Rábando, boa noite a todos, sejam bem-vindos. Esta semana eu estava aqui dando um acabamento no Livinho, o que eu pretendo publicar sobre o Cântus. O livro é uma coletana de fragmentos soltos. Os são artigos que eu escrevi, são apostilhas de aula, são gravações transcritas. É tudo meu confuso como a gente tem feito até agora. Não dá tempo de fazer uma coisa mais caprichada. Mas fazendo isso eu descobri uma coisa, a meu próprio respeito, que eu fiquei muito decepcionado. Que a distância entre a minha expressão oral e a minha expressão escrita é imensa e intransponível. Quando eu vejo a transcrição do que eu falei, eu fico absolutamente horrorizado. Se eu escrevesse daquele jeito, eu mereceria ser fusilado. Felizmente, a minha expressão oral é muito natural. Ninguém é estranho, acho que ela é até simpática. E a minha expressão escrita também, só que uma não tem nada a ver com a outra. Eu ainda não achei a maneira adequada de transportar o oral para o escrito. Eu vou continuar tentando. Essa é uma das coisas que eu descobri. A outra, que tem mais a ver com o conteúdo do livro, é o seguinte, eu estava revendo aquelas aulas em que, eu não sei se alguns de vocês talvez lembram outros, talvez ter ouvido isso pela primeira vez, em que eu disse que o Kant não apenas inventou, criou uma nova filosofia, como tudo filosofia, mas ele inventou uma nova maneira de filosofar, quer dizer, o filosofar e a filosofia passaram a significar outra coisa a partir dele. Por quê? Porque ele diz o seguinte, no minu, no minu que ele está dizendo o seguinte, todos antes de mim estavam enganados. Todo mundo acreditou que estava conhecendo um mundo objetivamente existente, quando na verdade do mundo objetivamente existente nós não sabemos nada. Tudo o que nós somos capazes de perceber são projeções dos modelos arquetípicos da nossa percepção e da nossa razão que nós projetamos sobre as coisas, das coisas em si mesmo nada sabemos. Então isso quer dizer, estavam todos enganados pensando que estavam vendo o mundo, quando na verdade estavam vendo apenas as formas e padrões da sua própria mente. Não a mente individual, você não pode acusar o Kant subjetivista porque ele diz que esses esquemas, essas formas a priori, como ele chamava, eram universais ou iguais em todos os seres humanos. De maneira que se estamos enganados, estamos todos enganados juntos. Mas ainda assim, das coisas reais nada sabemos, só sabemos aquilo que corresponde ao nosso modo de percepção e aos padrões da nossa razão. Isso o que ele disse. Isso quer dizer que a partir daí, a filosofia já não pode ser a mesma de antes, vocês estavam todos enganados, todos acreditando, engemamente que vi um mundo real, objetivo, o Kant mostrou que não era nada disso. Bom, daí das coisas não pode ficar como estão, você pode reagir. E eu fui mostrando várias reações, mas mostrando que todas elas no fundo copiavam não a filosofia do Kant, mas o projeto Kantiano de revelar algo que está por baixo de tudo e que ninguém tinha visto antes. Cada novo filósofo aparece revelando uma nova forma a priori, vamos dizer assim, como chamava o Kant. Eu estou usando a expressão de maneira inexata, mas é um modo de dizer. Uma chave secreta, uma chave invisível que permanece invisível até então e que o filósofo revelava pela primeira vez no mundo. Preste atenção que antes de Kant ninguém teve jamais esta presunção. Mesmo René Descartes, que foi um grande reformador da filosofia, ele apenas propôs um novo fundamento da nossa crença no mundo exterior. E essa crença, segundo ele, não seria nem Deus e nem as percepções sensíveis, mas seria a consciência que o eu tem de si mesmo. Ou seja, ele não está negando tudo o que eu já tenho passado, sabia, só está propondo um novo fundamento do conhecimento do mundo. Então nem mesmo Descartes, que foi mais ousado até então, tinha a ideia de demolir todo o passado filosófico de uma maneira tão radical quanto fez o Kant. E os seus sucessores, não digo seus discípulos, porque os discípulos de Kant apenas tentaram aperfeiçoar aqui e ali, o que o Kant estava dizendo. Eu dou um exemplo, vamos dizer, de pessoas que estavam muito mais próximas do Kant, seria por exemplo o Augusto Comte ou o Max Weber. Vários, de certo. No Brasil nós tivemos um imédio discípulo do Kant que foi o Miguel Reale. E esses não propuseram nada de tão novo, nem radical e nem algo que contestasse o Kant. Aqueles que imitaram o Kant na busca, vamos dizer, de um novo fundamento secreto da realidade, não eram discípulos de Kant. Eles eram o primeiro deles, o primeiro e o mais notável deles, foi um inimigo de Kant que foi o Miguel. Miguel então pretende revelar aos seres humanos a ação do Espírito Divino no mundo a qual ele identifica com o seu próprio Espírito. Quer dizer que o Espírito Divino vai ser revelando na história do mundo e chega a sua combinação na filosofia do Miguel. Então quer dizer que não há exatamente uma fronteira entre o Espírito Divino e o Espírito do Miguel, é a mesma coisa. Então uma confusão entre Deus e os seres humanos, não todos os seres humanos, pelo menos o Reggae. Então o que ele estava fazendo? Estava fazendo como Kant a descoberta de um segredo desconhecido da humanidade até então e que ele revelava aos seres humanos. Logo em seguida aparece Marx dizendo, olha, toda a história anterior estavam todos enganadas, porque todos havia em função do seu interesse de classe. E o interesse de classe distorce a visão que nós temos da realidade. E no fundo, no fundo, tudo que os seres humanos estavam fazendo, eles acreditavam que estavam fazendo obras de arte, estavam fazendo cultos religiosos, estavam fazendo construíndo um estado, tudo isso era falso. No fundo era tudo luta de classes. Ou seja, a luta de classes era a chave secreta que determinava todas as ações de todos os seres humanos sem que eles percebessem. Até que chegou o Karl Marx, que está aqui a chave. Logo ele aparece inumeráveis outros fazendo a mesma coisa. Está certo? Um deles falou do Dr. Freud. O Dr. Freud, olha, nada disso foi o que vocês estão pensando, não é nem o espírito objetivo que se revela, não é nem a luta da classe, de classe é tudo uma luta entre o Íd, o ego e o super-ego. Quer dizer que no inconsciente humano está a chave de tudo. E esse inconsciente ninguém conhecia até então eu sou o primeirão que revela esta chave. E assim por diante é uma série inumerável de filósofos que se dedicam a esta tarefa eminentemente cantiana de revelar a chave secreta do universo que tinha sido ignorada por todos os antecessores. Nem um filósofo da antiguidade, nem da idade média, nem da renascença, teve jamais uma presunção desse tamanho. A mim me parece que a simples existência de várias chaves prova que todas elas são falsas. São falsas na medida em que se apresentam como a chave única. Na verdade existem várias chaves, elas são coexistentes, nenhuma delas é tão decisiva quanto o seu autor a imagina. Tudo isso existe, existe o espírito objetivo que se revela na história, claro que existe. Algo de Deus tem que aparecer na história, isso é óbvio. Existe a luz dele em classe, existe, existe o ideago superávit, existe. E assim por diante, por exemplo, o linguista americano Benjamin Lee Worf, ele descobre que tudo que nós pensamos já está predeterminado a gramática da nossa língua, não é que você já mais transsei do universo do seu idioma. Então está aí a chave secreta, tudo que vocês pensavam era apenas a gramática da sua língua falando pela sua boca. Então mais tarde os estruturalistas e pós-est estruturalistas diziam que o homem é um palhaço falado pela linguagem. E assim por diante, não aparece por exemplo o Michel Foucault, ele vai... não, aparece em primeiro nite. Tudo que existe é a vontade de poder, absolutamente tudo. Por trás de tudo, luta de classe, espírito objetivo, ideago superávit, tudo no fundo é a vontade de poder. E depois o Michel Foucault diz, bom, mas existe também a microfísica do poder. Ele começa a baixar essa ideia de que tudo é determinado pela luta do poder, ele baixa isso até as mais mínimas relações humanas. Você namorar uma luta pelo poder, você comprar um sorvete na esquina e luta pelo poder, da certo você enviar uma carta à luta pelo poder. Esse é a microfísica do poder, é uma presença universal. Só que ninguém tinha percebido antes até que apareceu o Michel Foucault, o Primeirão, qualquer coisa aí, tá? Então esse negócio de seu Primeirão a revelar o segredo do universo, virou uma mania entre todos os filósofos, o que fez no meu Modesto, entendeu? Porque toda a filosofia partida aí não foi séria mais, a presunção é excessiva e as realizações nunca estão à altura da sua própria missão. Ele faz alguma coisa, ele pode jogar tudo fora, dizer que regga um palhaço, nitcha um palhaço, não, alguma coisa, descobriam. O que ele descobriu, ele sempre acaba sendo útil de algum jeito, mas está sempre infinitamente abaixo da sua presunção de reveladores do segredo do universo, do conhecimento da história. E eu estava pensando justamente nisso quando me apareceu mais um, ver que eu nem conhecia aqui o Peter Kingsley, no livro Catafalco, com o subtítulo Carl Jung e o Fim da Humanidade. Eu não li inteiro ainda, mas já deu para entender o que esse trata. Esse Peter Kingsley participou de vários encontros daquele centro éranos, então, várias conferências notáveis do próprio Jung, do Henri Corbain, os mais notáveis do século XX, se vê uma era nos falando alguma coisa. E o principal animador desses encontros era o próprio Carl Jung. E o Carl Jung das obras completas dele, então, nas obras completas ficaram faltando vários elementos que foram sendo publicadas agora. Um é o famoso livro vermelho, outra é uma coleção de notas que acho que deu seis ou sete volumes, que é o material místico esotérico do Jung. E você vê que coisa. O Jung disse uma vez que o único que o Sr. Antio compreendeu foi o Henri Corbain. Henri Corbain era um diplomata francês, ele foi embaixador no Irã, e ele se dedicou a traduzir textos do sufismo iraniano, textos que não tinham sido publicados nem iranianos, nem persas, ainda porque circulavam discretamente dentro das taricas. Taricas são organizações esotéricas, lâmicas, que duram séculos, vêm desde 1400, tem as taricas, e ele traduziu, e tem vários desses textos que foram publicados pela primeira vez em francês na tradução dele. Outros não, circulavam em persa e ele traduziu. O que ele traduziu foi uma montanha de coisas e escreveu uma série de livros absolutamente notáveis de uma erudição monstruosa sobre a filosofia iraniana. E você fica impressionado assim com o número de grandes filósofes que teve o Irã, é uma coisa totalmente desconhecida no Ocidente. E eu, quando eu tive o livro dele, se chama Anislam Iraniano, noislam iraniano, quatro volumes, eu fiquei impressionadíssimo, estou impressionado até hoje com aquilo, mas aí vocês veram aqui, você tem ideia quando eu achei que eu tinha descoberto a ideia do conhecimento por presença, já tem um filósofio iraniano que descobriu isso no século 11. Você vê como são os caras, eles não estão para brincadeira. E eu achei muito decepcionado, porque logo, o Henri Corbano escreve sobre psicologia, nem psicanálido, é nada, não é um psicanalista, ele é apenas um erudito persa, erudito, a língua persa, e um estudioso muito profundo do sufismo iraniano. Isso que, se o Jung disse isso, quer dizer que ele via algo em comum entre o pensamento dele e o sufismo iraniano. E este camarada aqui afirma isso, e ele também está muito certo nisso aí. Porém, a investigação dele próprio, Peter Kingsley, leva à seguinte conclusão. Não é esse o aquele que está enganado, toda a civilização ocidental está enganada, desde o tempo de Parmenides e Heráclito estão todos enganados, porque ninguém entendeu Parmenides e Heráclito. Parmenides e Heráclito, um é tido como um antepassado da lógica, outro como antepassado de elétrica, mas eu não sou nada disso, eles são mestres espirituais, eles são místicos. E os textos dele têm que ser entendidos de maneira mística. Até aí eu concordo 100%, porque eu mesmo já disse isso. Muito tempo antes de ler o Peter Kingsley, eu já dizia isso, que o pessoal já não entende Parmenides e Heráclito, sobretudo quando vem uma oposição entre os dois, quando isso eu falei, claro mesmo, os dois estão dizendo exatamente a mesma coisa em linguagens diferentes. Então até aí eu concordei com ele, porém aí vem o negócio. Qual era o conteúdo da filosofia de Parmenides e Heráclito? Era a revelação mística da nossa divindade, da divindade do ser humano. Então é seguinte, Parmenides e Heráclito eram mestres sinisticos. Então é curioso que em toda essa esforça de revelação da mística, ele não mencionou o nome de Jesus uma única vez. E Jesus foi muito claro quando ele disse, todos que vieram antes de mim são ladrões. Qualquer sujeito que apareceu antes de Jesus, com a pretensão de ser um mestre espiritual, de estar transmitindo uma mensagem de Deus, é um ladrão. Isso inclui evidentemente Parmenides e Heráclito, que eles são mestres místicos, não duvido, claro que são, mas são mestres ignósticos na fim das contas, que estão divinizando o ser humano. Isso em si é errado? Não, porque o próprio Jesus disse e voa é só os deuses. Então você revelar que o ser humano é um deus, não estaria tão errado com a única ressalva o seguinte, você é Deus em Jesus. E através dele, sozinho você não é nada. Então não adianta você seguir Parmenides e Heráclito, muito menos você seguir Calgosta de Vioca, você não vai chegar a parte alguma. Você vai chegar só numa confusão, assim, confusão elegantíssima, na verdade, porque se você pegar as obras do Jung, do Anri Corbant, é um negócio de uma riqueza, assim, intelectual monstruosa, tá certo? Só que ele nos diviniza, ele nos transmuta em Deus? Não. Ele não tem o poder de fazer isso. Nenhum Mestre Spiritó tem o poder de fazer isso. Só Jesus Cristo tem. Porque Jesus não é um Mestre Spiritó, ele é o próprio Deus. Tá compreendendo? A pretensão de transcender Jesus é a primeira marca do gnóstico, com a marca mais inconfundível. Tá certo então? Claro, Jung é um Mestre Spiritó-Gnóstico. Peter Kingkling é um Mestre Spiritó-Gnóstico. Ele sabe muita coisa, sabe, sabe coisas espantosas. E você, quando penetra nesse mundo míssego, você fica fascinado como eu fiquei com os filósofos iranianos. Né, está? Desses filósofos nem todos se apresentavam como Mestre Gnóstico, alguns se apresentavam como meros filósofos. Tá certo? Como o próprio Santo Amado de Aquino, o Santo Amado que jamais pretendeu trazer uma nova revelação, o que é isso? Não é louco, é? Então, ele conheceu o suficientemente da revelação do Jesus Cristo para saber que não dá para transcender. Porque aí não é um Mestre que está revelando. E é o próprio Deus que está falando, meu Deus do céu. Se você diz que o jeito é um Mestre que nós, que ele traz a palavra divina, como o Kregel, o Karl Marx, o Sigmond Freud, o Karl Jung, o Peter Kingsley, e diga aí, ó, até o difunto faz o difunto andar. Ele não faz, né? Então, não é Deus. Então, se não é Deus, o discurso dele não é o discurso de Deus. Pode ser parecido e esse é o problema. Então, entedã? Então, a revelação da verdadeira divindade do homem só pode vir através da ação direta de Jesus Cristo. Não é pelo aprendizado de uma doutrina. Não é sequer pela prática religiosa. Não é por nada. É uma ação real de Jesus sobre uma determinada pessoa. Ele mesmo diz que é assim. Então, eu lamento de esses forços. Você não pode dizer que foi tudo perdido, mas para as finalidades que ele desejaria alcançar, não serve absolutamente. Não é nada. Então, o título, que é catafalco, sabe o que é catafalco? Catafalco é a mesa na qual, numa misé de difunto, você põe o cadáver. Então, aqui nós já estamos aqui no fim da civilização acidental, porque ela errou em tudo. Todos nós erramos desde o tempo de Heráculo de Parmes. O primeiro que falsificaram o Heráculo de Parmes foram Platão e Aristóteles. E veio tudo errado até o fim até chegar no Jung e Peter Kingsley. Ó, meu Deus do céu. O que é isso? Quer dizer, os discolásticos têm aquela expressão que dizia que é mensagem divina, é no fim das contas aquilo em que todos, sempre em toda a parte, acreditaram. Quer dizer, é um patrimônio comum da humanidade. É claro que cada um só vê a sua maneira e vê com a sua limitação, mas há um certo ponto de convergência. Esse ponto de convergência é pequeno, na verdade. É claro que existe de comum o que nós pudemos chamar, sei lá, usando o tema do Guenon, a unidade da tradição. A unidade da tradição é um pedacinho assim de tudo que nós conhecemos e falamos. É onde existe a perfeita concordância, por exemplo, Platão, Aristóteles, os filósofos iranianos, os filósofos modernos, o Descartes. Há um ponto de convergência. É claro que se não nós não podemos entender nada. Se a variedade dos filósofos e das filosofias tem uma variedade absoluta sem nada de unidade no fundo, nós não poderíamos entendê-lo. Também é claro que essas verdades fundamentais aparecem no discurso filosófico de várias maneiras, hordam a maneira mais direta, hordam a maneira mais figurada, hordam a maneira mais distorcida, hordam a maneira menos distorcida. Aparece sempre de forma de fragmentos da unidade, fragmentos que você compreende porque refletem a unidade, senão você não significaria nada para você. Eis aí, aliás, quando Kant diz que tudo que nós percebemos do mundo exterior são fragmentos, em que nós, a nossa mente é que unifica tudo isso, eu acho isso absurdos, absurdos, porque as percebes são as coisas como fragmentos nós não as perceberíamos de maneira alguma. Quer dizer, se eu sou capaz de unificar algo, eu, por mim mesmo, sem que os próprios entes que eu percebo me ensinuem essa unidade, então, mais do que perceber a unidade, eu a estou produzindo. Se eu fosse capaz de produzir a unidade do mundo, eu seria capaz de criá-lo. Quer dizer, não é possível que a unificação do mundo seja apenas um átomo cognitivo, não é possível, porque se ele é apenas cognitivo, ele é abstrativo, está separando o existir e o ser, aliás, o conhecer e o ser. Está entendendo? Se está separado o conhecer e o ser, então você só está vendo a parte cognitiva, não a parte existencial, existente. Então, eu comprei isso, é um erro monstruoso do Kant. E na verdade, se você pensa bem, é um erro primário. Eu não posso unificar os dados dos sentidos. Se eles mesmo já não se apresentam a mim de uma maneira unificada, eu não posso fazer isso, porque se houvesse uma unificação puramente cognitiva, ela não seria uma unificação de maneira ruma. Seria apenas uma imagem, uma imagem separada do entre real. Ora, se aqui tem imagem que você tem, aqui está o mundo real que unificação houve, não houve unificação nenhuma, está tudo separado. Depois, não é? Eu não sei se eu sou capaz de explicar isso bonitinho por escrito, mas aqui, oralmente estou explicando o melhor que eu posso. Então, esses velhos erros gnósticos, eles continuam a ser repetindo, aparecendo sob mil formas e às vezes as pessoas que se acreditam, não sei mais, ortodoxamente, cristãs caem no mesmo erro. Por que? A presumção. Quer dizer, o surreito não entende que, por exemplo, você passar a vida inteira estudando a Doutrina da Igreja, isso garante que ele vai estar na verdade, não garante, eu afiro, porque a sua mente só funciona se tiver assistência do Espírito Santo, e queimando o Espírito Santo, Deus Pai, Deus Fio. Portanto, você entender a Doutrina da Igreja já é um milagre. Está entendendo? Na verdade, se você pensar bem, o nosso dom da fala é um milagre. Existe algum bicho que tem o dom da fala? Não tem. Você vê, claro que tem o signo, animais conhecem signos, mas eles não formam uma linguagem com isso. Isso simplesmente não é possível. Você vê, um cachorro, se você fala o nome do dono dele, ele sai procurando o dono. Ele não é capaz de pensar no dono absurdamente, na ausência do dono. Quer dizer, o signo para o bicho é sempre um sinal de presença. Para nós também às vezes é, mas na maior parte dos casos não é. Todas as coisas que eu estou falando aqui não estão fisicamente presentes, e o que então você entende. E isso é o próprio do ser humano. Ou seja, você é capaz de se entender com outros, a respeito de coisas que estão ausentes dos dois. Isso é claro que é uma coisa milagrosa. Não tem fisiologia cerebroca, posso explicar isso. Aliás, nunca foi encontrado um elo entre cérebro e consciência, você não tem até hoje. Agora, existem analogias. Isso também não quer dizer que você possa pensar e falar, está sem cérebro. Então, eu acredito que o cérebro é uma espécie de filtro, que ele adapta a consciência humana às condições do mundo físico de nós vivemos. Mas existem coisas que transcende isso aí. Se você pensar bem, o próprio dom da fala transcende qualquer cérebro existente. Então, se você disser assim, para cada palavra que nós falamos, tem que ter um sinal gravado em alguma parte do cérebro, se é possível um treco desse. Aliás, o que é cérebro? Cérbão é uma coisa física, é um ente material apenas. Então, você explicar como esse ente material produz essa infinidade de mundos e materiais e de sigo, não dá para conectar uma coisa com outra. Então, a hora que as pessoas... isso aqui o Peter Kingley também critica que o pessoal perdeu a noção dos caráter sacro da fala, e ele tem razão nisso aí. Você tem razão em muita coisa, que ele diz. Tem alguns parágrafos que eu absolutamente notava, se eles queriam dar um exemplo aqui. Aqui. A nossa era moderna democrática manufaturou uma espiritualidade pessoal para atender as necessidades de todo mundo, qual é absolutamente... tem a garantia de ser calma, doce, pacífica, polida, positiva, confortável, tranquilizante e não ameaçador. E em vez de deixar o sagrado em paz no canto dele, como seria teria sido bem melhor, seria a coisa mais sábia a fazer, nós o domesticamos, e o domesticamos não menos efetivamente do que conseguimos domesticar praticamente tudo mais. O domesticamos, o trivializamos, e o diminuímos até que concordamos em fazer dele algo politicamente correto. Isso aqui é absolutamente perfeito, é uma descrição. Quer dizer, o Kingsley está muito cerno a sua crítica que ele faz da modernidade, mas a ideia de que ele, usando de parmenes e hierácticas, destruiu toda a certeza da civilização ocidental, ele fala, não, pera um pouquinho isso, aí você está, aí você está gerando. Quer dizer, você descobriu que os dois são mestres dinósticos, concordo plenamente que são mestres dinósticos, mas esses são mestres dinósticos que significam sim, a verdade divina eles não conhecem, eles conhecem alguma outra coisa, essa outra coisa é espiritual, é importante, é valiosa, claro, claro, claro, só que não é a verdade de Deus, pode ser do diabo, deu pra entender? Então hoje eu vou parar por aqui mesmo e dar mais um tempo para as perguntas, tá? Daqui a pouco nós voltamos. A atividade de todos os nossos cientistas sociais, cientistas políticos consiste basicamente em prever tudo errado. E como eu tenho feito previsões há mais de 20 anos, sempre acertadas, eu acho que é da minha obrigação ensinar os meus alunos a fazer a mesma coisa. Então vamos lá. Antônio Paves Ineta, crise de linguário no mundo moderno reflete um processo descivilizacional pelo qual passa o acidente comparável ao fim do Império Romano, não de maneira alguma, o que está acontecendo hoje é absolutamente inédito, porque é um processo de destruição universal da alta cultura e da linguagem. Isso nunca aconteceu antes. Não é o que aconteceu no Império Romano, podia aparecer o universal pra eles, porque eles não conheciam o resto, porque o Romano já veio da China, ou da India, nada, né? Mas hoje o que acontece aqui, o que está acontecendo na China, na India, todo lugar, e isso graça aqui aos meios de comunicação, que antigamente não existiu. Bruno Schosamens perguntou, você mencionou a separação do ideal com o real, o catalyst também, em Schelling. Com Schelling, o problema é o seguinte, existe em pato filosofia do Schelling. E a medida que ele foi evoluindo e envelhecendo, ele foi se afastando do seu início, se afastando do idealismo alemão e se aproximando, por incrível pareça, do santo mais da China. Não é que você pode ter encontrado isso no Schelling, mas mais tarde você não vai encontrar. Eu sugiro pra você o livro sobre Schelling e Hegel, escrito pelo John Laflant. Laflant, L, A, U, G, H, L, A, N, D. John Laflant. Aqui atrás do livro, cadê? Ah, é verdade, tá aí, né? Isso aqui, aqui. Schelling versus Hegel. E eu asseguro pra vocês, é um dos livros mais interessantes que eu li na minha vida. E esse Laflant, ele, por incrível pareça, não tem outros trabalhos filosóficos importantes, é só isso aqui. Mas bastou esse aqui e já fez um grande leitor de filosofia. Aí, é John Laflant, exatamente. L, A, U, G, H, L, A, N, D. Andrea Almeida. Essa tendência, agora, por que eu não descobri as faves, já tem tantos conhecidos do universo. Não seria também a consequência do desenvolvimento de uma maior ambição pessoal, impulsionar pelo individualismo, pós-cartesiano, sem a menor samba de dúvida. Porque a partir do momento em que Descartes inaugura o negócio do penso logo existe, quer dizer, a consciência que o eu tem de si como fundamento de toda certeza, na certa ele coloca o ser humano no topo do universo. Pra isso, você vê como é absurda a ideia de que os pensadores modernos, como Copé, Niko, Galileu, Davi, Marx, tiraram o homem do topo e botaram ele lá embaixo. E por isso, no ano, sentimos um mirado. Não, um uso de punha lá embaixo e outro de punha lá em cima. Como em qualquer época. Eu não vejo grande diferença nisso aí. Quer dizer, se você procurar na antiguidade, você vai encontrar na antiguidade grega, você vai encontrar filósoco que afirmava que ainda não podia conhecer nada, o conhecimento humano totalmente impotente. E o outro, quer dizer, não era bem assim. Portanto, nisso aí eu não ver nenhuma diferença entre a modernidade e as outras eras. Mas essa diferença aqui, vamos dizer, da presunção do eu, isso nunca existiu antes. Na verdade, o eu nunca foi assunto filosófico antes disso. Roberto Cavalcante com o Tinho Pires. O resumo é o seguinte, é correto afirmar que onde assignam a linguagem, há, de maneira, como é que se diz, metonímica, nas certas aspectos da linguagem, mas esses aspectos não se confundem com a linguagem. Quer dizer, a linguagem humana, no seu sentido pleno, não é repetida em nenhuma espécie animal. Também não é repetida em nenhum computador. Quer dizer, a linguagem humana pressupõe um sujeito capaz de compreender. O computador compreendo o que você diz, é claro que não. Ele opera com aquilo, de acordo com pautas predeterminadas que o ser humano colocou lá. Ou seja, com um computador inventar um ser humano, pode ser que você diz, bom, o computador pensou. Quer dizer, esse negócio de inteligência artificial, isso é o mesmo. É uma figura linguária, gente, isso é metonímico, pelo amor de Deus. Qualquer jeito que você sai falando de inteligência artificial, a deficiência da inteligência. E não sabe o que é inteligência, por isso, era que era inteligência artificial. Isso é inteiramente absurdo. Você tem, vamos dizer, operações que simulam a inteligência sob certas percas. Portanto, é uma expressão metonímica, onde há uma parte em que você está tomando erroneamente por um todo. É isso. Outra coisa, o ser humano não apenas compreende a linguagem, mas ele assume responsabilidade pessoal, psicológica, moral e jurídica pelo que ele está dizendo. Por isso mesmo, um ser humano pode ser processado, você pode processar um computador. Claro que não. Então, ele não tem responsabilidade, você não tem responsabilidade, ele não tem consciência. Será que... quando eu vejo... Vê do obrigado a explicar isso, olha, eu fico... Eu fico vergonha pelas pessoas, fico vergonha de todos esses caras que estão falando de inteligência artificial. Interessência artificial é a universalização da burrice. Você fala em pensamento artificial, não é possível, ainda assim, está errado. Está certo? Porque é tudo uma imitação sem o elemento fundamental, que é o sujeito autoconsciente que está no meio do processo, meu Deus do céu. É isso. Agora, ah, um computador pode se tornar autoconsciente no sentido humano? Não, porque o ser humano, quando ele é consciente, ele também é consciente da forma do seu corpo. Você pode fazer um computador que tem exatamente a forma do corpo humano, e se fosse a mesma carne, seria o outro corpo humano, quer dizer, ser outro ser humano. Se não seria um computador de maneira alguma. Então, mas esta mania, o ser humano inventa uma coisa, inclusive passa a usar esta coisa como modelo explicativo até dele mesmo. É assim como na renascença, parece o relógio, da corda e tal, parece a ideia do homem relógio. Esse imagem foi muito comum, ah, o homem é um relógio, mas se Deus é um relógio rico. Tem gente que usa esta imagem até hoje, o Richard Dawkins usa esta imagem até hoje, para dizer que não existe relógio nenhum, o relógio se fez assim mesmo. Quer dizer, tudo isso é de uma estupidez, do malgosto. Isso é falta de cultura, falta de desenvolvimento humano. As pessoas são humanamente deficientes e intelectualmente mais ainda. Richard Dawkins, para mim, ele é burro, gente, é burro. O cara não entende o que ele próprio fala. É uma coisa incrível. O sujeito de ser capaz de usar uma linguagem científica, não quer dizer que ele esteja entendendo aquilo. Você pode entender uma linguagem científica, é preciso que você a entenda desde um pouco de vista não científico, senão você não está entendendo. Porque a linguagem científica é um tipo de linguagem que é usado por um ser humano, que tem outros tipos de linguagem também, e que ele é capaz de comparar um com a outra. E por isso mesmo ele sabe que está falando uma linguagem científica, porque não é a linguagem que ele fala com a cozinheira dele, por exemplo. Agora, se ele ficar preso dentro da linguagem científica, ele ficou burro, também é uma hora, ele não é capaz de medir a diferença entre vários níveis de linguagem. E esta medida, por exemplo, aquele negócio que eu falo dos quatro discursos, possível o verocílio, o provável e o certo, se você não é capaz de fazer esta gradação, você não entende nada do que está falando. Você não tem consciência do que está dizendo. Gente, olha, quando eu falo, existe uma crise universal da consciência humana, eu não estou exagerando. Quando você vê Harvard realizando um debate sobre o Brasil, que vai lá, Fetofoca e Luciano Huck, acabou o mundo, meu Deus do céu, acabou a inteligência humana, os caras não sabem o que estão fazendo em Harvard, estão gastando dinheiro a rodo para fazer essa... Isso é uma palhaçada. No ano que eu tive lá em Harvard, eu falando, não tinha ninguém desse nível, tinha no máximo Gilberto Gil, mas ele não falou nada, ele só tocou as musiquinhas dele. Graças a Deus. E do meu lado estava lá aquele senador Suplici, quer dizer, o mais burro que tinha era o Suplici, não era o Fetofoca. Se tivesse o Fetofoca, eu não ia, eu falo, não entra aí, nem para ir no banheiro. Eu não sou carroguloso, mas esse mínimo de respeito por mim eu tenho. Eu não posso debater com o Fetofoca. Como eu não posso debater com uma tartaruga, com um porco espinho, com uma mioca, não posso, você está entendendo? Com um jumento, não posso, não vou me rebaixar a esse ponto. Ah, mas o cara tem 40 milhões de espectadores, eu falo, meu Deus do céu, qualquer espectáculo pornográfico tem muito mais do que isso. Pega as mulheres peladas, tem muito mais. Eu lembro um diretor do Banco Mundial que teve no Brasil assistindo o desfile de Carnaval, e disse lá na Tia Colová que eles inventaram o socialismo com o rosto humano. Aqui vocês inventaram o capitalismo com o bundo humano. Quando eu sou tia ali olhando muito mais do que o Fetofoca, meu Deus do céu. E por causa disso eu vou agora discutir com o diretor do Escola de Samba. Você está brincando comigo? O cara que, o seu borroso, quando ele aceita discutir com o Fetofoca, ele está se rebaixando a um ponto merecido, porque ele é burro também, ele é um falso homem culto, ele não tem cultura nenhuma, gente. Ele fica mostrando, aí eu li no Silvia, eu li o Diálogo de Platão, essa é uma leitura de Inácio, ele está fazendo. No STF inteiro não tem um único homem culto, vocês estão brincando comigo? Vocês sabem que é cultura jurídica, gente? Eu não sei o que é cultura jurídica, porque eu tenho alguma. Cultura jurídica é apenas coleção de opiniões. Só isso. Não tem um único elemento realmente científico ali. Tudo só opiniões, opiniões, opiniões, opiniões, opiniões, opiniões. Você guarda o mundo, apira na cabeça, cria a sua própria, inventa outra, mostra alguma habilidade, evidentemente. Mas isso é intelectualmente respeitável, só se você inserir esse material jurídico dentro de uma outra ciência. Você pode ter uma lógica jurídica que é possível, você pode ter uma historiografia jurídica que é possível, mas o jurídico jurídico significa nada. E se acho que esses caras têm alta cultura jurídica, é claro que não. Porque eu sei o que é alta cultura jurídica, porque eu já vi gente que tinha. Eu convivei comigo ao Reale. E meu pai era advogado, ele tinha lá todos os livros que ele estudou na faculdade de direito. E eu lia tudo aquilo. Eu lia os livros do Alexandre Correia, lia os livros do César e no Juro para o senhor D.D. E o trabalho falou, o gente era outro nível, não vem brincar comigo com esses caras de hoje. Picho, quando eu trabalhei no Jornal da Tânia, tinha um idiota, um reporter. O Jornal da Tânia era o meu emprego que tinha em São Paulo, porque eles pegaram o jornalista altamente experiente e botavam para ser os editores de página. Você tinha um editor chefe, tinha lá mais cinco, seis editores que tinham que reescrever tudo que o reporter escrevia. Não bastava de passar caneta. Então era tudo absolutamente reescrito. E saía bonito, né? O jornal era de alta qualidade. Nunca houve um jornal com aquela qualidade de texto nem antes nem depois. E tinha lá um desses reporters que era metidinho. E eu reescrevi o negócio dele e daí ele dizia, você mutilou o meu texto. E ele disse, você descargar a sadeira que eu não mutilei você. Queria que você me merecia. Foi só o texto dessa vez, hein? Esse cara passou dois anos, era professor da faculdade da direita, porra. Você está entendendo que tipo de gente que sobe nessa profissão? Esse tipo de cara. Quer dizer, um reporter semanalfabeto que se acredita que tem politos autorais. A minha obra, você mutilou a minha obra. Ah, porra, tá brincando comigo? Bom, vamos ver o que mais. O que José de Faria faz? Qual é a diferença do conhecimento por prensa do filósofo iraniano do século 11 do Olavo de Cabral? Eu não sei porque eu nunca li a obra dele. Eu vi isso mencionado de passagem no livro do um filósofo iraniano atual que compara coisas do mundo iraniano. O iraniano com o Vito Genstai, etc., etc. É um iraniano que estudou em Harvard e está misturando as coisas. O livro não é ruim, não. É até interessante. Mas ele menciona de passagem esse negócio do conhecimento por prensa. E eu nunca achei o texto propriamente. Eu não conheço essa teoria. Eu conheço só a minha. É que é Rafael Freitas. O senhor insiste que devemos formar o nosso conhecimento da língua por meio da leitura assim dos nossos maiores criatores. O mesmo não se dá em filosofia, não devemos formar nossa mente filosófica além do Mário Ferreiro do Santos, o maior dos nossos filósofos. Bom, é o seguinte, o problema com a obra do Mário Ferreiro do Santos é que ele deixou aquilo no estado editorial absolutamente monstruoso. Ele deixou tudo o que ele escreveu de importante, ele escreveu ao longo de 16 anos, na base de 3 ou 4 livros por ano. E ele dizia que depois de eu morrer, vai ver alguém e vai dar um jeito nisso. Ele morreu, realmente, no ano que tinha 66, 67 anos, 62, 63. Era um amigurdo pra caramba, tinha um problema de cardíaco, não aguentou o peso e morreu. E deixou esse tesouro misturado com lixo. Eu sempre disse, é preciso reescrever tudo isso do começo até o fim. Como se faz, isso se chama de reconstituição conjetural. Isso é uma coisa que existe em filologia, é preciso fazer isso. Você tem que interpretar o que ele está dizendo, perceber o que ele está querendo dizer, que ele não conseguiu dizer, e você tem que dizer aquilo. Isso já se fez muitas vezes com obras de muitos filósofos. Muitas obras do Edmondo Husser foram redigidas pelo Eugen Fink, que foi secretário dele, e que era um gênio, uma obra fantástica. Outras por outras pessoas. Aliás, tem o livro do Edmondo Husser sendo publicado até hoje, que ele escrevia com taquigrafia. Dessou 40 mil pártas taquigrafadas, sabe o que é isso? Então o pessoal pega aquilo e vai aos poucos dando um formato. Também eu vi o livro do Bernard Lonergan, Topics on Education, que foi um curso que ele deu, o pessoal pegou a transcrição, 10 pessoas levaram cinco anos para preparar aquilo. Agora a minha pessoa pega e está aí, não vai dar. Você tem que fazer uma reconstituição conjetural, um trabalho de profundidade. Eu sei que eu não posso exigir isso no Brasil, mas nem por isso deixa de ser necessário. Então eu não recomendo que você tente formar a sua mente filosófica, lendo o Mário. Você tem que adquirir a mente filosófica, primeiro depor e ler o Mário. Você começa a ler Aristóteles, Limes. Limes é um grande, imenso filósofo e escreve de uma maneira simples, claríssima. Não tem frescura nenhuma. Lê o discurso de metafísica dele, da monodologia, ensaio de Teodos de Séftes. É maravilhoso. Você não precisa concordar com todos os lábios, mas alguma coisa você vai aprender ali. Lê o Louis Laval. Lê Laval além de um tremendo filósofo, é um tremendo escritor, dominador perfeito da língua francesa. É isso. Guilherme Pettis Butcher. O professor, em que consiste o diagnóstico de Fist e Reggae? O absoluto de Fist parece que isso faz sentido, isso interroquência, referi a Deus. Epa, epa, epa. Claro, se você votar como Deus funciona, mas acontece que o Fist diz, o Eu é tudo, o Eu humano. Então, a diferença entre, tanto nele quanto em reggae, não há uma diferença nítida entre o Eu humano e o Eu divino. Ah, você pode chegar a algum conhecimento de verdade divina? Claro que pode, e o próprio Deus te dá. Isso aí. E o ser humano tem capacidade de chegar a essas coisas, mas não há tudo, é só um pedacinho. E por trás do pedacinho, você percebe que existe um mundo imenso, que você ante vê, mas não vê. Então, é aquilo que diz o apóstolo, que agora nós vemos como num espelho obscuro. E isso é o máximo que nós podemos chegar. Então, é o famoso negócio do Anaximandro, que nós temos como se fosse uma cua de claridade, que está boiando dentro do mar de obscuridade. O conhecido é uma bolinha luminosa dentro do imenso mar do desconhecido. Agora, você não enxerga nada nesse mar, claro, alguma coisa você enxerga, você sabe que ele está lá. E ter a consciência deste imponderável é o que mantém você na linha correta, o que mantém a sua consciência em dia. Você ter consciência, vamos dizer, é que a falha do seu conhecimento não é uma falha integral. Você conhece muita coisa e Deus não pôs um limite preciso, que você pode continuar conhecendo, avançando, avançando, avançando. Você nunca vai chegar lá, lá aonde? Você sabe onde é o limite? Você não sabe onde é o limite. Quem pensa que sabe onde é o limite, que nem canta, é louco. Você não sabe onde é o limite. Nem para fora, nem para dentro. Você não sabe nem onde é o limite do conhecimento, que você tem de você mesmo. Você descobre coisa nova a seu respeito. Eu descubro todo dia coisa que eu não sabia, eu penso que eu me conheço suficientemente, tem que conhecer suficientemente, me conheço suficientemente em comparação com o que eu sabia antes. Mas é sempre um pouquinho, você vai descobrindo coisas e mais coisas e mais coisas e mais coisas. Mesmo porque? Quando você fica mais velho, você fica mais perto da morte, então você começa a pensar na sua morte, coisa que você não fazia antes. Então, pela primeira vez, você começa a saber mais ou menos como é a sua reação perante a presença da morte, coisa que você não sabia antes. Você não vai saber isso aos 14 anos, 15 anos. A não ser que você tenha uma experiência terrível de morte próxima, pode ser. Vinícius Bertão de Oliveiro. Eu estava com o Senhor Jesus Cristo, sendo Deus, e fez homem, recorreu a humildade em frente a todo o poder tirando que havia, e mostrou com exemplos singelos da vida dos ordeões pescadores, as verdades ocultas, com Deus na eternidade, e nem Herácter do Parmenho, de qualquer outro filósofo. Claro, Herácter do Parmenho era apenas dois, não eram filósofos, eram mestres gnósticos, na verdade, porque eles não tinham, vamos dizer, a humildade dos Sócrates, do Platão e do Aristóteles, e sabiam que estava apenas buscando, e que, para além do que eles tinham percebido, existia ainda um imenso oceano, eles estão se orientavam nesse oceano, mas não quer dizer que o conhecesse, que o dominasse intelectualmente. Então, é por isso que eu digo que a finalidade da filosofia não é criar uma doutrina, é criar filósofos, ou seja, criar pessoas que são capazes de continuar com esse esforço de conscientização, de maneira que ele nunca pare, nunca acabe. Se ele parar, bom, da humanidade pirou de vez. Então, nós nós estamos aí para criar uma doutrina e esclarecer o sentido último da realidade. Ninguém fez isso, ninguém fará, Kant não fez, Nietzsche não fez, Marx não fez, Freud não fez, Jung não fez, e o Peter Kingsley também não fez. E eu muito menos. Então, ver, uma coisa muito importante que vocês têm de ideia, é o seguinte, eu nunca escrevi nada, nenhuma linha sobre o que a sociedade humana deveria ser. Eu acho que você criar um modelo de sociedade já é uma forma básica de totalitarismo. Eu acho que nenhum ser humano tem a capacidade de criar uma sociedade para todos os outros. Eu não sei o que os outros vão querer, eu não sei o que eles acham bom, eu sei o que é bom para mim. Às vezes nem eu, bicho, às vezes eu não sei o que é bom para o meu carfouro, eu ofereço uma coisa e ele quer outra. Você vai lá dar um bife para ele, ele não quer, ele quer uma cenoura. Isso já me aconteceu. Então, como é que eu vou saber o modelo de sociedade? Todo mundo que faz modelo de sociedade é um totalitario. Ah, mas é a sociedade libera, é totalitario do mesmo jeito, pô. Eu sou contra qualquer modelo de sociedade e por isso mesmo eu posso criar uma ideologia, não posso criar. Agora, o cara que mexe um ideolo só prova que é um analfabeto, não sabe o que está falando. Agora, eu dei algumas opiniões sobre fatos políticos do dia. Mas, vocês veem a imensidão do horizonte de consciência que eu estou mexendo aqui? Com essa análise que eu faço, de problemas metafísicos, gnozeológicos, psicológicos, etc., etc., etc. Com o monte de exames que eu refio sobre todos os grandes filósofos da humanidade, você pega as opiniões políticas e coloca elas no meio disso e vê que tamanho que é a minha obra política. Um grãozinho. Agora, esse grãozinho, se você pegar, por exemplo, o Dugin, o que é a obra inteira dele? É a concepção política. Ou seja, aquilo que para um cara como o Dugin ou como o senhor Fernando Henrique Cardoso, é um universo inteiro. Na minha obra é uma migalinha, um feijãozinho, não é nada mais. Agora, tudo que está além desse feijãozinho, você acha que jornalista sabe? A acadêmica brasileira sabe? Não sabe nada, meu Deus do céu. Você acredita que existe algum acadêmico brasileiro capaz de ler o livro do Peter Kingsley e fazer uma crítica como eu fiz? Não sou capaz de entender, bicho. Você dá para esses caras os livros do Jung. Como tantas tem português? Primeiro é que tem português. Você tem português. Você tem português. Então, se eu pegar o número de filósofes que eu já examinei, a obra completa e fiz críticas aprofundadas, sérias, não é críticas de Esculhambá? Não, não, exame, sério. Mesmo quando eu critico, cara, estou levando a sério, não estou desrespeitando. Desrespeitar o cara sem falar mal dele, sem dedicar o tempo de conhecer a obra dele. Que alguém faz em comigo. Agora, eles não conhecem a minha obra porque não tem capacidade. Você é capaz de imaginar, sei lá, o Kyle Blinder, lendo a minha análise do Descartes, do Aristóteles, falando alguma coisa. É impossível, gente. Eu recebo, eu tenho um saio que eu recebo todos os trabalhos acadêmicos que saem no Brasil, que me mencionam, todos. Por mês vem aproximadamente uns 40, 50. Somando tudo já chegou em mais de mil. Desses mil, você não tem dois que citam as minhas obras. Todos escrevem baseado em coisas, somos um que eles viram na mídia. Você acha que isso é trabalho acadêmico? Você acha que isso é... Esses caras não têm formação universitária, mas eu digo, eu tenho formação universitária, eles não. Eu sei o que é formação, eu fui universitária, eles nem sabem. E eu tenho porque eu fui buscar por mim mesmo. Se eu fosse buscar no Mundo Universitário do Brasileiro, teria conseguido ser igual a eles. Eu não posso dizer que eu sou um alto de data porque eu estudei os três anos e meio, o Padre do Lados Ansa, que era o melhor curso de filosofia que tinha. E não tirei o diploma final porque o Padre morreu. E no dia seguinte, a gente chegou lá, tá um cara explicando, o evangelho segundo Nietzsche, eu falei, ah não, vai lamber sabão, eu não quero isso. Quem que Nietzsche entendia do evangelho, meu Deus do céu? Então Nietzsche é um homem de muito talento, sem dúvida, muito poeta. Vocês têm ideias geniais, mas de evangelho, sem desculpa, eu não entendi a nada. E outra coisa, ele era maluco mesmo porque ele dizia que ele era o anticristo. O anticristo devia estar rindo dele, ele pensa que é eu. Quer dizer, um coitado, um coitado que estava lá morrendo de cifres, que pegou uma puta daquelas bem baratinha, queria comer a luz, salomé, salomé não deu pra ele, foi pegou uma puta de rua, catou cifres e morreu de cifres, porra. Não é pra ficar com dó do cara? Naquele tempo não tinha penicilina porra. Cifres da Megalomania. Claro, cifres da Megalomania. As obras finais dele, eu sou anticristo, não sei o que, porque escrevo tão bem, porque meus livros são tão bons, porque eu sou tão genial. Estava maluco, evidentemente. Agora esse pessoal que leva a sério focou, o Pia Manhã falou, eu era amigo do focou desde criança, ele é maluco. Todo mundo sabe que ele é maluco, porra. O homem que tinha raiva do fato de precisar ter um pai, ele queria ter nascido sem precisar de um pai, tente, continue tentando. É tipo da ideia que não é pra ter. Vamos ver aqui. Guilherme Mello Ferraldi-Siqueira. A proibição canteia de conhecer a coisa em si tem ligação com o conceito da bifurcação e a ideia da qualidade primária, secundária da matéria, como o Zivig Nilton e Galiano, sem sombra e dúvida. O cante aprofundou essa bifurcação, as qualidades primárias, secundárias. Ele chegou ao ponto, vamos dizer, de dividir o mundo entre o que nós conhecemos e o real. O real está sempre fora daquilo que nós conhecemos. Existe, no máximo, uma analogia, uma coisa parecida, o que nós imaginamos. Existe, vamos dizer, a certeza da universalidade daquilo que nós estamos dizendo. Ou seja, eu digo uma tremenda besteira, isso aqui não conhecido com nada real, mas é universal. Ou seja, você não busca mais a verdade, mas busca a universalidade. A universalidade da estupidez, obviamente. Tem muitos filósofos que eu parei de respeitar, cante um deles. Você imagina, eu convinte, tanto os anos lendo cante, ficava espantado com aquilo, me achava um coitado, porque dava tanto trabalho para entender aquilo, levar três horas para entender cada par. A medida que eu fui entendendo, eu falei, mas era só isso que tinha para entender? Tem filósofos que não te decepcionam, lábinas não te decepcionam jamais, não quando ele está errado. A coisa vale a pena. Sando o Tomé de Aqui não te decepciona jamais. Dandes, Cota, então nem se fala. Hugo São Vítor nem se fala. O Lula Velho não te decepciona. Tem muitos assim, mas tem outros que você vê exatamente tão contrata. Agora, pensa assim. Das pessoas importantes, pessoas que têm poder e tem influência, quantas são honestas? É a maioria? Você acha possível? Então, entram os filósofos também. A maioria é trapaceiro, prepare-se. E quando você descobre um que é honesto, você está graça a Deus. Gustavo Amaral de Mourar, por que o ensino da medicina não é facilitado assim como o senhor faz com a filosofia? Não conhece nenhum professor médico que pretende quebrar a bunda dos médicos. Olha, bicho. O falecido do professor Carlos da Silva Lacas pensava isso aí. Escreveu um livro de mil parnas, doenças de atrogênicas, doenças criadas pela medicina. Ele era secretário da Saúde em São Paulo e foi professor da faculdade da USP. É um grande professor, grande médico, grande pensador. Infelizmente já falecido e escreveu aquele livro de tanto trabalho para ele que escreveu o livro Moreu. Rafael Badotti, no livro Arquipelo Agulo, que o autor compara tortura do regime soviético com a tortura coreia na Inquisição. Essa era a demonstração do que a Maria Elvira, Maria fala no seu livro em periófobia elenadneca. Sem som de dúvida. Mas você vê, o que que o sr. Genes sabia de Inquisição nos anos 30, 40 da União de Inquisição? Nada, absolutamente nada. Você vê aqui, o verdadeiro estudo de Inquisição começa, também nos anos 40, no ocidente. Pela primeira vez, algumas historiadores tiveram acesso aos altos dos processos inquisitorais. Veiam aquele cara escrevendo sobre Inquisição há cinco séculos, a primeira vez, vamos ler o processo. Bastou, leu o processo e viu que você estava enganado em praticamente tudo. A primeira coisa que você descobriu, que os Inquisidores eram pessoas extremamente criteriosas, jamais acusaram o inocente, jamais acusaram os direitos em dar-lhe todas as possibilidades de se explicar. Dizem, não basta você ter a expressão, existe a heresia material e a heresia formal. A heresia material é aquela que é uma heresia, mas você não tem intuito erético. Só se tiver intuito erético, então é formalmente uma heresia. Se só teve a heresia material, você explica para o cara e manda-lhe para casa com certão negócio. Não acontece mais nada, está certo? E a heresia formal, você só pode condenar o sucesso se ele não existir dela de jeito nenhum. Bom, isso é entre outras coisas. Os famosos aparelhos de tortura de Inquisição jamais existiram. Isso foi um cara que escreveu em 1540 pouco, um suíço, inventou tudo isso. E esse livro foi copiado durante séculos, até hoje é copiado, até hoje aparece. Esqueci o nome do cara. Mas tem um vídeo do professor Henry Kamman, um historiador judão, que escreveu um livro excelente sobre Inquisição Espanhola. E ele diz, olha, quando nós fomos examinar os ratos do processo, não tinha nada aquilo, era um negócio completamente diferente. Mas entre a ciência histórica profissional e a história que se passa, que se transmite nas escolinhas, nos livros populares, na mídia e no cinema, a distância é imensurável. Quer dizer, quando vão corrigir a visão popular, eu acho que nunca. E o Solgenitsyn, não, não souber, está aquela, mas no máximo ele teve acesso à visão popular. Quer dizer, quantos livros profissionais sobre Inquisição Espanhola? Nenhum. Se você pegar o livro do nosso Alexandre Oculano sobre Inquisição Espanhola, o livro está tudo enherrado. É um clássico da língua, mas Alexandre Oculano nunca leu um processo inquisitorial. Então como é que ele pode escrever a história de um tribunal sem ler os processos que passaram para ler? Eu não sei como é que ele fez. Pegou algum autor inglês, americano copiou, o inglês americano chutou. Nome da Rosa. Então sem contar coisa como nome da Rosa. Nome da Rosa é o livro mais absurdo que eu vi na minha vida. Porque os caras, dizem que os caras estavam procurando a segunda parte da poética de Aristótese, que diz proibia à comédia. Mas como é que eles podiam, em mil e duzentos, mil e três anos, como é que eles podiam? Se está procurando a segunda parte da poética, se a poética só foi descoberta em mil e quarenta e oito. Duzentos anos depois. A primeira parte. A tal primeira parte. E a segunda, nunca é sob nada. Como é que você vai procurar a segunda parte da coisa que você não sabe da existência da primeira parte? Claro que é uma boa ação. Esse Humberto Eco, é tão vigarista que ele ensina você a fazer tese universitária enganando o professor porra. O livro dele, como você faz uma tese, é enganação pura. E ele ensina a fazer enganação. Ele não é tão desonesto assim. Ele criou um filme aqui, o ladrão honesto. Ele tem um filme com o Liam Nees, o ladrão honesto. É o Humberto Eco. Bom, aqui, Eduardo Salles da Costa. Como vai por ajuda de disputar? Ainda vai mal, porque eu tenho muita coisa para terminar antes disso. Esse ano eu tenho que produzir os três ou quatro livros baseados nos meus cursos. Cada um desses leva alguns meses. O negócio está ruim, João. Você vira. Se você pegar o Noam Chomsky, o Noam Chomsky tem uma equipe de vinte redatores. Tudo que ele fala vira livro no dia seguinte. Eu não tenho isso, gente. Eu tenho aqui esta amiga queridíssima que está me ajudando. Que é a Mariana. E olha lá, não tem mais ninguém. O pessoal, às vezes, quando faz transcrição, as transcrições saem horríveis por nada. Eu agradeço que faz transcrição, pelo menos tem algumas, mas elas saem horríveis, porque o pessoal não sabe onde vai um ponto, onde vai um avírgulo, onde começa, termina a frase. Veja, na Falo Oral brasileira, a Falo Oral é muito informal demais. E isso tem assim, toda a parte do Brasil. Aqui não é assim. Aqui você, claro, encontra conversa informal, conversa de moleque. Se você vai em certos barros, o pessoal está lá, cheirando o coca, é assim. Mas a conversa normal aqui, se pega um ódio, dá para você transcrever a conversa com um ponto, vírgula, tudo certinho. Mas a Fala Brasileira, ela é muito informal demais. E quando você tenta ser formal, sai pedante, não sai normal. Ver, eu consegui escrever de uma maneira que chega a ser elegante, a ser pedante. Você não sabe o trabalho que isso me deu, anos estudando e treinando. Eu consegui fazer isso. Mas eu não consigo fazer isso passando do oral para o escrito. Tem que pensar a coisa já escrita. É difícil, gente. A vida dura mesmo. Então, por hoje é só não esqueça do meu curso. Ciência política, saber, prever e poder. Até lá, muito obrigado.