fosse, jamais teria humilhado Israel nem lhe teria ensinado a verdade que o maná ensinou: <b class="calibre1">não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">procede da boca do Senhor, disso viverá o homem. </b> Deus conduziu Israel a uma situação na qual a vida derivava e tinha de ser diariamente buscada no pão celestial, o fruto de um exercício criativo diário da palavra de Deus. Este era um lembrete eficiente de que a criatura não existe como um ser auto-suficiente, sustentada pelos frutos de uma terra que também não existe e produz independentemente de Deus. Ele depende sempre e basicamente da palavra divina que deu vida a ele e ao seu mundo. Além disso, Deus propôs a ensinar a Israel que a vida do homem, diferentemente da vida animal, não consiste em apenas uma vitalidade física que o pão, quer terreno ou celestial, possa sustentar. Por isso ele providenciou o pão do céu de tal maneira que fosse necessária uma resposta ético-religiosa diante de Sua palavra preceptiva. Esta resposta foi apropriadamente focalizada sobre a guarda do sábado, o sinal da fidelidade do homem à aliança como também o lembrete do papel de Deus como Criador. Assim, o maná ensinou Israel que só quando o homem permanece obediente sob a palavra soberana do Senhor, a fonte máxima da vida, é que ele encontra vida verdadeira e duradoura (cons. 30: 20). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7a. Boa terra. </b> A lembrança da lição do deserto foi necessária a esta altura, pois Deus estava conduzindo Israel para dentro de uma terra onde os produtos normais da natureza proporcionariam um padrão de vida comparavelmente exuberante (vs. 7-10a). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9b. Cujas pedras são ferro. </b> No substrato de arenito da Palestina existem veios de cobre e ferro, e descobriram-se antigas minas onde esse arenito emerge à superfície no Arabá. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11. Guarda-te não te esqueças. </b> Embora todos esses produtos naturais deviam ser gratamente aceitos como presentes de Deus, exatamente como o maná sobrenatural (v.10b), a fartura e tranqüilidade embotaria a percepção que Israel tinha de Deus (v. 12: 13). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. ... e eleve o teu coração. </b> O orgulho suprimiria as lembranças de dias mais humildes de escravidão, escorpiões e sede; dias quando o livramento e a sobrevivência exigiram a intervenção divina através de meios desconhecidos até então (vs. 15, 16). Eles deviam se precaver de negar assim o Senhor por causa da auto-bajulação. A mesma verdade que tivera de ser aprendida antigamente quando os estômagos estavam vazios, seria relevante no futuro quando os estômagos estariam cheios: a fonte da vida do homem é a palavra de Deus – <b class="calibre1">é ele o que te dá força</b> (17,18a). A beatitude de Israel devia-se somente à fidelidade divina ao seu juramento convencional (v.18b; cons. Gn. 15). Ao mesmo tempo o Senhor interviria na vida daqueles que violassem a aliança com as maldições que eles invocassem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. Assim perecereis. </b> Repudiar a eleição de ser propriedade peculiar do Senhor e identificar-se com os cananitas anatematizados em sua iniqüidade idólatra, resultaria na identificação de Israel com os pagãos e o seu destino. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5) A Advertência das Tábuas Quebradas. 9:1 – 10:11. </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2">Se Israel considerasse Canaã como uma recompensa por sua própria justiça (9:4), seria uma contradição ainda maior das realidades do relacionamento convencional do que a sua presunção em considerar a possessão e prosperidade da terra uma façanha do seu próprio poder (8:17). O conceito de justiça própria é uma tentativa do pecador, que anseia pela autonomia, de libertar-se de Deus exatamente naquele ponto onde a sua necessidade de Deus é mais desesperada – a necessidade do perdão e purificação. Moisés portanto apresentou apaixonadamente a verdade que revela que as promessas e bênçãos do relacionamento convencional pertenciam à Israel por virtude da misericórdia, não por mérito. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 9 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-5. </b> A ocasião para esta admoestação foi a perspectiva de Israel desapossar um povo reconhecidamente invencível em um ataque e defendido por fortificações aparentemente inexpugnáveis – <b class="calibre1">cidades </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">grandes e amuralhadas até aos céus</b> (v. 1). Sobre os enaquins e outros povos impressionantes, veja 1:28; 4:38; 7:1; Nm. 13:28. A ponta de lança de Israel era, contudo, Aquele que habita nos céus e que faz das mais altas montanhas da terra o estrado dos Seus pés, e que é, além do mais, um fogo devorador (cons. Dt. 4:24; 7:17 e segs.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4c. Minha justiça. </b> Este é o trágico equívoco sobre os acontecimentos relacionados à conquista, ao qual Israel estaria sujeito a despeito de todos os óbvios fatos históricos e advertências explícitas de Deus ao contrário. A explicação do triunfo de Israel só poderia jazer na maldade dos cananitas de um lado (vs. 4c, 5) e na graça perdoadora de Deus para com Israel do outro (9:6 – 10:11). Veja Gn. 15:16 quanto ao relacionamento entre a iniqüidade dos habitantes de Canaã e o cumprimento das promessas da Aliança Abraâmica. </p>
<p class="calibre2">Investigações arqueológicas têm revelado as profundidades abissais da degeneração moral na sociedade e da religião cananita dentro da era mosaica. A maneira pela qual a aquisição da terra prometida a Israel foi sujeita à eliminação dos cananitas exemplifica o princípio do julgamento redentor. A salvação dos amigos de Deus, necessariamente envolve o triunfo deles sobre os amigos de Satanás. Do ponto de vista dos eleitos, o juízo destes últimos é um juízo redentor (por exemplo, Ap. 19:11 e segs.; 20:9, onde a redenção dos eleitos foi consumada através da ruína das hordas satânicas). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. </b> A interpretação baseada na auto-justiça que Israel poderia dar à conquista, já fora contestada de antemão por toda a experiência que Moisés tinha com a nação durante os quarenta anos passados (vs. 7, 24). </p>
<p class="calibre2">Os israelitas já tinham repetidas vezes demonstrado que eram um povo rebelde, violador da aliança (vs. 6-17, 21-24). Haviam sido poupados e preservados no relacionamento convencional com Deus apenas por causa da misericordiosa renovação da aliança violada (10:1-11) em atenção à importuna intercessão mediatorial de Moisés (9:18-20, 25-29). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Em Horebe tanto provocastes à ira do Senhor. </b> O exemplo clássico da infidelidade de Israel aconteceu no exato momento em que a aliança estava sendo solenizada no Horebe (9:8 e segs.; cons. Êx. 32). </p>
<p class="calibre2">Israel acabara de jurar fidelidade a Deus e votar obediência aos Seus mandamentos (Êx. 24). Realmente, foi enquanto o Senhor estava no próprio processo da inscrição do tratado nos documentos de pedra em duplicata, durante a primeira estada de Moisés de quarenta dias e quarenta noites no monte, que Israel violou a aliança comprometendo-se com a idolatria. Naquela hora a ira de Deus acendeu-se e Israel chegou a ponto de ser aniquilada – <b class="calibre1">Deixa-me que os destrua</b> (v. 14; cons. 19a). </p>
<p class="calibre2">Até onde o mérito estava envolvido, Israel não merecia herdar o fruto de Canaã, mas cair sob o anátema junto com os cananitas desapossados. A maneira como Moisés lidou com as tábuas do tratado – <b class="calibre1">e as quebrei </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ante os vossos olhos</b> (v. 17) – e com o bezerro de ouro (v. 21) era símbolo da destruição da aliança. Tal procedimento ritual se evidencia nos antigos tratados públicos em relação à violação do juramento feito pelo vassalo. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Também em Taberá, em Massá e em Quibrote-Hataavá. </b> Outros exemplos de Israel provocando a ira de Deus precederam e seguiram-se ao dia da assembléia no Sinai (Êx. 17:2-7; Nm. 1) até que a sua perversidade em Cades-Barnéia (Dt. 9:23; cons. 1:26 e segs.; Nm. 13; 14) desencadeou o veredito do exílio até a morte para a geração mais velha. </p>
<p class="calibre2">Mais de uma vez o juízo foi desviado pela intercessão de Moisés. </p>
<p class="calibre2">Neste aspecto do ministério de Moisés, mais notável do que qualquer outro, sua mediação prefigurava a mediação antitípica de Cristo, que também "intercedeu pelos transgressores" (Is. 53:12). Quando no Sinai Deus ameaçou riscar o nome de Israel e ofereceu-se para exaltar os descendentes de Moisés fazendo deles uma nação da nova aliança (Dt. 9:14; com. Êx. 32:10), Moisés cumpriu fielmente com o seu papel de mediador em benefício de Israel e não agarrou a oportunidade de se tornar um segundo Abraão. Na verdade, ele se ofereceu como um segundo Isaque sobre o altar. </p>
<p class="calibre2">Moisés rogou que, se devia haver um riscar de nomes, em vez de se fazer uma exceção no julgamento, ele poderia ser o riscado para que o perdão fosse concedido aos outros (Êx. 32:32). "Tê-los-ia exterminado... se Moisés, seu escolhido, não se houvesse interposto, impedindo que sua cólera os destruísse" (Sl. 106:23). A intercessão à qual se refere Dt. 9:18,19, 25-29 (cons. 10:10) foi feita durante o segundo período de quarenta dias que Moisés esteve na montanha. </p>
<p class="calibre2">Tem-se encontrado dificuldades no fato do conteúdo da oração de Moisés, em 9:26-29, corresponder à que foi registrada em Êx. 32:11-13, pois tem-se presumido que esta última se refere aos primeiros quarenta dias de Moisés diante de Deus. Na verdade, Êx. 32:11-14 é um sumário introdutório da narrativa que vem a seguir, a qual abrange o segundo período de quarenta dias. A seqüência cronológica imediata é de Êx. 32:10 a 32:15, conforme se reflete em Dt. 9:14, 15. A narrativa do Êxodo de 32:30 – 34:29 possivelmente se refere ao segundo período de quarenta dias e sua seqüência, e não aos acontecimentos precedentes; o arranjo, conforme acontece com freqüência na narrativa hebraica (cons. Dt. 9 mesmo), subordina a estrita seqüência cronológica aos tópicos. <b class="calibre1">Pois </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">ainda esta vez</b> (9:19; 10:10) é a melhor tradução, dando a <i class="calibre3">gam</i> seu mais freqüente sentido enfático. </p>
<p class="calibre2">A ira particular de Deus contra Arão (v. 20), não mencionada na narrativa do Êxodo, foi citada aqui para demonstrar como Israel era completamente destituído de mérito e como dependia da misericórdia – até o seu sumo sacerdote era um tição arrancado do fogo. A mesma verdade revela-se nas razões da intercessão de Moisés (vs. 26-29). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">27. Lembra-te ... Abraão, Isaque e Jacó. </b> Ele rogou por uma suspensão do juízo apesar da maldade e teimosia de Israel (v. 27b) e com base apenas no interesse de Deus preservar seu próprio nome entre as nações da terra. Deus já há muito tinha declarado seus soberanos propósitos de juízo redentor e identificara este programa com Sua maneira de tratar Israel e o Egito. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">28b. Não tendo podido ... introduzi-los na terra. </b> Se agora destruía Israel, mesmo se não violasse assim Sua aliança e cumprisse fielmente Suas promessas feitas aos patriarcas (cons. 9:14), tal procedimento estaria sujeito a má interpretação. O significado da poderosa revelação do nome de Deus no juízo e na salvação durante o Êxodo ficaria obscurecido e o temor dEle sena diminuído por desrespeito, o que seda mal interpretado como fraqueza. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 10 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10:1-11. </b> A renovação da aliança depois da idolatria de Israel no Sinai foi, portanto, devida somente à graça divina. Parte da cerimônia da renovação foi a preparação das duas novas tábuas do tratado. Veja Êx. 34:1-4a, que possivelmente pertence cronologicamente entre 32:29 e 32:30. Do mesmo modo, Dt. 10:1a precede em tempo 9:18 e segs. e 9:25 e segs. Há uma negligência posterior de distinção cronológica dentro de 10:1-5, pois a menção da construção da arca como depósito das tábuas de pedra está interligada com a narrativa do talhamento e gravação deste segundo jogo do texto do tratado. Foi realmente depois do segundo período de quarenta dias que Moisés mandou Bezalel construir a arca (Êx. 35:30 e segs.; 36:2; 37:1) e foi, é claro, algum tempo depois que Moisés colocou o testemunho dentro da arca (Êx. 40:20) e então pôs a arca no Tabernáculo (Êx. 40:21). </p>
<p class="calibre2">A maneira condensada e resumida de Dt. 10:1-5 reflete a exigência encontrada nos tratados internacionais de suserania que os textos da aliança em duplicata fossem depositados no santuário de ambas as partes convencionais, a fim de que assim ficasse sob a vigilância das divindades do juramento. No caso da aliança de Deus com Israel, só havia um santuário envolvido, uma vez que Deus, o Suserano da aliança, também era o Deus que tinha o Seu santuário em Israel. Sendo o propósito de 10:1-5 declarar de maneira compreensiva e geral que Deus tinha misericordiosamente reafirmado a aliança com os vassalos rebeldes, Moisés incluiu a questão da arca como um elemento familiar e integral no processo padrão da ratificação. </p>
<p class="calibre2">Os versículos 6 e 7, aos quais os versículos 8 e 9 pertencem materialmente, constituem uma quebra de estilo. Não temos certeza 1) se esta dissertação originou-se como uma citação lida de um itinerário no decorrer do discurso de Moisés, 2) se ele o inseriu parenteticamente quando escreveu o Livro da Lei, ou 3) se alguém como o autor de Deuteronômio 34 acrescentou-o. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Partiram os filhos de Israel. </b> A viagem em vista é aquela na direção sul partindo de Cades que foi registrada em Nm. 33:37 (para as devidas paradas, veja Nm. 33:30-33). <b class="calibre1">Seu filho, oficiou como sacerdote </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">em seu lugar</b> (v. 6c). Os versículos 6, 7 são relevantes ao contexto; pois intensificam mais a graça renovadora da aliança de Deus, fazendo lembrar que o Senhor reinstituiu o sacerdócio de Arão, da tribo de Levi, e continuou-a em Eleazar, filho de Arão, apesar de Sua ha contra o pai (9: 20). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. O Senhor separou ... Levi. </b> Cons. Êxodo 28; 29; Nm. 1:49 e segs.; 3:9 e segs.; 4:17 e segs.; 8:6 e segs.; 18:20-24. Esta seção também pode ser considerada como uma elaboração do assunto das tábuas da aliança (Dt. 10:8; cons. v. 5). O tema da intercessão foi concluído em 10:10, 11. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. O Senhor me ouviu. </b> Cons. 9:18, 19. A viagem à terra prometida, a qual Israel desmerecia tanto, tinha de ser retomada por causa do respeito que Deus tinha pelo Seu próprio nome, o nome que Ele usara no juramento, pois não poderia ter jurado por alguém superior (10:11; cons. Êx. 33: 1 e segs.). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6) Convocação à Submissão. 10: 12 – 11:32. </b></p>
<p class="calibre2">Israel agora confrontava-se com a grande decisão, a escolha entre a bênção e a maldição, (11:26-32). Moisés reforçou o chamado à obediência (10:12 e segs.; 11:1, 8, 13, 18 e segs., 32) focalizando os olhos do povo nAquele que lhe concedia a Sua aliança, o justo Juiz dos céus e da terra (10:12-22), cujo imparcial julgamento Israel vira no passado, irresistivelmente executado no Egito e no deserto (11:1-7) e que no trituro veria soberanamente exercido sobre a terra e os habitantes de Canaã (11:8-25). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. </b> Agora introduz a conclusão de uma divisão mais importante do discurso (cons. 4:1). <b class="calibre1">E o ames, e sirvas ao Senhor. </b> A exigência básica e inclusiva da aliança está sendo aqui repetida (vs. 12, 13, 20; cons. 6:5, 13, 24; Mq. 6:8). Verdadeiro temor e verdadeiro amor são complementares e inseparáveis. São a resposta de um coração sincero diante da majestade e bondade de Deus, respectivamente, e juntos produzem serviço dedicado e obediência a toda a boa vontade de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Circuncidai ... o vosso coração. </b> Tal devoção genuína só pode brotar de um coração que tenha experimentado a realidade desta qualificação, que estava simbolizada no sinal iniciatório da aliança (cons. 30: 6; Êx. 6:12,30; Lv. 26:41; Jr. 6:10; 9:25, 26). Para inspirar o temor do Senhor, Moisés intimou Israel a considerá-Lo como o Senhor do cosmos (Dt. 10:14), como Deus acima de todos os que eram chamados de deuses (v.17a), como justo Juiz (v. 17b), e como o Soberano da história e da natureza (v. 21). Para despertar o amor para com Ele, Moisés relembrou como Deus concedera aos ancestrais de Israel o status da aliança (v. 15a), cumprira as promessas feitas aos patriarcas (vs. 15b, 21, 22) e mostrara-se o Ajudador dos desamparados (vs. 18, 19). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 11 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">11:1-7. </b> A obrigação de amar o Senhor (v. 1) é um refrão conexivo em 10:12 – 11:32. Depois de "considerai hoje" (v. 2), vem uma observação em parêntesis, que faz ver que a intimação para a decisão convencional não era para os filhos nascidos no deserto. Era, antes, para aqueles que tinham nascido no Egito e viram os grandes atos divinos de julgamento no passado (v. 7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. </b> O objeto de considerar é a disciplina do Senhor vosso Deus, a grandeza, etc. Israel fora disciplinado para reverenciar o Senhor como o Juiz, com o qual tinha de travar conhecimento através da experiência do julgamento dos seus inimigos (vs. 2-4) e de si mesmo (vs. 5, 6). Os israelitas sabiam, portanto, que Seu juízo era todo-poderoso, de modo que os mais poderosos na terra não podiam evitá-lo; e era imparcialmente justo, de modo que até o povo de Sua aliança não se atrevia a tomar liberdades com a sua eleição. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. O que fez a Datã e a Abirão. </b> Veja Números 16, especialmente os versículos 31-33. O silêncio de Moisés a respeito do rebelde Coré foi possivelmente em deferência dos sobreviventes levitas da família de Coré (Nm. 26; 11). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8-17. </b> Relativamente ao futuro de Israel, Moisés também aduziu motivos para a obediência. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8,9. Para que ... possuais a terra ... prolongueis os dias. </b> Em relação à posse de Israel na terra de acordo com sua fidelidade à aliança, veja comentários sobre 6:1-3. Ao contrário do Egito, com sua agricultura irrigada, Canaã dependia claramente das bênçãos diretas de Deus para produzir fruto (vs. 11, 12; cons. 8:7 e segs.); e nesta esfera o justo juízo de Deus em relação à conduta de Israel seria registrado (vs. 13-17). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13,14. Se diligentemente obedecerdes ... darei as chuvas. </b> A prosperidade dependeria das devidas condições ambientais pelo ano afora (cons. 12b), tendo especial importância o início da estação chuvosa no outono e a devida extensão das últimas chuvas na primavera. O próprio estado da natureza serviria assim de constante e sensível barômetro do comportamento de Israel diante do Senhor. Portanto, Israel devia se prevenir contra os perigos espirituais da abundância material (vs, 14b,15). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16.Guardai-vos. </b> Pois a abundância pode se transformar em seca, fome e morte com uma simples palavra do Senhor, o Juiz imparcial e todo-poderoso sob cujo comando até a terra se abrira para engolir os israelitas Datã e Abirão (vs. 15-17 ; cons. 11:6; 6:11-15 ; 8:11-20). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18-25. </b> Considerando que as nações, e também a natureza, estão sob o controle absoluto do Senhor, elas constituíam outro agente no controle dos Seus vassalos israelitas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Ponde, pois, estas minhas palavras no vosso coração. </b> Cons. 6:6-9. A fidelidade de geração em geração resultaria na perpetuação da posse que Israel tinha da terra prometida como <b class="calibre1">os dias do céu acima da </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">terra</b> (v.21); isto é, enquanto os céus durassem sobre a terra, ou, resumindo, para todo o sempre (cons. Sl. 72:5, 7, 17; 89:29). Através do mesmo sinal, a infidelidade levaria ao fim da posse. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22,23. Se ... </b> O sucesso no estipulado programa de conquista (vs. 23-25; cons. 7:1,2,17 e segs.; 9:1 e segs.) dependeria primeira e finalmente não da perícia militar mas da submissão religiosa. O cumprimento do grande mandamento seria abençoado com a herança da terra da promessa até suas fronteiras mais distantes: do deserto da península do Sinai ao sul até as montanhas do Líbano ao norte, e do Eufrates a leste até o Mediterrâneo ao oeste (v.24; cons. 1:7; Gn. 15:18). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">26. A bênção e a maldição. </b> Eis aí a essência e a conclusão de todo o assunto (vs. 26-28). A soberania do Senhor, declarada na aliança agora renovada com Israel, podia se manifestar em bênçãos ou maldição (cons. caps. 28; 30:15-20). Israel devia decidir qual delas preferia. Este duplo aspecto e desafio, que Moisés colocou diante de Israel naquele dia em Moabe, ser-lhes-ia novamente apresentado por Josué do outro lado do Jordão em Canaã, para que a nação tivesse o cuidado de obedecer a Deus e viver (11:29-32). A transição da liderança mosaica para a de Josué assim marcada por um ritual de renovação em dois estágios, o que exibiria a continuidade da liderança divina definitiva. Este arranjo era o equivalente das medidas tomadas nos tratados feitos com vassalos pelos suseranos humanos, a fim de garantir sucessão dinástica nos seus tronos. </p>
<p class="calibre2">Vaia em Deuteronômio 27 orientação mais detalhada em relação ao segundo estágio da cerimônia a ser realizada no Monte Gerizim e no Monte Ebal (cons. Js. 8:30-35). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">B. Mandamentos Subsidiários. 12:1 – 26:19. </b></p>
<p class="calibre2">Tendo delineado o espírito íntimo da vida teocrática (caps. 5-11), Moisés continuou apresentando os detalhes das ordenanças e instituições da forma externa da teocracia (caps. 12-26). Os capítulos 12:1 – 16:17 preocupam-se primeiramente com as exigências de consagração culto-cerimonial. A autoridade governamental e judicial é o assunto em 16:18 – 21:23. A esfera do relacionamento mútuo dos cidadãos teocráticos está encampada na legislação de 22:1 – 25:19. As estipulações concluem com confissões rituais do domínio do Senhor e uma declaração final da ratificação da aliança (cap. 26). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1) Consagração Culto-Cerimonial. 12:1 – 16:17. </b></p>
<p class="calibre2">O interesse central das leis desta seção era de garantir a consagração total ao Senhor. Governando todas as exigências do culto tributário no dízimo (v. 14), primícias (v. 15) e ofertas de sacrifícios (v. 16), estava a lei do altar central, com a qual esta seção começa (v.12). </p>
<p class="calibre2">Sinceridade na devoção ao Senhor era salvaguardada pela imposição das mais severas penalidades sobre todos os que fossem seduzidos ou se tomassem culpados de apostasia (v. 13). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 12 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">a) Fidelidade ao Altar de Deus. 12:1-32. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-3. Sobre a terra</b> (v. 1; cons. 6:1) Na perspectiva profética das estipulações seguintes Israel já está sendo vista como de posse de sua herança. <b class="calibre1">Destruireis por completo ... e despedaçareis</b>. Esta seção se relaciona com a precedente, retomando aquela parte do mandato de conquista que exigia a obliteração das instalações e centros de culto dos cananitas (cons. 7:5, 25; Êx. 23:24; 34:13). A execução do programa de conquista como um todo poria as tribos no controle de santuários idólatras através de toda a terra (cons. Is. 1; 29; 57; 5; 65:7; Jr. 2:20; 3:6; 17:2; Ez. 6:13; 18:6 e segs.; Os. 4:13; 1 Reis 14:23; II Reis 16:4; 17:10); e estes apresentariam uma tentação para o sincretismo religioso (Dt. 12:29,30). Os israelitas estariam em perigo de adotarem abominações tais como a oferta votiva dos filhos ao fogo (v. 31; cons. 18:10; Lv. 18:21; II Reis 16:3; 17:17; 21:6; 23:10; Jr. 7:31; 19:5; 32:35). Em aditamento ao propósito punitivo da destruição dos sítios de culto cananita, havia, contudo, o desígnio preventivo de proteger Israel contra o engodamento nos rituais dos cultos cananitas. O fato da lei do santuário central (Dt. 12:4 e segs. ) ser assim introduzido (vs. 2,3) e concluído (cons. vs. 29-31) com tais referências aos cultos cananitas, mostra que um dos propósitos da centralização do culto israelita, era também o de evitar a contaminação da adoração pura do Senhor com as práticas idólatras. </p>
<p class="calibre2">A exigência da centralização também deve ser entendida em termos da natureza do Deuteronômio como um tratado de suserania. Tais tratados proibiam que os vassalos se ocupassem de qualquer diplomacia independente com um poder estrangeiro, outro que o do suserano da aliança. Particularmente, o vassalo não devia pagar tributo a nenhum outro senhor. Semelhantemente, todas as exigências e proibições de Deuteronômio 13 foram calculadas para assegurarem ao Senhor todas as ofertas e sacrifícios tributados de Israel. Israel não devia pagar nenhum tributo sacrificial a outros deuses, pois tal tentativa impossível de servir a dois senhores seria rebeldia contra o grande mandamento da aliança de Deus. Na terra prometida, a lei do altar central envolveria tanto a centralização dos festivais de sacrifícios especiais (vs. 4-14) quanto a descentralização das festas familiares comuns (vs. 15-28). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4-14. </b> Em contraste com a multiplicidade de altares dos cananitas (v.4), que sacrificavam onde lhes agradasse (cons. v. 13), Israel devia ter um altar, no lugar que o Senhor vosso Deus escolher (v. 5). Esta uniformidade do santuário correspondia à uniformidade do senhorio divino sobre Israel (cons. 6:4, 5). </p>
<p class="calibre2">A alta crítica moderna tem erradamente defendido que o conceito do altar central ensinado em Deuteronômio (ou de acordo com alguns, apenas em Dt. 12:1-7, que é considerado portanto uma interpolação posterior) contradiz outra legislação bíblica (veja esp., no Livro da Aliança, Êx. 20:24). A exigência deuteronômica tem sido, portanto, considerada como modificação posterior da prática anterior, supostamente mais frouxa. O livro como um todo tem sido datado do século sétimo A.C. e identificado como o livro da lei encontrado nos dias de Josias. Uma tentativa mais recente dos críticos tem sido a de resolver o suposto conflito de códigos, não os colocando em seqüência cronológica através dos séculos, mas designando para cada um, uma diferente fonte culto-geográfica. Pensa-se que Deuteronômio representa o aspecto levítico, setentrional, com o santuário central em vista, localizado em Siquém. Alguns críticos têm chegado a admitir que a lei da centralização em Deuteronômio possa representar um retorno a um ideal mais antigo, pré-monárquico, de anfictionia. </p>
<p class="calibre2">Na realidade, até onde a prática religiosa normativa está envolvida, nada há de essencialmente novo nesta lei mesmo no tempo de Moisés. </p>
<p class="calibre2">Nos tempos patriarcais, quando uma sucessão de altares foi feita no decorrer das viagens dos patriarcas, havia ao que parece, apenas um altar, por família, um em cada dado período. Semelhantemente, na legislação do Sinai (Êx. 20:24), o lugar dos sacrifícios de Israel identifica-se com o lugar central onde Deus registrou o Seu nome (isto é, revelou Sua natureza gloriosa) por meio de teofania sobrenatural especial, o lugar da habitação simbólica visível de Deus no meio do Seu povo. O Tabernáculo teve sucessivamente diferentes localizações durante as peregrinações de Israel no deserto, mas permaneceu apenas um santuário. </p>
<p class="calibre2">O que há de novo na formulação deuteronômica é apenas a perspectiva de um local estacionário para o santuário. Deuteronômio contempla uma habitação permanente de Deus em Israel. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. E vos dará descanso. </b> Mesmo esta nova circunstância devia aguardar a consecução da paz e do descanso (cons. Hb. 4:1 e segs.), uma condição que só foi inteiramente alcançada dentro do nível típico do V.T. nos dias de Davi e Salomão (II Sm. 7:1; I Reis 5:4). Só então Deus escolheu dentre todas as tribos a cidade de Jerusalém como o local de Sua casa (I Reis 8:16, 44, 48; 11:13, 32, 36; 14:21; II Reis 21:7; 23:27), embora primeiro tivesse registrado Seu Nome temporariamente em Siló (Jr. 7:12; Jz. 21:19). Além disso, a lei mosaica do altar central, embora regulando o culto sacrificial prescrito e ordinário de Israel (Dt. 12:6,7, 11 e segs.) conforme teria de ser periodicamente realizado nos três festivais principais, também reconhecia a possibilidade da ação revelatória de Deus sem o altar central e dava lugar ao culto e ao altar especialmente indicado (cons. 27:5 e segs.). A ênfase recai com mais força sobre a pureza do que sobre a unidade dos cultos. Também destaca-se no pensamento mosaico da comunhão convencional com o Senhor a nota de alegria e vos alegrareis perante o Senhor (v. 12; cons. v. 7). Amor a Deus expresso em adoração feliz também encontrava o seu corolário no amor aos irmãos, especialmente em bondade para com aqueles que, como os levitas (v. 12; cons. v. 19), dependiam da generosidade, até mesmo da piedade, da congregação (cons. Nm. 18:21; 35:1 e segs.). </p>
<p class="calibre2">Contrastando os arranjos do futuro com a prática presente, Moisés declarou que mesmo sob a sua liderança os israelitas estavam fazendo o que era certo aos seus próprios olhos (Dt. 12: 8; cons. Jz. 17:6; 21:25). </p>
<p class="calibre2">Aqui pelo menos esta expressão não é derrogatória, mas indica simplesmente, ao que parece, que não havia necessidade ainda de fazer distinção entre as festas sacrificiais (Dt. 12:4-14) e as festas familiares (vs. 15-28). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15-28. </b> Além de colocar as tribos israelitas em contato com os santuários pagãos, a posse de Canaã localizaria as tribos a uma distância considerável do santuário central de Israel (v. 21). Se as estipulações de 12: 4-14 deviam ser atendidas nessa nova situação, devia-se fazer uma distinção entre o matar e o comer de animais apropriados para a festa sacrificial e aqueles que eram apropriados para uma refeição comum; e devia haver uma permissão para a descentralização desta última. Esta nova provisão constituía urna modificação das exigências de Lv. 17:1 e segs., que regulamentavam o consumo israelita de carne enquanto eles ainda eram um acampamento compacto à volta do Tabernáculo no deserto. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15b. O imundo e o limpo dela comerá; assim como se come o </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">corço e o veado</b> (cons. v. 22). Participação na festa da família não dependia de condição cerimonial (cons. Lv. 7:19 e segs.), e o tipo de carne permissível incluía aquela que servia para o sacrifício e para comer, como a carne da caça (cons. Dt. 14:5) que não era sacrificialmente aceitável. </p>
<p class="calibre2">Junto com esta permissão vinham algumas restrições. Uma é a familiar proibição do sangue – <b class="calibre1">o sangue não comerás</b> (vs. 16, 23 e segs.; cons. Lv. 17:10 e segs.; Gn. 9:4). Derramar o sangue sobre a terra Seria uma salvaguarda contra o seu derramamento como sacrifício sobre algum altar cananita próximo, ilegalmente preservado. A centralização, durante as peregrinações no deserto, do sacrifício de todos os animais passíveis de serem oferecidos a Deus foi explicitamente idealizada para evitar tal tentação (cons. Lv. 17:7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. Não poderás comer o dízimo</b>, etc. Outra cláusula, ou melhor, esclarecimento da permissão do versículo 15, foi o lembrete de que todas as sagradas ofertas feitas ao Senhor deviam ser levadas ao santuário central que Deus escolhesse (veja também vs. 26, 27). Isto é, a permissão operava dentro das exigências positivas dos versículos 4-14 (cons. es. </p>p
<p class="calibre2">vs. 6, 11). A interpolação de exortações entre as estipulações (por exemplo, vs. 25, 28) é um dos sinais identificadores da legislação deuteronômica na qualidade de estipulações pactuais e não um código legal. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29-32. </b> Com referência aos versículos 29-31, veja comentários dos versículos 1-3. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">32. Nada lhe acrescentarás nem diminuirás</b> (13:1 na Bíblia Heb.). </p>
<p class="calibre2">Repetindo 4:2 em essência, Moisés tornou a declarar que o único padrão verdadeiro de ética e culto divino é aquele que a vontade de Deus revelou - nem mais, nem menos. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 13 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">b) Resistência à Apostasia. 13:1-18. </b></p>
<p class="calibre2">Nos antigos tratados de suserania requeria-se do vassalo que ele não tivesse conivência com quem falasse mal do suserano, quer se tratasse de uma afronta ou uma conspiração. O vassalo devia transmitir o insulto ou a fomentação da revolta. Em caso de rebelião ativa, devia tomar medidas militares contra os ofensores. Mais ainda, devia manifestar fidelidade ao seu senhor em tais casos, fosse quem fosse o rebelde, um príncipe ou parente próximo. Tudo isto encontra seu correlativo formal em Deuteronômio <b class="calibre1">13. </b> Quanto ao estilo o capítulo foi moldado na forma casuística, característica dos antigos códigos legais, mas também de algumas estipulações pactuais. Três casos de rebelião contra o Senhor são examinados. Os dois primeiros se relacionam com a instigação, as partes culpadas sendo reivindicantes de terem recebido revelação com sinais (vs. 1-5) e o parente mais próximo ou amigo do vassalo (vs. 6-11). O terceiro caso se relaciona com uma cidade que foi engodada a rebelar-se contra o Senhor e é culpada de estar servindo a ídolos (vs. 12-18). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-5. </b> (Bíblia Heb., vs. 2-6). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Profeta ou sonhador. </b> Insinuação da instituição profética a ser estabelecida em Israel já fora dada. A auto-revelação de Deus aos profetas seria por meio de visão e sonho (Nm. 12:5; cons. Dt. 18:15 e segs.). Mesmo se alguém com impressionantes credenciais comprovando que era um canal da revelação (1b, 2a) incitasse Israel a declarar fidelidade e tributo a outros deuses (2b; cons. 3b, 5b), seu conselho devia ser desprezado (3a; cons. Gl. 1:8, 9). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. E suceder o tal sinal ou prodígio. </b> Ambos os termos podem se referir a um acontecimento que é, em si mesmo, normal ou extraordinário. </p>
<p class="calibre2">Aqui eles se referem, ao que parece, a um acontecimento predito, não necessariamente milagroso, que se realizou. O cumprimento da predição é então proclamado como um sinal de genuína vocação e autoridade profética. E <b class="calibre1">disser</b> (v. 2) deve ser tomado junto com <b class="calibre1">quando ... se </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">levantar</b> (v. 1). O padrão de vida e culto de Israel era revelação de Deus através de Moisés, escrita ou falada; a exigência fundamental, portanto, era fidelidade exclusiva ao senhor – <b class="calibre1">andareis após o Senhor</b> (v. 4). A fim de testar a obediência de Israel com referência a esta estipulação suprema, Deus permitiria que o friso profeta se apresentasse (v. 3b). E já que este último aconselhada Israel a repudiar aquela exigência, a própria essência da aliança (cons. 6:4, 5; Êx. 20:3), a penalidade máxima lhe era prescrita – <b class="calibre1">esse profeta ... será morto</b> (v. 5). Observe as citações do preâmbulo de prólogo histórico das tábuas da aliança (cons. Êx. 20:2). A execução do instigador à traição "eliminaria" o mal do meio de Israel, o qual, se permanecesse e se alastrasse, resultaria na eliminação de muitos em Israel (cons. Dt. 13:12 e segs. esp. v. 16; 17:12; 19:11-13; 21:18-21; 22:21-24; 24:7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6-11. </b> (Bíblia Heb. 7-12). Tão eficiente como o maravilhoso sinal da serpente falante, com suas declarações oraculares, no caso da sedução de Eva foi a coação pela qual Eva subseqüentemente tentou Adão por causa do seu afeto por ela, a esposa do seu amor, a amada de sua alma. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Se teu irmão... te incitar em segredo. </b> A sutilidade da tentação neste caso contrasta com o convite público do falso profeta (cons. v. l e segs.) e tornaria fácil esconder o pecado da pessoa amada fugindo à responsabilidade judicial sem revelação. Mas, como no caso dos tratados internacionais, qualquer omissão em denunciar "as más palavras" e as conspirações rebeldes seda uma brecha na aliança de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Não o olharás com piedade. </b> A reivindicação da aliança é amar o Senhor nosso Deus, embora rito signifique odiar os pais e os irmãos, a esposa e os filhos, e até a própria vida (cons. Lc. 14:26). Portanto, aquele que mais querido fosse ao servo da aliança, devia ser tão severamente julgado quanto o falso profeta, se ele ou ela pretendesse ser desleal ao Senhor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Certamente o matarás. </b> Para o procedimento judicial em vista, veja 17:7. Um benefício importante na execução da sentença divina seda o impacto admoestativo sobre Israel, impedindo futura apostasia (v. 11; cons. 17:13; 19: 20; 21:21). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12-18. </b> (Bíblia Heb., 13-19). Se as estipulações dos versículos precedentes não fossem vigorosamente executadas, a rebelião se espalharia do indivíduo para a comunidade, uma situação que exigiria uma decisão e ação judicial ainda mais difícil do que a prescrita aqui. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. Homens malignos</b> (E.R.A.) e <b class="calibre1">filhos de Belial</b> (E.R.C.) são traduções de uma expressão diversamente entendida como filhos da inutilidade, ou desordem, ou maldade, ou Sheol. É assim que Deus vê aqueles sedutores à idolatria que se colocam diante dos homens como profetas impressionantes ou parentes mais queridos. Caso houvesse o veredito de culpa (v.14), a sentença seda a aplicação do anátema (v. 15 e segs.; cons. comentários sobre 7:1-5). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Ferirás... os moradores daquela cidade. </b> Aceitando a abominação de Canaã, a cidade israelita se tomaria uma abominação; ficaria igual à Jericó cananita e devia partilhar de seu destino maldito pelo fogo e pela espada. O divino Suserano, como os senhores humanos em seus tratados antigos, impôs regulamentos relativamente ao despojo que viria cair nas mãos dos seus vassalos em uma campanha punitiva. </p>
<p class="calibre2">No presente exemplo, foi feita a incomum exigência de que todo o despojo fosse acrescentado ao holocausto através do qual a cidade amaldiçoada se tornaria uma perfeita oferta queimada para louvor da justiça e ira de Deus. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Montão perpétuo. </b> O hebraico tel indica um monte abandonado produzido pela acumulação de entulhos em sucessivas ocupações de um sítio. A experiência de Israel no caso de Acã (Js. 7; 8) exemplificou ambos, o perigo de violar a lei dos despojos em Dt. 13:16,17 e a fidelidade do Senhor na promessa dos versículos 17b, 18. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">c) Obrigações Filiais, 14:1 – 15:23. </b></p>
<p class="calibre2">Como povo do Senhor, sujeito ao seu serviço e encarregado de remover do seu meio todos os devotos e santuários de ídolos (caps. 12; 13), Israel era uma nação diferente. Isto devia se manifestar através de toda dimensão cerimonial da vida da nação. Em conexão com a morte (14:1, 2) ou vida (vs. 3-21), a prática cerimonial dos israelitas devia refletir sua santidade peculiar. Sua santa consagração também devia ser exibida na consagração do fruto do trabalho de suas vidas ao Senhor seu Deus (vs. 22-29 ). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 14 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1,2. Filhos sois do Senhor vosso Deus ... sois povo santo. </b> Aqui novamente a definição de Êx. 19:5,6 da nação teocrática faz eco (cons. Dt. 7: 6), enriquecida agora com o conceito da filiação (cons. Êx. 4:22). </p>
<p class="calibre2">No período do V.T. a ênfase estava sobre Israel como servo e não filho, porque embora a nação de Israel fosse o filho e o herdeiro, ela devia ficar sob governadores até o tempo designado pelo Pai (cons. Gl. 4:1 e segs.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Não vos dareis golpes. </b> Os israelitas não deviam se mutilar como os pagãos costumavam fazê-lo nos rituais de luto (v, 1b; cons. Lv. 19:28; 21:5). A razão especificada é que, na qualidade de povo eleito e adotado por Deus, tinham um status de santidade. E por baixo desta razão estava o fato de seu Deus ser o Senhor da vida e o Criador do homem à Sua imagem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Abominável. </b> As distinções cerimoniais podem às vezes parecer arbitrárias. Tal é o caso da classificação das carnes limpas e imundas nestes regulamentos dietéticos. Porque, embora as explicações higiênicas sejam visíveis em alguns exemplos, não o são em todos. Mas a própria arbitrariedade dessas estipulações fazia delas o melhor dos testes de submissão à palavra soberana do Senhor e um símbolo mais distintivo da consagração a Ele. Lembrava Israel que o homem deve viver de acordo com cada palavra que sai da boca de Deus (cons. 8:3). É a palavra criativa de Deus que dá a todas as coisas a sua definição e significado, e o homem deve interpretar todas as coisas na imitação da interpretação que Deus lhes dá. Sob este aspecto as regras dietéticas mosaicas assemelhavam-se à proibição probatória do fruto da árvore do conhecimento no Éden ou aos arranjos para a provisão do maná no deserto. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. São estes os animais que comereis. </b> A seção repete quase verbalmente Lv. 11:2-23. Deuteronômio 14:4b, 5 suplementa a formulação levítica e desse modo reflete a origem que Deuteronômio teve no deserto. Pois o habitat dos animais de caça comestíveis especificados era a região das viagens de Israel desde o Egito até Canaã, não o território montanhoso coberto de bosques de Canaã propriamente dita. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Nenhum animal que morreu por si. </b> Isto envolve uma modificação de Lv. 17:15. A prática mencionada aqui no versículo 21b (cons. Êx. 23:19; 34:26) foi proibida porque era costume cerimonial dos cananitas. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">22. Os dízimo de todo o fruto das tuas sementes. </b> Um dízimo anual do produto da terra devia ser oferecido ao Senhor em reconhecimento ao fato de que a terra era dEle e porque Ele era o doador da vida e da fertilidade. Por causa de variantes entre as estipulações deuteronômica e a anterior referentes aos dízimos (Lv. 27:30-33; Nm. 18:21-32), desenvolveu-se uma opinião entre os judeus (e tem sido aceita por muitos cristãos exegetas) que Deuteronômio prescreve um segundo dízimo e, alguns diriam, até mesmo um terceiro (cons. Deut. 14:28 e segs.; 26:12-15). Deuteronômio 14 não envolve contudo, necessariamente qualquer modificação drástica na primitiva lei do dízimo. Apenas especifica um dizimo sobre a agricultura, embora mencione as primícias dos rebanhos (v. 23; cons. 12:17; 15:19 e segs.). </p>
<p class="calibre2">Mas até mesmo Números 18 não menciona explicitamente um dízimo animal. Só Levítico 27 o faz (cons. II Cr. 31: 6). Pode-se, contudo, deduzi-lo de ambos. Números 18 e Deuteronômio 14. De acordo com Nm. 18:21, "todo dízimo" era dado aos levitas. Deuteronômio 14 especifica que com exceção do terceiro e sexto anos (e do ano sabático sem cultura também, é claro; cons. Êx. 23:11), o ofertante deve usar o dízimo – presumivelmente, contudo, uma pequena parte dele apenas – para uma festa fraternal no santuário. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. Para que aprendas a temer ao Senhor. </b> O propósito desta seção não é tanto fazer uma declaração compreensiva da lei do dízimo para proteger o processo relativo ao dízimo de ser prostituído com fins idólatras; isto é, evitar que Israel homenageasse as divindades cananitas da fertilidade por causa de suas colheitas. A insistência, portanto, era no sentido de que toda cerimônia religiosa associada aos dízimos fosse realizada no santuário central (12:6,11). É necessário que se leve em consideração este propósito particular destes versículos quando fizermos comparações com os regulamentos relativos ao dízimo em outras passagens. (Sobre a razão da permissão dos vs. 24 e segs. veja 12:21.) <b class="calibre1">28. Ao fim de cada três anos. </b> A associação disto com a legislação sabática de 15:1 e segs., indica que tais anos trienais (chamados em 26:12 de "ano dos dízimos") eram o terceiro e o sexto anos dentro do ciclo sabático do Jubileu. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">29. O estrangeiro, o órfão, e a viúva. </b> Uma modificação menos importante do dízimo imposto à agricultura, de acordo com os interesses da caridade familiar do Senhor na classe pobre, a qual poderia surgir na estratificação social da vida em Canaã, está nesta inclusão de outros dependentes, além dos levitas, para o uso do dízimo do terceiro e sexto anos. Veja Nm. 18:26-32 para a disposição desses dízimos a ser feita pelos levitas. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 15 </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15:1-23. </b> O fio principal da legislação precedente foi novamente retomado na lei dos primogênitos em 15:19-23 (cons. 14:23). Enquanto isto, os versículos 1-18 desenvolvem o assunto do amor para com os irmãos necessitados, que veio à baila na exposição da maneira como dar o dízimo (14: 27 e segs.). Especificamente, estas estipulações tratam da remissão das dívidas (vs. 1-11) e da manumissão dos escravos (vs. 12-18). Um elemento adicional de continuidade encontra-se na estrutura sabática deste programa de misericórdia (cons. 14:28). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Ao fim de cada sete anos. </b> Isto se refere ao ano sabático que arrematava cada período de sete anos dentro do ciclo do Jubileu (cons. 14:28). A instituição do ano da remissão foi estabelecida no Livro da Aliança (Êx. 23:10,11) e exposta nas instruções levíticas (Lv. 25:2 e segs.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. A remissão do Senhor. </b> O hebraico <i class="calibre3">shemitta</i>, "remissão", vem de uma raiz significando deixar cair. Em Êx. 23:11 aplica-se à terra no sentido de permanecer inculta. Por isso o ano da remissão é "sábado de descanso solene para a terra" (Lv. 25:4). Aqui se aplica às dívidas no sentido do perdão. Muitos têm interpretado isto como uma moratória de um ano sobre a cobrança dos débitos do credor. Contudo, o fato do sétimo ano da remissão e do ano do Jubileu da liberdade pertencerem a uma só unidade simbólica indica que se refere a um cancelamento permanente de dívidas. O descanso solene do Jubileu que fechava o ciclo simplesmente prosseguia com o princípio da restauração da liberdade pessoal e o retorno imobiliário. Em cada nível a remissão sabática era uma renovação do livramento original que o Senhor realizou em benefício do povo da aliança, quando este se encontrava escravizado e a reintegração das famílias em suas heranças originais. De maneira agradável, o sábado propriamente dito estava associado com a libertação dos necessitados realizada pelo Senhor, do povo que chorava em grilhões (cons. Dt. 5:14, 15). O livramento do sétimo ano era do Senhor, embora Sua misericórdia se manifestasse pela filantropia dos Seus servos. Tinha a finalidade de renovar o símbolo teocrático do reino de Deus periodicamente por meio de uma nova realização da graça salvadora e restauradora do Senhor que fora tão abundantemente experimentada no começo da vida teocrática de Israel. Ao mesmo tempo, apontava profeticamente para a ação redentora futura de Deus, antecipando o reino de misericórdia messiânico em prol dos pobres e desamparados (cons. Sl. 72). Este projeto de consumação está sempre presente no simbolismo sabático. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. Para que entre ti não haja pobre. </b> A necessidade de tal caridade, como se observa parenteticamente (vs. 4 -6), seria prevenida pela ausência de pobres em Israel, se tal fidelidade sempre fosse manifestada no que diz respeito à repartição das bênçãos da aliança na mais rica medida. Na realidade, contudo, por causa da falta de fidelidade em Israel, os pobres sempre estiveram presentes (v. 11; cons. Mc. 14:7). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. De sorte que os teus olhos</b> (não) <b class="calibre1">sejam malignos para com teu </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">irmão pobre. </b> Tais, na realidade, eram as perversas propensões do próprio povo da aliança, a ponto de precisar sei advertido pala que esta provisão septenial de misericórdia para com os pobres não se transformasse em oportunidade de opressão dos mesmos nos períodos intermediários. A prática da comemoração de um ano de remissão, parece a alguns, financeiramente impraticável (um dos motivos porque alguns comentadores interpretam a remissão como uma suspensão temporária da dívida). Mas o povo da fé foi convocado a reconhecer que dentro dos arranjos convencionais peculiares de Deus com a nação teocrática, a obediência a esta estipulação eia uma garantia de prosperidade – <b class="calibre1">pois por isso te abençoará o Senhor teu Deus</b> (v. 10; cons. Lv. 25:20, 21). Que as Escrituras não recomendam este procedimento como política normativa fora da comunidade teocrática de Israel no V-T- está evidente até pela cláusula exclusiva em Dt. 15: 3a. O estranho (v. 3a) não é, como o "forasteiro" ou "o estranho dentro das portas", um membro permanente da comunidade, mas alguém que visita a comunidade temporariamente com propósitos comerciais ou coisa parecida. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12... . o despedirás forro. </b> Embora dentro da estrutura dos sete anos, esta lei, divergindo de 14:28, 29 e 15:1-11, não se refere às unidades sabáticas regulares dentro do ciclo do Jubileu, mas a um período de sete anos, começando sempre que um individuo hebreu passasse a ser servo contratado. Esta provisão de manumissão também estava contida no Livro da Aliança (Êx. 21:2-6), e encontra um correlativo dentro da legislação levítica referente ao ano do Jubileu (Lv. 25:39-55; cons. Jr. 34: 14). Ou hebréia. A inclusão da mulher hebréia, possivelmente implícita em Êx. 21:2-6 (cons. Êx. 21:7-11, que trata do caso especial da serva-concubina) torna-se aqui explícita. Como no caso da remissão da dívida, também na remissão do escravo, os limites da aplicação aplicavam-se à irmandade israelita. </p>
<p class="calibre2">À vista do contraste instituído entre o "irmão" e o "estrangeiro" neste contexto e da identificação do servo hebreu como irmão (Dt. 15:12), a teoria que considera o "servo hebreu" como "servo estrangeiro" deve ser considerada falsa. De acordo com esta teoria, o que Êx. 21:6 e Dt. 15:17 permite para o servo hebreu, Lv. 25:44-46 proíbe para um israelita. Mas Levítico 25 refere-se à escravidão compulsória e rigorosa, enquanto que a passagem que fala do servo hebreu refere-se ao serviço voluntário e concorde. A estipulação de uma manumissão do Jubileu em Lv. 25:40, 41 suplementa o direito do servo hebreu da remissão após os sete anos como favor especial quando o Jubileu chegava antes dos seus sete anos de serviços prestados. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Se ... disser: Não sairei. </b> Este direito suplementar, tal como o da remissão no sétimo ano, estava sujeito ao direito adicional do servo de permanecer voluntariamente por toda a vida a serviço do seu amado senhor (cons. Êx. 21:5, 6). Na reformulação deuteronômica desta provisão, ela se torna mais liberal (15:13, 14) e citam-se vários induzimentos à obediência (vs. 15, 18). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19-23. </b> O assunto dos primogênitos mencionado em 14:23 (cons. 12:6,17) foi retomado agora. Legislação anterior sobre o assunto encontra-se em Êx. 13:2, 11.16; 22:29,30; 34:19, 20; Lv. 27:26, 27; Nm. 18:15-18. O tratamento deuteronômico não é exaustivo, pois tem apenas a intenção de esclarecer a importância da lei do altar central (Dt. 12) em relação à lei dos primogênitos dentro das circunstâncias antecipadas das tribos dispersas e expostas às perigosas influências dos santuários cananitas locais. Assim, a nova formulação refere-se a um fato não notado na legislação anterior, isto é, que o ofertante e sua família deviam participar da refeição sacrificial que acompanhava a apresentação dos primogênitos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20. Comê-lo-ás, perante o Senhor. </b> Isto foi aqui mencionado de maneira explícita a fim de destacar a exigência de que toda festa sagrada tinha de se realizar no santuário central (12:6, 17), embora em Canaã as festas comuns seriam permitidas em outros lugares (12:15 e segs.). Não há uma contradição inexplicável entre a concessão dos primogênitos aos sacerdotes e suas famílias (Nm. 18:15-18) e este participar da família do ofertante na refeição cerimonial. Veja 14:23-27 onde há uma situação semelhante relacionada com a disposição dos dízimos. <b class="calibre1">De ano em ano. </b> A oferta anual era substituída pela oferta do oitavo dia (cons. Êx. 22:30) exatamente porque o comei da carne em casa eia doravante permitido (Dt. 12:21). Veja em Lv. 22:19 e segs. coment. sobre o versículo 21a; também Dt. 17:11. Observe novamente a preocupação em mostrai a importância da legislação fundamental de Deuteronômio 12 quanto a este assunto particular dos primogênitos (15:22, 23;cons. 12: 15, 16, 22 e segs.). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 16 </b></p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">d) Peregrinações Tributárias. 16:1-17. </b></p>
<p class="calibre2">A seção que começou em 12:1 termina com os mandamentos referentes às três peregrinações anuais ao santuário central: as festas da Páscoa e dos Pães Asmos (16:1.8), das Semanas (vs. 9.12) e dos Tabernáculos (vs. 13-15). Relativamente à legislação anterior, veja principalmente Êxodo 12; Levítico 23; Números 28 e 29. Nossos comentários aqui são principalmente devotados aos aspectos peculiares da formulação deuteronômica e os problemas relacionados. O esquema sabático volta a ser apresentado (cons. Deut. 14:28 – 15:18), pois todo o calendário das festas religiosas tinha um padrão sabático. Foi ainda destacada a preocupação com a maneira pela qual a projetada escolha divina de um local permanente para o santuário no meio de uma terra extensa deveria modificar a prática cerimonial anterior. Observe o uso repetido da fórmula referente ao altar central (16:2, 3, 7, 11, 15, 16). </p>
<p class="calibre2">Sendo Deuteronômio um documento de renovação de aliança, pressupondo que as estipulações anteriores ainda são válidas, com exceção das que foram expressamente modificadas, ele condensa e omite muita coisa enquanto dá uma nova ênfase aos aspectos afetados pela introdução do "lugar que o Senhor teu Deus escolher". O reconhecimento disto deveria evitar muitas das alegações da alta crítica de que há contradição entre o Deuteronômio e a restante legislação do Pentateuco. Considerado como um tratado de suserania, Dt. 16:1-17 corresponde às exigências costumeiras de que o vassalo devia comparecer anualmente diante do suserano com o tributo estipulado. </p>
<p class="calibre2">Começando com o versículo 18 surge uma nova seção, principalmente preocupada com a administração da justiça. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A Páscoa. 16:1-8. O mês de Abibe. Veja Êx. 12:1, 6; 34:18. </b></p>
<p class="calibre2">A páscoa. Este termo foi usado nestes versículos dando a entender a Páscoa propriamente dita e a Festa que se lhe seguia dos Pães Asmos com a duração de sete dias (cons. v. 3. observando que o antecedente de "nela" é páscoa). Conseqüentemente, este sacrifício da Páscoa devia ser tomado de ambos, o gado grande e o gado miúdo (v. 2), enquanto que para a Páscoa propriamente dita, indicava-se um cordeiro (Êx. 12:3 e segs.). Para os sacrifícios mencionados em Dt. 16:2, veja a narrativa da celebração em II Cr. 30:22 e segs. e 35: 7 e segs., e observe aqui o uso do termo "oferta de páscoa", literalmente <i class="calibre3">páscoas</i>, com referência ao sacrifício de animais. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. O pão de aflição</b> fazia lembrar as circunstâncias opressivas na casa da escravidão, especialmente a oposição de Faraó à partida de Israel, o que competiu os israelitas a tomarem providências apressadas para a fuga. Sobre os versículos 3, 4a, veja coment. em Êx. 12:15, 18-20; 13:3, 6, 7; 23:15; 34:18; Lv. 23:6. Sobre o versículo 4b, veja Êx. 12:10; 23:18b; 34: 25b; Nm. 9:12. Sobre o versículo 8, veja Êx. 12:16; Lv. 23:7, 8; Nm. 28:18, 25. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4. </b> A fim de indicar a Páscoa de maneira mais específica, Moisés a chama de <b class="calibre1">a carne que sacrificares à tarde</b>. As referências à "páscoa" imediatamente depois dessa designação (vs. 5, 6) também devem ser tomadas evidentemente nesse sentido restrito. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7a. Cozerás, e comerás</b> (E.R.A., E.R.C.). As E.R.A. e E.R.C. </p>
<p class="calibre2">criam, sem necessidade, um conflito com Êx. 12:9, traduzindo o verbo <i class="calibre3">beishal</i> por "cozer". Só a adição específica de "com água" ou "em panelas" é que dá a este verbo hebraico o significado definido de "cozer" (cons. Êx. 12:9; II Cr. 35:13b). Quando definido mais extensamente com "no fogo", <i class="calibre3">beishal</i> significa claramente "assar" (veja II Cr. 35: 13a). Em si mesmo ele é ambíguo. Esta ambigüidade em Dt. 16:7 deve-se ao fato que a maneira de se preparar o sacrifício para a refeição já fora estabelecida e não era a atual preocupação de Moisés. Ele estava, antes, procurando enfatizar que esta festa devia sei realizada no santuário central. Só depois da comemoração de toda a festa, preparação e participação, é que os crentes podiam se afastar do santuário para seus alojamentos. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7b. Às tuas tendas. </b> A ambigüidade desta expressão (que poderia aqui se referir aos alojamentos temporários dos peregrinos na cidade santa) também se atribui ao fato de Moisés estar enfatizando a idéia do altar central. A preparação do sacrifício no santuário era uma modificação da observância da primeira Páscoa no Egito, quando o sangue foi aplicado às casas na ausência de um culto e altar centralizados. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A Festa das Semanas. 16:9-12. </b></p>
<p class="calibre2">Sobre o assunto desta seção, veja prescrições anteriores em Êx. 23:16; 34:22; Lv. 23:15 e segs.; Nm. 28: 26 e segs. 10a. A festa das semanas (cons. Êx. 34:22) também se chamava de "a festa da colheita" (Êx. 23:16) e "o dia das primícias" (Nm. 28:26). Mais tarde recebeu o nome grego de <i class="calibre3">Pentecoste</i> por causa da maneira como a sua data era calculada, isto é, cinqüenta dias a partir de um ponto determinado (Lv. 23:16). Este ponto foi descrito aqui em termos gerais como o começo da colheita dos cereais (Deut. 16:9). Não havia necessidade de maior precisão porque a data exata já fora apresentada em Lv. 23:10 e segs. Era o segundo dia da Festa dos Pães Asmos, o dia da oferta do feixe das primícias da colheita dos cereais. Era "o dia imediato ao sábado" (Lv. 23:15), pois o primeiro dia dos Pães Asmos era um dia de descanso. </p>
<p class="calibre2">Seguindo esta contagem, o Pentecoste do N.T. aconteceu em um sábado. </p>
<p class="calibre2">As sete semanas entre as peregrinações da Páscoa e da Colheita davam tempo para se terminar a colheita dos cereais. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10b. Ofertas voluntárias</b> (cons. Nm. 29:39; Lv. 23: 38). Esta festa era cheia de alegria – alegria no Senhor, que trouxera o Seu povo ao Seu fecundo paraíso (Dt. 16:10c, 11; cons. 12:7, 12, 18; 16:14, 15) – alegria no Senhor que os livrara da escravidão (v.1 2) e assim era uma alegria que devia ser partilhada com todos os pobres dentro da família convencional (v. 116). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A Festa dos Tabernáculos ou das Cabanas. 16:13-15. </b></p>
<p class="calibre2">Legislação paralela está em Êx. 23:16; 34:22; Lv. 23:33 e segs.; Nm. 29:12 e segs. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13. </b> A festa dos tabernáculos ou das cabanas também é chamada de "festa da colheita" (no Êxodo). Tal como a Festa dos Pães Asmos, durava uma semana, isto é, do dia quinze ao vinte e um do sétimo mês. </p>
<p class="calibre2">Era seguida por um oitavo dia de descanso (Lv. 23:36,39). O nome Tabernáculos reflete o costume de habitarem em cabanas durante o festival, o que servia de lembrete da vida no deserto (cons. o uso dos pães asmos). O nome "colheita" indica que esta festa era o ponto alto do ano da agricultura, quando as uvas e os cereais já tinham sido colhidos. </p>
<p class="calibre2">No ano da remissão, quando não havia colheita, esta festa era ocasião para significativas leituras públicas do texto da aliança (Dt. 31:9-13). </p>
<p class="calibre2">Novamente, o ponto principal aqui era o de reforçar a lei do santuário central – <b class="calibre1">o lugar que o Senhor escolher</b> (v.15). Aqui também, a alegria e o amor são os sinais da vida e culto convencional (v. 14). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16,17. </b> Cons. Êx. 23:17; 34: 23. Este resumo conclui com a volta de todos os olhares novamente para o santuário central (v. 16a) e coloca em destaque o caráter das peregrinações como viagens tributárias ao trono de Deus-Rei (v,16b). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. Segundo a bênção que o Senhor seu Deus lhe houver concedido. </b> Cons. I Co. 16: 2. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2) Justiça Judicial Governamental. 16:18 – 21:23. </b></p>
<p class="calibre2">Esta seção contém uma série de estipulações relativas ao governo teocrático, com ênfase destacada sobre o poder judiciário. Israel devia acrescentar à santidade de culto, a justiça político-judicial. Entre o governamental e o relativo ao culto havia uma unidade de autoridade máxima, desde que o Senhor era ambos, Deus e Rei, em Israel. </p>
<p class="calibre2">Conseqüentemente, todas as instituições teocráticas, diferentemente daquelas no estado comum, eram declaradamente religiosas, e havia uma extensão de prática cultual, além do santuário, dentro da administração do governo. Além disso, por causa de todas as leis teocráticas, morais e civis, como também as relativas aos cultos, estarem incluídas nas estipulações da aliança do Senhor, registradas no documento da aliança, e porque o Livro da Lei era confiado aos sacerdotes no santuário central para ser guardado e explicado por eles, o sacerdócio possuía a dominante voz judicial (cons. 21:5), pelo menos até o começo da monarquia (cons. 17:9, 10). Em aditamento ao seu conhecimento da lei escrita, os sacerdotes tinham acesso, por meio do Urim e Tumim, aos vereditos divinos diretos. Isto conferia aos sacerdotes um papel mais definitivo, mesmo embora os reis viessem a ser mais importantes no processo judicial. Por toda a terra a voz oracular do Rei divino entronizado no santuário era revelada progressivamente ao profeta e por meio dele. Mas, enquanto os profetas registravam os juízos divinos não solicitados pelos vassalos e pela liderança, o sacerdote no seu desempenho judicial relacionava-se com os litígios que surgiam entre um vassalo israelita e outro, ou com investigações legais iniciadas dentro da comunidade israelita. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">a) Os Juízes e o Altar de Deus. 16:18 -17:13. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18-20. </b> Durante as viagens no deserto, Moisés, o mediador, foi o principal juiz de Israel, enquanto os juízes auxiliares escolhidos dentre as tribos resolviam os casos de menos importância (cons. 1:12 e segs.; Êx. 18:13 e segs.). Este arranjo fora agora modificado para atender às novas condições de vida em Canaã. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Em todas as tuas cidades. </b> Os distritos judiciais seriam, ali, as cidades e não as divisões tribais e genealógicas. Os líderes naturais do concilio local de anciãos provavelmente seriam os juízes e os oficiais auxiliares aqui mencionados (cons. 19:12). Nesta introdução ao assunto, a ênfase recai, contudo, não na estrutura organizacional das judicaturas, mas na busca da justiça na administração da lei do Senhor – <b class="calibre1">não </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">torcerás a justiça</b> (vs. 19, 20; cons. Êx. 23:3, 6, 8). Mesmo nos códigos e poemas épicos dos vizinhos pagãos de Israel, a virtude da justiça nos lideres era um ideal muitas vezes reiterado. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16:21 – 17:1. </b> O entrelaçar-se dos processos do culto e do governo (cons. comentários introdutórios em 16:18 – 21:23 acima) explica o aparecimento das proscrições relativas ao culto entre os regulamentos judiciais. Estes versículos expõem de maneira concreta os princípios religiosos reguladores encontrados nas três primeiras leis do Decálogo, as quais deveriam caracterizar o procedimento judicial. Primeiro, somente a autoridade do Senhor devia ser consultada (vs. 21, 22; cons. 17:8-10). Isto se expressa negativamente na proibição do recurso idólatra das decisões oraculares (18:9-14). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Poste-ídolo</b> ( <i class="calibre3">Asherá</i>, RSV; <b class="calibre1">bosque</b>, E.R.C.), <b class="calibre1">Asherá</b>, a deusa cananita, tinha por epíteto significativo, o título "Asherá dos penhores, deusa dos oráculos" ( <i class="calibre3">Keret</i>, 201, 202). Asherá e os postes-ídolos eram ao que parece, símbolos associados com o procedimento judicial, especificamente no que se relacionava com o veredito oracular (cons. Pv. 16:10). Tal papel era desempenhado pelas imagens dos deuses no Egito, especialmente no Novo Reino. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 17 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17:1. </b> <b class="calibre1">Não sacrificarás ... novilho ou ovelha em que haja imperfeição</b> (cons. 15:21; 21:1 e segs.; Lv. 22:17 e segs.). Segundo, o aspecto religioso do procedimento judicial devia ser caracterizado pela mesma reverência para com o santo nome do Senhor que se exigia em todos os cultos de Israel. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17:2-7. </b> Começando aqui, apresentam-se regras de depoimento e julgamento. O caso particular de apostasia que foi citado (vs. 2, 3) é simplesmente ilustrativo dos casos que exigiam o veredito da pena capital. Formulações de princípios mais concretos do que abstratos é um dos aspectos da legislação deuteronômica. Com referência às estipulações relacionadas com a apostasia propriamente dita, veja Dt. 13 (cons. Êx. 22:20). A escolha desta ilustração em particular é apropriada, pois sublinha a ênfase contextual do senhorio exclusivo de Deus no processo judicial. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. Transgredindo a sua aliança. </b> A proibição de fidelidade a estranhos é a proibição básica e periódica da aliança. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. O que eu não ordenei. </b> A primeira pessoa nos faz lembrar que Moisés falava como porta-voz do Senhor (cons. 1:3; 7:4). O ponto central é a exigência de que a justiça fosse salvaguardada através de uma investigação conscienciosamente perfeita (v.4; cons. 13:14) e com insistência nas devidas evidências (vs. 6,7; cons. 19:15). Um mínimo de duas testemunhas era exigido (veja também Nm. 25:30), e sua confiança em seu próprio testemunho devia se evidenciar pela responsabilidade que assumiam de desferir os primeiros golpes, certamente mortais, na execução do condenado (cons. 13:9). Esta medida também evitava acusações secretas no decorrer de contendas particulares. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. Levarás ... às tuas portas. </b> A execução era feita fora do acampamento (cons. Lv. 24:14; Nm. 15:36; Hb. 13:12). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8-13. </b> Moisés perpetuou em forma modificada o sistema das judicaturas inferior e superior que havia sido instituído no Sinai (Êx. 18:13 e segs.). Durante as peregrinações, ambos, Moisés, o árbitro final, e o corpo de juízes auxiliares reuniam-se nas vizinhanças do santuário para tratar de assuntos de menor importância. Apesar de que as cortes inferiores podiam ser descentralizadas e localizadas pelas cidades de Israel (Dt. 16:18), ficou agora especificado que o tribunal superior tinha de continuar no santuário central – <b class="calibre1">o lugar que o Senhor teu Deus </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">escolher</b> (v. 8), um lembrete de que aquele que habitava no santuário era o Juiz supremo de Israel. Este arranjo foi plantado especialmente para o período pré-monárquico, mas poderia continuar em vigor depois que um rei subisse ao trono de Israel (cons. 14 e segs.; II Cr. 19:8 e segs.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8a. Quando alguma coisa te for difícil demais. </b> Qualquer tipo de caso que se comprovasse demasiadamente difícil (lit. <i class="calibre3">maravilhoso demais</i>; cons. Jó 42:3) para a corte local, podia ser colocado sob a jurisdição da corte no santuário central (cons. 19:16-18). Esta última, contudo, não era uma corte de apelação. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Aos ... sacerdotes, e ao juiz. </b> A judicatura central consistia de uma pluralidade de ambos, sacerdotes e juízes (19:17), mas cada um destes grupos tinha um chefe individual, a saber, o sumo sacerdote (cons. 17:12) e o "juiz principal". A formulação não é bastante específica para determinar desta ordenança a divisão exata de responsabilidades entre o sacerdote e o juiz (cons. II Cr. 19:11). Aparentemente, os vereditos tinham de ser anunciados ou pelo sacerdote ou pelo juiz (Dt. 17:12). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. O homem ... que ... não dando ouvidos... morrerá. </b> Uma vez que a decisão era em qualquer dos casos transmitida pelo representante do Senhor, qualquer negligência em obedecer era rebeldia contra ele e tornava o ofensor sujeito à pena de morte. Na verdade, esses representantes do Senhor, na qualidade de agentes oficiais da Sua justiça, eram denominados <i class="calibre3">elohim</i>. "deuses" em Êx. 21: 6; 22: 8,28 (nesta última, observe o paralelismo com "príncipe do teu povo"). Sobre Dt. 17:13, veja 13:11. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">b) Os Reis e a Aliança de Deus. 17:14-20. </b></p>
<p class="calibre2">Tal como a lei do santuário fixo, esta lei não considera o futuro imediato mas um outro bem mais distante. Embora o estabelecimento de uma monarquia fosse apresentada não como um imperativo, mas como uma permissão, é o que basta para provar que numa monarquia como esta não era obrigatório que fosse antitética ao princípio do governo teocrático (cons. Gn. 17: 6, 16; 35:11; 49:10). Tudo dependia do tipo de monarquia que emergisse. Se o rei se conformasse ao espírito da presente provisão, governando sob a liderança do Senhor e através das leis da aliança, ele na verdade enriqueceria a prefiguração simbólica do V.T. do reino messiânico. Foi a indiferença de Israel, quanto aos requisitos religiosos de um rei teocrático, a responsável pela oposição de Samuel diante do pedido de um rei (cons. I Sm. 8:4 e segs.). É digno de nota que nos tratados de suserania secular, exercia-se uma semelhante supervisão sobre a escolha de um rei por parte dos vassalos. </p>
<p class="calibre2">O ponto principal desta passagem, a qual estabelece os fundamentos legal-convencionais para a posterior monarquia, é que mesmo quando o reino dinástico tivesse substituído o juizado carismático, os reis também teriam de sujeitar suas vidas e reinos, e particularmente suas atividades judiciais, à aliança de Deus (vs. 18-20). A supremacia judicial pertencia ao Senhor, cuja lei estava sob a guarda dos sacerdotes (v. 18; cons. 11). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Aquele que o Senhor teu Deus escolher. </b> A escolha divina de um rei que se assentasse no trono do Senhor (cons. I Cr. 29:23) era revelada através de um profeta (cons. l Sm. 10:24; 16:12 e segs.). <b class="calibre1">De </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">entre os teus irmãos. </b> Tinha de ser um servo da aliança como todos. Em relação a isto o rei seria como o seu anti-tipo messiânico. As restrições dos versículos 16, 17 refletem as condições das cortes reais das nações à volta de Israel. Em algumas delas, o rei era um deus; em Israel, Deus era Rei (cons. Êx. 15:18;19:5,6; Dt. 33:5; Jz. 8:23). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16b. </b> Sobre isso, veja Êx. 13:17; 14:13; Dt. 28:68. No deserto, os israelitas sentiam saudades dos produtos da agricultura egípcia (Nm. 11:5, 18, 20; 14:4). Confrontados com impérios nos quais os cavalos eram uma fonte de poder econômico e militar, eles desejariam, ardentemente os famosos cavalos e carruagens de Faraó (cons. Is. 30:2; I Reis 10:28,29), esquecendo-se da importância de sua eleição e seu livramento da escravidão do Egito. Com referência à violação salomônica destas restrições, veja I Reis 10:26 e segs.; 11:1 e segs. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Um traslado desta lei. </b> Uma cópia do tratado de suserania era entregue a cada rei vassalo. A cópia do Senhor, aqui considerada o original e padrão, ficou depositada no santuário central (31:9). Com referência aos versículos 19, 20, cons. 31:12, 13. Davi manifestou sua conformidade de espírito com esta lei convencional do reino através de seus salmos (veja Sl. 1) e colocando o seu trono perto do santuário central, no lugar que Deus tinha escolhido. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 18 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">c) Sacerdotes e Profetas. 18:1-22. </b></p>
<p class="calibre2">Israel recebeu a responsabilidade de sustentar os ministros do sacerdócio de Deus cujas obrigações administrativas foram citadas nos contextos precedente e seguinte (vs. 1-8). Depois Moisés ordenou a eliminação de todos os falsos pretendentes oraculares, incluindo o falso profeta (vs. 9-22). Com relação a isto, ele apresentou a instituição dos verdadeiros profetas (v.15 e segs.), relevando o tratamento que se devia aos líderes teocráticos (juiz, 16:8; rei, 17:14 e segs.; sacerdote e levita, 18:1 e segs.), o que foi apropriadamente incorporado a esta seção sobre a legislação que trata da administração oficial da justiça na vida teocrática. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Os sacerdotes levitas. </b> Deuteronômio usa esta designação sete vezes, e sete vezes simplesmente "sacerdote(s)". <b class="calibre1">E toda a tribo de Levi. </b> O <b class="calibre1">e</b> é interpretativo, uma vez que no hebraico a construção é de simples aposição. Esta interpretação é gramaticalmente aceitável (cons. 17:1) e consistente com o restante das Escrituras, pois de acordo com ela todos os sacerdotes eram descendentes de Levi, mas apenas os levitas araonitas eram sacerdotes. A tradução da E.R.C., insinua em Deuteronômio a opinião de que todos os levitas eram sacerdotes, criando conseqüentemente um conflito entre ele e outra legislação bíblica. </p>
<p class="calibre2">Deuteronômio mesmo transmite uma imagem inteiramente diferente de cada grupo: os sacerdotes são os ministros do altar no santuário central, que desfrutam de uma posição de honra e autoridade supremas; os levitas são em toda parte subordinados funcionais e socialmente dependentes. </p>
<p class="calibre2">Sacerdotes e levitas partilhavam da comissão de instruir Israel na Lei (33:1a; Lv. 10:11; II Cr. 15:3; 17:8, 9; 30:22; 35:3). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1a. Não terão parte nem herança. </b> Isto é, eles não teriam um território tubal unificado (cons, 10:9; 12:12; 14:27, 29), Na qualidade de formulações compactas servindo aos propósitos da renovação do tratado, as estipulações deuteronômicas assumem a validade dos regulamentos mais minuciosos dados anteriormente, a não ser que, é claro, elas os modifiquem expressamente. Desse modo, aqui, os versículos 1b,2 fazem alusão à legislação igual à de Nm. 18:20 e segs.; Lv. 2:3; 7:6-10, 28 e segs. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. O Senhor é a sua herança. </b> O Senhor escolheu os levitas na qualidade de oferta de consagração dos primogênitos de Israel (v. 5; cons. Nm. 3:5-13) e então deu-se a Si mesmo como porção deles. Este último fato foi expresso em sua participação nas ofertas de Israel para Ele. O arranjo era simbólico da grande verdade testamentária de que o Senhor era o Deus de Israel e Israel era o povo do Senhor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. O direito devido aos sacerdotes. </b> Há uma dúvida se este versículo define melhor as ofertas queimadas e a herança (por exemplo, primícias, dízimos) dos versículos 1, 2, ou se indica certas porções adicionais. No primeiro caso, há uma modificação de lei anterior, pois as partes específicas designadas para os sacerdotes não são aquelas detalhadas em Lv. 7:29 e segs. Se isto for correto, uma explicação da modificação da primitiva exigência da espádua direita pode muito bem ser esta: a espádua direita era a porção dada aos sacerdotes cananitas – conforme ficou comprovado pelo descobrimento de um poço ligado a um templo cananita e cheio com ossos da espádua direita. Aceitando que o versículo 3 seja uma adição à legislação anterior, alguns têm defendido que a referência não foi feita ao sacrifício, mas aos animais mortos em casa (cons, a terminologia em Dt. 12:15, 21). Tal provisão prevenida a seria diminuição dos rendimentos dos sacerdotes, que de outro modo resultaria se esta considerável parte do animal fosse removida da categoria do sacrifício. Outra e mais sustentável explicação de 18:3 interpretada como provisão adicional é que ela se refere não às ofertas pacificas propriamente ditas, mas a certas outras refeições sagradas comidas no santuário; generalizadamente festivas, ou, como o presente contexto poderia sugerir, associadas com processos judiciais. No versículo 4, o velo suplementa as exigências anteriores (cons. Nm. 18:12). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. Quando vier um levita de alguma das tuas cidades. </b> As cidades dos sacerdotes ficavam perto de Jerusalém, mas as dos levitas ficavam muito longe (via Js, 21). Os versículos 6-8 garantiam os direitos de todos os levitas contra qualquer tendência restritiva de interesses sacerdotais de direito no santuário central. A caridade para com os levitas exigida de Israel em geral era também exigida dos sacerdotes. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9-22. </b> Se Israel quisesse mais detalhadas revelações da vontade do Senhor, além daquela expressamente registrada na Lei de Moisés, o recurso do Urim e do Tumim estava à disposição dos seus sacerdotes. </p>
<p class="calibre2">Além disso, a iniciativa da revelação ficava com Deus, que levantaria profetas e falaria através deles (v. 18). Os israelitas deviam se satisfazer com essa revelação e submeter-se a ela (vs. 15-19), Se eles tratassem Moisés e os profetas de maneira inadequada, então nem a voz dos mortos valeria. Segundo se dedara, as fontes oraculares, tais como as que floresciam entre os cananitas, deviam ser evitadas (w.9-14). E um profeta presunçoso, falando como se falasse do Senhor, aliás, todo falso profeta tinirá de ser exterminado (vs. 20-22 ). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Não aprenderás a fazer conforme as abominações. </b> Todas as superstições ocultas – adivinhação, feitiçaria, espiritismo (vs. 10,11) – eram abominações (vs. 9, 12) diante do Senhor e merecedoras de anátema (cons. comentários sobre 7:1 e segs.). A magia pagã identificava-se com a religião pagã, e portanto a sua prática seria rebelião contra as exigências da aliança do Senhor no tocante à lealdade de Israel – <b class="calibre1">perfeito serás</b> (v. 13). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Um profeta do meio de ti ... semelhante a mim. </b> Esta figura de profeta, como certas outras no V.T. (por exemplo, a semente da mulher, o filho de Davi, o servo do Senhor, o filho do homem) tem dois significados, um associativo e outro individual. O sentido coletivo (isto é, toda a instituição das profecias do V.T.) está claramente condicionado, pois o problema de distinguir o verdadeiro e o falso profeta está indicado nesta conexão (vs. 20-22), e este "profeta" está apresentado como o correlativo legítimo da instituição oracular em Canaã (vs. 9-14). </p>
<p class="calibre2">Além disso, dentro da estrutura do Deuteronômio, esta é a seção que trata com os diversos ofícios teocráticos, e o oficio profético não está em qualquer outra parte formalmente instituído (cons. Lc. 11:50, 51). Ao mesmo tempo, esta passagem foi interpretada por Jesus e os apóstolos como indicativa do Messias (veja especialmente Atos 3:22, 23; cons. Jo. </p>
<p class="calibre2">5:43; 12:48,49; Mt. 17:5). Jesus era o profeta antitípico do qual a instituição profética do V.T. foi uma sombra. O ofício de profeta foi uma função mediadora e como tal, numa certa extensão, o prolongamento do oficio mediatorial de Moisés – <b class="calibre1">semelhante a mim</b> (cons. Nm. 12:6,7). </p>
<p class="calibre2">Foi dado a Israel em resposta ao pedido feito no Horebe, quando pediram um mediador da revelação divina (Dt. 18:16 e segs/ cons. 5:23 e segs.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">20a.O profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome. </b> Esse tal seria uma ameaça mais sutil do que o adivinho cananita ou o israelita sonhador de sonhos, comprovados com sinais, que atraíam a outros deuses (v. 20b; 13:1 e segs.). E ele devia receber o mesmo tratamento dos outros (v. 20c; cons. v.12; 13: 5). Identificá-lo era mais difícil (v. 21), mas ele devia ser denunciado pelo fracasso de suas predições averiguáveis (v. 22). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 19 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">d) Garantias da Justiça. 19:1-21. </b></p>
<p class="calibre2">O tema da justiça judicial continua com estipulações calculadas para garantir um julgamento justo e um veredito verdadeiro. Fornecia-se asilo para o homicida para que a ira do vingador não impossibilitasse um julgamento sóbrio (vs. 1-13). Falsificar evidências era proibido (v. 14). </p>
<p class="calibre2">Exigia-se testemunho adequado e honesto (vs. 15-21). Estas medidas serviam à justiça protegendo o inocente, mas a justiça também devia ser satisfeita com o castigo incompassível do culpado (vs. 11-13, 19-21) </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Asilo Judicial. 19:1-13. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2, 3. Três cidades separarás ... para que nelas se acolha todo </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">homicida. </b> Aqui está se falando da terra a oeste do Jordão, pois, conforme ficou declarado na conclusão do prólogo histórico (4:41-43), Moisés já tinha designado as três cidades de refúgio a leste do Jordão. O papel de Josué ao completar esta nomeação das cidades de refúgio é um sinal da unidade funcional e dinástica de Josué com Moisés (cons. Js. </p>
<p class="calibre2">20). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">6. </b> Uma das funções do parente-remidor era a de ser o vingador do sangue (Gn. 4:10 e segs.). Esta instituição não era necessariamente o sinal de uma sociedade eticamente primitiva; antes, era um sinal de uma forma de governo menos complexa e menos centralizada. Teoricamente, o vingador devia agir sem paixão, em nome da justiça. Contudo, por causa da possibilidade dele agir por mera paixão, sua tarefa, embora continuasse em vigor, era sabiamente controlada no novo governo de Israel mais centralizado, estabelecido em Deuteronômio. O controle foi feito por meio do uso e da expansão da instituição do asilo primitivamente associado com o altar (cons. Gn. 4:15; Êx. 21:14b). </p>
<p class="calibre2">A origem disso se encontra no livro da Aliança do Sinai (Êx. 21:12-14), e foi mais claramente exposto em Nm. 35:9-34. Certas minúcias foram acrescentadas em Deuteronômio 19 (cons. 3a, 8, 9 e 12), particularmente com referência ao futuro desenvolvimento de Israel em Canaã. Em Números, o termo "cidades de refúgio" se aplica a estas cidades, que forneciam proteção ao homicida fugitivo que não fosse acusado de homicídio premeditado (vs. 4, 5). Exatamente como a separação geográfica das tribos em relação ao altar central em Canaã exigia uma descentralização do sacrifício de animais (12, 15 e segs.), também exigiu uma descentralização do asilo. O fato das cidades de refúgio serem cidades dos levitas (cons. Js. 20: 7 e segs. e 21:1 e segs.) indica, contudo, que, diferindo do sacrifício de animais realizado à parte do altar central, a descentralização do asilo não perdeu seu caráter cerimonialmente sagrado. Observe, também, a integração desta provisão na vida do sumo sacerdote (Nm. 35:25). As cidades de refúgio eram, então, extensões do altar como lugar de asilo. Tudo isto contribui ainda mais para enfatizar esta parte das leis sobre a importância judicial do sacerdócio e do altar central. Considerando que o altar era o lugar da habitação do Senhor, pode-se ver nestas leis do asilo o equivalente deuteronômico das estipulações de extradição que se destacam preeminentemente nos tratados internacionais de suserania. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Então acrescentarás outras três cidades. </b> Moisés olhava além para o futuro próximo e para a seleção das três cidades ocidentais em um futuro más remoto, quando a expansão de Israel - de acordo com a promessa divina (1:7; 11:24; 12:20) – daria lugar à necessidade de nove, em lugar de seis cidades de refúgio. Não temos notícia histórica da obediência a esta ordem. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12a. Os anciãos da sua cidade. </b> Estes representantes da autoridade local tinham a responsabilidade do sangue inocente derramado em sua vizinhança (veja também 21:3 e segs.), e receberam por isso uma tarefa na satisfação do clamor desse sangue a fim de que a justiça fosse feita (cons. v. 13), mas sem revogação do antigo direito do vingador individual (12b). O julgamento propriamente dito era realizado diante da "congregação" (Nm. 35:12, 24), isto é, publicamente, mas se na localidade do homicídio ou na cidade de refúgio, não ficou esclarecido. </p>
<p class="calibre2">Josué 20:4 (cons. v. 6) menciona um julgamento, pelo menos provisório, que seria realizado na cidade de refúgio. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A Lei dos Limites. 19:14. </b></p>
<p class="calibre2">Este versículo trata daquilo que efetivamente, era a violação do nono mandamento, como também os versículos 16-21. <b class="calibre1">Os marcos do </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">teu próximo. </b> O valor dos marcos delimitatórios como provas nos litígios envolvendo propriedade é visível. Sua inviolabilidade era protegida por severas sanções nos diversos antigos códigos legais, e por meio de maldições contra os molestadores inscritos nos próprios marcos (cons. 27:17). Pedras de diversos pés de altura ( <i class="calibre3">kudurru</i>, em acadiano) marcavam os limites das propriedades reais. O fato da herança de Israel e de cada israelita individualmente constituir uma garantia real do seu divino Rei, aumentaria a culpa de qualquer um que alterasse os limites, que seriam estabelecidos pelas primeiras gerações depois da conquista - que os antigos fixaram. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">A Lei das Testemunhas. 19:15-21. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. Pelo depoimento de duas ou três testemunhas. </b> Este versículo estipula como princípio geral de administração, nos casos criminais, a lei das testemunhas que já fora anteriormente enunciada com referência aos casos capitais (17:6; Nm. 35:30). Deuteronômio 19:16-21 trata do testemunho perjuro, isto é, da violação do nono mandamento na corte (veja 5:20; Êx. 20:16; 23:1). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">16. Testemunha falsa. </b> Assim foi designada em vista do resultado; mas do ponto de vista dos juízes locais não está claro quem é o mentiroso, se ela ou a defesa. Exatamente por causa desta dificuldade o caso devia ser submetido à corte central (cons. 17: 8-13). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Indagarão bem</b> (cons. 13: 14; 17: 4). Não devia se recorrer a provas penosas, conforme usava-se fazer em tais casos, como na prática legal entre os vizinhos de Israel. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">21. Vida por vida. </b> A penalidade do perjúrio, contudo, devia ser estabelecida de acordo com a <i class="calibre3">lex talionis</i> (Êx. 21:23 e segs.; Lv. 24:17 e segs.), que era quase universalmente seguida. Este principio não era licença para a vingança mas uma garantia de justiça. Observe novamente o destaque do julgamento do sacerdote (Dt. 19:17). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 20 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">e) Julgamento das Nações. 20:1-20. </b></p>
<p class="calibre2">Justiça teocrática devia ser exercida na realização da guerra além das fronteiras de Israel como também na administração da lei criminal dentro da terra. Aqui, novamente, aparece uma hegemonia do sacerdote e do culto no processo judicial (v. 2 e segs.). Exatamente como as cidades de refúgio eram uma extensão do aspecto protetor do altar através de toda a terra (cons. 19:1 e segs.), assim também uma campanha militar consagrada contra o inimigo estrangeiro era o juízo justo e santo do santuário – ou melhor, do Senhor – <b class="calibre1">em toda a terra</b> (vs. 1b, 4,13a). </p>
<p class="calibre2">Enquanto todas as operações militares dos israelitas sancionadas pelo Senhor eram juízos teocráticos, e o adversário sempre assumia o caráter de adversário do reino de Deus, fazia-se uma distinção entre as guerras travadas contra as nações cananitas e aquelas contra nações muito distantes (v. 15 e segs.). O mandato prospectivo de Deut. 7 concentrava-se no primeiro caso; as presentes estipulações centralizavam-se no último. Nos tratados de suserania extra-bíblicos, também, as atividades militares dos vassalos e sua participação nos despi os eram cuidadosamente regulados e o suserano prometia apoio se necessário. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1. Pois o Senhor teu Deus ... está contigo. </b> A lembrança das façanhas todo-poderosas de Deus no estabelecimento da teocracia e a reafirmação da Sua presença no meio do Seu povo, mesmo quando se tratava das guerras do Senhor, deviam confirmar a fé dos israelitas quando enfrentassem exércitos maiores e tecnologia militar. Quanto aos cavalos e aos carros, que Israel cantasse novamente a Canção do Mar: "O Senhor é homem de guerra ... Lançou no mar os carros de Faraó e o seu exército ... precipitou no mar o cavalo e o seu cavaleiro ... O Senhor reinará por todo o sempre" (Êx. 15: 3a, 4a, 216, 18). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">2. O sacerdote se adiantará, e falará. </b> No mundo antigo, sacerdotes e intérpretes de augúrios eram membros regulares da equipe militar (cons. Nm. 10:8, 9; 31:6; 1 Sm. 7:9 e segs.). A função do sacerdote israelita não era análoga a de um capelão militar moderno. Ele antes representava o santuário em cujo nome o exército israelita avançava; ele consagrava a batalha à glória do Senhor dos exércitos e ao Seu reino convencional. Com referência ao versículo 4, veja 23:14; I Sm. 14:18; II Sm. 11:11. </p>
<p class="calibre2">A situação analisada nos versículos 5-9 é aquela dos primeiros tempos em Canaã, antes que houvesse um exército regular com mercenários estrangeiros fazendo o papel de um corpo de elite. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5. Os oficiais. </b> A milícia das tribos devia ser recrutada pelos oficiais das tribos (cons. 1:15). Shamshi-Adade, o assírio, em sua correspondência milita, ordenou àqueles que estavam encarregados do recrutamento: "O comandante cujas tropas não se apresentarem na íntegra e que deixar um homem para trás incorrerá no desfavor do rei" (Mari,1, 6:18 e segs.). Considerando, contudo, que nas guerras do Senhor, a vitória vinha não pelo poder do exército israelita, o recrutamento era feito tão livre de compulsão que apenas a consciência fortalecida pela fé no Senhor como o Doador da vitória (v. 4) competia ao alistamento. (Para averiguar exemplo histórico surpreendente deste princípio, veja Jz. 7:2, 3). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Para que o coração de seus irmãos se não derreta. </b> Os poemas épicos homéricos descrevem tropas desmoralizadas chorando como bezerros e gritando como crianças com saudades de casa. Tal comportamento no exército israelita desgraçaria o nome do Senhor diante dos pagãos. Os tipos que deviam ficar de fora evidentemente não eram insólitos em Israel (cons. o poema sumeriano, "Gilgamesh and the Land of the Living", 49 e segs.; O Poema Ugarita, Keret, 101 e segs.). </p>
<p class="calibre2">Jesus insistia (Lc. 14 18 e segs.) que tais desculpas usadas para isenção do serviço militar não deviam afastar um homem da pronta aceitação do Seu convite à salvação. (A respeito do v.6, cons. Lv. 19:23 e segs.; sobre o v. 7, cons. 24: 5). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">10. Oferecer-lhe-ás a paz. </b> Tal oferta foi expressamente proibida no conflito com as cidades de Canaã (7: 2 e segs.). A identificação do reino de Deus com o reino terrestre de Israel produziu, no V.T., uma antecipação do juízo final que sobrevirá àqueles que permanecerem de fora do reino redentor de Cristo. Este juízo do V.T., contudo, não podia ser executado universalmente. Pois então a dispensação da graça para os gentios teria terminado prematuramente, e a promessa de que Israel seria uma bênção a todas as nações através do Messias (Gn. 12: 3) teria sido nulificada. Por isso, a tipologia do juízo final foi estritamente aplicada, unicamente, nas guerras contra as nações dentro das fronteiras reclamadas por Deus para o Seu reino típico (Dt. 20:16-18; cons. 7:2 e segs.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. As cidades ... mui longe de ti. </b> Além dessas fronteiras a tipologia do juízo era abrandada pelos princípios que governam o relacionamento costumeiro das nações em geral (vs. 10-15), ainda que não de modo a se perder o significado religioso do encontro de uma nação antiga com o Reino do Israel de Deus. Conseqüentemente, na oferta de paz de Israel (v. 10) e na submissão da cidade gentia como tributário convencional do Senhor (v. 11) está gravada a imagem da missão salvadora do povo de Deus neste mundo (cons. Zc. 9: 7b, 10b). </p>
<p class="calibre2">O julgamento daqueles que se recusam a fazer a paz com Deus através de Cristo era exibido no cerco, na conquista e no castigo da cidade insubmissa (Dt. 20:13), ainda que, conforme observado acima, isto não importava em estrita aplicação do <i class="calibre3">herem</i> (interdito), nem era também tão severo quanto o tratamento costumeiro nas guerras da antiguidade (vs. 14, 19, 20). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">19b. </b> O arvoredo é a vida do homem. Estas palavras, colocadas em parêntesis na E.R.C., são obscuras; mas a E.R.C. parece traduzir o final do versículo de maneira mais acertada do que a E.R.A. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 21 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">f) Autoridade do Santuário e do Lar. 21:1-23. </b></p>
<p class="calibre2">Este capitulo conclui os mandamentos relacionados com a autoridade governamental. Considerando que toda esta autoridade é uma extensão da autoridade do chefe da família individual (veja o quinto mandamento), estas estipulações finais sobre este assunto preocupam-se apropriadamente do exercício da autoridade dentro do lar. Há sanções impostas para reforço desta autoridade (vs, 18-21), e há regulamentos para garantir um justo exercício dela (vs. 10-17). Os versículos introdutórios prescrevem procedimento judicial nos casos em que a justiça penal não possa ser satisfeita, tendo em vista que a identidade do ofensor não é conhecida (w. 1-9). As provisões são tais que demonstram além disso a orientação de todo o governo teocrático do santuário. </p>
<p class="calibre2">Semelhantemente, a estipulação final insiste que seja respeitada a lei culto-cerimonial na administração da lei criminal (vs. 22, 23). O altar teocrático e a corte teocrática eram duas manifestações da justiça do Rei teocrático, o Santo que escolheu um lugar de habitação em Israel. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Responsabilidade Comunitária Conjunta 21:1-9. </b></p>
<p class="calibre2">Os membros das judicaturas locais (veja 16:18) deviam determinar qual a cidade que devia assumir a responsabilidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3. Da cidade mais próxima. </b> Este princípio da responsabilidade comunitária conjunta no caso de criminosos não identificados também aparece no Código de Hamurabi. As leis 23 e 24 desse Código exigem que a cidade mais próxima faça a restituição no caso de roubo e que compense com uma mina de prata a família da pessoa assassinada. Os anciãos da cidade (cons. 19:12), como os representantes de toda a população, deviam orientar a execução cerimonial (3b, 4). Este ritual devia ser executado sob a jurisdição dos sacerdotes (5a). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5b. Por sua palavra, decidirem toda demanda e todo caso de </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">violência</b> (cons, 17: 8, 10). Aqui está uma afirmação clara da autoridade judicial máxima de que estava investido o sacerdócio. A função dos sacerdotes no caso sob exame era puramente judicial, pois o sacrifício da novilha (v. 4b) não seria um sacrifício cultural, mas uma execução judicial. Que não era um sacrifício no altar está evidente pelo medo da execução (cons. Êx. 13:13). Considerando que era apenas uma execução cerimonial, ficando a novilha como substituto do homicida desconhecido, não havia verdadeira satisfação de justiça. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Assim eliminarás a culpa ... do meio de ti. </b> O atual servia para preservar o status cerimonial daqueles que estavam envolvidos na qualidade de membros convencionais sacramentalmente qualificados (vs. 8, 9). Fazendo assim, prefigurava profeticamente (como um sacrifício no altar) a execução vicária do Messiânico Servo do Senhor pela culpa de sangue do Seu povo. Não só os homens, mas também a terra manchada de sangue participava dessa profanação simbólica; e sua profanação também era, figuradamente, purificada através do ritual judicial (cons. Nm. 35:33). Nisto havia um lembrete de que a perfeita justiça devia finalmente permear todo o reino de Deus. Outro subproduto dessa exigência ritual seria a preservação da paz através da eliminação de possíveis mal-entendidos que pudessem inflamar uma luta entre as cidades, se o parente vingador do morto saísse precipitadamente no cumprimento de seu papel de vingador. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Limites da Autoridade de um Marido. 21:10-14. </b></p>
<p class="calibre2">Esta primeira das três estipulações relacionadas com a autoridade do chefe da casa (cons. vs. 15-21) trata dos limites da autoridade do marido sobre a esposa. O caso de uma mulher cativa (vs. 10, 11; cons. 20:14; contraste com 7:3) foi usado como exemplo para o estabelecimento dos direitos da esposa, talvez porque o princípio poderia obviamente se aplicar <i class="calibre3">a fortiori</i> ao caso de uma esposa israelita. Sobre os atos de purificação dos versículos 12b, 13a, os quais significavam a remoção do status de escravo, compare com Lv. 14:8 ; Nm. 8:7. Sobre o luto de um mês, veja Nm. 20:29 e Dt. 34:8. Este período daria lugar à serenidade interior necessária para o começo de uma nova vida, como também para a expressão apropriada da piedade filial. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. De nenhuma sorte a venderás. </b> Uma esposa não devia ser reduzida à condição de escrava, nem mesmo a esposa que foi tirada da condição de escrava. Embora esta ilustração da esposa prisioneira seja peculiar ao Deuteronômio, o mesmo princípio está expresso no Livro da Aliança, onde o caso da serva israelita foi apresentado (Êx. 21:7-11). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deixá-la-ás ir à sua própria vontade. </b> A interrupção do relacionamento conjugal, só foi mencionado aqui, em relação à declaração do principio mais importante de que a autoridade do homem não se estendia ao direito de reduzir sua esposa à condição de escrava. A dissolução do casamento teria de ser realizada de acordo com as leis do divórcio da teocracia (cons. Dt. 24:1-4). O divórcio não era obrigatório, mas concedia-se a liberdade no caso do homem tomar a decisão de se divorciar de sua esposa, de acordo com a permissão dada por Moisés, por causa da dureza dos seus corações (cons. Mt. 19:8). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Limites da Autoridade Paterna. 21:15-17. </b></p>
<p class="calibre2">Esta estipulação circunscrevia a autoridade do pai sobre seus filhos, especificamente no que dizia respeito aos direitos de primogenitura. Esta ilustração particular envolve outra situação da economia mosaica que era simplesmente tolerada, isto é, a poligamia. Onde a poligamia era praticada, o problema citado (v. 15) teria sido comum (cons. Gn. 29:20 e segs.; I Sm. 1:4 e segs.). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17c. O direito da primogenitura é dele. </b> O direito da primogenitura incluía uma herança de propriedades em dobro do que era concedido aos outros filhos. O princípio aqui reforçado é que a autoridade paterna não é absoluta. A mera preferência pessoal do pai não justifica desprezo dos direitos costumeiros, divinamente sancionados, daqueles que se encontravam sob sua autoridade paterna. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Julgamento do Filho Rebelde. 21:18-21. </b></p>
<p class="calibre2">Se o abuso da autoridade produzia tirania, o desrespeito pela devida autoridade produziria anarquia, a própria contradição da ordem da aliança como uma manifestação do senhorio divino. A autoridade paterna, em particular, fora ordenada por Deus para representar a autoridade divina e para sei a pedia de esquina de todo o governo humano e ordem social. Portanto, enquanto era necessário proteger-se aqueles que se encontravam sob a autoridade do chefe da casa para que não houvesse abuso arbitrário de sua autoridade (vs. 10-17), também era necessário fortalecer essa autoridade contra o espírito da anarquia em uma geração de Belial (v. 20). Está reforçado aqui através das sanções máximas da lei teocrática (v. 21; Êx. 21:15, 17; Lv. 20:9; Dt. 27:16). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Ainda castigado. </b> O castigo devia ser o limite da aplicação das sanções judiciais pelos próprios pais. Além disso, o processo judicial devia sei dirigido pelos anciãos à porta da cidade (v. 19), isto é, pela judicatura teocrática local (cons. 16:18 e segs.). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Disposição do Cadáver de um Criminoso. 21:22, 23. </b></p>
<p class="calibre2">A lei precedente provinha da autoridade paterna para a autoridade oficial judicial e prescrevia a pena de morte. O presente caso avança no processo judicial um passo além da execução, para a exposição do corpo como uma advertência, proclamação pública da satisfação da justiça. O principio exemplificado é que toda administração da lei teocrática devia operar à serviço da religião da aliança. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">23. O que foi pendurado no maleiro é maldito de Deus. </b> O condenado teria sido culpado de ofensas declaradas malditas pelas sanções da aliança. Tendo sido executado, visivelmente estaria personificando a ira de Deus que foi derramada. Como carcaça humana exposta às aves e às feras (cons. II Sm. 21:10), o homem pendurado no madeiro seria uma expressão da consumação da maldição divina sobre a raça decaída (cons. por exemplo, Ap. 19:17 e segs.). Nesta conclusão da série de estipulações em que Deus exige uma justiça judicial perfeita e a satisfação de cada reivindicação da justiça, se necessário através de um sofredor vicário, o crente do Novo Testamento lembra-se dAquele que foi maldito de Deus para redimir o Seu povo da maldição inexorável da lei (Gl. 3:13). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">3) Santidade da Ordem Divina. 22:1 – 25:19. </b></p>
<p class="calibre2">O amor a Deus exige reverência pelas ordenanças divinas nos diversos níveis da criação e nas diversas esferas das atividades humanas. </p>
<p class="calibre2">O servo da aliança devia respeitar a santidade da ordem da natureza (22: 5-12), do casamento (22:13-30; Bíblia Heb. 23:1) e do reino teocrático (23:1; [Bíblia Heb. 23:2]; 25:12). Com exceção parcial da ordem natural, o setor em vista é do relacionamento mútuo dos servos da aliança. Toda esta parte, portanto, está sujeita a leis que claramente expressam o princípio básico de que a mesma preocupação amorosa que alguém demonstraria pelos seus interesses pessoais deve sei demonstrada também pelos interesses do próximo (22:1-4; 25:13-16). Os tratados de suserania extra-bíblicos também regulavam o relacionamento dos vassalos do senhor entre si. </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 22 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">a) As Ordenanças Relativas ao Trabalho e Casamento. 22:1-30. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-4. </b> Legislação semelhante encontra-se no livro da Aliança (Êx. 23:4 e segs.). Lá, está no meio das leis cujo alvo é assegurar uma administração honesta da justiça. A lei de Deus deveria ser obedecida por um homem, mesmo em suas atividades secretas, que estão além do controle dos agentes humanos escolhidos por Deus para garantia da execução da lei. Deuteronômio 22:1-4 poderia assim servir bem como um apêndice à seção precedente sobre a vigência da lei teocrática. </p>
<p class="calibre2">Chama-se a atenção para o fato de que as exigências divinas quanto ao nosso relacionamento com o nosso próximo só serão inteiramente cumpridas, quando agirmos em um espírito de amor que vai além da mera guarda da lei para fugir ao castigo, e busca positivamente o bem-estar dos outros como se fosse o nosso próprio. Esta lei do amor é o princípio essencial que as estipulações seguintes aplicam às situações particulares da vida do povo da aliança. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">5-12. </b> O homem deve estar cônscio do que, em todo o uso que ele fizer deste mundo, é um mordomo de Deus. Vários regulamentos foram portanto prescritos para os israelitas, a fim de que os lembrassem continuamente, conforme buscassem realizar o programa cultural do reino de Deus (cons. Gn. 1:28), que o mundo é do Senhor, pois Ele é o seu Criador. O homem foi realmente colocado como o rei da natureza, com toda a ordem da natureza sob o seu domínio; mas o papel do homem é o de vice-rei no nome do Criador. A autoridade humana deve, portanto, ser exercida de acordo com o padrão que Deus estipula. É este um princípio fundamental, que sublinha a exigência introdutória desta seção, que a distinção entre o homem e a mulher não deveria ser toldada pela apropriação dos artigos característicos um do outro (Dt. 22:5). Deus os criou macho e fêmea, com naturezas e funções distintas; especificamente, na ordem da autoridade divinamente estabelecida, o homem é a cabeça da mulher quando juntos reinam sobre a terra. O Senhor criou as diversas "espécies" nos reinos vegetal e animal (Gn. 1:11 e segs.). Israel devia tratar essas "espécies" de modo que fossem preservadas suas naturezas distintas (Dt. 22:6, 7, 9.11; cons. Lv. 19:19). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">8. Para que nela não ponhas culpa de sangue. </b> O sangue que é a vida do homem, é de significado especial na ordem natural da criação. </p>
<p class="calibre2">Falta de cuidado com ele demonstra falta de amor ao próximo e respeito a Deus. Portanto, incorre-se em culpa diante do Criador, mesmo quando acidentes resultantes dessa falta de cuidado não receberem compensação humana. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">12. Farás borlas. </b> Como outras estipulações desta seção, o regulamento final, que exigia o acréscimo de borlas às vestes externas, servia para fornecer um lembrete especial da suserania de Deus sobre Israel (cons. Nm. 15:37-41). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13-30. </b> As leis dos versículos precedentes eram para regular a ordenança do trabalho; as leis desta seção serviam para governar a instituição da ordenança do casamento. A santidade da divina instituição da família é portanto o alvo destas provisões. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">13, 14. Se um homem casar com uma mulher ... e lhe atribuir </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">atos vergonhosos. </b> O caso é um marido que acusa a sua esposa de falta de castidade, quer falsamente (vs. 13-19), quer justificadamente (vs. 20, 21). No primeiro exemplo, o maldoso acusador deveria sofrer castigo corporal (v, 18; cons. 25:1-3), pagar uma compensação ao seu sogro por difamar a sua casa (v. 19a) e reter sua esposa, sem mesmo ter a permissão de se divorciar dela (v.19b). No segundo caso, a esposa culpada que "fez loucura" devia sofrer a morte por apedrejamento diante da desgraça da casa de seu pai. Em sociedades onde tais evidências eram legalmente decisivas, costumava-se depois da consumação do casamento guardar os sinais da virgindade da esposa (v. 17). (Sobre a responsabilidade judicial dos anciãos, veja 19:12; 21: 2-6, 19, 20; 25:7-9. </p>
<p class="calibre2">Sobre o adultério, punível com a morte, veja 5:18; Lv. 18:20, 29; 20:10). </p>
<p class="calibre2">Os versículos 23-29 referem-se à sedução de moças solteiras, ou comprometidas (vs. 23-27), ou livres (vs. 28, 29). Se a moça fosse comprometida, o homem devia ser apedrejado até a morte. A mesma penalidade era imposta à moça, se a relação sexual ocorresse na cidade (vs. 23, 24); mas não se as circunstâncias permitissem a razoável suposição de que fora forçada – <b class="calibre1">ela não tem culpa de morte</b> (vs. 25-27). </p>
<p class="calibre2">O sedutor de uma virgem livre era obrigado a tomá-la por esposa, pagando o devido preço pela noiva e perdendo o direito ao divórcio (vs. 28, 29). Provavelmente os direitos paternos mencionados em Êx. 22:17 continuavam tendo precedência. Com referência a Dt. 22:30; veja Lv. 18:6 e segs.; 20:11 e segs.; Dt. 27:20 e segs. Esta simples proibição representa, como lembrete, toda a lista de vaus de afinidade que se encaixam nesta mesma proibição. </p>
<p class="calibre2">O tema dos capítulos 23-25 é a santificação do reino teocrático. </p>
<p class="calibre2">Israel devia respeitar a santidade da congregação do Senhor (23:1-18; Bíblia Heb. 2-19); a santidade das classes especiais de servos de Deus, particularmente os necessitados (23:19 [Bíblia Heb. 20] – 24:22); e a santidade de cada cidadão da teocracia como portador individual da imagem de Deus (25:1-12). </p>
<p class="calibre2"></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">Deuteronômio 23 </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">b) A Congregação do Senhor. 23:1-18. </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">1-8. </b> A santidade da congregação do Senhor destacava-se pela exclusão da participação nas assembléias teocráticas oficiais daqueles que eram desqualificados de diversas maneiras. A desqualificação podia ser física (vs, 1, 2) ou étnica e histórica (vs. 3-8). Excluídos estavam os <b class="calibre1">eunucos</b> (v. 1) e os <b class="calibre1">bastardos</b> (v. 2) com os seus descendentes – <b class="calibre1">até a </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">sua décima geração</b>, isto é, indefinidamente (cons. v. 3). A condição do eunuco era de mutilação da natureza dada por Deus (cons. 14:1). O bastardo era o produto de um repúdio à ordenança divinamente estabelecida. Possivelmente, o <i class="calibre3">mamzeir</i>, traduzido para <b class="calibre1">bastardo</b>, era, mais acuradamente, aquele que nascia de uma união incestuosa (cons. 22:30). Tais exclusões do privilégio apontavam para a importância da administração convencional do casamento, cuja finalidade era assegurar uma descendência piedosa. Contudo, mesmo nos dias do V.T. tal incapacidade física era obstáculo apenas para o privilégio externo, não para as realidades espirituais da salvação. Nos dias do N.T. tais incapacidades já não entram mais em consideração, mesmo na administração dos privilégios visíveis da igreja (cons. Is. 56:4, 5; Atos 8:27, 28). O mesmo acontece com os casos de desqualificação mencionados em Dt. 23:3-8. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">4a. Porquanto não foram ao vosso encontro com pão e água. </b> Embora os amonitas e moabitas fossem concebidos em incesto (cons. v. 2; Gn. 19:30 e segs.), a razão assinalada para o seu impedimento é que não tiveram boa vontade em demonstrar hospitalidade ao povo de Deus, na sua viagem pelo deserto, quando vinha do Egito para a sua terra (cons. Dt. 2:18 e segs., 29) e até tentaram atacar Israel – <b class="calibre1">e porque </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">alugaram contra ti a Balaão</b> (4b; cons. Nm. 22-25). A maldição divina é a porção daqueles que amaldiçoam o povo da aliança, de acordo com a promessa divina feita a Abraão (Gn. 12:3). Por isso, o Israel teocrático não devia fazer uma aliança de concerto com os amaldiçoados que tinham pretensões a amaldiçoadores (Dt. 23: 6). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">7. Não aborrecerás o idumeu ... nem ... o egípcio. </b> No caso dos edomitas e egípcios, a exclusão era regra por causa da inimizade passada (cons. a opressão egípcia, Êx. 1:8 e segs., e oposição edomita, Nm. 20:18 e segs.), mas foi modificada (Dt. 23:8; Êx. 20:5), em um caso, por causa dos laços de parentesco com Abraão (cons. Gn. 36:1 e segs.) e, no outro, por causa da hospitalidade demonstrada para com Abraão e a família de Jacó quando foram assolados pela fome (Gn. 12:42- 47). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">9. Então te guardarás de toda coisa má. </b> O acampamento militar dos israelitas, ocupados em guerras do Senhor, era uma extensão do reino teocrático e devia se caracterizar por aquela mesma santidade que destacava a comunidade. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">14. Porquanto o Senhor teu Deus anda no meio do teu </b></p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">acampamento. </b> Na guerra, como na paz, Deus estava presente no meio do Seu povo, e Seu nome tinha de ser santificado. Limpeza física era o símbolo apropriado da santidade no relacionamento da aliança. (Sobre os vs. 10, 11, cons. Lv. 15:16). </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15-18. </b> Estes versículos apresentam exemplos adicionais do que poderia e não poderia ser considerado compatível com a posição sagrada de membro da congregação do Senhor. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">15. O escravo que, tendo fugido. </b> Esta lei se relaciona aos escravos estrangeiros fugitivos. Sobre o asilo concedido aos refugiados, compare as leis de extradição nos tratados seculares. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">17. Das filha de Israel ... quem se prostitua ... nem dos filhos. </b> Eram prostitutas e prostitutos, conforme indicado pelos termos hebraicos, que são as formas feminina e masculina da raiz que significa "sagrado". A lei se relaciona com os israelitas nativos devotados a prostituição cultual. Os abomináveis rituais dos cultos pagãos da fertilidade são os que estão sendo examinados. </p>
<p class="calibre2"><b class="calibre1">18. Preço do cão. </b> Sobre a palavra cão, outro termo usado para o prostituto, veja Ap. 22:15. Ninguém pode satisfazer as santas exigências da aliança divina, escondendo pecados sob a hipocrisia da religião. Para </p>
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