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Então vamos lá, boa noite a todos, sendo bem-vindos. Eu disse que hoje ia comentar alguma coisa sobre o conceito do Guenon, da possibilidade da Universal, mas pelo menos no começo eu preferi entrar por uma outra questão. Eu vou começar aqui lendo para vocês depois comentando um trecho breve do Fedro de Platão, par na 274 e 275 A, vocês podem conferir na tradução que tiverem. Nesta cena, um rei, Tamos, está conversando com o Deus Toth, o correspondente ao Hermes latino, tido como inventor da arte da escrita. Então, o Toth está gabando as virtudes daquela técnica que ele inventou e deu aos homens, e o rei responde. Uma coisa é ser capaz de engendrar uma arte, e outra é ser capaz de compreender que dano ou benefício ela encerra para os que dela vão de servir-se. Por isso, tu, que és o pai dos caracteres da escrita. Por benevolência para com eles, lhes atribui faculdades opostas às que possuem. Esses caracteres, com efeito, produzirão nas almas dos que os aprendem, o esquecimento por descuido da memória, já que, confiando na escrita, recordarão de um modo externo, valendo-se de caracteres alheios, não desde o seu próprio interior e por si mesmos. Não é o elixir da memória o que encontraste, mas só o da rememoração. O que forneces a teus alunos é a aparência da sabedoria, não a sabedoria verdadeira, pois, uma vez que tenhas feito deles eruditos sem verdadeira instrução, parecerão ruízes, avalisados em muitas coisas, não entendendo nada na maioria dos casos, e a companhia deles será difícil de suportar, que terão se transformado em sábios na sua própria opinião e não em sábios de verdade. Bom, esse parágrafo condensa vários problemas diferentes. O primeiro é, evidentemente, a perda da arte da memória, que é uma coisa notável, você vê, entre as sociedades que não têm inscritias, e tem, de fato, as primeiras cultivam a memória a um nível que o homem da sociedade letrada não consegue nem mesmo imaginar. Eu me lembro de um episódio que me foi contado pelo falecido Orlando Vilaçoboas, onde em um atrivo do Xingu, havia lá um antropólogo fazendo entrevistas do dia inteiro e tomando notas, e depois de muitos meses, um índio disse para ele, eu nunca vi ninguém anotar tanto e esquecer tanto quanto você, e isso é a pura verdade. Eu mesmo noto a dependência total em que eu vivo do material escrito, onde eu emprego a minha própria biblioteca como se fosse um arquivo, eu geralmente não tomo notas, tomo notas, tome notas, tome notas, tome nos próprios livros, eu não vejo sentido de você fazer um arquivo de fichas, quando você já tem uma biblioteca e ela já é um arquivo de fichas de algum modo, mas até muito além do que eu desejaria, eu dependo bastante desse material, mas esse é um primeiro problema. Logo em seguida, o Ray Thomas toca numa outra questão de muito maior profundidade que adquire uma dimensão quase profética. Quando ele diz que todo esse material escrito, quando assimilado, dará aos estudantes uma aparência de sabedoria e não a sabedoria verdadeira. Ora, isso aí nos leva diretamente à questão do chamado progresso do conhecimento. Existe na nossa sociedade uma crença generalizada de que o conhecimento aumenta e de que nós, entre aspas, sabemos mais do que homens de épocas anteriores. Mas quando você pergunta quem é nós, então eu, por exemplo, duvido que eu saiba mais sobre alquimia do que qualquer alquimista analfabeto da idade média e sobre outros assuntos. Por exemplo, nós até hoje não sabemos qual é o segredo de fabricação dos vitrais das catedrais góticas que normalmente com o tempo deveriam derreter, mas não derretem. E, no entanto, eles sabiam. Nós não conhecemos até hoje o segredo da construção das pirâmides do Egito. Nós não temos a menor ideia de como eles pegaram pedras do tamanho desta casa e levaram a uma altura de 50 metros, para que eles não tinham máquinas para fazer isso. Então, alguma técnica tinha. Nós não conhecemos. Se você pegar a imensidão de conhecimentos científicos que o arqueólogo polonês, Xvala de Lubitsch, encontrou no templo de Luxor, você vai ficar abismado com a quantidade de conhecimento que os egípcios tinham cinco, seis mil anos atrás e que escapam a nossa compreensão até hoje. Então, em primeiro lugar, é preciso dizer como o Jean Forrastier, que junto com o progresso do conhecimento, existe o progresso da ignorância, ou o progresso do esquecimento. Para cada época que você atravessa, você ganha alguns nossos conhecimentos e outros que disseram da idade anterior, se tornam incompreensíveis para você, em parte por não ter sido registrado por escrito, ou por ter sido escrito numa linguagem que já não é acessível. Por exemplo, a alquimia é talvez o assunto sobre o qual mais se escreveu no mundo. As bibliotecas alquímicas não acabam mais. É um negócio vastíssimo. Só que é uma leitura quase impossível para o leitor moderno. É uma linguagem cifrada, cheia de símbolos, de alusões, etc. Que você pode descifrar, entre aspas, de mil maneiras diferentes, sem jamais ter certeza de que o que você está interpretando é correto ou não. Então, o número de pessoas, por exemplo, que têm opiniões sobre a alquimia, mas se você dá um livro de alquimia para eles, é ler, me diga o que está escrito aí, se eu não consegue, eu já vi isso mil vezes, tá certo? Eu, pelo menos, confesso a minha ignorância e eu nunca dei um curso sobre a alquimia, mas talvez você dê um curso sobre como ler livros de alquimia. Existe uma técnica para isso. Não quer dizer que essa técnica seja infalível em todos os casos, mas às vezes funciona. Então, antes de você discutir o assunto, o alquimia, você vai discutir lá, a partir do que? De documentos. Esses documentos são de duas ordens. Você tem os documentos escritos e você tem os documentos materiais. Os equipamentos que os câmaras usavam, o fono, etc. E eventualmente os produtos das suas investigações. Então, se você não é capaz de desifrar esses documentos, quem que você sabe sobre a arte que eles praticavam? Você não sabe absolutamente nada. E, quanto menos você sabe, mas se opina. Então, o primeiro problema não é compreender a alquimia, mas tentar compreender os documentos. Ora, nós sabemos que a passagem do tempo torna qualquer documento dificilmente desifravel. Se você pegar hoje um livro impresso na ortografia de 1840, você terá uma dificuldade extraordinária de ler. Não só por causa da ortografia, mas também por causa da mudança do vocabulário. Eu desafio, por exemplo, as pessoas, você pega um livro, Camilo Castelo Branco, que dá para um professor de literatura brasileira, ele não consegue ler. O vocabulário do livro é totalmente estranho a ele. Então, isso quer dizer que mesmo com o advento da inscrição, os progressos da imprensa e hoje, chamada mide eletrônica, o nosso acesso aos documentos antigos não depende da quantidade dos documentos disponíveis, mas da nossa capacidade de desifrar-los. Se aumenta o número de documentos, digo, bom, aumenta o tamanho do problema, não o tamanho da solução. Por outro lado, nós vemos que, de fato, o número de conhecimentos registrados de algum modo, em livros, publicações especializadas, arquivos, instituições científicas, etc., é de fato imenso, só que o problema é quem é capaz de assimilar tudo isso, ninguém. Mesmo dentro de um setor muito restrito e especializado, eu me lembro, por exemplo, que no livro O Sonho de Descartes, que foi publicado há mais de 30 anos atrás, naquela época, os autores comentavam que só no setor das matemáticas avançadas se publicavam 40 mil novos trabalhos por ano. Evidentemente, não estou falando de um setor de pesquisa que requer um laboratório, estou falando de matemática, isso é papel eláfis. Então isso quer dizer, mesmo dentro de um setor tão restrito, a produção já é inabarcavel. O que resultava o seguinte, que os chefes de departamento eram incapazes de, quando julgavam as propostas de pesquisa, propostas de trabalho na matemática, julgar quais que deveriam merecer vermelhas e quais não, porque eles não entendiam o que que era o trabalho, trabalharem especializado demais. Então, você tem por um lado, o aumento monstruoso dos registros de conhecimento, que os tornam absolutamente inabarcavel. Em segundo lugar, você tem o fato de que a desifração desse material não é uma especialidade acadêmica. A documentação é, quer dizer, como catalogar, como tornar isso acessível, como digitalizar tudo, bom, isso aí tem agora, como compreender. Não há nenhum setor de estudo que se dedica a isso. Enquanto nós falamos apenas de documentos inscritos, bom, ainda existia a ciência da filologia que consiste, justamente, na desifração de documentos antigos, tornar-os legíveis. Mas é evidente que a filologia não resolve, por exemplo, os problemas dos documentos não escritos. A filologia não ensina você a decifrar uma estátua, a decifrar um edifício, uma catedral, moedas, milhões de outras coisas. Então, o conjunto, vamos dizer, das chamadas ciências auxiliares da história, ele pode crescer indefinidamente, enquanto mais ele cresce, mas os meios de desifração se tornam indecifravais. Então, em que sentido nós podemos dizer que eu vou progresso do conhecimento? Houve um aumento material do número de registros acumulados, isso sim. Mas, olha, esse registro é um fenômeno que dá ordem física, ele existe materialmente, ele existe sob a forma de livros, de arquivos, de documentos, de peças, de museus, etc., etc. Ele não é um conteúdo da mente humana, não é um conteúdo cognitivo, mano. Ele é um fenômeno tão material quanto o cosmos, aqui as várias ciências se referiam. Então, isso quer dizer que em cima do enigma material, nós composamos um outro que nós chamamos injustamente de conhecimento. E é disto que esse rei está falando para o rei Hermes. Isso dois mil e quatrocentos anos atrás. Esse registro, então, é enormemente profético, porque ele não está falando só, dá perda da arte e da memória, e de fato se perdeu. Se ver que ainda, bastante depois do advento da escrita, ainda se cultivava um arte e da memória que permitia a um orador, digamos, de Mostens, o Cicero, reidigir um discurso de seis horas e decorar o Palá pro Paláver, e depois pronunciá-lo sem papel, sem nada. Isso hoje é impossível. Claro, as pessoas podem fazer discurso de até oito, nove horas, como Fidel Castro fazia, mas era improvisado. Ele não estava... não era uma coisa que estava na memória. Essa arte da memória se perdeu completamente. Existem substitutivos, mas eles não fazem parte da cultura geral. Eu mesmo já recomendei, aqui, o curso de memória do Dominico Bryan, que foi campeão de memória, oito, nove vezes. Quer um homem que levava ele no salão a apresentar para 200 pessoas e ele seguira e dizia o nome de cada um. E uma dessa série de baralho, você vai jogando as cartas e assim, e depois ele diz exatamente a ordem que as cartas aparecem. Pá, pá, pá, pá, pá. E ele tem algumas técnicas, eu andei brincando com elas um tempo, mais por curiosidade do que outra coisa. Então, veja, a arte da memória era uma coisa que estava perfeitamente integrada na cultura greco-romana, era uma coisa normal. Os oradores aprendiam hoje não, essa arte da memória é uma coisa altamente especializada, que só pessoas muito interessadas ou aficionadas vão curtir. Isso não faz parte do ensino universitário. Quando, na verdade, vão dizer, este seria o primeiro problema, não é isso? Primeiro problema é o da memória, segundo é o da desifração e o reitamos está colocando estes dois problemas em ordem. Mas já que nós vivemos numa sociedade, numa civilização da letra impressa, então é evidente que se coloca para nós um problema que antigamente não existia, porque ele diz o seguinte, o surreino que aprendeu a ler, a usar os signos, ele vai raciocinar a partir de um conhecimento que veio de fora, sinais que ele recebeu de fora, esses sinais não são produzidos pela sua própria mente, então não é uma coisa que vem de dentro. Então surge o seguinte problema, como é que nós vamos absorver isso interiormente? Então uma coisa é eu ter tido certas experiências, ter observado certas coisas e construíram determinadas frases que expressam aquilo que eu ouvi, que percebi, que entendia, etc. Outra coisa é eu ler uma narrativa pronta, uma exposição pronta, da qual eu não tenho acesso direto aos fatos, eu só tenho acesso aos signos ao raio. Então como é que eu faço para remontar desses signos até os fatos? Isso é uma operação que hoje em dia praticamente ninguém faz, as pessoas trocam frases por frases, você lê uma frase e o jeito concorda ou discorda, porque o mecanismo fabricante de frases dentro dele não confere com a frase que ele está lendo, então não há efetivamente uma referência ao objeto, essa referência não seria escrita, não seria nem sequer verbal, seria uma operação de imaginação e você ainda precisa ter certeza de que a sua imaginação está funcionando de uma maneira harmônica com a imaginação do autor do texto que você está lendo, então haver um problema de você afinar duas operações imaginárias, uma aqui já foi, acabou outra que você estava realizando agora mesmo, sendo que a primeira pode ter sido feita 2, 3, 4, 10, 20 séculos atrás. Então isso quer dizer que a margem de compreensão do material escrito é muito pequena, é quase nula se você pensar bem, a não ser nos casos em que haja um esforço consciente para suprir isso aqui. Então vamos dizer, um exercício que eu recomendo muito, é o que quer que você leia, você produzir exemplos daquilo, então se você não vai atinar exatamente com o que o autor imaginou, você está lidando com uma coisa análoga, o análogo não é equivalente perfeito, mas é alguma coisa, é melhor do que nada, é melhor do que você ter uma primeira confrontação de frases, que é, vamos dizer, a quase totalidade do debate público, eu vejo inclusive no setor das ciências, não passa de confrontação de frases, porque? Porque não há tempo de processar as frases de modo a remontar delas, vamos dizer, primeiro, aos conceitos gerais que estão subentendidos, segundo, às referências culturais aludidas e terceiro, mais importante de tudo, aos fatos de experiência que desencadearam o processo todo, mas se você ler qualquer coisa que você ler, você vai perguntar, mas pera aí, mas que experiências e inspiraram a esse sujeito, essa coisa que ele está dizendo, e daí, se eu fizer uma experiência análoga, eu chegarei a poder expressá-la nos mesmos termos que ele está dizendo, ou eu chegaria a uma coisa completamente diferente, mas note bem, se você não rastreou o caminho que vai do signo até a experiência, você pode no máximo contestar na frase que o senhor está dizendo, mas não o conteúdo dela, não está discutindo coisas nem fatos, você está discutindo palavras apenas, e nada lá segura que as suas palavras têm mais valor do que a dele, então é claro que se você reage imediatamente ao que você está lendo, sem você fazer esse rastreamento, então as suas pretensas, objeções, às vezes não são nem sequer objeções, não são nada, então apenas como diriam, flatos, vozes, então esse fenômeno se tornou endêmico no mundo inteiro, sobretudo no setor, como se fossem os debates públicos, o debate político, etc., é só troca de frases, quando você vai ver materialmente, substantivamente, quais são as diferenças efetivas entre, vamos dizer, as várias partidas, várias ideologias, às vezes é um nada, absolutamente nada. Quando você vê, por exemplo, em 1964, um enorme movimento popular, civil, militar, que derrubou o príncipe da República, para depois tentar fazer certas reformas iguaisinhas, aqueles que estavam tentando fazer, então é evidente que a objeção efetiva que tinha encontrado não era as reformas, era outra coisa, que coisa, até hoje nós não sabemos direito. Então, hoje em dia os pessoal liga muito, depois que surgiu uma direita no Brasil, que não tinha apenas 20 anos atrás, não existia nada, 0, 0, 0, 0, então, naturalmente, ela tenta se definir através de palavras, de expressões, que simbolizam para ela sua identidade, e, portanto, a identidade do inimigo que ela combate. A última moda é chamá-los de socialistas fabianos, chamaram até o Dórius de socialista fabiano, e ele diz, na hora que você diz isso, você não está definindo o Dórius, está definindo você mesmo, você não sabe se o Dórius é um socialista fabiano, mas eu nem sabe o que é um socialista fabiano. Então, por exemplo, eu muitas vezes expliquei que a política liberal do livre comércio, ela aparentemente vai no sentido da liberalização da economia, mas quanto mais você abre as fronteiras e mais o comércio internacionaliza, é evidente que a mera contabilidade disso cresce para um plano mundial, e portanto, a regulamentação também, se a regulamentação é mundial, tem que haver um órgão mundial, controla tudo, e é o obvio lulante, isso quer dizer que a liberdade de comércio cria o quê? A restrição, a liberdade de comércio. Como eu já dizia, a regra, toda ideia abstrata quando ela se encarna nos fatos históricos, ela se converte no seu oposto, não dei que essa regra sempre funciona, mas em inúmeros casos ela funciona, assim como a famosa ampliação dos direitos. Marlenha Shawid defina a democracia como ampliar direitos cada vez mais. Eu já expliquei no próprio filme, explico isso. Quanto mais direitos você promuga, mais você precisa de delegacias especializadas, tribunais especializados, fiscais, multas, etc. E portanto, o tamanho da administração pública vai aumentando e o número de controles aumenta. Então isso quer dizer que um cidadão sensato quer poucos direitos e que sejam sempre garantidos, não uma multidão de direitos, assim aqui só posso ser garantido a custa de mais opressão. Porque? Porque quanto mais cresce o direito, mais cresce o seu oposto, junto e o oposto acabam por engolí-los. Eu conheço pouquíssimas pessoas, na política prática esses homens que se consideram tão realistas, que chega a entender uma coisa tão banal. Então, quando você vê, por exemplo, um homem como o Doria, que é um homem da liberdade de mercado, do capitalismo, etc., etc. Ele ao mesmo tempo defende o desarmamento civil, o pessoal já acha que é socialista fabiano. Falam, não é, esse é um liberal como qualquer outro. E é um liberal que já entendeu que para ver liberdade, máximo de liberdade econômica, é para se restringir outras liberdades. E ele aceitou pagar o preço. Então, isso não é socialismo de maneira alguma, isso é um globalismo, sem dúvida, uma sociedade administrada, mas não é um socialismo. Então, isso quer dizer que para mim, socialismo fabiano e liberal, o globalismo, os dois são ruins, evidentemente, mas não são a mesma coisa, eu falo de duas coisas, são ruins. Então, por exemplo, para sua mulher dormir com o vizinho é ruim, o vizinho te dá um tiro e também é ruim, mas não são igualmente ruins, as duas coisas. Nem são ruins no mesmo sentido. Mas, vamos dizer, o desejo de reagir aos argumentos a partir da sua mera formulação verbal, termina, vamos dizer, por misturar numa pasta indistinta as coisas mais diversas e se você nem mesmo enxerga o perfil daquilo contra que você está lutando, então você está lutando apenas contra o nome dele, não contra a coisa. Então, isso que eu estou explicando para vocês é uma coisa que dificilmente se tornará de domínio público, dificilmente você verá multidões inteiramente conscientes disso e capazes de se articular no meio dessa confusão, mas pelo menos a classe intelectual tem que estar preparada para isso e se ela não está, então muito menos vão estar os outros. E isso é o grande problema do Brasil no momento, você não tem, vamos dizer, uma vida intelectual digna do nome, correta, que será capaz de, nos momentos decisivos, ajudar a população a entender o que está acontecendo, porque os pobres intelectuais também não estão entendendo. Mas, em parte, isso não é só um problema brasileiro, é um problema mundial, quando eu ver o que está acontecendo agora no governo Trump, eu fico assim abismado, falando como é que o senhor acredita que ele pode subir a presidência da república e impor reformas que vão virar o país de cabeça para baixo, antes de ele ter assegurado o domínio da máquina estatal, eu nunca vi isso na minha vida, você não tem os instrumentos, você não tem os meios para fazer, então você está fazendo, assim, é uma coisa que contraria toda a experiência mundial. Não existe a ação sem o agente, não existe a ação sem os meios, e se você não tem os meios, não é adianta você tentar praticar a ação porque vai dar outra coisa. E é exatamente o que eu estou vendo acontecer aqui, eu estou perplexo, e hoje um cara me desafio, ah, quer dizer que você acha que sabe mais do que o Trump e todos os seus instrumentos, e eu estou estudando essa coisa há 50 anos e esses caras são os recentes que chegaram agora, são os moleque tipo Beno, vai ser cheio de ideias, vai ser jamais testadas e jamais confrontadas com os fundamentos da ciência política, então é claro que eles vão errar e estão errando, então normalmente nenhum governo faria isso, fazer o que você não tem os meios de fazer, isso aí é o que se chama arrogância, bem de abrogária, quer dizer você está exigindo aplausos antes do espetáculo, você ainda não fez o negócio, mas já quer o aplauso, então nesse sentido, não no sentido psicológico, o Trump é realmente um sujeito arrogante, não na sua personalidade, mas na sua política, ele está exigindo resultados que ele simplesmente não pode produzir, então isso a gente vê também, a todo momento quando eu expliquei, ali no próprio filme eu expliquei o problema do Fauro Gramo-X, quer dizer o PT querendo realizar a proposta política do Roy Mundo-Fauro mediante os meios do António Gramo-X, eu falei não dá para fazer isso, isso aí é como você querer abrir uma lata de sardinha com cuspe, isso não é um meio adequado, você não vai conseguir, e até hoje a intelectualidade de petista inteira não foi capaz de atinar com uma coisa tão óbvia, e se tivesse atinado de tempo, tira salvado o seu partido, então esses erros monstruosos aparecem no debate político, no debate literário de modo geral, no debate científico também, a mesma coisa, e no debate de ordem mais filosófico e metafísica aparece também, e um desses exemplos que eu dei, mencionei nas aulas anterior, é o Conselho do Renegue no da possibilidade infinita, possibilidade universal, que ele define como ausência de qualquer determinação, fica determinação, determinação é uma distinção entre uma coisa e outra, por exemplo, você não pode descer e subir uma escada ao mesmo tempo, só nos desenhos do Echa, chega no topo da escada, você está lá embaixo de novo, que é um desenho que ele vai para ilustrar justamente esse tipo de conexão lógica que eu estou explicando aqui para vocês, ele não fez para dizer que devemos fazer escadas assim, ele fez para mostrar que não dá para fazer, então, o Guenon fala que existe por um lado a possibilidade universal infinita, sem qualquer determinação, e por outro lado isso que ele chama manifestação, corresponderia ao que no Cristiano e a minha criação, o mundo criado, existe, Deus Eterno e o mundo criado, analogicamente é a mesma coisa, embora o conceito não seja exatamente o mesmo, então de bom, qualquer manifestação já é uma determinação evidentemente, porque se ele decidir fazer um mundo, digamos, onde que os planetas sejam cúbicos, então os planetas necessariamente não serão esféricos, e qualquer manifestação, que você entenda como criação ou como uma simples exteriorização, ela já é uma determinação, aquilo que é totalmente indeterminado, que não tem nenhuma determinação em si mesmo, como que ele pode se autodeterminar? Ou seja, se a possibilidade universal não tem determinação nenhuma, ela simplesmente não pode agir e ela não pode se manifestar, porque manifestar se é uma determinação, como é que, toda determinação parte de outra determinação, e não do indeterminado, ou seja, aquilo que não tem definição nenhuma, não tem limite algum, como pode se impor um limite? Da onde surge esse limite? Por isso mesmo é que desde o início, eu expliquei, quando eu usava a expressão possibilidade universal, eu não usava no sentido do renegino, do absolutamente indeterminado, mas ao contrário, eu insistia na expressão estrutura da possibilidade universal, então assim, tem uma estrutura não está indeterminada, e a estrutura da possibilidade universal é o conjunto dos possíveis, limitados e determinados pelos impossíveis, ou seja, é um conjunto de determinações, as quais o próprio Deus não escapa, existem limitações internas da própria Deus, por exemplo, é a coisa mais óbvia do mundo, o Deus pode pecar, não, não pode, está aí, para uma tratada determinada, ele já não pode fazer o que ele quiser, na verdade, ele não pode nem querer fazer isso, então, isso nos coloca, um outro problema, que é uma outra confusão, eu não sei, do debate filosófico religioso contemporâneo, que é, por exemplo, hoje mesmo eu estava lendo um livro do Philip Shenrod, que é esse filósofo da Igreja Ortodoxa, e ele diz o seguinte, se nós queremos entender a concepção do mundo cristianismo, nós temos que apelar a coisa que estão acima da razão, apelar a revelação, etc, etc, pera aí, mas quem diz que revelação e razão são coisas que estão no mesmo plano, que você possa confrontar uma com a outra, hoje mesmo eu havia comentado, vamos dizer, um outro modo de enfocar o problema da razão, que é o dos chamados filósofos da vida, Leben, filosofia alemã, Nietzsche, Ludwig Klages, Hans Freyer, um monte de outros, que o pessoal acuse injustamente, eles serem precursores do nazismo, não são de maneira alguma, mas eles não serem precursores do nazismo, não quer dizer que não tem o cometido eros filosóficos monstruosos, eles não contrappam em fé e razão, mas contrappam em razão e instinto, ele diz, ora, mas quem diz que a razão não é um instinto, da onde surge a atividade racional, senão do desejo de prever e organizar as nossas ações de algum modo, e para que prever e organizar se não há risco nenhum, então a razão nasce evidentemente do medo, ela é um sistema de defesas contra, ou o medo ameira a possibilidade do medo, então ela é um instinto, é claro que um instinto que no ser humano é formidavelmente mais desenvolvido que nos animais, digamos, um urso ele pode sentir o cheiro do ser humano a 16 quilômetros de distância, mas ele não pode fazer um plano para se precaver contra o advento de futuros seres humanos, nós podemos nos precaver contra a entrada de urso, mas se o medo botamos uma ser que pronto, acabou nenhum urso vai entrar, o urso não pode fazer isso, então ele pode apenas prever o desenvolvimento da situação que já está dada, não de situações hipotéticas futuras, o que implica então, além do instinto básico, que é o medo de dizer de auto-defesa, uma imaginação poderosíssima, que o humano evidentemente vai muito além dos animais, então o animal sente o caçador que já está ali, e o homem pode prever todos os ursos até o fim da vida dele até depois dele morrer, então ao contraporar o razão instinto eles estavam cometendo um erro básico, quando nós falamos da mesma forma que as pessoas contraporam e ferram a razão, seja para o pôlas, seja para entre aspas conciliá-las, está cometendo um erro básico, porque não são espécies do mesmo gênero, então a palavra razão pode ser usada em dois sentidos, primeiro a razão divina, então seria o que eu denoim na estrutura da possibilidade universal, é o Logos Divino, é o próprio Cristo, então a razão divina está por trás de tudo e organizando tudo, isso quer dizer que tudo ocorre exatamente de acordo com a vontade de Deus? Não, se você disser se isso você está limitando a vontade de Deus, isso quer dizer, Deus não é capaz de contrariar a sua própria vontade, o que é um absurdo, se Deus tem que ter a capacidade de permitir que certas coisas aconteçam, a margem da vontade dele, ou contra a vontade dele, a existência do pecado é uma por exemplo, não foi Deus que planejou, não, Eva vai fazer assim, assim vai enganar o marido, não foi ele que fez isso, ele deixou que fizesse, isso quer dizer que quando você amplia a noção da unipotência até o absurdo, ela se converte no seu contrário, ela se converte na impotência, exatamente como a possibilidade universal do Guenon, não tendo determinação nenhuma, não pode agir, portanto ela é impossibilidade absoluta, você quer dizer que todos os conceitos nós temos que usar com muito cuidado e ver assim, se ampliando isso ilimitadamente você não converte no contrário, o oposto, então isso quer dizer que o próprio conceito da razão divina, portanto associado, vamos dizer, a razão como instrumento da unipotência, ela se constitui das suas limitações e não da ilimitação, vamos dizer, a razão absolutamente ilimitada não teria nenhum limite externo nem interno, portanto ela não teria determinação nenhuma, a nutria submetia assim que é o princípio de identidade, então não é uma lógica de maneira nenhuma, não é uma razão de maneira alguma, então acompanhar isso aqui é absolutamente fundamental, incluir para você escapar de milhões de armadilhas lógicas que estão nesses debates religiosos, o segundo sentido em que você pode empregar o tema de razão é a razão humana, e acerto que é uma certa capacidade de articular o possível e o impossível, todo edifício da lógica está baseado na noção da necessidade, necessidade vem de nexedo, nexedelha, aquilo que não cede, ou seja, necessidade é impossibilidade do oposto, se você anuncia o princípio de identidade lá, igual a A, isso quer dizer que A não pode ser diferente de A, e não pode ser uma outra coisa, então isso quer dizer que a razão opera me dentro de um sistema de limitações e autolimitações, a razão humana pode abarcar todo o campo da razão divina por definição não pode, porque a razão divina não opera só no pensamento de Deus, ela se manifesta através dos fatos da ordem física e da ordem espiritual, fatos brutos, fatos da condição da ordem material ou da ordem espiritual, fato quer dizer que aquilo que foi feito e não pode ser desfeito, quer dizer aquilo que aconteceu, e o que aconteceu não desacontece, então digamos por exemplo, um milagre do Cristo, ele fez, está feito, está feito aonde? no mundo espiritual, não, está feito no mundo material, quando o Cristo faz o paralito, o paralito está andando espiritualmente, ou está andando com as pernas? se não andasse com as pernas, seria milagre nenhum, seria um milagre, um milagre demoníaco, então isso quer dizer que a razão divina se manifesta diretamente nos fatos da ordem material, então quer dizer que nós pensamos com signos, Deus pensa com signos e coisas, então isso quer dizer que esses componentes ou essas expressões da razão divina chegam até nós, não sob a forma de pensamentos, mas sob a forma de fatos, fatos e coisas do mundo exterior, somos nós que temos que reconvertê-los num processo racional, na vida que buscamos, por exemplo qual é o seu conceito, suas causas etc, nós estamos pegando um fato e reconvertendo, em pensamento, algo que não chegou a nós como pensamento, então é como se dizesse, bom, quando você vê um fato da ordem material e tenta compreendê-lo, você está tentando compreender o procedimento da razão divina que está por trás dele, você não vai chegar a compreender isso totalmente, por que? porque como tudo no universo que acontece, está interconectado na razão divina, o número de conexões de causalidade, simultaneidade, paralelismo etc, tem qualquer fato, por mínimo que seja infinito, você não tem um tempo infinito para pensar, portanto você só vai pegar um pedacinho, e esse pedacinho você vai entender como um símbolo, como uma analogia da razão divina inteira, então você anteve um vasto e limitado território de conexões do qual você enxerga um pedacinho, o pedacinho você enxerga, o outro pedacinho você mais ou menos adivinha, como numa assíntota, aquilo que o Mario Ferulciano chama times e parabólica, times que dizem avaliação e parabólica, que funciona como uma parábola, então uma curva que vai se aproximando uma reta mas nunca alcança, a assíntota, então nós compreendemos um conjunto de conexões, mas compreendemos que ele não é causa suí, que ele está interconectado com milhões de outros processos causais, inabarcáveis por nós, mas dos quais nós nos aproximamos simbolicamente e analogicamente através de uma assíntota, então é como se eu tivesse assim, tal coisa que eu entendi, por exemplo, quando você consegue resolver uma equação, uma coisa assim, às vezes você fica tão maravilhado com aquilo que você diz, eu estou antevendo a razão divina, mas você não... você só anteviu por parabola, você não viu coisa nenhuma, anteviu que é o que acontece antes de você ver, né? Então a palavra razão é usada nesses dois termos, ora, se aquilo que vem da razão divina se manifesta para nós sob a forma de fatos, o fato enquanto tal ele não está submetido à razão nem está fora dela, ele é aparentemente um dado da realidade, ele não é em si mesmo, ele não é para nós nem racional, nem irracional, é você que o racionaliza na vida em que você faz um esforço para atinar com a razão divina que está por trás dele, sem conseguir jamais realizar isso perfeitamente, então é uma operação da mente humana que num fato específico enxerga como se fosse um modelo simbólico da razão inteira, então nós podemos dizer, existe algum conhecimento que esteira acima da razão? Não, eu tenho um conhecimento que está fora dela, mas que é o conhecimento dos fatos, meu Deus do céu, um fato que você não entende, então você não racionalizou ainda, mas quer dizer que ele seria irracional? Não, você não pode saber se ele é irracional, porque você nem tentou racionalizá-lo ainda, você só vai saber depois, então ele é por assim dizer, ele é a racional, o pré-racional, mas ele está aí se oferecendo para ser racionalizado e compreendido pela razão, na medida das limitações da razão humana. Ora, os fatos da revelação são de que tipo? São exatamente do mesmo tipo, meu Deus do céu. Se você diz, olha, Jesus Cristo morreu três dias depois ressuscitou, digo bom, tem um monte de testemunho que diz que ele fez isso, que é isso, é um fato da ordem física, como qualquer outro fato, você está entendendo? É como uma chuva, um terremoto, a gestação do espécie animal, a vaca dando leite, é um fenômeno da ordem natural, se manifestou na ordem natural, claro, tem uma causa sobrenatural, mas não todos discutem na causa, ela não aparece para nós como sobrenatural. Se você diz, é, Jesus Cristo apareceu sobrenaturalmente aos apóstolos, falou então, não apareceu fisicamente, meu Deus do céu, ele está lá fisicamente, ele está num corpo natural que isso automéfico conseguiu tocar. Então, a revelação inteira se constitui de duas coisas, fatos e promessas, Jesus Cristo fez isso, mais aquilo, mais aquilo, mais aquilo, mais aquilo, e ele prometeu que no fim dos tempos vai fazer mais isso, mais isso, mais isso, mais isso, mais isso, mais isso. O primeiro não pode ser o objeto de fé, porque ele pode ser verificado, e de fato é verificado, as pessoas investigam para saber se aquilo aconteceu ou não, portanto, não são por si mesmos fatos da ordem sobrenatural, são fatos da ordem natural, nos quais você anteve a ação de uma forja sobrenatural, mas que em si mesmos não são sobrenaturais. Então, isso quer dizer que, todo horizonte do que está disponível para o nosso conhecimento, são duas coisas, fatos brutos e especulações racionais que fazemos em cima. Essas especulações racionais, por sua vez, abrangem o quê? Só o universo daquilo que nós chamamos de lógica? Eu acredito que no livrinho sobre Aristóteles, Aristóteles na nova perspectiva, eu já demonstrei ali que o discurso lógico não pode surgir sozinho, ele se assenta na imaginação poética, no centro da verocimilância, na confrontação dialética e daí na formalização lógica. Não existe a formalização lógica no ar, não pode existir assim. Portanto, devemos chamar de universo racional o conjunto inteiro dos quatro discursos, inclusive a razão poética, porque se você não é capaz, se quer de fazer uma analogia, como é que você vai chegar numa identidade? Se eu não consigo saber nem que uma coisa é parecida com a outra, como é que eu vou saber se ela é essa outra coisa ou não? Não dá para saber. Portanto, como diz Susan Langer no seu livro Maravilhoso, sobre lógica simbólica, todos os conhecimentos humanos começam com alguma analogia. Portanto, a analogia é parte intrínseca do processo racional. Então, acabamos de colocar dentro do universo racional todos os fatos da revelação. E colocamos dentro do universo racional toda a manipulação de símbolos na esfera poética, artística, etc. Existe algum conhecimento não racional que nós tenhamos que apelar? Não. Depois eu posso perguntar, ah, mas a segunda parte da Bíblia, que são as promessas. Bom, as promessas, você é impossível provar-se uma promessa verais ou falsas antes de ela se cumprir. Isso não é a promessa de Jesus. Eu digo, olha, aqui o nosso empreiteiro prometeu, tal dia está pronto ser escritório. Já prometeu 45 vezes. Nunca ficou pronto. Mas na hora que ele prometeu, sabia se era verdadeiro ou não? Não. Eu vou ter que ir pelo quê? Pela probabilidade, pela velocivilhança. Ele já atrasou, não sei quantas vezes, provavelmente vai atrasar de novo. Então, isso tudo depende do quê? De uma confiança que você tem ou não tem? Uma confiança que é maior ou menor? Ora, você ter confiança numa pessoa é um negócio irracional? Ou você faz uma avaliação racional? Ahn? Por exemplo, se eu vou perguntar assim, quantas vezes Jesus Cristo passou um cheque sem fundo? Quantas vezes Jesus Cristo participou do mensalão? Quantas vezes Jesus Cristo comeu a mulher do próximo? Ahn? Quantas vezes Jesus Cristo matou uma pessoa e escondeu o cadáver? Porque ele nunca fez nada disso. Então, nem ele, nem os apóstolos. Então, há uma motiva racional para confiar? Sim, claro que há. Há mais motivos para confiar do que para desconfiar? Por lei das probabilidades. E pelo senso da velocivilhança, o senso retórico da velocivilhança, o qual é perfeitamente racional? Então, isso quer dizer o seguinte, quando ele fala, olha, aqui tem... a razão ali tem um instinto errado. Aqui tem a razão, ali tem a fé errada. Essas duas coisas não existem, porque a fé é apenas a confiança. Se existem fatos de ordem histórica, por exemplo, você pegar os inumeráveis milagres feitos pelo sãs da igreja católica há um longo tempo, para começar pelos corpos incorruptíveis dele, que estão aí conservados alguns a mil anos. Você chega lá, chega lá, você vê, sei lá, o corpo de São Luís González morreu há 500 anos, está lá intacto. O corpo de Santérezia no Rio de Jesus morreu há 150 anos, está lá intacto. Bom, esses são fatos da ordem natural, eles não são objeto de fé. Se fosse objeto de fé, ninguém ia se preocupar de ver o corpo. Você acredita que o corpo está incorruptivo, acredita que você viu? Não, mas eu acredito em ter o fé. Então, ou você viu o pessoalmente, ou você vê através de fotos, ou através de um testemunho confiável. Isso acontece nos fatos da ordem religiosa, como acontece com o fato da ordem científica? Por exemplo, tudo que os caras dizem de física quântica, você acredita? Você averigou pessoalmente? De tudo que você leu de ciência, pergunta assim, quantos experimentos científicos desses você poderia realizar pessoalmente? Uma fração infinitesimal. Então, para quase totalidade, vocês se baseiam no que? Na confiabilidade do testemunho, o neguinho diz que fez a experiência que deu x ou y. Então, o problema da confiabilidade é exatamente o mesmo na ciência e na religião. Não há diferença alguma. Portanto, todo conhecimento humano é racional. Não há conhecimentos racionais ou supra-racionais. Isso é um absurdo. Se você falar supra-racional, mas você pode acreditar que é uma racionalidade mais elevada. Isso pode existir, a racionalidade divina, de fato, é mais elevada que a humana. E por isso, às vezes, você não a entende. Mas, quando você entende, entende. Depois que você entendeu, entendeu. Então, foi incorporar. É um elemento da razão divina que foi incorporado na razão humana. Nunca será incorporado na sua totalidade, por definição. E, aliás, nem precisa, porque é que uma criatura que vai viver no máximo 90 ou 100 anos precisaria ter conhecimentos infinitos. O que quer dizer isso? Eu só vou durar um tempo x, mas eu tenho conhecimento infinito. A expressão é totalmente incongruente. Se a sua vida tem, a sua existência tem um limite temporal, o seu conhecimento também tem. Você vai saber enquanto vive. E, então, isso quer dizer que toda a esfera dessas discussões estava viciada porque por estereotipos, chavões. E por que o chavão se impregna tanto? Porque as pessoas reagem diretamente ao chavão, diretamente à palavra, sem passar pela representação do objeto aquele se refere. Se você tentar pensar assim, ah, o que quer dizer uma coisa que é irracional? Não uma coisa que eu já razão, eu desconheço, que eu já razão, eu não entendo. Pode ter muitas coisas assim, que são perfeitas e irracionais em si mesmo. Por exemplo, você pega um tratado de cálculo diferencial e dá para um menino de 5 anos. O menino vai dizer que isso é irracional, porque eu não entendo. Ou dá para o Lula. Não precisa dizer cálculo diferencial, dá um livro de álgebra de inventar para ele. Não entende, quer dizer que é irracional? Não, estou falando. Irracional, efetivamente, substantivamente, não existe. Nunca se descobriu o único fato que fosse irracional. Tem fato que parece irracional a quem não o entende, mas na verdade irracional, quem está sendo irracional era o sujeito no fato. Então, fé, instinto, não existe. Razão e instinto não existem. Razão e sentimento também não existem. Sentimento é o que é, gente? Sentimento é uma proporção matemática, entre um estímulo e a reação do organismo psicofísico humano. Então, conforme a sua predisposição, e conforme a intensidade do estímulo, forma-se uma equação A sobre B igual X sobre Y. O que é que isso tem de irracional? O sentimento é coisa mais racional que existe. Ele é uma proporção. Razão quer dizer proporção. Mas ele varia depois de pessoa. Isso torna irracional? Eu estou falando. A predisposição dos sujeitos. Então, por exemplo, o sujeito que teve uma série de experiências traumáticas é aquele negócio, cachorro morde de cobre tem medo de linguiça. O outro mostra uma linguiça e ele acha ótimo. Mas, conforme, o que aconteceu para esse, ele tem uma predisposição. Essa predisposição é um dos fatores da equação, é o A. Do outro lado, você tem a intensidade do estímulo, o número de mordidas. Então, é o X. Então, embaixo você tem a reação do cidadão, que é o B. Essa é a resultante final, que é o Y. Quando você ouve música, é isso que acontece. É uma forma de uma equação no seu ouvido. Uma sequência de equações. Então, não existe nenhum conhecimento irracional. Conhecimento irracional é o fim da picada. Você dizer que a revelação é irracional, o supraracional, você não está dizendo coisa nenhuma. Porque os fatos não são da ordem da razão humana. Eles são a ordem da razão divina. E quando se apresentam, eles ensinam que são racionais nem irracionais do ponto de vista humano. São racionais do ponto de vista de Deus, que Deus sabe porque os fez. Mas, do ponto de vista humano, eu digo, mas você nem tentou racionalizar ainda. Como é que você sabe que é racional ou irracional? Se você não encontrar a razão, ainda assim você não pode dizer que é irracional. Saber que uma coisa irracional é impossível. Porque suponhe que você esgotou todas as possibilidades e irracionalizá-la. E isso nunca acontece. Entendeu? Então, bom, ver quanta coisa está embutida neste testinho de, não tem nem dez linhas. Platão, Fébduro, Parna 274 e 275. Dê uma conferida, leia e medita sobre isso aqui que vai... Sair muita coisa aqui de dentro. Vamos fazer uma pausa aqui, eu vou botar um com as perguntas. Então, vamos lá. Como sempre eu vou ter que selecionar algumas perguntas, não dá para responder todas. Aqui, Celso Nicoli pergunta. A intuição não precede a razão estando a prior do conhecimento. Intuição e razão também não formam um par de opostos. Por que que é intuição? Intuição é percepção de uma presença, de uma coisa que está presente. Agora estou tendo a intuição sensível desta câmera na minha frente, das pessoas que estão aí atrás, da luz que está aqui em cima, etc. O que não me é acessível por intuição só é acessível por pensamento, por imaginação, por raciocínio. Então, o objeto de intuição por si mesmo, ele não é nem irracional, nem irracional. Ele é ao contrário, é aquilo que vai colocar em movimento a operação da razão com maior ou menor sucesso. Então, ele não se opõe à razão no sentido, vamos dizer, da validação do conhecimento. Tudo que é intuído é evidentemente válido, porque está presente na sua frente. Tá certo? Mas isso não quer dizer que a intuição lhe dê a compreensão do que está se passando. A intuição é apenas a apreensão daquilo que está manifesto, presente para você em um determinado momento. Agora aqui tem uma outra pergunta. Lucas pergunta, se temos apenas acesso imediato aos signos, como poder saber se esse signo se refere a alguma experiência de fato e não a uma pura abstração? Existe algum critério para reconhecermos um signo quando ele se gerar uma experiência que aconteceu por um lado e por outro lado quando ele é apena, representa uma possibilidade? É óbvio que sim, para uma coisa poder ser signo de outra, preciso que ela exista. Quer dizer, se você não percebeu algo, como é que esse algo pode ser signo de uma outra coisa? Então, tudo aquilo que está presente pode ser signo de outras coisas e geralmente é. Tá certo? Mas não quer dizer que seja apenas um signo. Nós temos apenas um signo quando nós pensamos, nós pensamos através de palavra, de conceitos, de imagem, e não são a presença atual das coisas. Quando você pensa o elefante, não há nenhum elefante presente. Se bem que nada, impede que você pense no elefante quando há realmente um elefante presente. Mas essas duas coisas não são a mesma. Agora, se uma coisa é signo da outra, então é absolutamente necessário que a primeira exista. Quando você diz, sei lá, o Leão representa o sol, eu digo, mas se não existir Leão nenhum, o que ele pode representar? Se ele não for acessível para você, intuitivamente, quer dizer, presentemente, ele não representa a coisa nenhuma. Toda a teoria dos signos se baseia na hipótese de que o signo está presente. O significado é que pode estar ausente e não ser acessível de maneira imediata, mas o signo tem que estar ali. Então, eu nunca disse que só percebemos signos. Eu disse outra coisa, tudo o que percebemos é signo. Não é a mesma coisa que dizer que só percebemos signos. Tudo é signo de alguma outra coisa, mas esse tudo tem de estar presente para poder ser signo de algo, depois entender. Você vê, é todas essas distinções, à medida que você vai absorvendo, elas se tornam hábitos do seu pensamento, elas te ajudam a entender qualquer questão pública de uma maneira muito mais rápida e muito mais eficiente do que a quase totalidade da pessoa que está discutindo, porque elas vivem e confundiam esses vários planos. Se você ressuscite a partir de estereótipos, como por exemplo, razão e fé, você vai cair no erro de qualquer jeito. Quer dizer, você não está pensando, peraí, o que é razão? Se eu uso, no máximo, as pessoas apelam o significado dicionalizado. Ou seja, o que é o significado dicionalizado? São palavras que, teoricamente, dizem o significado de uma outra palavra. A coisa referida não entrou como razão e fé, não são coisas do mundo material, mas são operações do Espírito humano. Você precisaria observar essas operações, tal como elas se realizam efetivamente na sua mente, na mente dos vizinhos, para dar a você saber o que está falando. Entende, né? Agora, se você definir a fé como era crença, você vai dizer, bom, então você não é capaz de distinguir. Entende o que é um ato de confiança num testemunho e o que é crer numa afirmação, sem motivo. São coisas completamente diferentes. Então, como as pessoas usam? Por estereótipos, ganar. O ciência, o razão é aquele conhecimento que você tem provas, etc. E fé é aquilo que você acredita sem provas. E, mas isso é um estereótipo. Isso, na verdade, não existe. Quando você vai ver o que que a religião cristã chama de fé, sempre foi a confiança nas promessas de nosso Senhor Jesus Cristo. Isso, agora, por exemplo, quando o cego, o paralítico diz para Jesus, você pode me curar porque você é o filho de Deus Vivo, etc. Então, ele tem testemunho, ele tem narrativas anteriores que chegaram a ele e que fomentam essa confiança que ele tem naquilo que Jesus disse que é. Não é uma coisa assim arbitrária, quer dizer, creer numa coisa que você não tem provas. Não, você tem provas mais do que razoáveis. Você não tem a prova cabal final, né? Mas você tem provas suficientes para que? Para fundamentar a confiança. Agora, creer numa afirmativa da qual você não tem prova nenhuma é uma coisa muito difícil, né? Pode acontecer, mas é raro. Então, é claro que a fé, na maior parte, dos caras, não é isso. Quando você fala razão, as pessoas misturam assim, elas misturam razão com a lógica, com a ciência, com a experiência, com o depoimento. Tá tudo misturado, é uma síntese confusa. Síntese confusa por quê? As pessoas não se examinaram, elas não se conhecem o suficiente, elas não viram a própria alma operando, a própria mente operando o suficiente para saber do que estão falando. Às vezes, não observam nem mesmo objetos do mundo sensível. Né? Quando, por exemplo, surgiu aí uma polêmica sobre ursos, a pessoa falava, coitadinho vai matar os coitadinhos dos ursos, né? Eu dei, bom, eu tive lá no meio, sei que se eles não matarem 3 mil ursos por ano, vão sumir os alças, as vacas, etc., etc., eles têm que matar, 3 mil ursos, eles não conseguem. Então, o problema não é a matança de urso, o problema é que não estão matando urso o suficiente. Né? Mas, o indivíduo já mistura, né? Noção de assim matar animais, eu dei, mas, espera aí, quais animais? É a mesma coisa de matar qualquer animal, é a mesma coisa de matar um gatinho, matar um urso, matar uma vaca, matar um álcool, etc. Comprada, é meio diferente. Então, nem é. Só uma parte, na rua que a gente morava, apareceu urso, ele é mentor school, só tem criança pequena aparecendo. Isso, isso é excesso. Aqui, em Richmond, aparecem ursos, quer dizer, você está com uma superpopulação de ursos. Na verdade, em alguns lugares do país, não em toda parte, é claro. Mas, por exemplo, no Alaska tem uma cidade que a população de urso é maior que a da cidade, a pessoa não pode sair na rua. Mas ali, eles tiveram que tomar mil providências para criar uma toda administração especial para isso. Mas no Maine, não é uma cidade, é o Estado inteiro. Então, como é que eles vão fazer? Vão pegar todos os ursos do Estado, prender no lugar, e falar, não dá. Então, o único jeito é matar os bichos antes que eles comam as nossas vacas. Mas, então, são os julgamentos feitos na base do que eu chamo a palavra gatilho, quer dizer, uma palavra que, por si mesma, desperta uma emoção, sem referência ao objeto do mundo real a qual ela se refere. Quando este objeto não é uma coisa do mundo físico, mas é uma operação da mente humana, então, se eu ainda pode ter a desculpa de que essa operação é mais difícil de observar e tal, então ele não sabe muito bem o que está falando, mas às vezes é uma coisa do mundo físico, e nem isso as pessoas observam. Por exemplo, quantas vezes eu não vi a expressão? Não, eu sou contra a caça esportiva, a caça esportiva. A caça esportiva não existe, meu filho. A caça, ou ela é para comércio, ou é para alimentação, ou é para autodefesa. Só existem essas três. Agora, em função dessas, tem o seguinte, você tem que treinar as pessoas. E no treinamento, o surro que naturalmente é competição. Então, a caça esportiva é um subproduto remoto, a certa das finalidades da caça. E de 100 caçadores que existem, quantos competem? 1 ou 2%. E esses que competem, em geral, são professores que estão ensinando os outros, e que têm que se aprimorar, e por isso mesmo competem. Por exemplo, é um jeito de você, se você quer um guia de caça, você vai comparar um com o outro, não é? Então, você vai ver o currículo que cada um já fez. Então, essa é a competição. Então, a caça esportiva nunca foi um objetivo em si mesmo, nunca e não pode ser, nem tem sintema, e ainda é tão louca, que nunca passou pela cabeça de nenhum caçador. Mas, a pessoa, Ruga, o que é esportiva? É uma coisa que você faz só para se divertir. Então, ele imagina que a caça é isso. Augusto Maranhão, como não poderia ser, é que é aula. Muito obrigado. Gostaria que você explicasse novamente a relação entre o sentimento e a equação matemática e a racionalidade ou não a racionalidade do primeiro. O sentimento é uma resposta de um organismo psicofísico inteiro, ele não é como uma merda sensação física, por exemplo, uma agulhada no dedo, um da agulhada no dedo, só o dedo sente, o pé não sente nada. Mas a emoção do sentimento é uma reação do organismo psicofísico inteiro. Geralmente, você tem não só reação psico, mas você tem reações corporais, que acompanham, então, por isso que eu digo, para simplificar o negócio, é uma reação do organismo psicofísico inteiro a um estímulo exterior. O que determina a intensidade da reação ou da resposta? Eu digo, a história anterior do precedente, a experiência acumulada e o estado do organismo naquele momento. Então, por exemplo, se você está debilitado por uma doença, é capaz de uma manotícia ter afete mais do que afetaria se você estivesse saudável. Então, depende do estado inteiro do organismo, e, portanto, da sua história, pelo menos, imediatamente anterior. Mas depende também da intensidade do estímulo. Então, a intensidade do estímulo produzirá uma determinada reação proporcionalmente, vamos dizer, ao estado total do organismo psicofísico naquele momento. O que é isso? Isso é uma equação, uma proporção. Também, quando você ouve música, cada nota tem uma reação proporcional, dependendo da sua capacidade auditiva, da atenção que você está prestando, etc. Ou seja, você tem um organismo que está num estado determinado do momento em que ouve aquela nota. E você tem, por outro lado, a nota tocada, com uma determinada intensidade, com determinado volume, com determinada intenção, etc. Aí se formam aí com ação também. Vamos lá agora. Aqui, por favor, o professor Jovem falou de William Brannham. Parece que ninguém em toda a América operou mais milagro que esse homem, quase todos de cura. No entanto, ele disse que recebeu a missão de pregar contra o dogma trinditário, defender do unicismo, que é um tipo modalismo renovado. William Brannham é um charlatão monstruoso. Ele disse que o mundo ia acabar em 1977 e fez inúmeras outras profecias totalmente impugnadas pelos fatos. Não é para prestar atenção no que esse cara fez. Outra coisa, esses milagres, eles foram investigados, como a Inglaterra Católica investiga, os pretenços milagres que se apresentam em nome dela, não, a Inglaterra Católica investiga até o fim, fazendo tudo o possível para desmascarar. É a única religião que faz isso no mundo. Portanto, quando se faz um milagre da Inglaterra Católica, isso já foi examinado de tudo quanto é jeito, por cientistas católicos e não católicos, e só não conseguir impugnar o falo bom, então deve ser mesmo. Nenhuma outra faz isso. Portanto, as outras religiões, todos falam milagres, só para efeito de propaganda, elas não são sérias neste aspecto. Nenhuma delas é. O dia que criária, vamos dizer, sei lá, que tem uma comissão internacional protestante, constituída de cientistas católicos, protestantes, judeus, ateus, etc. Tudo para passar uma peneira nisso e ver o que é. Onde que fizeram isso? Bom, vou começar a levar a sede. Até lá, não. Por exemplo, o James Roots, no livro, o Mega Shift, ele falou, durante o período então, houve 7 mil ressurreções de prova e uma. Prova e uma não é que tinha assim 3 pessoas que observaram. Não, prova e uma, como a Inglaterra Católica prova os seus milagres. Faz isso, eles não fazem nunca. Então, a alegação de milagre é só propaganda. A Grigatória não pode fazer isso porque o milagre, no Católicismo, no Caléatro Cristianismo em geral, não é um elemento externo posterior à religião, ele é a própria religião. Então, ela não pode brincar com esse negócio. Então, o Bran simplesmente não merece atenção. Não acredita nas curas, pode acontecer de um outro. Está certo? Por milhões de razões, inclusive a influência da demonia. O demonio também, o exemplo do demonio não sabe curar o Memoroida. Mas o Neu, o que faz? Ele faz 40 profecias, 39 estavam erradas, fala cala a boca, não fala a mão, não quero saber. Ah, mas eu curei influência, não quero saber. Não merece atenção. Luz Lima, o Dora se declarou social-democrata na entrevista do Gentile. Eles se ignoram entre engenho ou de simulado. As três coisas. Esse cara não tem cultura suficiente para distinguir o social-democrata, o socialista, o comunista, o social-elfabiano, do liberal, do conservador, simplesmente não tem. É tudo isso aí, papo furado. É só teatrinho brasileiro. Veremos o que ele é, aliás, ele descobrirá o que ele é. Está certo? A medida que ele foi assumindo o compromisso aqui e ali, de um dia ele vai chegar a concluir, é, eu fui tal coisa assim, assim, assim. Porque, vamos dizer, uma definição ideológica prévia, ele não tem. Não tem, nenhum político brasileiro jamais teve. Nem o cara que estava inscrito no Partido Comunista. Outro dia eu fui entrevistar para uma revista acadêmica, chamada Atrium, e eles me perguntaram quais itens da ideologia marxista, o senhor acreditou que o fizeram entrar na esquerda. Eu falei na época que ninguém entrau na esquerda por ter sido persuadido de haver acidade do marxismo entrar, porque queria lutar contra a ditadura e a esquerda era o veículo natural para fazer isso. Depois você via, talvez, aprender algo do Atrium Marxista, e a marxista, em geral, não via. O Zedirceu, o Rui Falcão, que foi o chefão do PT, nunca aprendeu coisa nenhuma, não sabe nada de marxismo. E, no entanto, fizeram um carreira nisso aí. Então, o fato é o seguinte, aqui, no Brasil, você tem briguinhas que, às vezes, são apenas frescuras. São veadar no sentido mais estrito do termo. Veadar, impôs, e teatro, etc. E o pessoal da direita, que entrou agora na jogada, que aprendeu alguma termologia, aprendeu socialismo fabiano, fascismo, etc. Começa a dar áreas de conflito ideológico a essa palhaçada. Então, vocês estão enobrecendo uma coisa que não existe. E o conflito ideológico no Brasil, não existiu até os anos 60, a partida ali foi tudo palhaçada. Vamos lá. Eu vou dar as perguntas aqui. Tamires Barbosa. Se eu estava escrevendo no Facebook, e eu estava escrevendo em português, estava a escrever sobre como os americanos se destruíram ao permitir com falsar assumir a presidência. Embora falta informações no caso bergóreno, vaticano, não causará dano análogo em todo o povo católico, eu não sei, porque já houve depoimentos muito sérios de cardiais que disseram. Esta eleição dele foi tramada na Suíça, para uma reunião lá, dois ou três anos antes dele chegar. E no Códio Direito Canônico disse que se houver alguma trama deste tipo, ele isso é inválido. Então, o bergólio é papo, eu não sei, se a igreja dependeria de eu decidir se ele é papo, não é, ela está lascada. E eu não tenho capacidade para resolver isso aí. Agora, tem pessoas que passam a vida estudando a história da igreja, as intrigas da igreja, talvez, mas elas passam a resolver. Não é o meu caso, não é a minha, mas uma barata, mas é muita cara de pau. Eu acho que esse bicho, você pensa nele, sente que você pensou e vai embora. Um cafezinho, assim, que ela entra na minha tica. Mas, aqui, tem alguma coisa errada, o bergólio tem, eu não sei exatamente o que. Rafael Badotti, professor, devemos perdoar alguém, mesmo que ele não peça interiormente, sim, sem sombra de dúvida. Agora, você perdoá-lo, não impede que você, por exemplo, se se trata de um crime, que você tome contra ele as mudanças judiciais. Então, se alguém me perguntou, eu acho que eu falo de uma aluna que tenha sido estuprada e não tinha feito nada com o testuprador, que o senhor mesmo convenceu aí na polícia, e eu falo claro, convenci. Porque uma coisa é perdoar a pessoa, outra coisa é livrar-la da sanção penal devida, porque se você deixa estupradura, solta ele vai estuprar mais. Mas, estou falando, mas que canalha, olha aqui. Desculpa, mas vou esmigalhar a bicho. Pronto, está de fonte. Cara de pau, sua última ousadia. Então, se se trata de um crime, você é obrigado, assim, moralmente, a fazer com que ele seja punido, ou pelo menos que sofre um processo. Isso não quer dizer que você vai ter ódio dele, não, é contrário. Você precisa odiar o sujeito para mandar para a cadeia? Se ele cometer um crime de fato, claro que não, até para a salvação da alma dele, você está ajudando. Agora, se ele estiver na cadeia, existe lei que proíba você de ir lá visitar, consolar, levar um pacote de cigarro, cara, não tem, o bom dia, o pacote de cigarro pode ser proibido, nem na cadeia se pode filmar mais. Varney Feitor, queria saber essa edição do Camões, volume 1 de Lessandro, não sei se é entre para Nova Aguilar, a extracção do caos sobre as nunes, são boções excelentes, pode ir atrás. Simone, gostaria de visitar o senhor, o senhor, levar meu sobrinho para conhecer, claro que é possível, depende, depende de você vir aqui. É que nem o que é isso, o volume está parando nesse ponto, se o senhor fizeres final, ele para. Se não vier, não é possível. Aqui, a pergunta, Marcos Boldrin, se Deus também está determinado dentro da estrutura da possibilidade universal, eu não sei, diz que ele está determinado dentro da possibilidade universal, ele é a possibilidade universal. Então, ele não está determinado por uma possibilidade universal externa, ele se determina, se auto determina, só que, seguinte, ele diz, o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão, porém, o que Deus decidiu, ele não voltar atrás. Entendeu? Portanto, ele está determinado pela sua própria decisão, que não voltar atrás jamais, senão, ele não poderia fazer, ele não poderia fazer coisas, isso é um ponto essencial na questão do Guenon. Eu digo, se só a possibilidade universal existe e tudo mais, é uma ilusão temporária, então, a possibilidade universal, não tem a possibilidade de criar nada de permanente. Ela só pode fazer bolhas de sabão, que ela mesma desfará depois. Eu digo, que raio de onipotência é essa? Hã? Ao passo que, na versão cristã, que eu acho muito mais sensata, né, isso aí, a vida eterna é conferida uma vez para sempre. Ele não vai voltar você no céu, eu vou falar, cansei, volta, tirar o cara do céu para mandar para o inferno, então, a promessa expressa uma realidade que se tornará permanente, não eterna, usa a expressão vida eterna é uma hiperbole, porque eterna, eu que não tenho começo, nem fim, agora nossa vida eterna tem começo, só não vai ter fim, então, mais certo é usar o espanhol, perdoável, a vida perdoável, né? Então, as determinações que Deus se impôs, não volta atrás. É, esse, que o completo não é o que o Deus também está dizendo, adendo a estrutura da possibilidade da universidade, não seria uma limitação da sua vontade, por que não Deus não é onipotente? Então, não, não, ele não está dentro da possibilidade da universidade, ele é ela. Luciana Schertl, sendo a nossa memória superficial, as atuais transgressões acadêmicas não estariam criando uma falsa memória para o futuro, estão sim, estão sim. E você ver, sobretudo na área da ciência histórica, os mitos e lendas que se consagram, como verdade de Evangelho, não, nem dois, não são milhares. Isso, então, eu sugiro, você vê uma gravação feita por dia pelo Stefa Moline, né? Sobra Abram Lincoln, a história do Abram Lincoln contada em todas as escolas, é absolutamente falsa. Quer dizer, o homem foi o grande liberador dos escravos, que foi um exemplo de moralidade etc., e ele disse, não, não foi nada disso. Isso, eu sempre me lembro, não é verdade. Eu não nego a grandeza do cara, como estrategista, de querer conservar a união. Que os estados não estivessem se dividido, eles não teriam chegado a ocupar a posição de destaque mundial, o que é o que ocuparam, é certo? E nesse sentido, preservar a união foi bom. Mas, por outro lado, destruir os direitos dos estados também não foi uma coisa boa. Então, o Lincoln foi no máximo uma criatura ambígua, como na polembo na parte ou outros tantos. Bom, eu acho que por hoje é só, né? Ah, pera aí, que uma pergunta interessante. Achei. Quando Fisch te dizem, se eu funda mais da ciência, do tema da ciência, que aspas, nenhuma substância é pensável, senão com referência um acidente e nenhum acidente é pensável ser substância, ele não está apontando alguma forma para um acidente metafísicamente necessário? Não, ele está falando apenas que é necessário que haja acidentes, em geral. E eu estou falando uma coisa completamente diferente da ordem real, implica uma multidão de acidentes dos quais nenhum é dispensável, que se um fosse diferente aquilo não aconteceria. É isso que eu chamo de acidente metafísicamente necessário. Tá entendendo? Então, por exemplo, o Sr. Edião tirou no outro, mas o vento desviou a bala. Então, o que que a intenção de matar tem a ver com a direção do vento? É necessário também nada, é necessário ser determinado por fatores completamente leis, mas se um falhar a coisa não acontece. É disso que eu estou falando, né? Agora, também, eles já tem alguma coisa desse tipo em reggae, mas eu só tenho uma referência em direto, eu lembro Charles Taylor, em que ele diz que dentro da estrutura básica das coisas, que é a manifestação da necessidade, não só a espaço para contingência, mas também a contingência para assim dizer necessariamente existe. Bom, mas isso é uma coisa que necessariamente é uma coisa. Outra completamente diferente é você analisar a estrutura de um fato e verificar que há uma quantidade ilimitada de acidentes sem o quais ele não poderia acontecer. Eles estão relacionando tanto Charles Taylor quanto Reggae quanto Fichte estão relacionando o conceito de acidente ao conceito de substância. Eu não estou estudando a relação acidente com o conceito de fato. É outra coisa completamente diferente. Eu digo, se uma coisa é um acidente, isso significa que ela não pode ser deduzida da substância. Ela só não pode ser contraditória com a substância. Por exemplo, nós podemos aprender a língua grega, podemos, um gato não pode, portanto, se aconte, acidente não acontece para ele. É isso. Nós podemos comprar um sapato e ele ficar apertado? Podemos. Mas um peixe não pode fazer isso. Ele não sofre esse acidente porque ele é incompatível com a estrutura da sua substância. Mas isso não quer dizer que você possa deduzir os acidentes da substância. Mesmo porque os acidentes serão inúmios e limitados. Então, se não é dedução, que não acaba nunca mais. Vamos pensar todos os acidentes que podem acontecer para tal criatura que o conceito tinha assim, não acaba um acidente. E eu estou dizendo o seguinte, todos os acidentes envolvidos num fato são necessários para que ele suceda. Todos sem exceção. Alguns podem variar, mas ser suprimidos não. Entender a diferença entre o que eu estou falando e o que eles estão falando. Comtingência de modo geral e substância de modo geral. Eu estou falando assim, um modo concreto com relação a um fato, cada fato especial. Isso que eu chamo de acidente metafísicamente necessário. É o acidente sem o qual o fato não se daria. Embora ele não tenha nada a ver nem com a substância envolvida e nem com a definição do próprio fato. Tém entendido? Então, acho que é por isso. Tem algum aviso? Não, não tem. Tá bom. Um dia desses, talvez um sábado desses, talvez eu pulhe a aula porque vai ter exibição do filme Jardim das Afrições em Nova Iorque e eu vou ter que ir para aquela cidade maldita. É uma coisa que eu não desejo para ninguém. Tem pessoas que querem ir para Nova Iorque, eu não entendo porque as pessoas querem isso. Então é isso. Se te hace mar que vê, muito obrigado.