Bom, vamos lá. Boa noite, sejam bem-vindos. Hoje eu vou continuar com aquela exposição, na verdade, das raízes intelectuais do movimento 68 dos anos 60. Então, precisa ter em mente duas coisas. Primeira, eu não tive nessa parte a menor preocupação de ordem coronalógica. Estou apenas dando um exemplo, um mostruário e não construindo uma história. Em segundo lugar, cada uma dessas partes, ela não contém um resumo do pensamento do personagem, mais apenas destaco alguns pontos que se tornaram influentes na formação desse movimento. Se você se lembra da primeira rodada dessas séries de aulas que eu examinei o marxismo, nós nos ensinamos como a formação da nomenclatura e da tirania soviética era uma coisa que já estava embutida de algum modo na própria estrutura interna do marxismo graças à tensão entre intelectuais e proletárias que o Karl Marx nunca resolveu e, aliás, não chegou nem mesmo a formular, embora ele percebesse que essa coisa existia. A gente sabe disso por observações casuais que ele fez para outras pessoas, mas isso não foi incorporado com o marxismo, não foi problematizado na obra dele. Então, de certo modo, o desenvolvimento das coisas não não é uma soviética. E também na China, ou em qualquer outro governo comunista do mundo, sempre segue, vamos dizer, a lógica interna de uma contradição que já estava embutida na teoria lá no começo e que poderia ter sido percebida no primeiro instante caso houvesse observadores qualificados. Infelizmente, o marxismo, até, digamos, os anos 1910, até 1920, ele não tinha atraído a atenção de estudios acadêmicos, ele não levava aquilo muito a sério. Então, quando viram os efeitos catastróficos depois, bom, daí tiveram que procurar uma explicação retrativamente e buscar um entudo. Houve até gente que fosse buscar as origens da tirania soviética na tradição do governo tsarista ou nas tradições da grita ortodoxa e especularam tudo, mas só esquecendo de perguntar isso. Será que isso já não estava dentro da própria teoria? Essa operação foi relativamente fácil, porque existe um corpo de obras que expressam a Doutrina marxista, as obras de Marx Engels e Lenin, então você pode acompanhar tudo ali. Quando lá passamos para a segunda etapa, que é a revolução, chamei a revolução diversitária ou chamar a revolução multicultural, como você queira, a coisa se complica formidavelmente porque você não tem esse movimento, não parte de um corpo de Doutrina ou de um conjunto de livros canônicos, você tem milhares de fontes diversas que foram confluindo para produzir esse movimento e na verdade para produzir toda essa etapa histórica que nós ainda estamos vivendo. Então é preciso primeiro rastrear essas fontes, só que quando você faz isso você descobre que a verdadeira década revolucionária, a década da ruptura, não foi os anos 60, não foi os anos 50, praticamente tudo, todas as ideias que eclodiram nos movimentos estudantis de 68, já estavam prontas na metade da década de 50, ou no máximo nos primeiros anos de 60, ou seja, de 62 até 66. Essas fontes são heterogêneas, mas elas confluem para a mesma finalidade, que é a destruição da civilização acidental. Existem muitos motivos para você querer destruir uma civilização, assim como podem haver muitos motivos para você destestar um sujeito, podem haver até motivos antagônicos. E do mesmo modo, o que aconteceu é essa confluência de hostilidades antagônicas e nitricias, algumas absolutamente incompatíveis, como por exemplo se você pegar movimento feminista e islamo, como é que as duas coisas podem caminhar juntos, então elas têm um inimigo comum. E o ódio desse inimigo supera, táticamente não, estratégicamente supera, táticamente as divergências. Então, fazendo esse repertório que não pretende ser completo, então cada um dos itens não é um resumo do pensamento do, a respectivo pensador, mas é apenas, vamos dizer, um apanhado dos aspectos do seu pensamento que tiver, que entraram na corrente geral e acabaram criando uma atmosfera cultural comum já nos anos 50. Então, isso aqui é para você ver como é absurdo aquele negócio do zoenventura e dizer que, de repente, num mistério os estudantes começaram, de toda parte começaram a dizer as mesmas coisas, cantar as mesmas músicas, e eu digo, não, isso foi longamente preparado. Então, nesta parte, a exposição divide em três partes. Primeiro, o artismo, depois as fontes dessa revolução multicultural e depois a mecânica, a transfiguração dessas ideias todas num movimento político, onde nós vamos ter que entrar no detalhe mais importante, quem pagou a conta, como foi possível que essas ideias saíssem do papel para entrar na mídia, no show business, nas universidades, etc., etc. Em alguns casos, a descrição do processo é muito simples, como aconteceu na Alemanha, na Alemanha depois da guerra houve um esforço que eles chamavam de desnazificação e os comunistas tomaram dianteira disso aí, então, evidentemente, qualificando de nazia tudo que eles não gostavam e se livrando tudo e ocupando integralmente as universidades alemães. As universidades alemães ocidental eram inteiramente dominadas pela doutrina marxista já na década de 50. O condutor desse processo, onde alcançou seu auge no governo Willy Brandt, que depois se descobriu terem de seus acessores diretos um espião soviético, se aqui ele mesmo não era espião soviético, esse processo foi conduzido pessoalmente pelo Jürgen Habermas. E o Habermas é um filósofo extremamente medíocre, a única ideia que ele teve na vida é a tal da distinção entre o que ele chama pensamento propositivo racional e o pensamento comunicativo. É certo que é uma distinção que já estava dada desde o século XIX por vários expoentes das chamadas ciências do espírito. Willy Brandt e Raykert, todos eles já tinham feito essa distinção, que é a distinção entre um pensamento lógico dirigido a um fim, portanto um pensamento técnico que visa a produzir um resultado por um encadimento previsível de caus e efeitos e por outro lado um pensamento que se baseia na busca de um vago consenso, de uma espécie de harmonia entre as pessoas. Então essa foi a máxima contribuição do Jürgen Habermas, por que ele presta tanta atenção nele? Então não é porque ele era um pensador, mas porque ele era o chefe da patota, ele foi o diretor da marxistaização das universidades alemães que alcançou um sucesso extraordinário já nos anos 50 e por incrível que pareça, eles fizeram tudo isso sem precisar fazer grandes movimentos de rua, embora houvessem grupos terroristas, Badr, Meyhoff, etc., o Marxismo na Alemanha que vigorava oficialmente na Alemanha Oriental, se tornou dominador também na Alemanha Ocidental, financiado pelo governo e organização em bilionárias e tendo a frente Jürgen Habermas. Então ele era o quê? O burocratem-chefe e é por isso que o pessoal ainda leu Jürgen Habermas embora simplesmente além dessa distinção que eu acabo de mencionar não haja mais nada no Habermas. Depois eu vou entrar na explicação do Habermas melhor numa aula posterior, mas isso é só para vocês terem uma ideia. Então você vê que os mitos que circulam a respeito desse movimento 68 são muitos e o pior é aquele que centra isso na França, na França e nos Estados Unidos, quando na Alemanha a coisa tinha alcançado resultado muito maior sem fazer barulho nenhum, eles dominaram tudo, não sobretudo, nada, é literalmente nada, tudo que fosse anti-marquista foi banido da Universidade da Alemanha, num país cuja própria existência se devia ao anticomunismo. Veja como são as coisas e financiados sempre por mega bilionárias e pelo próprio governo alemão. Muito bem, mas vamos continuar investindo nas fontes e mais tarde entramos no problema do mecânico, primeiro estou usando as ideias que inspiraram entre aspas esses movimentos e depois vamos ver como os movimentos se produziram e finalmente quais são os resultados. Então nós tínhamos visto aqui o Willem Reich, o René Guenon, o Heidegger, etc. Bom, então chegamos aqui no Herbert Marcusa, então eu vou ler aqui e comentar. Todos os membros da escola de Frankfurt eram filhos de milionários, o único que vinha de uma família de pés rapados era Herbert Marcusa, que o chefão Max Orkheimer, filantropo como ele só, punha para trabalhar com salário de fome. Por uma espécie de inversão compressatória que não é nada incomum, isso talvez tenha sido a origem de uma diferença essencial entre Marcusa e seus colegas, colegas do Instituto Pesquisa Social, que é a própria escola de Frankfurt. Ah, outra coisa, na Alemanha quando se fez a marxistização, esse foi o momento de glória da escola de Frankfurt porque essa escola era a única tradição alemã de pensamento que restava organizadamente. Então eles tomaram posse do ambiente, então você tinha que fazer um negócio, foi mesmo tempo anti nazista, também anti conservador de quebra, anti liberal, mas tinha que ser alemão, então foi a grande chance deles. Bom, então isso foi, talvez tenha sido a fonte de uma diferença essencial entre Marcusa e seus colegas. Enquanto eles estavam persuadidos de que só o que restava era destruir tudo pela maledicência sistemática, astuta e corrosiva, ele achava que ainda havia uma esperança de revolução social e de um futuro melhor. Desiludidos com o proletariado que havia desertado em 1914 e parecia a burguesar-se despudoradamente, eles não enxergavam mais nenhuma classe social que pudesse representar os interesses genuínos da revolução. Vocês se lembram do que é isso para o marxista? Todo marxista é baseado na ideia de que existe luta de classe, de que existe uma sucessão de classes dominantes e de que a última classe que é o proletariado só ela pode ter uma visão objetiva da história, por quê? Porque ela não tem interesse especiais que distorçam a sua consciência, ao contrário aos interesses do proletariado, são os interesses da humanidade inteira. Então, só o proletariado tem a visão objetiva da história, isso dizia Marcus. De repente os negos descobrem que o proletariado não está nem aí, ou que ele, ele está do outro lado. Mas não que o choque que isso representou para esses caras. Falaria, e agora o que fazemos? Daqui a pouco nós vamos ver qual foi a reação geral da escola de francês, mas por aqui vamos ver primeiro Marcus. Desino o disco proletariado que havia desertado em 1914 e parecia a burguesar-se despudoradamente, eles não enxergavam mais nenhuma classe social que as mulheres representavam os interesses genuísos da revolução. Você tem ideia da revolução e Marcus baseava a esperança da revolução numa determinada classe, de repente sobrou sua ideia, não tem mais uma classe para realizar aquilo. Mas se encontrar com eles, Marcus achou que ainda havia uma ou várias. A primeira que ele jogou adequada para esse fim foram os artistas. Na sua universidade de 1922 ele observou com razão que toda obra de arte, especialmente literária, não examina o mundo segundo os critérios banais dele mesmo, mas segundo os de um mundo superior ideal inspirado nos mais altos valores da humanidade. Isso é certo. A arte nesse sentido tem uma certa incompatibilidade com o estado degradado do mundo. Dessa observação acertadíssima, porém, um materialista não poderia tirar outra conclusão, exceto, confundir a eternidade com o futuro e o mundo do espírito com o paraíso socialista. Se você ver, por exemplo, se você lhe adivina com a média de Dante, ele está condenando o mundo inteiro, ele pôs o Papa no inferno, põe os reis no inferno, põe todo mundo no inferno, tá certo? Mas e nome do quê? Da eternidade, da perspectiva do paraíso que é o final do põe. De repente essa prerrogativa do paraíso, que é posterior, do põe, é transferida a um tempo histórico terrestre e futuro. Erick Weiglen chamava isso imanentizar a escatologia, que é tornar a escatologia em vez de ser transcendente, que é dizer, posterior a este mundo e além deste mundo, se torna interno a este mundo. Em vez do põe final e da passagem à vida eterna, tínhamos a revolução e o advento de um mundo melhor. Os artistas em geral, portanto segundo Marcos, eram revolucionários que se ignoravam. Então ele vê o potencial de condenação do mundo, que está contido evidentemente em toda obra de arte e conclui daí que eles são representantes da revolução e de um estado social futuro. Não há nenhum motivo para fazer isso, porque eles mesmo, no próprio artista, se você pegar um por um, você pegar Dante, Shakespeare, Balzac, tá ok? Está querendo fazer uma reforma social aqui, um mundo futuro? Não, ele está falando de outra coisa. Eu lembro, por exemplo, existe um soneto de Reulck, foi traduzido pelo Manuel Bandeira, chama Torso Arcaico de Apolo. Então um soneto, como sempre tem 14 linhas, nas 13 primeiras linhas ele vai descrevendo a perfeição do corpo de Apolo. E na última linha ele diz assim, você tem de mudar de vida. A perfeição impõe um dever de você melhorar. Mas ele não está dizendo que precisa fazer a revolução, ele está falando para a pessoa que está vendo o estado de Apolo. Então, Marcos permaneceu fiel a esse programa até o fim dos seus dias, apenas ciscando no lixo contemporâneo sinais de novas classes que pudessem se somar a essa militância inconsciente. Acreditou em contralas nas massas dispersas de rejeitados e marginalizados, mendigos, drogados, delinquentes, loucos, prostitutas e sabe-se lá por que estudantes. Com exceção dos estudantes esses grupos constituiam o Lumpo e Proletariat, o Proletariat de Enfarrapos, que Carl Marx considerava uma corja de traidores e inimigos da revolução. Se ver como um negócio está mudando, que é justamente onde Carl Marx diz os inimigos, Marcos viu o portador essencial da bandeira revolucionária. Marcos precisou de alguma coragem ou imprudência para inverter a posição deles no quadro estratégico. Como foi ousada, quase psicótica essa ideia, a força do proletariat, como bem-viu Marx, provinha de que os operários tinham o domínio imediato físico dos meios de produção, dos quais a burguesia tinha apenas a propriedade jurídica. Observação, muito bem feita. Quem está lá pilotando as máquinas são operários. O dono do negócio está lá no escritório, nem sabe como funcionam as máquinas. E ele tem a propriedade jurídica que é totalmente abstrata. Mas quem tem a mão na massa, quem controla o equipamento, são os proletários. Então Carl Marx viu acertadamente, falou, olha, se esses caras quiserem parar tudo e cortar a cabeça do chefe, nada os impede. Correta essa nada. Só que o Proletariat não fez isso, porque ele começou a ganhar mais dinheiro no capital livre de fazer revolução para quê? Em comparação, o Lumpre proletarado nada produzia. Podia, não máximo, servir de força auxiliar nas agitações de rua sem oferecer perigo substantivo para o poder de burguesia. Você ver na ascensão do nazismo o Lumpre proletarado tem uma função importante, uma função auxiliar. E se você vê na revolução francesa, na revolução russa e depois na revolução nazista. Nos três casos, o Lumpre proletarado foi usado e jogado fora. Lenny prevaleceu dos caras para fazer bagunça, pô mandou fuzilar todos, até o último. Então fala que o Bolsonaro quer fazer isso, ele quer matar os drogados, bandidos, tudo. Não, Lenny fez isso. Ademais, como organizar a anarquia pura e simples? Quer dizer, essa é uma massa que não tem disciplina, não tem ordem, não tem objetivo na vida. Não tem todo mundo perdido. Como é que se vai organizar esses caras? É impossível organizá-los a não ser que haja um poder superior e um financiamento extraordinário. Essa é a origem dos mortadelas. E dos antifos. Exatamente. Então você pega um monte de perrapado, drogado, bandido, prostituta, dá um dinheiro para eles e diz, você faz tal coisa assim e assim. Eles trabalham por projeto, não é que não operar, eles trabalham todo dia que tem emprego regular. Não, o cara ganha dinheiro quando tem um. Nós temos movimentos lá, sei lá, em Porto Alegre, toma lá, 50 reais, o Sanduíche mortadelo, cachorro quente, o Negu vai. Eu lembro do Ronald Goves contando como ele arrebanhava candidatos. Ele é um amigo nosso, nasceu no Moura da Rossinha. Ele conhecia todo mundo na Rossinha. Ele disse que ele foi estudar direito e a faculdade organizou a visita aos presídios. Conheci os presídios. E quando chegou no presídio, todo mundo, todo o presidério conhecia ele. Oh, Ronaldo, tal. Ele querendo se esconder. E ele foi lá coletar eleitores para um candidato que eu não me liam quem era. Erra, esqueci. Candomentes, Candomentes. Então era assim, era um cachorro quente, uma Coca-Cola para cada um, mais qualquer dinheiro. Pronto, o resto. O auditório de pessoas que não estava absolutamente entendendo nada do que o Candomentes dizia. Mas esta é a força do Lumpe Proletarado. Ele trabalhava por projetos. Como organizar a anarquia policial? Só havia um meio. A massa Lumpe Proletar tinha de ser subsidiada pelo governo por megafortunas, com consequência que serão estudadas na terceira parte desta exposição. Que não chegou ainda. Não chega depois. Quantos estudantes, o único motivo pelo qual poderiam constituir uma força anti-establishment, era que não tinham função definida na sociedade. Isso aqui foi um negócio que eu escrevi um artigo para a revista Êpica, há muito tempo. Todo ano as universidades no mundo, em termos de espejar no mercado, camaradas que têm altas pretensões intelectuais e que não têm função, você não tem lugar para tanto intelectual na sociedade. O que vai fazer com eles? Então eles ficam uma espécie de força social, anarquica, assolta. Isso é assim desde a idade média. Quando fundaram as primeiras universidades, que eu já disse que acompanharam na história do século XII e XIII, já havia agitações estudantes formidáveis. Às vezes tomavam uma cidade inteira, só que eles não sabiam o que fazer com a cidade, e acabaram devolvendo. É decir, eram agitações totalmente inconsequentes. Mas isso era uma situação temporária. Com o tempo, cada um deles, desses estudantes, se integraria na classe dominante, ou caía por lume proietarado logo. Ou ele vira deputado, governador, administrador, ou com a pocaria, advogado, ou então ele vai se drogar e cair no banditismo. No teste estudantil existiam desde a idade média e nunca produziram uma mudança de regim político. Nunca nenhum. Isso é importante. Então, qualquer revolução que se baseia na agitação estudantil, ela está condenada ao fracasso, evidentemente. Mas a teoria era de que esses caras, junto com o lume proietarado, são agora a classe revolucionária por excelência. Com a característica do Marcus, é o seguinte, o Marcus não argumenta em favor de nada o que ele diz. Nada. Ele simplesmente vai dizendo as coisas que engoliu, engoliu, o que não engoliu, engolize. É o estilo também de fazer. Se você lê, por exemplo, o Nicolai Berdiev também assim, ele não justifica nada, ele simplesmente vai dizendo. Então, na expectativa de que isto, como nos diálogos de Sócrates, corresponda à experiência interior do leitor. Só que as coisas do Marcus não correspondem à experiência interior nem dele mesmo, porque ele estava vendo que não era assim. Mas existe sempre um mecanismo de você passar a ver as coisas do jeito que você ouviu, não porque corresponde à sua experiência. Mas porque você fica inimido de contestar. E você acha que você é burro, o professor é inteligente, então, embora você não esteja entendendo o que ele está falando, você concorda. Isso aí também é universal. O programa de Marcus era tão vago e nebuloso quanto a sua visão do paraíso socialista. Chamado a descrevê-lo, ele limitou-se a mencionar a liberdade sexual. Quer dizer, como será o mundo socialista, o futuro? Ah, todo mundo vai ter liberdade sexual. O pessoal vai dedicar ao prazer e não ao trabalho. Ficou, como? E vamos viver do que? Quer dizer, não há organização da economia nem nada. Quer dizer, é uma coisa tão tópica que não vale a pena discutir. Você não precisa discutir com o cara que propõe isso, pelo seguinte, ele não vai fazer o que ele está dizendo. O cara propõe um treco impulsivo, ele vai acabar fazendo outra coisa, qualquer coisa. Mas não é essa. Chamado a descrevê-lo, ele limitou-se a mencionar a liberdade sexual, sem dar a mínima indicação de como o reino dos prazeres poderia articular-se com a organização da economia. No entanto, justamente por seu caráter sonhador e utópico, o marcosismo atraiu grande simpatia da massa estudantilha. Claro, a massa estudantilha não tem responsabilidade econômica. Por definição, o pai está pagando mensalidade, ou ele está na faculdade pública, ou ele é subsidiado. A maioria pode ter um ou dois que trabalham. Mas, em geral, o estudante nem tem uma responsabilidade econômica, então, se você falar para ele de um mundo que é governado pelo prazer, ou seja, governado pela repressão e pelo trabalho, ele vai achar uma maravilha. No entanto, justamente por seu caráter sonhador e utópico, o marcosismo atraiu grande simpatia da massa estudantilha, que fez do seu autor o gurú involuntário das rebelões de 1968. No fim da vida, o marcosismo desenvolveu certa antipatia para a comilitância estudantilha, acusando de frustrar o projeto revolucionário. Mas, como eles poderiam fazer de outro jeito? Que domínio eles têm dos meios de produção ou da máquina militar? Estudando não manda nada, só sabe para fazer barulho. No outro campo, no entanto, o Marcosi foi de certo modo profético. Ele anteviu até a certa ponto a ascensão das quadrinhas de narcotraficantes à posição de forças políticas temíveis e até mesmo determinantes. Qual é a diferença entre os narcotraficantes e estudantes? Os narcotraficantes não têm meios de produção, mas eles têm meios de destruição. Eles estão mais armados do que a população, em geral, mais armados do que a polícia, e às vezes mais armados do que o exército. Então, esses têm meios de agir. Então, de todas essas classes que ele descreveu como portadoras do espírito revolucionário, só os narcotraficantes é que tinham a ganhar e, como de fato, se tornaram um poder determinante. Hoje, acredita-se que pelo menos um terço do dinheiro que circula pela Bolsa Nova Arque é lavar de dinheiro de narcotraficantes. Um terço. E quando você vê que há uns anos atrás, eu lembro que eu até escrevi um artigo sobre isso, o chefe da Bolsa de Mergadoria de Nova Arque, Filipe Graça, foi até a Fora da Colômbia para ter uma conversa reservada com o Manuel Marulanda, que era o chefe das FARC, e o quê? Naturalmente, se tem negócio, tem algum interesse em comum, o quê que o presidente da Bolsa vai fazer lá? Então, para você ver como o dinheiro do narcotraficante está intimamente ligado ao funcionamento do capitalismo atual. Só que essas quadrilhas são hoje parte da elite, e se utilizam dos móveis na esquerda para seus próprios interesses. Se você pensar assim, claro, houve uma certa estagarelícia revolucionária no meio narcotraficante, principalmente com aquele, o Ilhan Lima da Silva, que chamava o professor, que era o chefe do narcotráfico no Rio de Janeiro nos anos 80, e que escreveu o livro Mil contra um, um é ele mesmo, evidentemente, e o livro foi muito batalado pela Associação Brasileira de imprensa, pela ordem dos advogados, etc., o governo, patrocinadores, todo mundo achou lindo aqui, e ele era, de certo modo, o marxismo da bandida. Ele disse, não, nós vamos aí criar milhares de milhões de moleques armados e eles vão matar todos vocês. Então era uma conversa meio revolucionária. Mas é o tal negócio, na medida em que eles já têm o controle das situações, vão fazer uma revolução para aqui. Só vai atrapalhar. Então eles cresceram, aderiram, pelo menos da boca para fora, na discurso revolucionária, e continuam se dedicando às suas atividades de sempre e crescendo cada vez mais. Bom, muito bem. E isso aí era o Marcos. Agora entra outro assunto aqui. Nos anos 30 do século XX, os Frankfurtianos, vendo a ascensão do totalitarismo no N.S., e o progressivo aburguezamento da classe trabalhadora no Ocidente, desmentido flagrante da Tésima Arxista da Miséria crescente, já haviam perdido toda a esperança na revolução proletária. Um restinho de apego sentimental, símbolo socialismo, levou-os a inventar o termo capitalino de Estado. Todo mundo usa capitalino de Estado, capitalino de Estado não sabe de onde veio. Foi o Frankfurt, que inventou isso aí para não reconhecer que aquela porcaria que tinha no ano de Geovétis, que era socialismo. Mas acontece o seguinte, o governo de Geovétis já que era socialismo, todos os partidos do mundo, como diziam o governo de Geovétis, todos os militantes diziam que era socialismo, e a meia dos intelectuales falam, não, isso aí é capitalino de Estado. Inventar o termo capitalino de Estado para descrever o regime subjetivo, mas era evidente que, com o descrédito do proletariado e um parorralo, também e inevitavelmente o dogma do ponto de vista proletário, como única via de acesso à verdade, e a esperança messiânica no advento do Estado socialista. Então, tudo aquilo que esperamos que acontecesse, simplesmente não vai acontecer. Não há classe social que nos represente, então nós vamos aqui falando uns com os outros e nada mais vai acontecer. Que é que restava? O chefe do bando, Max Forkheimer, não demorou a concluir que, dali por dente, a verdade iria aspas, citação literal, buscar refúgio em pequenos grupos de homens admiráveis. Que homens admiráveis? Eles mesmos, claro. Tudo em fim estava irremediabilmente corrompido, pervertido, reificado no sentido de Lucas. Reificação ou coisificação é a transformação das ações humanas em coisas. Quer dizer, aquilo que nasce da criatividade humana, do trabalho humano, de repente se impõe a você desde fora como se fosse uma coisa. Por exemplo, as leis são assim. Quando o Dior Cayme definia fato social, já definia como uma coisa impessoal, embora tenha sido inventado por alguém, pesa sobre você como se fosse uma força impessoal, quase uma força natural. Tudo em fim está irremediabilmente corrompido, pervertido, reificado. Tudo menos o Instituto de Pesquisa Social, alto incumbido, portanto, do papel de redentor do mundo. Não sou eu quem os interpreta assim. São eles mesmos. O segundo no comando, Theodor Wiesengern, adorna, define a filosofia a deles, pelo menos, como aspas a tentativa de tudo considerar desde o ponto de vista da redenção. Ver o mundo corrompido e você examina do ponto de vista da redenção. Mas esses redentores originalismos confessavam modestamente não ter a menor ideia do que fosse a tal redenção. Eles diziam isso e muito menos de como alcançá-la. A única alternativa que restava, não só eles, mas a todo homem admirável, entre aspas, era, portanto, apostar na ideia de Hegel, do trabalho do negativo. Dedicar todas as energias ao programa do Joven Karl Marx, a aspas crítica implacável de tudo quanto existe. E esperar que da destruição geral nascesse, em prazo imprevisível, um não sei o que redentor. Não sabemos no que vai dar isso. Mas nós vamos destruir tudo, vamos colambar com tudo, e daí deve aparecer um não sei o que. O único ponto de que tinha certeza era que o método a seguir para esse fim tinha de ser, tanto quanto a abominada diamática soviética que eles desprezavam, materialista e dialético. Abregatura de materialismo dialético. Então tinha lá o diamado formulado como doutrina canônica, não, não soviética. Existem livros importantes que são a condensação de tratados de materialismo dialético publicado pelo governo soviético, que reduzia a multiplicidade dos textos de Marx e Engel e Lenin. Uma fórmula canônica igual para todo mundo. Esses caras eram intelectuais demais. Gabarito e desprezavam, eles falavam, isso é um bando de vulgaridade, um bando de lugar comum, não gostavam, não queremos isso. Então o método a seguir tinha de ser materialista e dialético. Ou seja, eles abominavam o materialismo dialético soviético porque era de baixo nível intelectual, não porque fosse materialista e dialético, porque eles também eram. Isso era, aliás, bastante lógico. A redenção fosse, lá o que for, tinha de ser uma transformação material do mundo, e só o uso intensivo da dialética podia tornar possível realizá-lo por meio da destruição de tudo. Quer uma coisa mais dialética do que você realizar a redenção por meio da destruição? Claro que na ideia do juízo final também tem uma destruição geral, mas não é a destruição que cria o outro mundo. Deus fala, eu vou fazendo na Oceano Aterra. Primeiro destruir isso aqui, daí eu faço outro. Crio outro, eu não crio outro, baseado nesses, nem baseado na destruição deste. Destruição é uma coisa e a criação é outra. Agora aqui não, é a criação por meio da destruição. Eles chamaram isso de dialética negativa, ou também teoria crítica. Eu sei que parece comédia, mas juro que não estou caricaturando nada. Esse foi literalmente o programa dos Frankfurtianos, a partir da década de 30. E a sua realização, eles foram sagrados os recursos de inteligência nada medíocre. E de uma erodição por vezes admirável. Isso permitiu que no quadro geral de um projeto intrínsecamente absurdo, florescessem aqui e ali nos detalhes, análises profundas e séries de muitos fatos e situações. Como por exemplo a crítica da razão instrumental, o eclipse da razão de Max Orkheimer, para mim ainda a melhor produção da escola. Nunca se viu tanta inteligência a serviço da estupidez. O projeto é inteiramente absurdo, quer dizer, a criação através da destruição. Vamos destruir tudo, porque daí vai surgir um não sei o que. Quem falou que vai surgir um não sei o que? Mata o sujeito para ver se nasce o outro, na mesma hora do cadáver dele nasce o outro. Nunca nasce. Dá-se de outras fontes completamente feitas. É só você observar a natureza. A morte gera a vida. Falam, não, a morte nunca gera a vida. A vida vem de uma outra fonte. Eu sei, enquanto já está morrendo aqui, está outro lá para o pai e mãe fazendo um bebê. Não tem nada que ver com isso. Eu quero ver o cadáver levantar e fazer um bebê. O progressivo sucesso dos Frankfurtianos, fomentado em grande parte pelo apoio que na América, recebendo o governo de patrocinadores bilionários, trouxe três consequências imediatas. Por que os bilionários financiaram essas caras desde início? Em meas dos anos 50, já se havia espalhado entre os intelectuais de esquerda de todo o acidente, a crença, quase nunca examinada criticamente, de que o seu governo dever não consistir em propor soluções, nem em lançar sobre nada um olhar de benevolência compreensiva, mas apenas em criticar, corroir, demolir, destruir. Isso se tornou, vamos dizer, suprassumo da sabedoria. No idealétricamente, isso podia ser realizado até por meio de pretextos construtivos ocasionais, sem nenhum valor em si mesmos, adotados apenas pelo seu potencial destrutivo oculto e evidentemente pela sua atratividade, publicitar, e abandonado tão logo cumprido a sua tarefa. Toma a soa, o economista, nota que daí decoram dos traços predominantes da política de esquerda, no ocidente inteiro e em especial nos Estados Unidos, propor soluções aparentemente bem intencionadas para tal qual o problema, e quando ele inevitavelmente agrava o problema, lançar a culpa sobre algum bode espiatório e privilegiando-se do tempo decorrido, que apaga as pistas da autoria dos males, assumir novamente o ar de portadura de soluções providenciais, que redobra o seu poder destrutivo. Ele dá como exemplo, nos anos 70, mais ou menos, alguém constatou que havia um número assombroso, esse assustador de gravidez entre garotas de 12, 13, 15 anos. Então, gravidez indesejada. Então, falam quem vamo fazer isso? Aí aparece a ideia de que nós vamos impor a educação sexual nas escolas. Daí vai acabar esse problema. Trouxe a educação sexual evidentemente, o número de casos de gravidez multiplicou por mil. Aí eles dizem, não, isso aí foi o capitalismo, foi nesse equipamento. Quer dizer, quando aparece a causa, já está longe, historicamente, do efeito. Quando aparece o efeito, já está longe da causa, ninguém vai rastrear, só o cara só percebe para ir. 20 anos atrás eles disseram isso, cumpriram o programa, e aí dizem que o conjunto brasileiro, aquilo deu nisso. Então, D, se a redenção devia ser material, também tinha de ser a destruição, que hipoteticamente lhe preparava o caminho. O trabalho dos homens admiráveis, portanto, não podia se limitar a demolir ideias e teorias, mas tinha de se ampliar na destruição sistemática da sociedade como um todo. Leis, instituições, hábitos, valores, condutas, aprendidas, linguagem, eletro, natureza, própria inteligência humana. Existe um interessante estudo do social o Carl Mannheim, que se chama Estratégia do Grupo Nazista. Leiam, vocês ouviram, que é exatamente a mesma coisa. Não é similhança ocidental. Não, é exatamente uma coisa, vamos desorganizar tudo, vamos bagunçar tudo. Se a única tarefa do intelectual era a destruição, quem quer que se dedicasse publicamente à destruição, tornava-se automaticamente intelectual. Então quer dizer, rebaixou-se o preço para ser intelectual. Basta você fazer agitação, destruição, ou você aparecer pelado ante o ban de crianças, está certo você fazer o show, macacinhos, cada um enfiando o dedo do outro, isso pronto, você já virou um artista intelectual, alguma coisa assim. Então baratiu formidavelmente. Então você verá, as escolas francôs começam com intelectuais de grande peso. Lucas, Mark C. Cammiter, até acertou eram quase gênios. E de repente o negócio baixou, que daí vira o Pablo Capilé e outros piores ainda. Então o que eles destruíram para o primeiro lugar? A intelectualidade mesmo. A figura do intelectual ativista, antes uma reduzida elite de revolucionários, espalhou-se e multiplicou-se como praga em todo o ocidente, permitido a ascensão de centenas de milhares de admiráveis inépsias falantes, pseudo intelectuais, que já não se limitam a advogar ou fomentar a destruição, mas a personificam em si mesmos. Quando você vê a espessoa dessa exposição do Banco da Santander, ou o Pablo Capilé, o tipo semelhante, eles não estão pregando destruição, eles já são, já estão destruídos, estão mostrando a sua própria destruição, mesmo de especial. No Brasil, hoje eles dominam a cena pública. Ah, Master de Buré, é exemplo. Totalmente inéptico, totalmente incapaz, burra, inculta. Isso aí hoje é intelectual. É que eu fiz uma nota. Documentei esse fenômeno em escala local no livro Invescil Coletivo de 1996. Mas o decurso de duas décadas fez com que, comparado aos formadores de opinião de hoje em dia, os personagens que ali descreveram parecem pessoas de inteligência normal. A estupidificação geral dos debates públicos no Brasil já ultrapassou a possibilidade de ser descrita. Então eu não posso fazer um novo Invescil Coletivo primeiro, porque os personagens são muitos. Naquela época você tinha uma elite universitária com umas centenas de pessoas, hoje não, hoje são milhões, dando palpite sob o que o senhor<|tr|><|transcribe|> privatizando, cái de crawl o máximo viktigt o Jibees Poblaz ذ Nashville Know whatsapp Nih Tur 떡 Eleo dando palpite sob o que não quer ser prevalecido na internet, formadores de opinião hoje, brota do chão que nem com o melo. Então, a coisa se tornou inabarcavel. Agora o detalhe mais lindo de tudo. Ao formar uma elite de homens admiráveis, entre aspas, ao mesmo tempo que vai destruindo o mundo em que habitam todos os demais homens, a Escola de Frankfurt imita, estruturalmente, o mesmo procedimento das escolas iniciais que as sociedades secretas tal como descrito acima por Jean-Romain. Você lembra o parágrafo do Jean-Romain? Não sei se o livro está aqui. O Jean-Romain é um dos melhores interprets de pensamento de rei negué non, escreveu uma excelente biografia de Guénon. Então ele compara ali as sociedades otéricas com esses movimentos populares tipo New Age, ocultismo, luxaria, feitiçaria, etc. O rei negué non, eu chego em cada linha que ele escreve, eles marcam a sua distância e detestamos tudo isso, porque nós aqui estamos falando de iniciações verdadeiras, tudo isso aí é contra iniciação, opção de iniciação, e nós aqui temos um produto genuínio. Mas diz aqui o Jean-Romain. Depois de 40 anos estudando rei negué non. Os tirs por princípio a um mundo regido por essa lei de Newton metafísica, que isso chama degenerecência cíclica, então toda essa decadência, a fruta degenerecência cíclica que segundo ele já estava prevista nos escritos indústrios de 5 mil anos atrás. Organizações iniciais que são sociedades secretas não podem desempenhar se não um papel duplo aparentemente contraditório, mas em ré, quer dizer no caso, complementar, melhorar para cada indivíduo qualificado o nível de consciência original designado como estado primordial oadâmico, ou seja, as iniciações vão botar você no meu estado do ómio primordial oadão, então você já está infinitamente acima da humanidade vulgar. De modo menos louvável, de modo menos confessável, acelerar em modo subversivo o processo de decadência coletiva que é o único que permitirá advento de um novo ciclo. Então assim, você vai colhendo os homens notáveis, os homens admiráveis, o tema é quase o mesmo, né? Os homens dotados, aquilo que no Itin chama ser o homem dotado, quando você diz esse pressão é dotado, é uma expressão técnica das iniciações, então é o sujeito que está qualificado para receber as iniciações e voltar o estado oadâmico. E ele é retirado do fluxo normal da vida coletiva, ele fica pairando lá em cima e esperando onde o próximo ciclo, onde ele e os similares dele, deterão o poder e reinstaurarão então a ordem após a destruição do mundo caótico. E ao mesmo tempo vai fomentando o cultismo, o teusofismo, o espiritismo, tudo que teve, o ufologia, etc. Tudo isso para desmantelar o mundo presente. O que faz o Califrânico? Exatamente a mesma coisa. Não há contato nenhum entre eles, evidentemente. Então daí chegamos à seguinte conclusão, entre os pais fundadores da revolução diversitária, portanto, não há necessidade de distinguir entre espiritualistas e materialistas. Cada um com os instrumentos que dispõe se dedica ao quanto pior melhor. Desgraçando a humanidade real e presente em benefício hipotético de uma hipotética humanidade, hipotéticamente futura. Estão todos, e isso é essência da mentalidade revolucionária. Existe uma frase, o Rogers Crichton disse uma frase sobre o Georg Lukash, para ele nada do presente faz sentido, só o futuro é real. E mas isso tem essência do movimento revolucionário. Quer dizer, o futuro se torna mais real do que o presente. Aquilo que todos nós sabemos que o futuro é contingente, ele pode ser assim, pode ser assado, pode não ser coisa nenhum, mas o passado é irrevogável, nós não podemos mudá-lo. Ele é verto em negócio. O futuro é irrevogável, mas o passado muda de sentido conforme nós o trabalhemos para o advento do novo ciclo. Então você vê aqui, pensando bem, fala, pera aí. Praticamente todas as correntes de pensamento na primeira metade do século XX foram revolucionárias. Segundo, todas elas contribuíram para a formação da mentalidade do Moevento 68 e da atual ideologia diversitária, ou multicultural como que era. Qual que em vez de ser um processo de revolução proletária ou um processo de revolução do lumpo e proletarado era revolução dos megafortunas. É uma coisa que é só você ler o que eles queriam. Quem vai ter o poder no fim disso? Só quem tiver muito dinheiro. E como é que os caras não percebem isso? É paraláctico cognitivo. A construção do quadro intelectual dele desmente ou se opõe francamente a experiência vital que ele está vivendo, que ele está vendo. É claro que isso é uma doença do espírito humano. A doença mais grave que existe. Porque você não vai dizer que esses caras estavam todos mentindo. Não dá para você escrever um montão de livros, dedicar o tempo todo, pesquisa, só para mentir. Você não acha que está mentindo. Mas você também não acha que está dizendo a verdade. Eles acham uma outra coisa que não é nem mentira nem verdade. Que é o que? É dialético. É meio mentira, meio verdade. O Gurdjof dizia isso, ele resumiu. O Gurdjof é muito mais inteligente que todos esses juntos. Ele dizia assim, chegarás à verdade através da mentira. O que é isso? Dialética do Frankfurt. Ele gravou muito antes do Frankfurt. Então é claro que ainda existem muitas outras fontes. Existe o Concilio Vaticano II, todo... Por exemplo, se você lê o livro do Roberto de Matei sobre o Concilio Vaticano II, você vê que todos aqueles cariários chegaram no... Bispos e cariários chegaram no Concilio e pegaram com maior inocência. E de repente os conservadores viram que o outro lado tinha já um movimento organizado para acabar com eles. Eles estão totalmente despreparados, totalmente ingênuas. E o outro lado, não. Ele dizia, como é que você faz para você preparar centenas de bispos e cariários para ter uma política unificada dentro de um Concilio? Quanto tempo leva a isso e quanto dinheiro custa? Que se havia um movimento organizado... Bom, alguém organizou. E quando você vai rastrear a coisa um pouco mais, você vê que a infiltração soviética dentro da igreja, vinha desde a década de 20, até do tal no livro da Bella Doda, ela foi uma das que trabalhavam, ela era uma agente soviética e uma das funções dela era infiltrar a gente na igreja católica. Depois ela se arrependeu, confessou tudo e ela diz que ela não... Olha, eu mesmo, eu tenho mais de mil pessoas lá para dentro. Agora você imagina, quantos agentes tinha trabalhando nisso? Cinco, seis? Não, tinha milhares de agentes infiltrando milhares de pessoas. Então ainda não se fez, vamos dizer, a história disso, a gente só sabe por fragmentos, um caso, outro caso, outro caso. Ninguém fez aí o que fez o Mauro Abrânsito com o Brasil. Vamos rastrear todo mundo. Com certeza nesse serviço secreto da Tcheca Lová, que é onde ele teve vasculhando os papéis sobre a infiltração comunista nos governos brasileiros, deve haver muito mais sobre a infiltração comunista da igreja. Aqui precisa outro pesquisador com a paciência e o fôlego desse benemérito autor para pesquisar isso um dia nos contar a história. Portanto, se me disser, olha, o bergóleo foi colocado lá, ele é um agente comunista colocado. Eu não dou um duvido, não fico espantado porque a infiltração foi a tal ponto que não é mais uma infiltração, é uma ocupação. Se isso chegou a acontecer, se vocês forem ver, lê o livro da Diana West, ela também não dá um panorama geral, ela só pega casos isolados, mas esses casos são de tamanha amplitude que você vê, pera aí, mas não houve infiltração no governo ruso, houve uma ocupação, eles mandavam no governo ruso e faziam o governo ruso trabalhar para o nosso eviético o tempo todo. Tanto que se você for ver, está agora o plano Marshall que depois da guerra, o dinheiro americano usado para restaurar os países destruídos na guerra, para todos os países foi dado empréstimo, para o governo soviético foi doação e muito maior do que isso foi para qualquer outro lugar. Os privilégios recebidos pelo nosso eviético durante a guerra são um negócio abismã. Então, eu vou dizer, a união soviética, ela resulta da generosidade da estupidez americana. O da, ou como diz a Diana West, a traição americana. É claro que tudo isso foi reforçando, vamos dizer, o poder soviético, o poder do Partido do Comunista, ao mesmo tempo que se desenrolava a crise interna do movimento comunista por causa do fracasso da revolução proletária. Então, de todos esses confrontos que houve entre o pessoal de Franco Forteano, o Tony Gramsci e do outro lado o marxismo oficial da união soviética, tudo isso faz parte da história interna do movimento comunista. Você não vai dizer que esses caras não são comunistas. Claro que existe diferença, mas são diferenças teóricas, ele continua sendo uma tela de dialético, eles querem destruir o mundo ocidental e para criar depois um não sei o que. Eles não sabem o que eles querem criar, qual é a diferença entre eles e Karl Marxing também não dizia o que seria o raio do socialismo. O socialismo iria se criar pela própria praxis, o que é a praxis, a destruição do capitalismo. Ou como diz o Lula, nós ainda não sabemos o tipo de socialismo que queremos. Qual é a novidade, diz se nunca ninguém soube, o raio. Vocês nunca nos disseram o que vocês vão fazer. Agora quando dizem, dizem termos poéticos, como Trotsky disse, bom, no socialismo, todo o vareador de rua será um novo Michelangelo. Isso aí é uma força de expressão, uma figura de linguagem, você não está descrevendo nada, você está louvando um negócio que você não sabe o que é. Então, ainda falta muita coisa, tem o Concilio Vatican II tem a influência chinesa que foi avassaladora sobretudo na França, na França o Livrim Vermelho dos Pensamentos do Presidente Mal foi provavelmente o livro mais lido, ele foi publicado, havia várias versões traduzidas e indiretamente traduzidas da tradução russa circulando, mas a edição padrão oficial foi feita pela Casa Publicadora e Língua Estrangeiras de Pequim em 1966, tradução para o francês e se tornou imediatamente o maior sucesso de livraria. Não é só sucesso de livraria, as pessoas se referiam ao Mao Tse Tunga, não na China, mas na França, como sendo a luz que ilumina o mundo, o farol da libertação, mas assim era um negócio, divinizavam o cara completamente e na rua saía todo mundo brandinho do Livrim Vermelho dos Pensamentos do Presidente Mal, que é uma sucessão de chavões, absolutamente idiotas. A França é um caso rapaz, talvez porque foi o palco do Mao Tse Tunga, todo mundo enganado, foi a luz que inagraram os sucessos do mundo do povo. Não, aqui nos Estados Unidos já tinha muito antes, agora em todo esse processo você nota uma coisa, o processo começa com intelectuais de alto nível. Mas na hora que ele vai se transformar, vai sair de dentro da esfera dos debates para transformar a ação política, então entra uma segunda geração intelectual muito inferior à interior, mas já com mais acesso direto à população. Para os Estados Unidos você tinha o Social Right News, que era um bom social no fim das contas. Mas sem nenhuma profundidade no sentido filosófico da coisa. Aparece na séptima o Saul Alinski, cujo ensinamento vai gerar efeitos já no governo Obama. Bom, o Saul Alinski é um amantesperto astuto, mas ele não é o Max Falker, não é o Gorgel Lukas, não é disso. Então o nível dessas coisas vai baixando, baixando, baixando a medida que o movimento vai alcançando sucesso, exatamente como aconteceu também no nosso ambiente. Se você pega a intelectualidade russa do século 19, tem pessoas de alto gabarito entre os revolucionários e contra-revolucionários, os contra-revolucionários também eram revolucionários a seu modo. Então você tinha discussões de altíssimo nível, daí o negócio vai, na medida que conquista o poder, você vai precisando cada vez menos de intelectuais criativos e mais de funcionários. Então isso aconteceu também em todo o mundo e a ideia da destruição total da civilização da cultura existente foi aplicada também na China, evidentemente contra a civilização chinesa, cada um destrói o que tal se alcance. Então eu não vou falar disso, qual é a semelhança e diferença de um caso e outro, mas não podemos negar que o mal do Setung foi talvez a influência, a causa eficiente, se esses caras foram a causa formal, eles deram o quadro mental da coisa, o livro do mal do Setung foi a causa eficiente que desencadiou esses movimentos tanto na França quanto no Estados Unidos. No Estados Unidos não precisou tanto, porque a tradição de intelectuais ativistas aqui era mais antiga e muita gente, tinha muito mais gente do que na França mesmo. Na França eles tinham pessoas de mais gabarito, mais famosas, mas aí você tinha uma multidão de pequenos intelectuais universitários trabalhando nesse sentido. Então esse é o processo, então essa tese para mim está definitivamente formada, quer dizer, as ideias que inspiraram em 1968 já estavam prontas desde a década de 1950, e pelo menos no começo dos anos 60. Então o mai de 1968 não acrescentou nada, ele simplesmente exteriorizou um processo que na esfera cultural já estava totalmente realizado antes. Esse pensamento diversitaria ele já tinha hegemonia nos anos 50. E agora, você para da hegemonia para o quê? Para o seguinte conquista do poder. Então é isso aí, vamos fazer intervalo, deixa por algumas voltas que eu espero. Então vamos lá, aqui o Eduardo Sacarneiro pergunta, aqui o senhor atribui a possibilidade de alguém como Aldous Huxley prever com tanta precisão atual está de coisas, muito anos de idologia diversitária dos eventos em 1968, inclusive dando ênfase ao nome de Ford e Rothschild, os quais hoje sabemos serem financiadores desses movimentos revolucionários. Então é muito simples, o Aldous Huxley pertenceu aos círculos globalistas desde o início, a família dele inteira pertencia a isso aí, e ele acompanha a coisa por dentro. O próprio livro admirável mundo novo é um estudo de, como é que se diz, de experimento imaginativo feito para a orientação dos globalistas. E o que o Aldous Huxley previo, ele mesmo ele confessa que ele imaginava que tudo aquilo se realizaria no decurso de séculos e não de décadas como acabou sendo. E quando ele percebeu isso, ele escreveu o livro Retorno Admirável Mundo Novo, que é um livro que eu recomendo enfaticamente. Olha, esse aqui é um dos autores do negócio, ele viu aquilo dando isso. Agora, tudo isso que eu estou explicando aqui sobre o negócio do movimento diversitar, você não pode esquecer que ao mesmo tempo que se desenrolava este processo de formação do movimento diversitar, a partir dessas várias fontes inconexas, ao mesmo tempo vinha se formando um projeto globalista desde o começo do século 20. Separado disso, é um outro círculo de pessoas também intelectuais de grande porte, mais de outro estilo, muito mais ligados à área mais científica. E a partir de um certo momento, os emissários do globalismo se tornam os elos de ligação entre o próprio globalismo e este movimento. Eu não sei exatamente quando isso começou, mas você vê que os financiadores desses movimentos revolucionais foram os mesmos do projeto globalista. Então é lógico que eles vinham a essa coisa toda se desenvolvendo e falam, como é que nós podemos aproveitar isso aí? Como tirar proveito disso? Eu acho que alguém lá dentro deve ter percebido que se o que eles queriam é chegar a uma sociedade administrada, onde tudo estivesse sob o controle de algumas mega-fortunas associadas ao governo, ou seja, que é uma economia de tipo fascista, apenas global e não nacional, distinguindo-se do fascismo apenas por esse aspecto. Eles devem ter percebido que a destruição da cultura e da sociedade deixaria um vácuo cultural, moral, psicológico, no qual a única força que restava seria a organização econômica. Eu me lembro, por exemplo, quando eu li as memórias do Carl Jung, ele disse que eu fui uma fase na vida dele, que ele não tinha certeza mais de nada, ele estava desorientado com relação a tudo, só tinha uma coisa que ele tinha certeza. De onde ele morava e qual era o horário de trabalho dele? É isso que vai sobrar, porque esses caras todos vão precisar comer, então não vão poder ser recusar a trabalhar, ou então o robô tem que trabalhar para ele, o robô introduz outra variável que eu não calculei ainda, mas a ideia é essa, a sociedade fica reduzida a economia. O que mais os caras podem querer? E hoje isso já está acontecendo, a Olhos Vistas. Você vê que você tem pessoas, elas podem ter as ideias mais estrusas, um pertença nova era, o outro é mau isso, o outro é o fólogo, não sei quem, mas na hora de trabalhar está todo mundo lá, porque eles vão precisar comer de qualquer jeito. Então a economia se torna o único princípio organizado, o eixo da sociedade. O que significa? Todo o poder, a atividade econômica. E acho que se eles calcularam isso, eu não tenho documentos disso, isso é uma interpretação que eu estou fazendo. Mas se eles interpretaram assim e de fato tudo está sendo encaminhado nessa direção, nós não temos o plano, mas nós temos a ação que deve ter tido o plano, e nós estamos vendo um resultado que está de acordo com o plano. Você tinha uma pergunta, a minha pergunta é sobre... Fala mais alto para poder pegar aqui no microfone. Quando o senhor menciona, no ovo começo, aquela questão das pessoas que pensam sempre no inediato e são os mortadelas que vão participar daquelas manifestações, eu fiz uma conexão com a venda de voto no Brasil e também com aquelas pessoas que trabalham em boca de urna ou mesmo líderes comunitários que recebem dinheiro em troca de trabalhar para alguém candidato. Você ouvi alguma relação nisso? Total, é total. Você sabe, o operário de fábrica pode participar dessas atividades, ele não pode, ele está na fábrica. Então, sobre o que? O Lumpir Projetariado e a Juventus do antigo, os desocupados do Herbert Marcuse. E as eleições do Brasil foram decididas por essas pessoas, pela ação dessa... Não decidida por elas, alguém decide para ela, mas ela executa a decisão e tudo acaba dependendo dessa gente. Então, desse ponto de vista, o Marcuse estava certo, eles têm um potencial, mas não é o potencial de criar uma sociedade nova, é só de desorganizar a presente sociedade. E vamos lá. Luciano Tomás Barbosa, por favor, que relação o Ziggmunt Baumann tem com a Escola de Frankfurt? Eu não sei se ele jamais foi um membro regular, a Escola de Frankfurt, mas ele obviamente é influenciado e eu não sei por que ele leva então a sério o Ziggmunt Baumann, a obra inteira dele é só especulação, então é uma metáfora de que dissolvidas instituições e sociedade de colíquido, de grande porcaria. Claro que é, você tem toda a razão, só que alguém não sabia disso. Então, ele tem lá seu valor, mas é ir pro valorizado, não é? Eu não vejo por que merece tanta atenção. Paulo Carvalho pergunta. Sua alunícia do cofre obviamente tem muitas dúvidas, uma delas é aqui, até eu não consegui achar uma resposta clara, é a diferença básica entre o Gramsciismo ou o Marcuse Cultural e a Escola de Frankfurt. Bom, o nome de Marcuse Cultural é dado, eu não gosto muito desse nome, mas o nome é dado para esse conjunto, incluindo o Antonio Gramsci e a Escola de Frankfurt. Existem algumas diferenças fundamentais entre o Gramsciismo e a Escola de Frankfurt, embora eles tenham convergido na mesma direção. Essa diferença vem sobretudo nas áreas de interesse das várias pessoas. Você pode ver que o Gramsci nunca fez um exame aprofundado da ditadura soviética, ele não gostava muito, mas também nunca aprofundou isso. E o Gramsci sempre se interessou muito mais pelo aspecto estratégico do que sobre as bases filosóficas da coisa. Então o que ele criou foi uma nova noção do Partido Comunista, ele escreveu tudo aquilo, para o Partido Comunista e não para outros partidos, colocando o Partido como sendo o novo príncipe de Marquiavel. Então o Partido tem o direito de tramar, mentir, trapacear, robar, fazer o que ele quiser, tudo para alcançar o poder. E todo esquema que ele bola de uma revolução cultural é para ser realizada pelo Partido Comunista. Ora, os caras da escola de Franco já não tinham mais essa ilusão, então o Partido Comunista não vai fazer isso. Por quê? Porque nós não temos mais a base proletária. Então eles tinham um pensamento mais profundo que o do Gramsci e ao mesmo tempo não tinham um projeto estratégico? Claro que não tinha Gramsci. O Gramsci ainda era um teórico marxista tradicional, apenas com uma novidade estratégica. Vocês camaradas não, ele já estava fora da evolução normal do movimento comunista, eles estavam criando como, bem, se chamou uma nova esquerda completamente diferente. A esquerda antiga estava tentando criar a revolução proletária. Se para isso era preciso minar as civilizações dental, então isso tinha que ser feito paralelamente a estruturação da militância proletária, senão não ia funcionar. Só com meia dúzia intelectual, cinco homens admiráveis, falando contra tudo e contra todos. O Gramsci não era tonto para acreditar numa coisa dessa. Então essas camaradas eram como os Estados Unidos, a head, cabeça de ovo, as ideais intelectuais mesmo, desse cara que vive na extratosfera, não tinha prática nenhuma debilitância revolucionária e nem de coisa, nunca nenhum deles trabalhou na vida, tudo filho de papai. Filho de papai. Então assim, isso foi fundado por um milionário argentino, chamado Félix José Vail. Era argentino, um país muito ornico, em século XIX, né? E tinha lá um milionário que financiou tudo para eles, mas eles também eram milionários exceto o coitado Rebre de Marcosis, mais um ou dois. E eles não recomendavam que o membro do instituto pertencesse a organização de militantes. Então eles falaram que não, nós temos que, como eu dizia o Curto Levine, não há nada mais prático do que uma boa teoria. Então nós vamos nos esforçar na esfera teórica. Isso em algum dia vai desencadear alguma coisa, como acabou desencadeando mesmo? Os hologramos ainda pensavam em militantes operárias e a crítica cultural dele era parte de uma estratégia a ser conduzida pelo Partido Comunista para a Revolução Profetária. E esses caras aqui já não acreditavam nisso. Eles acreditavam numa coisa ainda mais idiota, que é o poder dos pequenos círculos de homens admiráveis. Os pequenos círculos de homens admiráveis podem fazer um rolo do tamanho de um bode como eles fizeram, mas não podem dirigir o processo. Vocês vão trabalhar, mas vocês não sabem o que vocês estão criando. Como eles disseram, eu não confesso que não sabia. Eles acharam que depois veio um negócio melhor, veio pior na verdade. Mas isso prova que o velho Lenin tinha razão. O negócio fundamental é o partido e o partido tem que ser baseado em alguma classe social. Se o operário deu para trás, fala bom, então você tem que procurar alguma outra coisa. Por exemplo, se você lê, tem uma série de artigos publicados pelo Oliveiros Ferreira no Estadão nos anos 60, 70, em que ele estuda o papel dos militares no Brasil. Ele diz que os militares no Brasil são os proletários do sistema. Eles são a classe revolucionária. E tem razão. É a história do Brasil no século XX, desde o tempo da Dão Império. É pê-pá-sadas intervenções militares. Então eles têm um potencial revolucionário. Mas, na época de Franco, ninguém teve essa ideia. Claro, os militares na Alemanha ou na França eram completamente diferentes. Então eles apostaram nos estudantes e nos vagabundos. E deu no que deu. O estudante e vagabundo não vai conduzir o processo de jeito nenhum. Alguém vai conduzir. E como nem os estudantes, nem os vagabundos, tem meio-propa de subsistência, alguém vai ter que pagar. E aí, ele vai dedir o processo. E vocês não perceberam. Você veram, nenhum deles para para pensar, aqui nós todos somos filhos de papai, nós somos todos filhos de milionário. Nós estamos fora do processo histórico. Nós não temos função na sociedade. E nós podemos falar mal de tudo. Por quê? Porque nós temos dinheiro no bolso e estamos livre de qualquer necessidade de ação. Não precisamos fazer nada, só ficar falando, vai dar tudo certo. Então se eles aplicassem o próprio princípio da ideologia de classe a eles mesmos, eles viriam que teriam algo errado, do ponto de vista marquista. Agora eu toro no grão de não, ele era de origem popular. Ele foi o fundador do Partido Comunista Italiano. Ele tinha uma prática imensa de negócio de greve, agitação, essa coisa e todo. Então o enfoque dele era muito mais estratégico do que outra coisa. E ele sempre preservou o Partido Comunista como grande agente histórico. E eles não. Ele nem ligava mais ao Partido Comunista. Quando chegou ao Maio de 1968, o Partido Comunista foi passado para trás. Porque o menino era infinitamente mais radical do que o Partido Comunista. O Partido Comunista ficou horrorizado. Ele disse, estou demolindo tudo. E Karl Marx dizia, jamais destruí os meios de produção. Então o Maio de 1968 foi o novo tipo de marxismo, marxismo de drogado. Que consegue ter uma repercussão muito maior do que o marxismo clássico. Fazer muito maior rolo do que o marxismo clássico. Mas não consegue conduzir o processo. A coisa leva para resultados que eles não controlam. Daniel Jock pergunta sobre a destruição da inteligência. Os fabianistas começaram com grandes intelectuais. Agora estão reduzidos a pouco e qualquer um pode ser considerado intelectual. É exatamente assim. Mas isso é tudo. A tal direita brasileira. Quando eu comecei a escrever, não existia direito. Eu falei, mas tem que existir uma. Então eu não desfilei uma forcinha, pois é engraçada. Eu não preciso pertencer a ela, mas vamos fazer. Como Deus não sou o pai do negócio, eu sou o parceiro. O que representa direito a hoje, meu Deus do céu? É o Quim Catacuquinho, Renaldo de Vedo. A queda é vertiginosa, mesmo porque a formação que eu estou dando aos meus alunos não é para que eles façam militância de direito. É simples. É para ser neal um ambiente intelectual do país. Nós não estamos atuando na esfera das ideologias de jeito nenhum, mas devemos ter um impulso inicial. E os caras criaram a direita. Automaticamente você sai da esfera, da investigação em profundidade, da discussão científica para a propaganda eleitoral, discussões populares. É exatamente o que aconteceu. É um pouco engraçado quando os caras me põem ao lado de outros, entre aspas líderes da direita. Põem-se lá eu e o arruinal da CV. Mas o que eu tenho a ver com esse cara? Eu nunca estudei nada que eu que estudei, nunca se preocupou com nada que me preocupa. Ele está no outro mundo, está lá em Vila Iocunheta, mais do ponto de vista da plateia e dos formadores de opinião mais populares, ele não chupa a diferença. Então esse pessoal está trabalhando para a próxima eleição. Eu estou trabalhando daqui 30 ou 40 anos. Eu estou trabalhando para... Eu prometi, eu vou criar uma plena de indigênios. Vocês vão ver o que vai acontecer. Eu prometi isso e estou fazendo isso. Os sinais que já haviam aparecido, como você vê o Flavo Gordon, o Erick Nogueira, outros, a Lorena Miranda, o Pataco começando a aparecer. Então nós vamos, primeiro lugar, nós vamos reconstruir a literatura do Espanhol, literatura do sentido, porque a produção escritor vai subir de nível. Você compara o Flavo Gordon com a Marcenti Buri, por exemplo. Eu digo, não dá. Você compara um mico com o Renonceronte. Não é possível. Então nós já temos uma força intelectual que transcende muito a esfera de consciência da tal direita. E com isso pode ser que, se você forma mesmo a nova classe intelectual, mais capacidade, mais séria, pode ser que daí resulte uma classe política mais séria daqui 20 ou 30 anos. Pode ser. Não me cabe prever o acontecimento. Então você não melhorar nada na política, pelo menos a cultura no restaurante. Isso já é um benefício imediato. Agora esse negócio de Fabiano, o tempo do Fabiano era o London School of Economics. Então tem milhares de caras que vão lá, tem um PhD pela London School of Economics, que volta para o Brasil falando besteira, que nesse homem, Paulo Robert da Almeida, eu achei assim. Olha, o professor estudou, eu digo, não adenta mandar o professor estudando no esteroço, é mudar um burro de lugar, não torna ele mais inteligente. Isso é uma ilusão, porque eu não devo que quer estudar, eles estudam onde que ele esteja. Você vê se você pega um desses líderes mundiais, do próprio movimento diversitário, se você pega o Heidelgrum, ele pode ficar mais, nunca saiu da Alemanha. Eu vivia lá no interior da Alemanha, um caipirão, e ele fez tudo isso que ele fez, ele teve um efeito desacraçado. Maligro, mas um grande efeito. Você pega um Tono Grampi, com o etalho. Tono Grampi sempre viveu na Itália, nunca saiu da Itália, e passou doze anos na cadeia, e ele fez o que fez e botou uma bomba de efeito retardado, que já estourou. Quer dizer, esse negócio é uma ilusão, né, como o exterior. Então, o fato, eu vejo, também o fato de você estar numa universidade, não quer dizer que você faça alguma coisa ali, você pode simplesmente acompanhar o curso como se fosse um trem sobre rodas, vai andando, vai sendo empurrado. Então você vê o número de cara diplomado no exterior, ou que só volta no Brasil falando besteira. Teve esse sujeito agora do Instituto Mileno, que é quase que inteiramente feito de gente assim, tem gente inteligente, a Paulo Guedes, eu considero que o seu tal está muito capaz, mas ele é capaz, porque ele é capaz, não é porque ele estudou aqui ou ali. Mas teve esse sujeito que esqueci o nome até, que diz que o Lula é o Trump brasileiro. É igualzinho a mesma coisa. O Lula criou indústrias, fez uma fortuna, virou um empresário bem realizado, um líder, um líder industrial. É como é? É do que que tem que ver, absolutamente nada, o Lula é globalista ou até nacionalista. Não combina em absolutamente nada, nada, nada, nada. O Lula não sabe falar e o Trump é um comunicador maravilhoso, ele diz um programa de televisão, faz um sucesso engraçado, ele é um homem da comunicação, o que que tem que ver, o que que esse sujeito viu? É claro que não vê nada, mas está lá, é formado, PHD, não sei dos que. Então, o Instituto Milênio é uma espécie de subolavo coletivo, entendeu? Juntam 50 carpas, para ver se faz alguma coisa igual o Lavo fez, não vai fazer, porque o seguinte, eu estou aqui para valer meu Deus do céu, a minha vida é isso, eu não tenho outros interesses, eu não estou aqui para ser eleito, não sei o que, para ser ministro do Raio Coparta. O que eu estou fazendo é isso e é para fazer isso até o fim, não vou fazer outra coisa, e eles não, eles têm mil interesses diversificados, inclusive de projetar sua imagem na mídia, não é isso? Você vê, eu estou aqui, hoje o meu livro vendeu quase 400 mil exemplares, eu nunca pedi uma notinha para um crítico, disse, não, nunca pedi, né? E se os caras querem encontrar, também funciona, quer dizer, se alcancei os sucessos na mídia, não foi por minha iniciativa, aconteceu simplesmente. Agora, esses caras não, eles têm uma imagem de defender, eles têm patrocinadores milionários, eu conheço os patrocinadores do instituto, eu vi o começo desse instituto, era para eu estar lá, não estou por motivos pessoais, aliás, às vezes tudo Mileno surgiu já depois de eu ter me afastado do projeto, até o nome Mileno apareceu depois. E eu acho que se eu tivesse lá dentro eu não sobreviveria, discutir com esses caras empombados, fazia, eu falava, não, o dia inteiro, o que é que há? Então, eu me pôr logo no Congresso Nacional, quer me matar, me volte e me ir para deputado, pô, daí eu tenho que ouvir aqueles discurseiros dentro do dia inteiro, né? Pô, eu queria vir para casa, para ler Dante, e tal, os caras ficam falando besteira, né? Mas aí eu lembro, falo besteira na minha orelha, eu lembro do Isaac, oi imaiu, oi imaiu, etc. Bom, a gente vai parar por aqui, hoje já foi longe demais. Tá bom? Até a semana que vem, muito obrigado.