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Alô por favor, vocês estão ouvindo a Vídeo Prechette. Bom noite a todos, serão bem-vindos. Hoje eu vou dedicar esta aula a responder uma questão da aluna Mariana Pineda, que diz que leu o meu estudo a dialética simbólica e não entendeu direito. Eu admito isso, é um estudo já escrito há bastante tempo, ao qual eu deveria ter voltado muitas vezes para fazer acréscimos e clarecimentos e infelizmente nunca deu tempo fazer. Não quer dizer que eu nunca fiz, eu fiz mas estão espalhados em vários lugares do curso. Se alguém tiver paciência para um dia procurar juntar, tudo que tem relação com esse tema, juntar, fazer uma exposição ordenada, mas eu não acho que eu tenha mais energia para fazer isso. Eu também não cheguei nesta parte do livro do Ronald Robeson, saber como é que ele explicou isso aqui. Muito bem, a dialética simbólica é um estudo de um dos temas mais raros da filosofia, que é a da relação cognitiva que existe entre lógica e estética. Em geral as pessoas entendem a lógica apenas como uma arquitetura de relações entre conceitos, como se os conceitos estabelecer essa relação por si mesmo sem interferência humana, no sentido do que o curso eu chamo de lógica pura. Lógica pura é lógica considerada independentemente do funcionamento da mente humana que a pensa. Então por exemplo, 2 mais 2 igual a 4, independente de você pensar isso ou não, quer dizer, há realmente uma relação entre esses números, a relação existe em si mesmo, independentemente de nós. Se não existisse nenhum ser humano, se não existisse nenhum ser pensante no mundo, 2 mais 2 continuaria dando 4. Muito bem, essa é a perspectiva puramente lógica, e ela é inteiramente legítima. Porém, na perspectiva puramente lógica, ela não tem absolutamente nada a ver com nenhum objeto da realidade, ela só tem a ver com formas puras, formas lógicas puras. E formas lógicas puras só existem, vamos dizer, no espaço abstrato, independentemente de lugar e tempo. Portanto, não são objetos reais, são o que o mundo curso chamava objetos ideais. Então, na realidade, quando o ser humano pensa logicamente, ele sempre tem um fundo de referência aos objetos reais aos quais ele deseja aplicar as conclusões do raciocínio lógico. Então, sempre existe uma espécie de fundo estético em todos os tipos de raciocínio, e isso é absolutamente impossível de você afastar por que? Porque todo o conhecimento humano, ele consiste na busca de uma harmonia entre os conhecimentos individuais. O tema da harmonia tem sido abundantemente explorado por esse grande filósofo, Nicolas Recher, e no fundo, no fundo, toda a lógica, toda a ciência, todas as matemáticas, toda a história, tudo que nós, que forma a nossa cultura filosófica, científico, artística, é a busca de uma harmonia, e não de elementos separados totalmente inconexos. Por exemplo, se você observar a mitologia de uma tribo de índios bastante primitivo, o que é essa mitologia? É uma tentativa de harmonizar os dados de realidade que eles conhecem sobre a sua própria origem. Você pode dizer, mas esses dados são imaginários, não interessa, mas formam um todo, uma totalidade harmônica. Sem essa totalidade harmônica, os coitados índios não conseguirão nem pensar. Então você tem que ter uma totalidade harmônica inicial para poder desencadear o processo cognitivo. Então é o seguinte, eu puxo isso mais para cá, mas ninguém vai me obrigar a dar aula no calor infernal. Desculpem. Não quero saber. Então dá para pensar com um pouquinho de barulho, mas não dá para pensar com esse calor. Vocês não sabem que é o calor da verdinha, gente. Vocês vão no Rio de Janeiro. Então aqui, o calor não dá para você sair na rua. Então vai ficar os dois ar-condicionais ligados, não quero saber. Ou então desisto já, não vai dar. Mas agora me interrompeu e perdi o fio da minha droga. Eu estava dando um exemplo, por exemplo, um sistema mitológico de uma triba. Ele é uma harmonização do conjunto do conhecimento disponível. Esse conhecimento pode não ser verdadeiro no sentido factual, ponto por ponto. Mas o que importa nele não é isso, o que importa é a harmonia do conjunto. Quando começam, então, de todas as investigações científicas do mundo, o que elas estão fazendo? Estão harmonizando diferentes elementos da experiência que sozinhos e por si mesmo não fazem sentido nenhum. Quando você cria uma teoria falsa e depois será empurrada, ela já é uma tentativa de harmonizar. E é por isso mesmo que para você chegar, descobrir qualquer coisa na ciência, você passa por inumeráveis teorias falsas do caminho, porque você está em busca da harmonia. Ou seja, não são quaisquer conhecimentos que servem. Se o conhecimento é totalmente inarmônico, ele não faz sentido. E nesse sentido ele não é conhecimento. É como se você está, é um detetive, está investigando um crime e todos dados que chegam para você, um não junta com o outro e você não chega a conclusão nenhum. Você pode chamar isso de conhecimento, não. E são elementos para um conhecimento. Então, todo o processo do conhecimento é um processo de harmonização. O que eu estou fazendo aqui é tentar mostrar a quais elementos estéticos correspondem a diferentes tipos de raciocínios que nós fazemos. O raciocínio só é totalmente independente de elementos estéticos e, portanto, de referência ao mundo exterior, num computador. Um computador não conhece o mundo exterior. Ele só conhece os símbolos que nós colocamos lá através do código binário. E justamente esse estudo começa com a investigação do código binário. Isso quer dizer que um computador não conhece nada da realidade, absolutamente nada. Ele só conhece os enlastes lógicos entre formas construídas através do código binário. Isso é tudo que ele faz. Quem dá um sentido de realidade ao raciocínio do computador somos nós. Ele jamais poderia fazer isso. Por quê? Ele não tem a forma do corpo humano. Ele não tem sensações humanas. Nenhum dado que chega o ser humano o computador pode absorver jamais, jamais, jamais. Por exemplo, o fio ou calor que você sente, o computador não sente isso. Ele pode fazer um cálculo baseado na medição de temperatura que você inventou e colocou lá. Então, hoje em dia as pessoas dão tanta importância ao pensamento lógico que esquecem que sem a referência, a realidade sensível, o pensamento lógico não é absolutamente nada. É apenas uma espécie de ignorância computadorizada. Então, o que eu faço aqui é pegar vários elementos da lógica muito simples e mostrar qual é a referência real, sensitiva que tem por trás de cada um. Ou seja, quais são as imagens das quais nós abstraímos essa forma lógica em especial. Eu vou ler aqui e comentar. Não sei se eu conseguirei comentar esse texto todo hoje. Se eu não conseguir tudo hoje, eu continuo na próxima aula. Então, eu começo com uma citação do Alcorão que diz pelo róseo crepúsculo da manhã, pela noite e quanto envolve, e pela lua quando cheia, passareis de plano a plano. É o que nós vamos fazer aqui. Vistos da Terra, o Sol e a Lua têm o mesmo diâmetro aparente meio grau de arco. Todo mundo, desde que existe nesse planeta, viu essa coisa. São duas bolinhas exatamente com o mesmo diâmetro, meio grau de arco. Objetivamente, você media as duas, a desproporção do tamanho é descomunal. A Lua é um nada comparado com o Sol, mas visto da Terra, eles têm exatamente o mesmo tamanho. E todo mundo viu assim, desde que o mundo é mundo. Em contrapartida, todas as suas demais qualidades sensíveis, cor, temperatura e etc. são simétricamente opostas. Um é dorado, o outro é plateado, o que é em total frio. Isso faz deles o emblema por excelência de todas as oposições máximas e irredutíveis, modeladas pelo esquema de dois pontos divergentes e equidistantes de um terceiro ponto central. Por ocasião da Lua Cheia, a Lua que se põe e o Sol que se levanta, ou a Lua que se levanta enquanto o Sol se põe, forma uma imagem perfeita do equilíbrio dos contrários com a Terra no meio como fiel da balança. Mas não acabamos de falar de código binário? O que é o código binário se não é essa mesma imagem simplificada, transformada em sígnios escritos, ou em sígnios eletrônicos, e usada como base do raciocínio? Se não existisse na natureza nenhum símbolo, ou seja, da oposição simétrica, nós jamais poderíamos entender o código binário. Isso quer dizer que depois de milênios e milênios e milênios, e você observar diariamente o Sol e a Lua com o mesmo diário, com as mesmas qualidades opostas, e ter a imagem perfeita da oposição dos contrários, daí você inventa uma maneira de significá-los matematicamente e você chama isso de código binário. Quem descobriu o código binário foi o Pascal Lammes, trabalharam com isso. Isso foi muito tempo depois do primeiro homem de Neanderthal observar esse fato. Mas se não existisse essas duas luminárias no céu, nós nunca teríamos jamais a ideia da oposição dos contrários. Todos os demais contrastes que existem no mundo são entre coisas muito diferentes entre si. Por exemplo, a Gatti Cachorro, eu digo, pera, a Gatti Cachorro não vô uma paridade, eles têm um conflito. Mas um gato não tem a mesma forma externa de um cachorro, e assim por dentro. Vamos dizer, o seco e o molhado, é uma oposição. Mas o seco tem uma forma visível que você possa observar, o ar seco tem alguma forma visível, então não forma uma oposição tão enfática quanto esta. Esta oposição é básica para todos os seres humanos. Então, acompanhando isto? É uma imagem que nos ocorra espontaneamente quando queremos evocar a ideia do equilíbrio, a propósito, digamos, do ativo e do passivo, do masculino e do feminino. Ver, a oposição do masculino e do feminino. Bom, nós sabemos que eles pertencem à mesma espécie, mas eles são iguaizinhos como o sol e a lua. Não são, eles diferem em tamanho, num monte de coisa. Então, ver, entre o homem e a mulher, a ideia que os unifica, que é de espécie humana, é uma ideia de extrata. Não é uma forma visível, mas no caso do sol e da lua não. Você está vendo dois círculos iguais, entende? Dois círculos, mesmo tamanho com qualidades opostas. O masculino, do feminino, do claro e do escuro, de tudo quanto, enfim, a cultura chinesa resume sob as noções do Yang e do Yin. Me mostra que um chinês seria capaz de ter o conceito do Yang e do Yin sem ele ter visto o sol e lua. Mas nunca, hein? Sendo fácil de gravar e dotada de grande poder evocativo e menemônico, era natural que, em nosso tempo, os meios de comunicação se apossassem dela. Utilizando-a como um instrumento para fixar na imaginação do consumidor, a mensagem das novas dietas, programas de ginástica e outros gadgets ideológicos que entraram no mercado através do naturismo hippie e das doutrinas pseudoorientais. Todo mundo vai fazer um... ah, tem alimentos Yin, alimentos Yin, tem posições Yin, posições Yin. Isso está na toda a cultura popular do mundo. Da onde surgiu isso? surgiu do primeiro homem que viu o sol e a lua. Quer dizer, por mais elaborar de artificial, que seja o uso que se faz dela, deste signo, ele sempre tem uma raiz que remete a uma experiência primordial, que é primordial no sentido de estar marcados na origem da espécie, desde a origem da espécie humana, e primordial também por ser igual para todo mundo. Não há um único ser humano que tenha visto o sol e a lua de maneira diferente desta. O abuso do emblema lunesonar, solar, veio junto com a vulgarização do Yin e do Yin. Apesar da vulgarização, a imagem e a noção que evocam são perfeitamente adequadas à realidade que pretende expressar. A lei da mutua compensação dos contrários não é pura fantasia, mas uma relação que vigora de fato em muitos planos e setores da experiência. Ou seja, nós observamos esse contraste em muitos dados da experiência real. Eu mesmo acabei de citar alguns. Então, por exemplo, o líquido frio, o líquido quente. É isso. É o programa. Multiplano de setores da experiência e que, aliás, pode ser observada e abstraída da natureza, por exemplo, no caso dos vasos comunicantes, um sobe ou do desce, simetricamente. Então, o que é um contraste desse mesmo tipo de elementos iguais colocados em posições contrárias, por exemplo. No caso dos vasos comunicantes, o do equilíbrio ácido-basa. Dentro desses limites é um princípio explicativo, ou ao menos descritivo, perfeitamente válido, que funciona para certos grupos de fenômenos. Então, isso quer dizer que você pode descrever o universo inteiro, por assim dizer, usando apenas esse conceito do sol e da lua, do claro, do escuro ou do Yin e do Yang. Se pegar o livro do Yin e do Yang, praticamente todas as citações humanas estão ali descritas, em função desse contraste inicial e das suas múltiplas combinações. Então, logo passamos, porém, do conceito abstrato do equilíbrio, a tentativa de equilibrar alguma coisa real, por exemplo, quando aprendemos a andar de bicicleta, verificamos que a nossa imagem da perfeita simetria se rompe no impacto de sucessivas desilusões de fato. Desilusões de fato não existem, equilíbrio perfeitamente estático, em parte alguma do mundo sensível. Nem mesmo entre o sol e a lua, eles estão sempre se movendo. Então, você vê que a ideia do perfeito equilíbrio dos contrários não está realmente na natureza, ele é uma abstração criada por nós a partir de um modelo natural que não é exatamente assim. E tudo o que nós pensamos é sempre assim. Uma vez atingido o momento de equilíbrio, o ponto central desliza. O conjunto escapa das síntese fugais e cai. E voltamos à oscilação dos contrários, a ondulação variante que não forma figura fixa. Notamos assim que na experiência vivida, na sucessão dos momentos reais, o ponto de equilíbrio não é propriamente um ponto, mas uma linha. E não é mesmo uma linha reta, mas sinuosa, que, gingando aos lados de um eixo meramente ideal, vai compensando as tensões de cai de lá e compondo com o jogo de desequilíbrio das partes o padrão do equilíbrio instável do todo. Eu ver, por exemplo, se o Sr. Leite quiser, vamos dizer como você pega o famoso estudo Max Weber sobre o fim da economia romana, onde ele vai mostrando vários entre choques, entre as forças econômicas e as necessidades econômicas da sociedade. Em nenhum momento você vê um equilíbrio instável parado, equilíbrio instável parado. Aqui, o equilíbrio, a busca do equilíbrio está sempre em movimento e sempre falhando, até que no fim não contém o equilíbrio mais e o todo desborou e a economia romana vai pobrar. Qualquer descrição, por exemplo, de que análise em ciência política, você sempre tem que levar isso em conta. Você tem, você pode, por exemplo, dar nomes opostos a forças opostas, mas essas forças nunca estão em oposição simétrica e estática, elas estão o tempo todo se movendo e se transformando em outro, mas se contamina com a outra, não é alterada pela outra e assim por diante. Então você vê que o simples raciocínio de oposição estática, que é que o código binário não serve para tudo. Você precisa de um raciocínio um pouco mais complexo para descrever situações mais próximas da vida real. Está dando para entender isso aqui? Espero que a Mariana Pineda tenha entendido tudo. Vou dizer para vocês, esse assunto aqui nunca foi estudado, porque é a primeira vez no mundo que alguém está mexendo com isso mais sistematicamente. Claro que essas coisas são aludidas, aqui ou ali, eu não sou o primeiro que sabe disso, claro que não, não sou o primeiro que percebe essas coisas, mas acho que eu sou o primeiro que está dando um tratamento mais sistematico para isso. Gostaria de saber aqui a opinião dos eminentes filósofos, santos cruz e cilugundos, e aqueles entendendo tanto do assunto, eles são capazes de julgar quem é filósofo que não é, eu queria saber que você exame esse problema aqui e resolve para mim. Notamos assim que na experiência vivida, na sucessão dos momentos reais, o ponto de equilíbrio não é propriamente um ponto, mas uma linha, e nem uma linha reta, mas sinuosa. Não o meu patia raciocina-se com frequência assim, um sintoma aparentemente alarmante, febre, sangramento, supurações, manifesta por certo um desequilíbrio, mas o clínico poderá abster-se de medicalo, sem julgar que esse desequilíbrio parcial de uma das funções contribuirá para restaurar o equilíbrio do organismo total. Por exemplo, quando você faz ginástica, você sente certamente um desconforto muscular, e isso é evidentemente um desequilíbrio daquele órgão do seu braço, a perna, etc. Mas isso não está contribuindo para o equilíbrio total, está. Então você não vai querer suprimir aquele sofrimento, aquele desequilíbrio, porque você tem em vista uma forma mais abrangente e mais complexa de equilíbrio que é o seu objetivo. Inversamente, pode-se também receitar um medicamento que rompa um estado de equilíbrio superficial para induzir desde o fundo das raízes orgânicas a formação ascensional de um novo e mais duradouro estado de equilíbrio. Se você tem uma doença crônica, isso não é um estado de desequilíbrio, é. Aqui está separado, então o que comédio faz? Ele rompe aquele estado para gerar desde o fundo do organismo um estado mais completo e mais satisfatório de equilíbrio. Conviem-nos que esse raciocínio é bem mais sutil e completo do que o anterior. Ele permite ir mais fundo na compreensão dos fenômenos. Por exemplo, os nossos naturalistas pseudo-orientais, se os nossos naturalistas pseudo-orientais estudassem um pouco do método hanemaniano, hanemanino, criador da homopatia, acabariam constatando, antes de estar do que nunca, que não existem alimentos que por si sejam Yin ou Yang. Ou seja, o alimento assume uma função Yin ou Yang conforme a sua combinação com outros elementos que estão entrando em jogo no mesmo momento. Então o que era Yang aqui pode ser Yin ali em vice-versa. Ou seja, o Yin e o Yang não são conceitos materiais. Aliás, eu tenho um amigo que é um grande estudioso disso e uma vez ele diz para mim, eu sou o único jeito que sabe tudo sobre o Yin e o Yang. Daí eu disse para ele, então me conta, ele disse, tudo é Yang. Podem pensar nisso até a próxima aula de Nasty. Mas sim apenas elementos que num estado de coisa, assumem provisoramente para determinado organismo os papéis das forças Yin ou Yang. Papéis que podem ainda se inverter com a evolução posterior do quadro. Quer dizer, o número de modificações disso aqui é ilimitado. Aliás, a tradição chinesa é categórica ao afirmar que o dualismo Yin e Yang é um extremo limite do cosmos. Preste bem atenção. Você quer dizer que Yin e Yang só existem quando você toma em consideração a totalidade do universo existente por existir. Não há coisas Yin ou Yang. Então, Yin e Yang são qualidades universais das quais os entes participam, partilhamente. É, é, é. Mas que essa dosagem vai sendo progressivamente mais e mais complexa à medida que descemos do plano universal para os mais particulares extensíveis. Desse modo, para avaliar se um ente qualquer, digamos, um Nabo Yin ou Yang seria preciso ponderar uma quantidade praticamente indefinida de variáveis entre as quais obviamente o momento e o lugar. Então, não dá para dizer Nabo Yin ou Nabo Yang. Ele será uma coisa ou outra conforme a sua posição dentro de uma situação enormemente complexa. Tais finuras jamais escaparam os chineses. É somente a toda grosseria da nossa cultura de massas que imagina poderes primeir conceitos cosmológicos em tabelinhas dietéticas. Mediante correspondências, rasas, lineares e no fim das contas, inteiramente fictícias. Mas, voltando, eu sempre imagino se ele pegar um Nabo e querer descreve-lo com conceitos feitos para o universo inteiro. Não dá para fazer isso, mas precisa o vir fazendo, é. Mas claro que tudo, com isso você transforma Yin e Yang em minhas figuras de linguagem. Figuras de linguagem que passo a dizer não alguma coisa de real, mas apenas algo que você quer expressar, uma impressão que você tem. Mas, voltando ao parágrafo anterior, você veja a confusão cognitiva que existe por baixo de qualquer raciocínio lógico que você faça. Qualquer um. As pessoas acham assim, não, a lógica provou, está aprovada, mas isso não existe. Na verdade, se você pegar todo o universo da ciência, ciência física, química, geológica, etc., nunca nada foi provado dessa maneira como as pessoas imaginam. Tudo depende de uma infinidade de fatores. Por exemplo, se você pega, é um exemplo que eu já lejei nesse curso, medições exatíssimas de qualquer fenômeno e você faz as contas de uma lei, esse fenômeno não é assim, pão, acabou. Ele disse, ah, é, como você fez as medições? Você não teve que usar uma máquina? E como você aprendeu a lidar com a máquina? Você simplesmente leu o manual de instruções da máquina e já saiu automaticamente sabendo lidar com a máquina? Alguém teve que te explicar e nas explicações que esse jeito foi dando, era tudo verbalizado, ou tinha gestos que ele fazia você observar. Então tem uma parte imensa de ensinamento não verbal que você teve que absorver para poder lidar com a máquina. E esse conhecimento não verbal então está na base do cálculo que você fez. E o resultado do cálculo depende do aprendizado não verbal que você fez, pelo qual você passou. Então é o seguinte, quando nós falamos de exatidão, a exatidão é sempre relativa, sempre, sempre, sempre relativa. Por isso quando o sujeito fala, hoje em dia é fácil, e umas pessoas falarem de consenso científico. Consenso científico só existe quando acabou a discussão. Já é uma coisa que ninguém consegue inventar uma objeção nova, então a objeção pode existir, mas ninguém conseguiu pensar nenhuma, então não tem objeção. Sabe quando isso acontece? Nunca. Por exemplo, um dos maiores físicos americanos que se chamava Eugene Ives, ele escreveu trabalhos de um valor extraordinário, mostrando que quem estava certo era o velho Newton. E que a física do Newton que o Einstein havia transformado em uma física limitada, um pedacinho da realidade, continuava sendo a física universal. Quem desmentiu Ives? Não. Essa questão, portanto, ainda está aberto. Todos nós acreditamos, nós vivemos agora na física moderna do Einstein, superamos a do Newton. Como superamos, ainda tem o sujo oferecendo argumentos de peso em favor de ação, você pode dizer, bom, a ter uma maioria, ah, então é uma questão de voto, a maioria votou nesse, não votou no outro. Então qual é a diferença entre uma conclusão científica e o resultado da eleição entre o Bolsonaro e o Cagades? Então, em geral, as conclusões científicas são todas assim, elas são sempre problemáticas e esvanciem assim, pelos séculos do século, qualquer cientista experimentar com experiência sabe que as coisas são assim, e ele sabe também que ele não vai levantar todas as questões ao mesmo tempo, por uma impossibilidade prática e não por uma objeção lógica irrespondível. Então, muito na ciência é feita apenas por conveniência prática, do momento, e não por uma conclusão final. Só no Brasil as pessoas acreditam em conclusão e finais, porque acredita que a física que ele aprendeu no ginásio é a resposta final para todos os problemas físicos do universo. Acredita mesmo, mesmo. E quando você faz uma crítica em qualquer Newton ou Einstein, ele acha que você está refutando totalmente a obra do Newton ou Einstein, coisa que ninguém jamais poderá fazer no mundo, coisa que é impossível. E fica ofendido por isso. Os caras acham que qualquer desafio a física que eles aprenderem no ginásio é uma aberração humana. E bom, mas, vocês entendem por que a produção científica do Brasil simplesmente não é lida no resto do universo? O Brasil, em matéria de produção de trabalho científico, está além de 12 segundos no lugar, em matéria de repercussão está em quadragésimo quarto ou quincorgésimo. Isso quer dizer, a produção científica do Brasil não é para nada, ninguém se interessa, todo mundo sabe que você é besteira. Então, é tudo para mostrar para a mãe, mãe, eu passei aqui e agora eu só doutor. É assim mesmo, porra. Então, por exemplo, discussão filosófica, científica no Brasil não existe, simplesmente não existe. É tudo só fingimento, só teatro. Agora, nós sabemos quanto o destino de um país hoje depende da ciência, da tecnologia, etc. E está na mão desse idiota, pega lá o cara da Ampofe, estou bem decretindo, meu Deus do céu, não estou brincando. Você acha que eu estou gostando de falar isso? Mostrar que eu sou mais inteligente que eles? Você acha que é isso? Não, isso é uma tragédia monstruosa, meu Deus do céu. Vamos continuar? Mas, voltando ao Parágrafo anterior, qual a diferença entre os dois raciocínios que acabamos de descrever? No primeiro, os dois termos eram opostos estaticamente pela equidistância a um centro. Mas, se passamos da ideia do equilíbrio estático, a de equilíbrio dinâmico, isto é, do conceito abstracto à experiência concreta. E assim verificamos que o equilíbrio não é feito somente de simetria e equidistância, mas também de interação, de conflito e de reciprocidade entre os dois polos. Então, estes já não são opostos e se incomplementares. Então, nós passamos da oposição completa à complementaridade entre os dois opostos, sendo que um participa do outro, outro participa do um. Então, se você pegar esse segundo raciocínio aqui, se você pegar todinha a ideologia de gênero, está baseada nisto, nessa complementaridade. E se você insiste na complementaridade, só nela, sem passar para as etapas seguintes que eu vou explicar aqui, você acaba apagando todas as diferenças, a dizer, objetivas estáticas, o que é impossível também. Se você provou que uma oposição estática não é estática, mas é uma oposição entre complementares, você aboliu essa oposição? Não, mas pode parecer que sim. Se você não entendeu a passagem do confronto estático para a complementaridade, você acha que a complementaridade anula os opostos. Mas se anula os opostos, como que eles vão poder se complementar? Quer dizer, você pega os dois elementos e para complementar você joga os dois fora. Que é exatamente o que a ideologia de gênero faz. Esse tipo de raciocínio que está no fundo da ideologia de gênero. E muitas vezes está no fundo das objeções da ideologia de gênero. Já não são apenas as extremidades de uma escala, mas as matrizes de uma harmonia. Tão indispensáveis e complementares uma a outra, como o semen e o óvulo, o arco e a corda, a vibração sonora e a vibratilidade do tímpano. Já não nos falo somente pela sua equidistância fixa, mas por assim dizer cristalizado no céu, mas pela sua convivência a um tempo hostil e amorosa, grávida de tensões e possibilidades latentes. Por isso é uma coisa muito mais complicada de você descrever. Mas você não vai poder abolir a oposição inicial. Você relativiza, mas a confusão entre relativizar um conceito e abolir-lo, hoje está na cabeça de todo mundo. Você relativizou um conceito e já jogou aquilo fora. É isso. Vamos mais um pouquinho. Aprofundando mais a diferença, verificamos que ao trocar de ponto de vista, introduzimos a variável tempo, ou mais simplesmente sucessão. Antes não estava levando em 50, só pensamos o par de opostos estáticos. Mas tão logo você lembrou, por exemplo, que existe um ciclo solar, existe um ciclo lunar, ou o negócio já mudou completamente, porque as aparências dos dois se modificam ao longo do tempo. A Lua nunca é estática, a Lua tem as quatro fases. Existe um outro trabalho meu que eu chamo da tripla intuição, onde eu levo em consideração o seguinte ponto, quando o ser humano se tocou de que existia Sol. A primeira vez que ele viu o Sol. Ele viu o Sol porque o Sol está brilhando, se o Sol está embaixo do horizonte, ele não vê nada, ele não está vendo o Sol nenhum. Então, isso quer dizer que a visão que ele tem do Sol é a mesma coisa que a visão que a consciência que ele tem da sua capacidade de enxergar. Se não tiver Sol, ele não vê nada, não tem a luz elétrica, não tem a vela, não tem a coisa nenhuma. Então, o Homemzinho de Neanderthal só enxerga quando tem Sol. Então, ele só pode tomar consciência de que ele tem capacidade visiva quando ele está vendo coisas iluminadas pelo Sol. E tomando consciência, eles são iluminadas pelo Sol, porque só tem uma fonte de luz, não tem duas. Agora, como é que o ser tomou consciência de que existe Lua? Foi assim também, impossível, porque a Lua tem várias faces que mudam ao longo do tempo. Olha, é um negócio virado para cá, para não ligar as coisas. Vai para lá, é um tudo escuro e ora é um disco. Se ele não acompanhasse pelo menos um ciclo lunar inteiro, ele não sabia o que é Lua. Vocês entendem porque em todas as mitologias astrológicas do mundo, a Lua está associada à ideia da passagem de tempo, porque se a passagem de tempo você não tomaria conhecimento dela. Então, você precisaria observar, em várias situações, guardar aquilo na memória, relacionar uma coisa com outra, daí você dizia, ah, isso são quatro faces da mesma coisa. Isso deve ter demorado milênios, porque eu não entendi isso aí. É, é... Grosso modo, podemos dizer que o primeiro raciocínio, ou da diferença estática, é um raciocínio loja e connalítico. É o raciocínio que o computador faz. Ou de identidade e diferença, raciocínio de identidade e diferença. E que o segundo raciocínio dialético, no sentido reguiliano e não aristotérico do termo, pois explica a diferença. Os que se imaginam reguilhanos sempre acusaram a lógica de identidade, de ser puramente estática, de visar antes a abstrações formais do que as coisas concretas e mersas no fio do tempo, submetidas a transformações incessantes. O raciocínio dialético pretende aprender o movimento vital, vital, por assim dizer, das transformações vitais do mundo, do fenômeno. A verdade, segundo esse método, não está no conceito fixo dos entes isolados, mas no processo lógico temporal, que ao mesmo tempo os revela e os constitui. É o sentido da famosa fórmula de reguil, Wesen ist, a essência de um ente é aquilo em que ele se transformou. Ou seja, a essência de um ente não é a forma externa que ele nos mostra no momento, mas o resultado do fluxo total das suas transformações. É a mesma coisa, por isso ele usa, por exemplo, se eu pergunto que é uma árvore, eu não contento se alguém me mostra uma semente. De o que é esta semente? Você saberá o que é a semente é quando ela tiver crescido e formada árvore. Esta semente é uma nogueira, esta semente é um carvário, esta semente é um abacateiro e é sim por exemplo. Então, saber o que uma coisa é não é contemplar uma essência estática, mas observar um processo inteiro de transformações e chegar ao seu resultado final. Já é um raciocínio muito mais complexo. Porém, dá para você fazer esse segundo raciocínio se você abolir a distinção inicial, a distinção estática inicial, não dá. Então, você tem que usar a lógica de identidade, o mil de lógica formal para você poder acrescentar alguma coisa em cima dela e fazer um raciocínio dialético regueliano. Então, chama de dialético regueliano porque reguel considera a dialética superior à mela lógica formal. A aristótica de uma era assim, ele entende a lógica apenas como uma confrontação de ideias opostas, ou seja, uma técnica de pensamento. E reguel achava que a dialética era a própria lei constitutiva do universo, uma coisa objetiva. Então, é um negócio muito mais pretensioso. Na astrologia, o símbolo que evoca este segundo enfoque é o do ciclo lunar. Ele projeta na tela dos céus o espetáculo da permanência na mudança, do ser que se revela e se constitui no devir. De fato, são as mutações, mesmas, da face lunar, que acabam por mostrar ao homem a unicidade da fonte de luz, que, pelo jogo das posições recíprogas sucessivas, cria esta impressão de mudança e variedade, o sol. Você tem a permanência do fator solar por baixo das várias transformações de aparência da Lua. As várias aparências da Lua não são nada mais do que vários reflexos da luz solar. Então, você tem ali, nesta cena, no primeiro caso, você tinha o contraste de duas formas estáticas. Agora, você tem, nesta visão, você tem a articulação da identidade com a mutabilidade. Todo problema do platônico, do um e do múltiplo, está tudo contido aqui. De fato, são as mutações mesmas da face lunar, que acabam por mostrar ao homem a unicidade da fonte de luz, que, pelo jogo das posições recíprogas sucessivas, cria esta impressão de mudança e variedade, o sol. Ora, o sol não pode ser olhado diretamente. Na fórmula preciosa de Chesterton, a única coisa criada, a luz da qual olhamos todas as coisas, é a única que não podemos olhar. Então, nós não podemos olhar a luz, nós olhamos as coisas a luz da luz. Então, isso quer dizer que a unidade, por trás do processo das mutações, não pode ser vista em si mesma. Ela é vista através do processo das mutações. Se você pensar bem, todo método histórico vai baseado nesta aqui. Não é possível entender o que é a essência histórica sem ter meditado sobre isso aqui. Por isso, quando diz que o Eduardo Bueno ou o Vila são historiadores, você está brincando comigo? Isso são coletores de recorde de jornal. É isso que os caras fazem, dois imbecis completos. Então, a menor ideia do que são os problemas metodológicos, filosóficos que tem na ciência histórica, nada. É um negócio absolutamente primário. Entende o que é que tem raiva de mim? Tem que ter mesmo. O Sol é assim uma invisível luminosidade. A Lua, por seu lado, pode ser vista com seu claro perfil recortado no céu, mas para compensar esse perfil não é constante. Assim, cada uma das luminárias, aparentes, tem algo de esquivo para não dizer de equívoco. Um foge ao olhar direto por seu brilho insuportável, a outro por sua forma cambiante. Foge à representação estática que preludia, na esfera do imaginário, o que no plano do raciocínio seria a cristalização conceitual. Ora, a mutação da aparência lunar atravessa nitidamente três fases, ou fases, a quarta face, a Lua nova, invisível. Na primeira, a Lua aparece crescer como fonte de luz progressivamente independente. Aí atinge uma plenitude. Aparece no céu a equivalência plena dos dois círculos luminosos que nós vimos no começo aqui do estudo. A Lua cheia e o Sol. Com meio grau de arco. Se a mutação se detivesse nesse ponto, diríamos que há duas fontes de luz no céu. Mas o momento da plenitude já anuncia o declínio. Já contém o germe da sua supressão e vem aminguante. E, enfim, a Lua desaparece. O Sol, que durante todo esse tempo permaneceu constante sobre a sua capa luminosa, revelou-se e, para o intelecto observador, constituiu-se como fonte única real de luz. Expressa e desdobrada temporalmente pelo compasso ternário da superfície refletante, a Lua. Você vê que toda a nossa noção de lei científica é observação de um nexo constante por trás de uma mutabilidade qualquer. Como o ser humano poderia ter desenvolvido essa ideia sem observar as relações entre o Sol e a Lua? Ele não teria um modelo físico como por essa ideia. Hoje é muito simples, todos nós entendemos, você tem uma variedade de fenômenos, por trás dela você tem uma lei constante. Por exemplo, a lei da gravidade ou qualquer outra coisa. Como é que nós chegamos a isto? Você vê que isto é tão difícil que, no começo, os filósofos negavam a existência da mutabilidade com parmenes. Tudo que é mutável é falso. Só o que é estático e permanente é real. Ou fazia o contrário, não há nada permanente, tudo está sem puder. Como faz o hieráclito? Você acha que o hieráclito de parmenes é um dos idiotas? Você acha que eles não fizeram força para chegar a esta conclusão? Fizeram, eram dois gênios. E eles não chegaram a este ponto. Peraí, o que nós estamos buscando é um tréco, chamado lei científica. Lei científica é uma fórmula permanente por baixo de um padrão de mutabilidade. Isso custou o esforço para o ser humano. E este esforço não seria possível se não houvesse esta base material invisível para ajudar nossa mente. É isso porque eu acho que a coisa mais absurda da filosofia e da ciência dos últimos séculos é tentar buscar toda a chave do conhecimento do cérebro humano. Como? Se você tirar o cérebro humano deste quadro de espaço temporal que tem sol, lua, terra, ele não faz nada. Então isso significa que as formas todas do nosso pensamento e do nosso conhecimento estão todas dadas na natureza externa e elas se impregnam em nós pela experiência. Nós vemos o sol, nós vemos a lua, nós vemos o horizonte, nós sentimos a passagem do tempo. E isso vai estruturando a nossa mente, não está nada no nosso cérebro. O cérebro só é cérebro, ele registra essas coisas e guardar um pouquinho delas, que a maior parte a gente percebe e some. Então quer dizer, agora que vamos fazer aqui a ciência cognitiva e vamos pelo exame do cérebro, vamos descobrir todo o processo cognito, ele está doido. Pega um cérebro e coloca no espaço, sem todo o universo físico em torno, para que ele serve? Ele é até inconcebível, porque afinal de contas ele não passa de mais um pedaço do universo físico. Então as formas essenciais do conhecimento, da lógica, do pensamento, da estética, todas estão dadas no universo em torno e se impregnam em nós. Desde o nascimento, ou até antes do nascimento, existem tudo sobre isso. Então se queremos entender o nosso processo cognitivo, não é para nós que temos que olhar, é para o universo que é nosso professor e nosso guia, em tudo. Então você vê, eu estudei falando mal do Augusto Conte, por causa da invenção da ditadura tecnocrática, mas você se conta uma doutrina de um filósofo, não quer dizer que você joga fora toda a obra dele. E ele tinha, isso que eu estou dizendo, ele entendia perfeitamente sobre o interior e o exterior. Ele tinha reglado, ele deu danpa, ele deu regra, o interno pelo externo. O que é o externo? É o universo, o universo é o nosso professor, o universo é o nosso guia, não o nosso cérebro. Vamos lá, tá bem. Na simbólica espiritual, o sol representa a inteleção, a verdade e a lua amente o pensamento. Outro dia, uma vez o cara me perguntou, vem, o que é o espiritual? O espiritual é aquilo que só se revela a nós pelo pensamento, mas que transcende o pensamento. Não é só pensamento, é alguma coisa para trás. O que eu falei agora pouco sobre a lógica pura é isso. A lógica pura são relações que não dependem do nosso pensamento, mas as quais nós só chegamos pelo pensamento. 2 mais 2 é 4, não depende que eu pense isso, mas eu só posso chegar a isso através do pensamento. Então, essa é a diferença da mente e a inteleção. Pensamento e inteleção. Ou intuição, se quiser. A pessoa usa uma palavra, intuição e outro sentido, por isso que eu prefiro a inteleção. Isso aqui está muito bem maravilhosamente explicado. Essas duas linhas, que se eu fosse explicar elas, eu ia dar o livro do Bernard Lonergan, Bernard Insight, que é o livro feito para explicar por que nós entendemos alguma coisa. A mente, o pensamento, a imagem subjetiva da verdade na dialética. Uma verdade latente se constitui no espírito humano pelo processo do devir que a patenteia, que a verifica, torna a verdadeira. Então, há todo um processo mental que em si mesmo não é verdadeiro, mas que indica a verdade que o constitui, a verdade que está por baixo de tudo que o constitui. Então, é a Lua mostrando a origem da sua luz, através das suas mutações, mostrando a origem da sua luz, que não é ela mesma, é sim, o Sol. Então, entendeu? Muito bem, por hoje é só, vamos para as perguntas. Daqui a pouquinho. Alô, pessoal, vamos lá. Hoje a Leila me avisou que tinha umas perguntas estranhas e eu realmente tenho. Mas eu vou começar aqui com uma pergunta séria. William Waldemar do nascimento do Silva. O senhor disse que captar a forma de um ente é perceber o seu esquema de possibilidades, as potencialidades que são intrínsecas ao percebido. Aristóteles, porém, afirma que só podemos conhecer aquilo que há de mais atual no ente. Isso é a sua forma. Devemos entender por tenta que a sua teoria se ocorre a Aristóteles. Não de maneira alguma, porque quando a Aristóteles diz a forma, ele não está falando formato, quer dizer, a sua visibilidade atual. A forma quer dizer exatamente o sistema das possibilidades que são características daquele ente. No fundo, o fundo é o mesmo, a coisa com a Aristóteles, apenas um pouco mais elaborado, ponto de vista psicológico, não cognitivo. É exatamente o mesmo conceito. Então, Aristóteles dá um exemplo, por exemplo, uma mão cortada tem formato de mão, mas não tem forma de mão, porque ela não tem as possibilidades da mão. Então, forma quer dizer, sistema organizado de possibilidades. Esse sistema em si mesmo, ele é indescritível porque ele é ilimitado. Então, você se resume à definição que vai distinguir aquele objeto de outros objetos. Mas não quer dizer que você está fechando o circo das possibilidades. Então, por exemplo, existem várias possibilidades de um ente que não dependem da sua essência. Por exemplo, quando você pega um gato e transforma numa cuica, certamente a cuique cidade do gato não faz parte da sua definição. É uma possibilidade que veio de fora e, pela violência, como diz Aristóteles, modificou aquele... todos nós podemos, né? Todo ente pode sofrer o que ele chama de mutação violenta. Mutação violenta faz parte do seu circo de possibilidades, tá certo? E está dado na sua forma, mas não como uma propriedade que pode ser deduzida desta forma. Se vem uma violência externa e acerta um ente numa possibilidade que ele não tem, não acontece nada. Por exemplo, você tentar ensinar grego para um gato. Você pode tentar, mas não vai funcionar, porque ele não tem em si mesmo a forma requerida para aprender isso. Mas virar cuica, ele tem essa forma, entendeu? Então é isso. Agora, tem algumas perguntas estranhas aqui. Quando e como o senhor Vivençoe te estimulou que a maior força humana é a personalidade? Foi vendo pessoas que não tinham nenhuma. O senhor Terrey Sendoven, no cofre, não sei já responde esse programa, gostaria de responder esse favor. Queria saber como faz para me livrar de vez da masturbação e da pornografia. Arrua uma mulher gostosa. O senhor, o que o senhor pensa sobre a hipotética e indicação do Padre José de Anche? Todo próprio Padre Antônio Vieira, o título de Patrona da Educação, qual que é um tabom desde que não seja eu, está tudo bem. Tem duas perguntas aqui. Vocês podem fazê-las? Se você tinha uma, ela tem outra. Mas tem que ler aqui. Quais ramos da filosofia do direito podem se opor a Ronald Orkin? E a segunda, em várias aulas o senhor mencionou que ainda existem vários caminhos da filosofia que precisam ser abertos pelos alunos do cofre. Peraí, peraí, vamos por parte. Eu vou responder primeiro. O que é o que é o Ronald Orkin? O Ronald Orkin parte de uma regra que é muito certa, que os princípios estão acima da lei. Mas acima não quer dizer que seja um contrário à lei. A lei deriva do princípio. E portanto ela é já uma aplicação do princípio. Se você precisar opor o princípio à lei em todas duas aulas, ou há uma falha lógica no caminho que leva do princípio à lei, hoje está contreta, querendo ignorar a lei em nome de um princípio, que é exatamente o que faz o Orkin. Vamos lá. Não está continuando aquela mesma, né? Em relação ao direito, quais caminhos ainda precisam ser abertos? O senhor poderia mencionar alguns exemplos? Bom, essa é uma questão que eu não precisaria pensar um pouco mais. Eu não tenho uma resposta pronta para isso. Mas assim, a primeira vista, eu vejo inumeráveis problemas na esfera do direito. O primeiro problema é a mera existência de um poder legislativo permanente. Um poder legislativo permanente ele vai estar permanentemente legislando. E isso aí viola uma das regras fundamentais do direito que ninguém é obrigado ao impossível e de que ninguém pode alegar o desconhecimento da lei. Como eu não posso alegar o desconhecimento da lei se o seu conhecimento é impossível? Então eu acho que esse é um dos problemas fundamentais que nós temos que resolver. Quer dizer, ou nós simplificamos drasticamente tudo isso e paramos com essa história de cada deputadinho apresentar milhares de projeto de lei. Eu cada vez que vejo um deputado dizer, ah, eu apresentei 2433 projetos de lei, eu mandaria fusilar em Medatrix. Agora você dizia, não, eu tirei 25 leis, oh, você ajudou. Teve um advogado que fez isso, ele ajuntou toda a legislação tributária brasileira, imprimiu e foi fazendo uma pilha, a pilha era mais alta do que ele. Quem é que pode alegar o conhecimento disso? Isso é feito para que todos os cidadãos estejam, em princípio, fora da lei. E então o poder, a classe dominante escolhe quem ela vai punir, quem ela vai esquecer. Então isso quer dizer que o princípio de lei e ordem virou um princípio de caos total e de arbitrariedade irrefriável. Esses são problemas que têm que ser resolvidos, não são problemas teóricos, mas problemas prásticos, mas são terrificantes, não é isso? Bom, vamos lá, tem outra pergunta aqui. Professor, a minha pergunta remonta ao... A comparação do sol e da lua, da percepção do que é real e do que não é real e dessa interdependência do que é real e do que passa pela interpretação do real através do intelecto. Existe aí uma referência à alegoria da caverna de Platão entre o que é real, o que a mente interpreta que é real num dado momento e num segundo momento saindo da caverna no caso, você tem uma noção real do que é o real e não aquela noção do que você achava real. Me fiz entender ou não? Perfeitamente, perfeitamente. Toda interpretação dos dados é baseada na comparação com outros dados, quer dizer, você toma um dado como figura de linguagem ou como elemento comparativo e compara isso com um outro dado anterior. É certo? Portanto, toda dúvida sobre o mundo exterior baseia-se numa fé no mundo exterior. Se você não confia em nada do mundo exterior, você não tem como colocá-lo em dúvida. Então, muitos desses problemas são totalmente falsos, muitos deles não existem simplesmente. Claro, nós podemos viver num universo fictício, se em vez de confiarmos os nossos sentidos, confiarmos no que as pessoas dizem. Por exemplo, o todo seticismo antigo, ele não passa de um monte de pegadinhas. Aqui no negócio de, ah, você põe o pau dentro do dago e ele parece que está quebrado. Eu digo, me diga, por que que o pau dentro do dago deveria parecer igual a um pau na superfície, no ar? Por que que seria isso? Você está partindo do princípio de que as coisas não deveriam ser assim, me prove que não deveriam ser assim. Não tem prova, então eu pergunto, é idiota. Ah, o que está longe parece menor do que está perto. Eu digo, se não parecesse, como é que você ia saber que está longe ou que está perto? Quer dizer, são objeções, os seticos antigos são uns pentelhos. O negócio é só fazer pegadinha para dificultar a vida dos outros. Se você passa a vida ouvindo essas pessoas, você vir de fato se fecha dentro da caverna do Platão. E alguém tem que tirar você de lá para você ver como as coisas são realmente. Mas toda esta coisa fictícia é criada pelo falatório. Agora, se desde o início você é educado para acreditar no que os outros dizem e não no que você vê, você está lascado. E o fato é que muito do que nós chamamos de educação é exatamente isso. É tudo o negócio do Grosso Marcos, afinal você vai acreditar em mim e os seus próprios olhos. E olha, eu sempre tive uma defesa instintiva contra isso. Não tanto instintiva, mas em parte aprendida. No dia em que o professor de geometria disse que um ponto não media nada, e que vários pontos somados formavam uma reta, eu disse o seguinte, eu não quero aprender este negócio. Isso vai me fazer mal. E eu só voltei isso, daí só os 38 anos quando eu descobri a solução desse problema. Agora, se você vem engolindo lições e mais lições e mais lições, você sabe que são absurdas, mas que você quer aprender só a operar aquilo para passar de ano, você está sendo imbecilizado. Mas o culpado não é só o professor, não é você mesmo que aceitou esse jogo. É claro que nesse ano eu não passei de ano, porque quando esse professor entrou na sala eu saía, falando que esse eu não quero. Eu só não consegui me explicar isso, eu não vou assistir a segunda aula. E fiz muito bem com isso aí. Porque se você aprender a operar um negócio, só para imitar os outros, parecer bonitinho, mas você não está entendendo, ele está destruindo a sua inteligência. Quer dizer, em vez de você primar pelo entendimento, você está primando pela imitação da imbecilidade. E isso é praticamente a educação brasileira inteira. Então, as desilusões que eu tive com o ensino secundário, que me induziram a largar, eles falaram que não tem que estudar sozinho, não posso continuar na mão dessa gente. Isso tem um bando de loucos, de cegos criando cegos, eu não quero aprender com essa gente. Eu vou procurar coisa melhor. E claro que sempre achei coisa melhor, só você procurar você acha. Foi porque eu saí dali e encontrei o livro do padre certinho, e eu falei, oh, oh, oh, oh. O livro do padre certinho é mais do que todo o ensino escolar recebido do primário até a faculdade. Agora veia aí, bosta desse cíclico, você não tem diploma, não sei o quê. Você eu sei que você tem, eu posso confirmar, quando eu ouço você falando inglês, eu confirmo que você tem diploma. É isso. O cara diz que fez tudo errado, com esse inglês é mentira. Com esse inglês certinho você não pode acompanhar do curso nenhum em Harvard. Alguma coisa errada tem aí, cabe a você explicar. É que nem o diploma de economia da Dilma, né? Olha, o pessoal da Ministério da Educação, quando começou o negócio do Lava Jata e educação, já descobriu 600 mil diplomas falsos no Brasil. 600 mil, vocês sabem o que é isso? Isso ainda vai ser esclarecido o dia. Meu filho, eu não tenho títulos nem no protesto, o portanto nenhum deles é falso. Vamos lá. Pô, lá, o que eu tenho que fazer? Pode. Durante a aula tentando aplicar esse simbolido do sol e da lua para o tema da vocação, que é um tema que eu tenho pensado muito ultimamente, eu percebi que existe dois momentos nessa busca da vocação, que um momento seria mais solar, que você está mais pacificado, e você consegue se entregar às atividades e fazer as coisas sem pensar muito. Você não tem uma imagem muito clara do que é a sua vocação, você está se dedicando às atividades que fazem parte dela, você sente um certo sentido de realidade e realização. E um outro momento em que você está mais perturbado e você busca essa unidade de algum modo, mas você só consegue ter unidades parciais, que seria um momento mais lunar. Às vezes você fica seduzido por essas partes que você vê da sua vocação, você busca aquilo, busca fixar aquilo de algum modo, mas você sempre se der errado e aí você acaba descobrindo que ele não é sua vocação e tal, e aí eu pensei que nos faz sentido pensar que de certo modo a solução desse problema seria talvez uma aceitação dessas partes sem essa busca para uma fixação de uma imagem, de uma forma prematura, de modo que essa luz vai se mostrando cada vez mais clara, e essa unidade vai se revelando cada vez mais, seria essa a solução do problema. Bom, então em primeiro lugar, a sua vocação é a sua personalidade real, quer dizer que é o objetivo ao qual você está dedicando a sua vida, e a personalidade não pode ser conhecida como uma representação mental, uma imagem que você tem, não dá para conhecê-la. Aí entra um pouco o negócio da teoria e da indeterminação, mas se você sabe a posição, você não sabe a velocidade e vice-versa, nós temos essa dificuldade, mas ela é constitutiva na nossa condição verdadeira, quer dizer, aquilo que nós estamos buscando ser não pode se apresentar para nós como uma forma, como um personagem, não dá para fazer isso, muito menos com o nome de uma profissão ou coisa assim. Então, esse conflito que você mencionou, ele é a própria vocação no seu desenvolvimento. Ele não é um problema da vocação, ele é a vocação. Deu para entender? Bom, aqui, perco o senhor a um católogo que tem muitas críticas ao protesto antigo, Dora Vantos, o senhor tem muitos alunos dessa linha religiosa, que o senhor tinha a dizer para alunos que com exposicionamentos o possam os seus. O senhor aconselha que eles abandonam as suas crianças. Escuta, mas você acha que eu estou aqui para resolver cinco séculos de disputas teológicas? Pô, o que você acha que eu sou? O super-homem? Eu não consigo resolver essas coisas. Como eu sou católica, eu acredito que é gratólica, lá certo e que eu sou até errado. Mas pede para mim, demonstra isso, ponto por ponto, eu não posso fazer. Então, eu não tenho autoridade para isso, então eu tenho que procurar ver, nos evangélicos, o que tem de bom no que eles estão fazendo, e orar por eles, orar para que Deus aceite as preces deles. É isso que eu posso fazer, porque sobretudo, por causa do que aconteceu no Brasil, que os bistros católicos quase todos traíram e passaram por outro lado, então se não existisse a Igreja Evangélica, o Cristianismo seria desaparecido do Brasil. Como é que eu vou reclamar do que o cara está fazendo isso? Ô, o Cristianismo que eles estão fazendo não é igual o que eu tinha antes, mas é algum Cristianismo, e está certamente mais próximo da Igreja Católica do que o catoliciano, que esses caras da teologia de libertação estão vendendo. Então, isso aqui não é problema para mim, só é problema para você, por frescura. Você não precisa ter uma solução dessas coisas todas, né? Eu também não preciso. Olha, isso aí que nem os caras, é você acha que o mandato do Papa é legítimo? Opa, se a Igreja depender de mim para resolver esse problema era talascada, é uma coisa óbvia, né? Quer dizer, você não ter a modesta de reconhecer os limites da sua capacidade cognitiva dentro do prazo da sua vida, então você é doido, né? Deu para entender? É isso mesmo. Não, eu vejo que tem mais aqui. Aqui, estou começando a escrever artísticas poeticamente há pouco tempo, em parada de redes sociais, não entanto ainda estou sem um norte. Minha vontade de contribuir para a poesia e a auto-cultura brasileira não é preciso saber como aprofundar as minhas obras em primeiríssimo lugar, meu filho, você tem que respeitar a gramática da sua língua. Em tudo, eu vejo que tem erros de gramática aqui, né? E isso é o principal, né? Você pega a gramática do Napoleão Menzel e de Decória até o fim, faça isso, não tenha medo de fazer isso, vai dar certo, né? Claro que você tem talentos da involtada, tem criatividade, né? Falta isso, e estalhe o que falta para todo mundo? Um surreito que não domina a gramática da sua língua, não tem o mínimo respeito pela cultura do seu país e pela sua nação, né? Está aí todos os cirurgomes, santo cruz, morão, todos os que estão dando palpite, dá uma redação para a espalha e vai ter 10 erros de português. Ou seja, não re... A identidade nacional formada por língua, religião e auto-cultura. Se você não respeite essas três coisas, você está fora, você é inimigo da patria, tá? Então, eu não estou dizendo que você é isso, mas estou dizendo que não seja isso, tá? Então, até a semana que vem, muito obrigado.