Skip to content

Latest commit

 

History

History
1 lines (1 loc) · 58.5 KB

COF384.md

File metadata and controls

1 lines (1 loc) · 58.5 KB

Então vamos lá, boa noite a todos, serão bem-vindos. Em vários postos do Facebook eu tenho falado do romance do William Faulkner, lá em Os Novos, Luz de Agosto, e como o pessoal se interessou, eu decidi hoje contar mais ou menos em rede para vocês e fazer algumas considerações a respeito. A história começa quando uma moça do interior chamado Lina Gross, sai em busca do homem que havia engravidado e abandonado. Ele desquia para uma outra cidade, era um maior emprego e que logo a chamaria para ele se casar. Mas como ele não deu notícia, ela saiu atrás e foi tomando carona de lugar a lugar até chegar a uma cidade chamada Jefferson. Jefferson é uma cidade do condado imaginário de Iocna Patofa, que é inventado pelo próprio Faulkner, que inclusive fez um mapa do condado inteiro e ali que se passa é a maior parte das suas histórias. Quando chega a Jefferson, ela está procurando um rapaz que se chama Lucas Burch, e ninguém conhece nem o Lucas Burch, mas dizem, olha, tem um tal de Bunch que trabalha aí na Serraria, talvez seja ele. Ela vai procurar e encontra uma cidade que não é absolutamente o seu amante fujão, que se chama Byron Bunch. E o Bunch se apaixona instantaneamente pela lina. Enquanto isso, ficamos sabendo que o verdadeiro amante fujão, o Lucas Burch, está realmente vivendo naquela cidade sob o nome de Brown e trabalhando também na Serraria, mas ele não é muito trabalho não. Ele mais enrola, fica conversando e logo ele arruma um outro serviço, que é contraband e whisk, junto com o cidadão meio sinistro e estranho, que também é um recém-chegado na cidade, chamado Joe Christmas. E eles ficam vivendo daqui, o negócio ganha dinheiro, compra um carro, começa a ficar meio famos na cidade, embora o negócio seja clandestino. Suponho-se então que a história se passa no tempo da lei seca. Então nós temos um nome recuo, um passado, para contar a história do Joe Christmas. Joe Christmas era filho de um cidadão chamado Heinz, que mais tarde voltará com o apelido de Uncle Doc, tio doutor, e que era um suíto extremamente moralista, autoritário e cruel na verdade. Quando a filha desse cidadão Heinz é engravidada por um mexicano e forge com o mexicano, o velho simplesmente vai atrás dos dois, mata o mexicano, traz a filha e a criança de volta para casa e entrega, e sem falar nada para a mulher, sem consultar a mulher, entrega o bebê para um orfanato. E a velha mulher, senhora Heinz, jamais fica sabendo onde foi parar o menino. O menino está ali no orfanato, onde ele está ali escondido atrás de uma cortina, e tem uma senhora que é a nutricionista-chefe do orfanato, e ela está ali transando com um dos médicos e o menino ouve tudo e quando ela descobre que ele ouviu tudo, ela sabe que ela tem que dar um jeito nele, então só tendo o jeito, o mata o bebê ou o mata o menino, ou então o entrega para uma adoção e por sorte ela arruma alguém para adotar, o qual é outro tipo, então autoritário e durão quanto o Heinz, e o garoto após ter crescido sem conhecer a própria mãe e crescido no orfanato até, sei lá, 5, 6 anos, ele entregue para este caso ao adultivo, onde o pai adultivo segue a preceito bíblico que tem que educar os filhos na base da vara, do castigo, etc. e ele cresce morrendo de medo e também ódio do pai adultivo. A mãe adultivo, ela é uma pessoa de bom sentimento, mas ela é muito burra, ela quer fazer algo pelo menino, mas tudo que ela consegue fazer são comidas, inclusive comidas que ele não gosta, então não há verdadeira comunicação entre os dois. Quando o Joe Cristian cresce um pouquinho mais, ele arruma uma namoradinha, que na verdade é uma prostituta da cidade, e o velho pai adultivo vai atrás dele e agride os dois durante um baile e o Joe Cristian simplesmente pega uma cadeira, desce a cadeira na cabeça do pai adultivo e o pai adultivo mora. Ele então tem que começar a fugir e continua fugindo, fugindo, fugindo durante 15 anos, você está na cara que é uma carreira de crimes, enquanto isso na cidade de Jefferson o Baron Bunch arruma um lugar para Alina na pensão onde ele vive e vai conversar com um amigo dele, que é um velho pastor, não aposentado, ele foi excluído da igreja, um ex-pastor chamado Hightower, e daí segue todo um rodeio para contar a história do Hightower, que também é muito interessante, mas que nós vamos ter que pular aqui. Então o Hightower aconcilha muito o Baron Bunch não se aproximar da garota, fala, você não pode viver numa condição de cor no antecipado, a mulher já tem filho de um outro e tal, e de qualquer modo como o Baron vive tentando fazer algo, pela moça ele não tem nada com ela, não vai para a cama com ela, nem coisa nenhuma, já surge o Zun Zun na cidade e ele já começa a ridicularizar. Mas o Baron Bunch é meio idiota, coitado, mas é muito honesto, muito correto, ele faz tudo pela Alina e não mexe com ela, várias vezes pede para casar com ele e ela diz não, porque ainda tem a esperança de encontrar o tal marido. O Baron sabe quem é o marido, mas ele diz, eu não posso contar para ela que o namorado que ela está procurando é um contramandista de Whiskey, é um criminoso, não posso contar isso. Enquanto isso, o amante Fujão Lucas Burch, também chamado Brown, vai morar junto com o Joe Christmas num barraco que é alugado junto a perto de uma casa grande por uma senhora, chamada Joana, é uma coroa relativamente gostosa, mas já passada, que vive ali bastante sozinha porque o pai dela era um famoso abolicionista e ali na região era todo mundo escravocrata e ninguém queria saber de conversas com ela, então ela só tinha amizade com os negros da região. E viveu ali 30 anos sem praticamente ter contato com ninguém, exceto os vizinhos negros. E ela aluga esse barraco para os dois, contramandista de Whiskey, eles ficam ali e o Joe Christmas se engraça para cima da coroa e vira amante dela e toda hora vai lá e transa com ela e come na casa grande essa coisa. Quando um dia essa mulher que chama Joana, Joana conta para o Joe Christmas que está grávida, ele fica meio assustado e quando ela sugere casamento ele simplesmente a mata e vai embora. O Joe Christmas por ser filho de um mexicano, ninguém sabia exatamente se ele era preto ou branco e ele também não sabia, fica essa fideia, ali você tem as duas comunidades bem definidas, negros e brancos e o Joe Christmas não pertença a uma nem a outra, então ele não pertença com a comunidade racial, ele não pertença a uma família, ele não pertença a uma cidade, ele não pertença a parte alguma, ele está totalmente solto e o tempo todo o raciocínio dele é completamente autocêntrico, ele se sente perseguido pelo mundo e para ele matar pessoas é uma simples questão de autodefesa e assim que ele pensa o tempo todo. Curiosamente, na história de vários personagens o Faulkner entra bem dentro dos pensamentos deles mostrando todos os conflitos interiores sobretudo a ambiguidade e sentimentos, ele começa a ter uma emoção, daqui a pouco aparece uma emoção oposta, neutraliza a primeira e depois aparece a outra e tudo isso é descrito com uma finura extraordinária, mas no caso dos pensamentos do Joe Christmas ele é muito discreto, porque o Joe Christmas é evidentemente um psicopato e a vida interior dele é muito sumária nesse sentido e o Faulkner dá uma ideia da vida interior pelos atos exteriores, ele vai descrevendo o que o sujeito faz e você entende o que ele está pensando, mas o tema é sempre esse, eu sou um perseguido e tenho que me virar e tenho que me defender de algum jeito, na verdade ninguém o está perseguindo, ele apenas não tem uma comunidade a qual ele se sinta ligado, ele é absolutamente incapaz de ter amizade ou amor, por exemplo quando ele faz a sociedade com o Lucas Burch ou o Brown, ele maltrata muito o Brown bate nele e o Brown é uma idiota e não é nem reagem, e... então neste íntimo o Brown Burn já tinha praticamente desistido de casar com a Lina e estava somente tentando ajudá-la, quando chega a hora dela, de Teunene, ele pede a ajuda do Pastor Hightower, só que enquanto está acontecendo isso o Joe Christmas fugiu para uma outra cidade, vizinha, eu esqueci, onde mora seu avô e seu avó? Então a velha avó quando... ouve dizer que tem um tal de Christmas que está ali na cidade, que está sendo procurado pela polícia, ela imediatamente desconfia que é o Neto, e o velho, o Uncle Doc, Mr. Hines, quando prende o Joe Christmas, acusado já do homicídio na outra cidade, ele vai até a cidade furiosíssimo exigindo um linchamento, ele quer matar o Neto, que ele odiou desde o início, e só que a essa altura o Uncle Doc já está bastante gagá, e a mulher consegue controlá-lo de algum modo, então quando o Joe Christmas é preso ali na cidade, eles o mandam para a cidade de Jefferson, onde é o julgamento dele, e a velha vai atrás, levando o marido, que a essa altura está no estado quase catatônico, ele de vez em quando tem os acessos de fúria, mas em 2 minutos depois ele esquece, então eles vão parar na casa do pastor Hightower, onde são levados pelo Byron Bunch, que é alguma ajuda do Hightower, e eles vão ali, pede ao pastor Hightower, que faça um depoimento falso em favor do Joe Christmas, dizendo que na noite do homicídio, na noite que morreu a tal da Joana, o Joe estava na casa dele, portanto não pode ter sido, ele criava um alibi falso, o Hightower fica louco, a vida manda todo mundo embora, mas ele está atrapalhado porque a história dele também é meio confusa, ele era um pastor sem muita vocação, ele se esmoguaria ser um pastor, mas nos sermões dele ele só falava da guerra civil e do avô dele, ele pelo menos imagina que o avô tinha sido um herói da confederação, então só fica falando do avô e da guerra civil e todo aquele ressentimento da facção derrotada, porque o Sul ali já está completamente devastado, os caras destruíram tudo, e evidentemente a convivência entre negros e brancos se tornou imensamente pior depois da guerra civil, quando você for ver esses conflitos antes da abolição, mas praticamente não existiam, você pode dizer que era uma sociedade muito hierárquica, mas uma sociedade pacífica, agora depois da guerra civil, evidentemente os caras brancos culpavam os preços de tudo que tinha acontecido, pior ainda porque o governo federal nomeava os preços como administradores e os preços aproveitavam, exploravam, os seus ex-patrões tiravam tudo que podia, foi uma desgraça, então o Hightower tem todo esse ressentimento, e ele se casou com uma dona que não era muito boa da cabeça, que de vez em quando dava uns shows de esteria durante a pregação dele, desmoralizando completamente, e que ela acaba indo para uma outra cidade arrumando um amante e tem lá um conflito com a amante, ela o salta da janela, ou foi jogada pela janela pelo amante e não se sabe, só sei que todo mundo tem que saber de que ela estava no hotel na cidade de vizinha com o amante, e o Hightower no meio dessa confusão toda, ele começa a se culpar pela morte da mulher e fica totalmente inseguro, nesse íntere está tendo o julgamento do Joe Christmas e ele consegue um acordo trocando a pena de morte pela prisão perpetua, mas na hora que vão transportar ele consegue fugir e se aposta da arma de um dos guardas, e ele foge justamente para a casa do Hightower, ele não atira no Hightower, se apenas lhe dá uma coroia da cabeça, o velho cai e desmai, fica meio confuso, e na hora que chega ali os policiais procurando o Joe Christmas, o velho meio tonto ele diz, mas ele estava na minha casa na noite do domicílio, quer dizer, aquele mesmo Aleb Faus que ele tinha recusado, ele dá, mas agora é tarde que já estão procurando o cara, todo mundo armado, e o Joe Christmas se deixa matar, deixa os caras atirarem dele, nem reage, só se esconde e leva um monte de bala, e enquanto isso a Lina está no orte do bebê e o Baron Bird sai correndo para buscar um médico, mas não dá tempo, então o pastor Hightower faz o parto dela, e na hora que ele faz o parto, então toda aquela vida miserável dele, de repente ele é como que resgatado, ele tem de novo um certo respeito por si mesmo, ele deixa de ser um nada, ele sente que ele é alguma coisa, enquanto isso o Brown, o amante Fujão, ele é que tinha delatado o Joe Christmas dizendo onde eles tinham se escondido, porque um irmão da vítima tinha oferecido uma recompensa de mil dólares, para quem derse uma pista do assassino, e o Brown dá a pista, e fica lá esperando para receber a recompensa dele, mas nesse íntere ele é mantido na cadeia enquanto isso, não como acusado, mas como estimuem, e o xerife por sugestão do Baron Bunch manda levar o Brown até a moça Alina, que agora tem o filhinho, sem avisar nada onde está indo, ele leva o cara lá, a hora que o Brown vê a mulher com o filho o que ele faz? Ele está no pé, ele não quer assumir a posibilidade de jeito nenhum, desaparece, manda lá um xerife para o xerife pedindo para entregar a recompensa para um portador, e desaparece, o Baron Bunch sai atrás dele, ver a honestidade do Bunch é uma coisa comovente, porque ele apaixonado pela dona, ele ainda fica procurando outra, para forçar o outro a casar com ela, no fim ele encontra o cara, o cara quer fugir e ele ataca fisicamente o Brown, mas o Brown é muito mal, ele dá-lhe um cassete e ele acorda meio tontinho, enquanto isso daí para a história e aparece um novo personagem, que é um vendedor de móveis que está levando um caminhão para buscar uma móveis no seu anda, e daí você vê que ele está levando o Baron Bunch e a Lina, teoricamente ainda atrás do Amante Fujão, buscando o Amante Fujão, esse personagem não tem nada a ver com o resto da história, ele mal sabe do que aconteceu e ele só conta aquela parte que ele viu, você acha estranho, no último capítulo tudo que aconteceu, você põe um personagem novo que não tem nada a ver com a história, mas isso tem uma razão muito séria, esse personagem, como não tem nada a ver com o que aconteceu, ele está por assim dizer limpo e ele observa coisas com olhos inocentes, e ele começa a achar muito engraçado a relação entre os dois, porque ele está na cara que o Baron está apaixonado por ela, mas ele não tem jeito, ele é totalmente desastrado, e ainda tem a história de que estão procurando o outro, e no fim, depois de várias perifécias, a Lina finalmente aceita a proposta amorosa do Baron Bunch, e o observador está contando as coisas para a mulher dele, e ele diz, eu desconfio que ela nunca quis é me atrair de ninguém, eles estavam só vendo a paisária, e chegou lá nos finalmente, ela vai casar com o Baron Bunch, e enfim, essa série de horrores tem um final feliz, mas você está muito angustiado por ler tudo aquilo, e você diz, o que vai acontecer, o que vai acontecer, o que vai ser desses coitados, então o episódio final é um alívio, mas a riscava virar um sentimentalismo meloso, e para evitar isso, o Falcon põe essa narrativa final, na boca de um personagem novo, que vê tudo humoristicamente, então é um negócio de uma habilidade narrativa, assim, alucinante, alucinante, e eu acho que a coisa mais impressionante do livro, são os diálogos interiores que as pessoas têm, que o Falcon não põe na boca deles, ele continua sempre sendo o narrador, mas contando tudo desde o ponto de vista do que eles estão vendo, o que eles estão pensando, e uma coisa de uma complexidade, que eu nunca vi na literatura de ficção anterior, são verdadeiras alucinações, mas alucinações causadas por situações reais, por ambiguidades reais da vida, como essa do Pastor Hightower, ele foi ou não foi culpado pela amor da mulher, ele deve ou não tentar ajudar o criminoso a escapar e assim por diante. Também as dúvidas todas da velha Senhora Heinz, que nunca viu o Neto, e que na hora que nasce o filhinho da Lina, a velha está lá e ajuda a cuidar, só que ela toda hora chama o bebê de Joe, pensando que era o Neto dela. Ela tinha pedido ao Hightower o seguinte, o senhor faz esse depoimento em favor dele, eu só quero ver ele durante 24 horas, porque eu nunca vi na minha vida, nunca vi o meu Neto na minha vida, e ele se recusa, então a velha se apega ao bebê da Lina, e você não sabe realmente se ela está imaginando que é o Neto dela, ou se ela está forçando a situação teatralmente como consola, ela está louca ou não está? Não sabemos. Essas cenas de ambiguidade são assim, o ponto alto da narrativa do Falkner. Então eu estou contando essa história para vocês. Para vocês fazerem me dede como é importante o conhecimento da literatura de ficção, para você adquirir uma verdadeira compreensão da psíquia humana, não na posição de psicólogos, na posição de seres humanos que convivem com outros. Eu pretendo dar um curso sobre a arte da leitura, que no primeiro curso que eu dei como tornar um leitor inteligente, eu falei mais de certas condições prévias que você precisa para se tornar um leitor habilitado, mas agora eu quero entrar mesmo na análise do próprio ato da leitura, o ato concreto da leitura, de desconcreto, para desenvolver no aluno a seguinte consciência. Em toda e qualquer leitura o que você está tentando fazer é compreender os pensamentos de um outro ser humano, um ser humano vivo, que você não conhece, e na quase totalidade dos casos, tem uma amplitude de consciência muito maior do que a sua, de maneira que você não vai poder compreendê-lo, como você compreende seu pai, sua mãe, sua vó, sua tia, seu irmão, você vai ter que fazer um esforço para compreender o que você não compreendia. Então vai ter uma interconexão de consciência na qual uma das consciências vai ter que se ampliar e crescer para entender a outra. Como você compreender, por exemplo, é como uma criança entender o drama do seu pai, da sua mãe, eu me lembro que quando eu era pequena tinha muito isso, houve umas situações familiares meio tristes e eu fazia um esforço miserável para compreender qual era o problema, por que eles estão sofrendo, o que que é raio de coisa é. Eu já disse para você que quando criança, embora fosse muito doente e tivesse dores todo dia, eu não tinha outro tipo de sofrimento, todo mundo me tratava bem, todo mundo me aparicava, o garoto vai morrer mesmo para que que nós vamos encher o saco dele. Então eu não tinha dramas humanos, eu só tinha um programa físico, mas eu via os dramas humanos em volta e eu ficava muito impressionado com como aquelas pessoas sofriam. Para mim era um negócio assim, a caixa apante, eu ficava o tempo todo dando traços a bola para ver se entendia o que se passava na cabeça deles. Às vezes o drama era evidente, como por exemplo, eu contei de um amigo, Neguinho, chama Laird, morava no fim da rua e um dia o morro desabou e matou a família inteira dele. Eu não sei se inteira, se parece sobrou só ele e um irmãozinho pequeno. A mãe dele era uma moça muito bonita, as duas únicas pessoas bonitas que eram a minha mãe e ela. Então eu já fui formando o meu modelo de beleza de criança de modo multirracial. Mais tarde teve o terceiro modelo de beleza e eu acho que eu mencionei também que foi uma coleguinha japonesinha que eu tinha chamado a Rosa. Então eu fui formando esse modelo composto. E assim, as graças que aconteceu ao meu amigo foi uma coisa tão, tão grande que ultrapassava a minha imaginação, tentava imaginar isso e fosse eu. O que eu estaria sentindo? Eu não ia chegar lá para não, isso é ultrapassa, vai além da minha imaginação. E no entanto, a medida que você cresce, você vai ter que compreender esse tipo de sofrimento, vai ter que saber, eu pensava assim, o que eu vou poder dizer para ele? Qualquer coisa que eu diga para ele vai ser uma chacota, eu não posso dizer nada, absolutamente nada por ele. Outros sofrimentos que eu via também, tudo isso me impressionou muito. E eu via tudo desde o ponto de vista da pessoa que não está pessoalmente participando do sofrimento. Era assim, era... compaixão e estado pura, não tinha nada a ver com o negócio, mas é a coisa a entrar pelos meus olhos. E eu achava até que eu era um suíto afortunado, porque eu só tinha doença, não tinha nenhum daqueles problemas horríveis, inclusive vendo o sofrimento do meu pai, minha mãe, muitas outras coisas, tinha um amiguinho cujo irmão já era crescido, pegou o meningite e eu... e ficou meio idiota, e todo dia eu via ele na janela, se olhando para o vazio, ano após ano, aquela coisa. Eu tentava imaginar se isso acontecesse com o meu irmão, como é que eu ficaria, mas também não chegava lá. Mais tarde, quando eu comecei a ler a literatura de ficção, eu entendi assim, que em geral, o nosso mundo de experiência, ele é muito estreito, muito, muito, muito. A maior parte dos seres humanos não são estranhos. E nós não conseguimos ter compaixão, porque sempre tem compaixão, quer dizer, sentir junto, mas eu não posso sentir uma coisa que eu não consigo imaginar. É isso aí, no drama real. Então, a leitura de ficção mudou isso completamente, porque de repente eu via aqueles autores fazendo um esforço imenso para penetrar dentro da vida interior de personagens que eram totalmente diferentes deles. Se você pensar, por exemplo, ele pega o rascão de cofre, eu digo, mal, um dos toeiros coitados, era uma moça, jamais matou ninguém, não seria capaz de matar uma moça. E no entanto, ele consegue descrever a alma do assassino de tal maneira que você se sente preso dentro do destino dele. Você não está vendo mais de fora. Aquilo é o destino dos feitos, é como se fosse uma armadilha no qual ele foi preso, enganado por modelos que ele pegou da sociedade, da cultura, e em parte por seus próprios pensamentos. Do mesmo modo, você acaba acompanhando, por exemplo, quando olhou o livro do Jacó Vássaro no processo Maurícios e depois os outros dois, é uma trilogia, os outros dois, que o segundo chama Edsson Undergast, que é o nome do personagem do primeiro, e o terceiro é, chama-se a terceira vida de José F. Kerkowen, que é um personagem que é introduzido nas histórias anteriores. E no primeiro volume, então, o personagem, o Edsson Undergast, ele é filho de um... de um... de um... Ruiz, de um magistrado, um importantíssimo homem de muito poder, prestígio, e ele vê toda hora a casa dele sendo cercada como um galhinho de boneca, que parece um ex-marinheiro, uma coisa assim, ele descobre que o galhinho é pai de um sujeito que está na cadeia, condenado pelo pai dele. E ele descobre que foi um erro judicial, então ele começa a ele mesmo tentar descobrir a coisa, e ele, no fim, destrói a carreira do pai de algum modo. Então, nesse primeiro livro, o Edsson Undergast parece o símbolo da justiça, ele é um justiceiro que quer fazer justiça, ferro e fogo, um pouco importante as consequências. E no segundo e no terceiro, a coisa se desenvolve de tal maneira a mostrar exatamente a face contrária. O Edsson Undergast é adotado, praticamente adotado, por esse cidadão José V. Kercovam, que é um gênio da medicina, um cientista, um homem importante, e casado com uma mulher muito bonita, e o Edsson Undergast simplesmente se torna amante da mulher do seu protetor e foge com ela. Então, ele, de repente, todo aquele centro de justiça sumiu, a ver toda a ambiguidade da noção humana, do sentimento humano de justiça, como ele é perigoso, como ele é enganoso. E isso aí, a leitura do processo Maurídeos e do Edsson Undergast, o terceiro volume só de muito depois, me alertou para sempre para esse fenômeno que hoje mesmo não tem um post de Facebook, eu não conheço um único idiota que não esteja persuadido de que ele está do lado do bem. Nós todos, por definição, estamos do lado do bem e estamos do outro lado do mal. E essa é uma coisa terrívelmente enganosa. E não há senso de justiça sem amor à verdade, sem um esforço de autoconhecimento e de compreensão da mente do próximo. Então as pessoas falam para todo mundo se acha muito cristão, eu digo umas coisas, mas pera aí, não tem segundo mandamento de crise, que é amar o próximo com uma símpea, não significa que você vai ter que olhar o outro com os mesmos olhos com que você se vê assim mesmo. Se você não me enxerga nada, muito menos você vai enxergar no outro. Então não há amor ao próximo, sem um esforço de compreensão imaginativa. O que é compaixão? Você sentir junto, mas o seguinte, se o outro está arrancando dentro de seu vizinho, você não sente nada, você só pode sentir por imaginação. Então a imaginação é um instrumento que nós temos para chegar a compreender o outro. Mas a imaginação como tudo que é humano, é um dom que você nasce com ela, mas que tem que ser desenvolvido e desenvolver usando a... Agora, usando como você vai inventar as histórias de todas as pessoas, você não tem capacidade para isso. Então é para isso que existe a literatura de ficção, para complementar a sua imaginação e levá-la a compreender pessoas que estão em situações e que têm personalidades completamente diferentes da sua, que você dificilmente vai ter a possibilidade de de conhecer. Quando eu digo que a leitura dessas obras ou de qualquer outra coisa é um esforço de você captar a visão subjetiva como a outra pessoa está tendo, e sabendo que esta pessoa tem um nível de consciência mais amplo de você, isso se aplica não só as obras como estão, mas a cada palavra. Em geral, a pessoa leima de maneira mecânica, quer dizer, associando a palavra há um significado dissonarizado ou significado que é habitual no seu meio. Como ser as palavras fossem rótulos que vêm junto com as coisas. Quer dizer, aqui tem um elefante e aqui tem uma chica e aqui tem uma palavra chica. Mas acontece que não é jamais isso. Cada palavra que você diz corresponde um significado dissonarizado mas aí você já tem vários significados possíveis dissonarizados e quando você lê a palavra, ela não vem com o rótulo em qual do sentido que ela está utilizando, você vai ter que pegar isso pelo contexto. Além do significado dissonarizado existe algum objeto que ela corresponde. É o famoso triângulo de PERS, você ter o signo significado e ter o referente que é a coisa a qual o significado se refere. Além de tudo isso, você já ter um quarto elemento que é o modo específico, o ângulo específico pelo qual o usuário da palavra está empregando. Quer dizer, você tem uma intenção subjetiva que amara tudo isso. Só que quando você catece a intenção subjetiva no sentido específico particular que está sendo usado no texto aí você pode dizer, eu entendi. Isso refere a cada palavra. Se isso não é exercitado ao longo do tempo isso não se desenvolve naturalmente. Isso não é uma habilidade natural, é uma habilidade cultural, ela tem que ser adquirida. O que significa que durante algum tempo você vai ter que ter toda este trajeto que vai do significado do signo, a intenção subjetiva você vai ter que fazer conscientemente o que significa que demora. Então você vai ter que fazer um trabalho com cada palavra. Você vai precisar fazer isso com todas as palavras de idioma? Não, porque depois de você fazer umas 100 vezes, o processo automatizou na sua cabeça. E você começa a captar a intenção toda a linha de desenvolvimento que vai ter o signo significado estabelecido a connotação depois a denotação até o objeto e até a intenção. Isso se automatiza, você começa a fazer isso muito rapidamente. É claro que uma boa maneira de você fazer isso é com uma língua estrangeira onde mesmo o significado do signo significado dissonarizado não está imediatamente acessível. Você vai ter que procurar um dissonar e eu me lembro quando eu primeiro li uma língua estrangeira que eu lido no começo, eu vi no nó das víbras. Eu não eu não eu perdo o Francois Mulhiac. Eu vou ter que achar a palavra portuguesa que corresponde exatamente a esta acepção e não apenas ao sentido geral da coisa. E mais ainda o que corresponde a intenção específica com que o autor a colocou ali. Então cada palavra dava um trabalho. Não sei o que que tínhamos. Cada palavra que eu não conheci me dava cinco minutos de trabalho. Eu levei meses pra ler esse livro. Porém o que eu ganhei ali não há dinheiro que pague porque quando eu fui ler o segundo livro que foi era o vermelho negro do estandale muito disto já estava automatizado. Já fazia esse percurso tudo rapidamente. E tal como você hoje agora fazia só não também levou anos na verdade. E o aprendizado da língua como instrumento de cultura requeram um segundo aprendizado como se você voltasse a ser um bebê e que mais que aprendia a falar de novo. Então hoje mesmo ontem eu tive essa experiência eu fiz um post no facebook de Anólia. Eu conheço. Existem muitos povos que são honestos que são batalhadores que são esforçados que são justos que são devotos mas não existe nenhum povo casto. Imediatamente surge a confusão da castidade com o celibato dizer que nem evitar. Mas isso é por ignorância mas tem um rapaz que respondeu assim como não existe o povo de deus é casto. Falei meu cara o povo de deus não é povo no sentido etnográfico que eu estou usando o povo. O povo de deus vai também composto de pessoas de vários povos de comunidade diferentes que se juntam, ou vezes por uma vocação eles não são uma tribo, uma nação etc etc. Bom, essa compressão deveria ser imediata porque que não é imediata porque a leitura se tornou automatizada onde somente o significado um ou dois significados estabilizados ocorrem a mente do cidadão. O número de pessoas que leem assim é muito impressionante. A gente viu hoje que praticamente todo mundo está lendo assim no Brasil. Então não há coisa que a gente fala da falta de alta cultura. Claro que a maior parte das pessoas entende alta cultura apenas como um adorno quer dizer resolvidos, problemas fundamentais da existência você pode adquirir um pouco de alta cultura para você se tornar mais bonitinho para você brilhar em sua cidadã etc etc. Mas a falta da alta cultura significa apenas a falta da compreensão humana. As pessoas não se compreendem mais as outras. Muito menos compreende que aí tem um nível de consciência um pouco mais alto que elas não é isso? E isso para mim significa uma coisa terrível na minha vida uma coisa um elemento totalmente deprimente, desestimulante eu até hoje não tive um único crítico que me fizesse uma objeção estimulante. Tudo quanto é livro que eu leio que não há livro de ficção, todo livro de filosofia de história, de sociologia etc etc. O autor faz anteceder de uma série de agradecimentos para pessoas que discutiram as ideias com ele e apresentarem eventualmente críticas e objeções que o estimularam a pensar e enriqueceram a perspectiva dele e isso nunca me aconteceu nesta porca vida, nunca. Todo o que se mete a falar alguma coisa contra o que eu disse ele só me obriga a explicações elementares quer dizer, em vez de dizer algo que está, que será novo e que possa me estimular de algum modo aprofundar o assunto ao contrário, são sempre erros elementares que me forçam explicações de certo modo, em vez de ir para frente na pesquisa, na investigação, eu tenho que ir para trás na explicação do site de palavras então é assim, é uma evolução para trás é só isso que me acontece eu digo, olha, e isso é tão generalizado e tão infalível que eu posso facilmente e sem erro, tomar isso como amostras do estado e coisas na cultura brasileira se fosse um ou dois tudo bem, mas todos são assim, todos sem exceção então para não dizer que são todos, uma única vez duas pera, duas não aconteceu, mas foram alunos meus e portanto já não são pessoas típicas do meio brasileiro um rapaz, cujo nome me esqueci agora foi uma injustiça, mas esqueci um pouco teve cidadão cujo nome me escapa e teve o Fabio Salgado de Carvalho, esses dois levantaram algumas objeções, teoria do discurso e eram objeções inteligentes que me obrigaram a aprofundar mas só aconteceu essas duas vezes e por iniciativa de alunos meus, portanto não são pessoas significativas do meio social brasileiro então vocês imaginam agora as consequências que isso tem no debate público de qualquer coisa as pessoas não entendem o que está acontecendo quando eu vi, por exemplo logo em seguida do impeachment da Dilma, todo pessoal do PT diagnosticando a coisa como se fosse um novo OOP64 eu falei meu Deus, mas isso está tão, tão, tão fora da situação eu não estou entendendo absolutamente nada e eles continuam insistindo, insistindo ou seja, é total incapacidade de razonar a partir de uma situação concreta porque que é assim? porque eles só têm os significados dicionalizados estabilizados, não há apreensão dicionalizadas, apreensão das intenções reais com que as pessoas disseram as coisas portanto, não tem intuição dos objetos respectivos por exemplo, hoje eu estava conversando aqui com a Rochane e ele falou, é absolutamente incrível ninguém ter compreendido que o Brasil é governado pelo Furo de São Paulo era governado pelo Furo de São Paulo, no tempo do Lula e continua sendo até hoje o qual tem contato com o PCC com o Mundo Vermelho, com todo o narco atraco da Lileira, e com todo o esquema de corrupção foi uma coisa incrível, então as pessoas se apegam a casos específicos de corrupção falando de tarro, robô, falando de tarro e vô propina etc etc e ter um muro de chumbo deles que não eles não conseguem chegar ao nível de generalização para perceber uma coisa dessa você imagina então como que o pessoal no Brasil, ler as notícias que chegam dos Estados Unidos por exemplo, ele lê uma palavra impeachment então falando impeachment do trabalho então é que nem o impeachment da Dilma né isso e evidentemente eu logo avisei e falei, olha esse impeachment se houver, não é pra já, eu gostei de ser um elemento complicado de fato não tem prova nenhum a outro cara, isso aí vai por uma fofoca imensa que os camaradas criaram e o elemento fundamental não está sendo examinado, que é o único documento de fonte primária existente, que são 44 mil e-mails vazados para o IKLIX por um funcionário do diretor nacional democrata, chamado Seth Rich, o qual coincidência ou não, apareceu assassinado a tiros num assalto entre aspas no qual não levaram nem carteira, nem relor nem celular, nem coisa nenhum então mas bom, a situação é evidentemente mais complexa do que a mente de qualquer jornalista pode aprender é certo, então, é menos uma questão vamos dizer de parte da Arisu que a qual sem dúvida existe mas é a questão, vamos dizer, de uma imaginação tosca, poeirio que não consegue imaginar nada da vida adulta essa é a situação na qual nós estamos então é claro que o livro que eu mencionei hoje, que é o IKLIX no Augusto ele é, por algum leitores um desafio maior do que você ler Balsá com o stand-up porque a narrativa é muito complicada onde esses essas sondagens do diálogo interior são muito minuciosas você até perdeu o fio da ameada mas é um livro que algum dia vocês vão ter que ler muito bem, então era isso o que eu queria dizer hoje vamos fazer uma pausa, acabou voltando e até o próximo vídeo, até a próxima graças a todos e até a próxima graças a todos graças a todos graças a todos graças a todos graças a todos então vamos lá antes de tudo eu quero lembrar que está acontecendo neste mesmo momento o seminário Capixaba de Filosofia dedicado ao estudo do meu pensamento e eu quero que vocês sejam participando excelentes estudiosos como o Ricardo da Costa o Bruno Garchagin o próprio Elion Goteneto que criou tudo isso e que merece todo o nosso respeito e nossa gratidão por isso esse é o terceiro encontro que se faz para o estudo do meu pensamento o qual sendo um pensamento em constante são requer de vez em quando esses balanços gerais foi feito em 1997 no Recife por iniciativa do Sebastião Vila Nova no estudo Raquinabuco outro foi feito no ano 2000 no Congresso do Estudo Presidio de Humanidade e agora isso vocês imaginem 17 anos desde 2000 até agora quanta coisa não foi acrescentada tanta coisa que não dá tempo de escrever tenho que registrar aqui no meu curso espero que após a minha mudança de casa que já virou uma novela já está demorando um ano e meio tendo de volta a minha biblioteca, os arquivos etc eu consigo dar uma forma escrita a muita coisa se bem que o que foi publicado já é suficiente para dar uma ideia da dimensão da coisa que está infinitamente acima da capacidade de discussão de qualquer dos debatidores presentes na nossa na nossa mídia eu sempre imagino que pessoas como sei lá Leandro Espiritual e clóvis de burros etc esses fazem parte estão num ramo completamente diferente eles não têm absolutamente nada a ver com a alta cultura eles são a indústria de diversões públicas ou entretenimento lá, não tem nada a acontecer entre a indústria mas tem muito contra a confusão dessas duas coisas também não tem nada a ver com as atividades de pessoas como a Ruinal da Zvd e Marco Antonio Vio etc e também são do ramo de diversões públicas já vendendo com o jornalismo nos países e sua diversão pública e é horrível ser agrupado com quaisquer dessas pessoas por um roto ideológico comum pensadores da direita não tem nenhum pensador da direita vamos parar de pará-lo agora também não tem pensador da esquerda já acabou tudo uma coisa que eu até assinalei num post do facebook foi isso todas essas pessoas que fizeram do antipetismo a profissão elas não têm sequer ideia da cultura da esquerda elas nunca leram o livro do Zerto Jeanote do Carlos Prado Jr. do Carlos Nelson Continho do Norte de Ciaro Político do dia Flaninho Robô o que levou pro Pina isso aí é o suprasubo do horizonte intelectual dessa gente então nós estamos realmente em ramos diferentes e se você pensar bem quantos pensadores entre aspas e isso no Brasil hoje que justifica a existência de um congresso para estudar o seu pensamento nos anos 50 e 60 você tinha uns 20 e aí você tinha o Miguel Reáli você tinha o o Nio da Costa você tinha o Vicente Araúdo Silva tem vários agora sobrou eu quer dizer a minha avó tem toda a razão de me chamar de olá porque é sobrevivente morreu todo mundo sobrou eu porra agora você vai fazer um congresso para estudar o pensamento de arruinal não faz menor sentido um congresso para tal pensamento de Leandro e espirito não faz sentido para você ver a dimensão da desgraça brasileira o normal seria ter pelo menos 20 ou 30 que merecessem um estudo eu espero que volte a ter daqui uns 10, 20 anos quando muitos dos meus alunos alcançaram uma idade mais madura começaram a produção de mais fôlego mas por enquanto não dá aqui novamente agradeço a Elion Gotnetto esse grande homem, essa iniciativa mais do que necessário fazer o seminário capixaba de filosofia agradeço a todos que estão participando aqui o Thiago Rossellini pergunta a propósito da leitura automatizada exatamente a mesma que o Vila cometeu a definir o comuninho com o instante escrito no dicionário segundo o Vilo o comuninho arruiu junto com o Muro de Berlim e nada mais é do que a estatização dos meios de produção uma cagada ginazena para o suposto ator é claro que é quando você fala comuninho, a palavra pode ter sentido que você encontrou no dicionário mas peraí, o comuninho não é o palavra o comuninho é um movimento histórico real que existe a mais de um século e meio é enormemente complexo é só você pegar o livro do Colacobus que é o main occurrence of Marxism que não fala da história do comuninho mais só das teorias marxistas e que é um catatal de 1200 párneas para você ver a complexidade da coisa então é claro que o Vila não tem a menor condição de entender uma palavra que eu use a palavra comunil porque eu quando falo comunil estou tendo tudo isso em mente quer dizer, estou tendo em vista o signo o significado dicionalizado da certa a como é que eu digo? o processo histórico real que está ali e toda a história das ideias que está ali isso é o que eu estou pensando toda vez que eu uso comuninho, tudo isso está na minha mente imediatamente um bom leitor tem que entender isso mas onde é que eu vou encontrar um bom leitor exceto nos meus próprios cursos eu tenho essa peculiaridade que eu percebi já há muito tempo acho que três décadas atrás eu percebi e falei eu quero escrever essas coisas mas vou escrever para quem? eu vou escrever para o Bruno Tolentino vou escrever para a minha mulher uma de duas, três pessoas então eu não tenho público então você não tem público eu vou ter que fazer uma coisa que nunca foi feito na história humana um escritor que vai inventar o seu próprio público e eu fiz só isso esses cursos criaram público capacitado para ler o que eu estou fazendo isso nunca aconteceu na história humana todo escritor entra mas ele está louco para disputar um lugar perante o seu público mas eu vou disputar um lugar perante quem? então não tem, então vamos qualificar os leitores e daí eles vão ler então olha, é aquela história do Baron de Munchausen que se tirou da água puxando pelo próprio cabelo, eu fiz isso então então outra coisa que também esse erro do mesmo tipo é o do pessoal que está interpretando o código de direito canônico Duran Paulo II no sentido de que agora quem colabora com o comunismo não está mais... os padres que agora colaboram com o comunismo não estão escomungados mais padro, cacatólicos, eles estão sim porque? porque as pessoas entendem assim só estão escomungados que professam o marxismo então eles entendem no sentido professar uma doutrina quer dizer, o senhor Lilião era doutrina, acreditou e disse que acredita mas é possível isso? o que quer dizer marxismo um artismo é uma teoria uma doutrina que você possa depois de aplicar na prática não, desde o primeiro dia o Karl Marx está dizendo que não existe isso, o que existe é a praxis quer dizer, o doutrina que se elabora no curso da participação e que pode mudar quantas vezes será necessário, isso é um processo real então o que é professar uma coisa dessa? vamos dizer, não existe a possibilidade do senhor Lilião vamos dizer professar essa doutrina alguns podem até fazer, mas o senhor Lilião professar, se ele disser que ela é marxista isso não quer dizer que ele é e um outro que não professa ele pode ser porque tudo depende da praxis então, vamos dizer, a participação na praxis é a única maneira de professar o marxismo mas se a pessoa insiste em compreender as coisas só pelo significado nacionalizado e não como signo de entidades reais que existem, seja no mundo físico seja no mundo histórico então, não é possível discutir com essas pessoas evidentemente, então é abaixo da possibilidade de discussão realmente são alfabetes funcionais só quando o alfabetismo funcional se tornou do estado normal da classe universitária brasileira agora alguém me perguntar o senhor, a Cossac na eFublicão e edição brasileira do livro do Fócron eu não conheço essa edição, eu conheço duas traduções, uma da Berenice Xavier e outra da Maria Alice Chávez uma coisa assim que é uma tradução portuguesa, as duas são horríveis horríveis, horríveis, horríveis perde totalmente vamos dizer a poesia do negócio perde completamente pelo menos 30% do atrativo do livro é a poesia, é o lado verbal da coisa e esse livro de fato é muito difícil de traduzir eu admito que não estou criticando os tradutores são apenas que eles falharam, andem muito falharinho essa edição da Cossac na eFublicão eu não conheço o livro é o seguinte você pega o original com um belo dicionário dispõe a se gastar mesas, lendo isto e use como suporte a tradução espanhola tem uma tradução espanhola muito boa, eu não sei vou pegar e dizer para vocês já aqui é a edição de um bolsillo a tradução é feita por causa de Enrique Sordo já começa pelo título de Light in August você trazia como luz em agosto qualquer quem que tem um pouco de ouvido vê que não funciona é uma fórmula que se imprime na sua imaginação imediatamente e as duas traduções tanto a português como a português põe luz em agosto isso vai não entender muito o sentido dessa preposição preposição em inglês e usa eu não sei quem fez a tradução francesa mas consta que ela é muito boa então você pode se apoiar na tradução espanhola na tradução francesa, mas sobre tudo num bom dicionário e no emprego de tempo não tem, ver, quando eu li o nó das vírgulas eu falei, eu vou ler isso aqui até o fim mesmo que ele haja um ano eu tinha tido um bom professor de francês de maior que eu conhecia gramática, com a estrutura da língua já não tinha vocabulário então eu vou ter que formar o vocabulário e formar o vocabulário é uma coisa que vale a pena você gastar tempo eu acho que eu levei uns 6 meses pra ler o livro 6 meses ou mais o segundo eu já levei algumas semanas foi acelerando, acelerando até agora mas se você escolher este livro maravilhoso como seu primeiro a primeira aventura de ler a ficção em inglês então pega um bom dicionário dispunha-se a gastar tempo é menos um trabalho de construção, que um trabalho de imaginação, mas aguarda o meu curso tudo que você precisa saber pra não ler como um idiota e lá vou dar outras dicas a respeito Luide Praça-Mendula pergunta, professor Aula está incrível, obrigado como a acion Cristiano foi culto em base do advento da literatura de ficção você não pode esquecer que o cristianismo surge num meio altíssimamente culto que é o Império Romano e segundo quando você fala o Império Romano, falamos quantos habitantes tinha Roma naquela época 200 mil você tem uma cultura muito mais homogênea e sobretudo pra um meio judaico cultura homogênea quando Moisés desceu do Sinai, trazendo o Der Mandamento quantas pessoas tinha lá embaixo pra andar? era algo entre 20 e 40 mil que eram menos com a cidade do interior então numa cultura homogênea os problemas de intercomunicação da consciência não tem um milésimo da complexidade que tem hoje, onde você tem cidades de 20, 30 milhões de habitantes com pessoas provenientes de culturas totalmente diferentes e pior, pessoas que conhecem pouco a sua cultura de origem e muito menos a cultura de origem dos outros então hoje estão problemas gravíssimos e também você não pode esquecer que ali desde o início do cristianismo você tinha toda uma tradição de filosofia, de teatro, de literatura tudo já tudo já existia o problema da compreensão da alma é o problema central no teatro grego você compreender um sujeito que é totalmente diferente de você e que está fazendo uma coisa muito esquisita e é uma coisa muito esquisita Rudan Pereira de Souza tem um livro de alguns ativos sobre Portugal e um livro técnico sobre a minha área de educação de crianças autistas e tem uma diferença entre o português ruso e o dano do brasileiro também estive eles, bom ano anterior percebi que a diferença não é apenas linguística mas reflete uma diferença de mentalidade de percepção da révida é uma diferença abismal, que está se tornando cada vez maior em Portugal é normal um escritor ter um vocabulário muito maior do leitor o leitor vai tentar ampliar o seu vocabulário se você tentar ler sei lá, o Aquilino Ribeiro ou o Lobo Antunes você toda hora vai encontrar termos que não são usuários mas isso é normal em Portugal no Brasil você escreve uma palavra que a pessoa não conhece e ela fica pedantina, então assim não dá pra você tem que se reduzir ao vocabulário do Leandro Espiritual e que não pode passar daí ou do Paulo Coelho em segundo lugar a cultura literária em Portugal jamais se perdeu e de modo geral o leitor português, o jornalista português são pessoas muito mais inteligentes do que o brasileiro não tem nem comparação então você entra num outro mundo e além do que o divórcio literário entre o Brasil e o Portugal que data da nossa mal-fadada revolução modernista de 22 só agrava as coisas porque você pega o olho por exemplo, os meninos aqui nos Estados Unidos os meninos de Jornalismo eles leem Charles Dickens ou Joseph Conrad ou de cores inglesas como coisa normal agora no Brasil se você der um livro de Camilo Castelo para um gilnazeno ler não, um professor, ele não consegue ler a gente tem uma rejeição além disso a gente tem que levar em conta um outro fator você não pode esquecer que a classe dominando já classe burguesa no Brasil é constituída em geral de meninos mimados herdeiros que ganharam dinheiro do pai e que se ajam os gostos aos senhores e que tem ódio e que tem uma alta cultura ódio a tudo aquilo que eles não compreendem porque eles são, por exemplo, pela sua própria riqueza e a produção da nossa sociedade são obrigadas após as pessoas que sabem muito e elas sabem que não sabem e tem horror, tem uma inveja mortal de quem sabe que ele é eliminar tudo então você fala, não é que eles não ligam para a alta cultura eles odeiam, eles gostam da alta cultura como adorno só para enfeitar por isso eles gostam duas coisas que eles gostam, eles gostam de música não vai comprometer muito no domingo você vai num concerto ou num negócio assim sai, que bonito e de artes plásticas que são coisas que num primeiro momento parecem que puxam pouco pela inteligência na verdade puxam muito né? se você pegar um desses camaradas que apreciam o quadro e fala, tá bom, então você me descreve o quadro me diz o que tem aí, você não consegue então você tem no máximo a cultura ornamental é a cultura da revista do banco o banco Itaú revista personalité então cultura para eles é o que é culinária é o restaurante do jão essas coisas é moda não vai passar disso, agora esta burguesia brilheteira ela é uma cambada de vigarista como nunca houve no mundo por que você acha que nós chegamos a esse nível de corrupção? porque isso no Brasil é normal é o pragmatismo amoral e não vejo como essas pessoas poderiam agir de uma maneira diferente eles não conhecem valores nada, nada, nada, o único valor que existe é o o dinheiro deles então, vamos dizer o que eles sempre estão procurando é ele mesmos de diversões públicas que sejam de algum modo monetarizáveis né aqui Daniel Henrique Saldan estou lendo a biografia do Anzol Roberts e o senhor me indicou uma maravilha, é mesmo, é um negócio fantástico com um número de coisa nova que você descobriu sobretudo a partir da banda da correspondência na polião são 30 mil cartas que só foram publicadas mais recentemente ele nos mostra um napoleão que ninguém conhecia mas tem outros dois livros interessantes sobre o napoleão uma é a biografia dele escrita pelo escritor russo Dmitri Merejkovsky e outra um que é o Kaby Dilek que é o Lam de Napoleon a Olga de Napoleon escrito pelo Instaista Francês Leon Blois que faz uma apaixonada defesa do napoleão do ponto de vista católico ele mostra no napoleão quase como um santo você não pode esquecer que o napoleão foi o cara começou destruindo a igreja e terminou por salvá-la se não fosse o napoleão não existiria mais um único católico na França todos teriam fugido se ele decidiu mortos e ele depois no começo ele fez aquele negócio de tomar os bichos da igreja abolir o casamento religioso fazer o casamento civil começou assim mas depois ele restaura o católicismo e ele já é um oficial da França e se não fosse ele teria acabado o católicismo francês várias vezes depois do napoleão houve ameaça de acabar o católicismo ainda no século 20 o católicismo foi colocado totalmente fora da lei isso no século 20 na polêmica essas figuras ambigas foi quase só um cretino e não se aventura até uma ideia definitiva ele tem de certo modo tudo o que você procurar existe no napoleão existe o bem, existe o mal, existe a maldade está tendo nervosidade tem asas de maldade extrema como por exemplo os soldados egípcios que ele pegou 2000 eram prisioneiros de guerra ele veio de deu preguiça de transportar os prisioneiros de guerra e ele disse que mata todo mundo assim sem maneiras e tem outros casos, mas é ato de generosidade bondade fora do comum isso, esse é um personagem bom para você ampliar a sua imaginação não é um personagem de ficção e tentar compreender o que você cria Daniel, Henrique Saldenca, bocanto o alunho que você aprendia a se ver não é por acaso Augusto Fleck, esse mesmo Augusto Fleck levantou-se algumas objeções que me obrigaram a melhorar a minha teoria e foi muito novo que é um mérito extraordinário Nelson Filho, a praxis comunista por exemplo uma obra negativa de destruição de uma cultura não precinda a capacidade de compreensão da situação real de jeito nenhum as vezes você vê certas analisas marquistas feitas por próprio Karl Marx são de uma profundidade e de um acerto extraordinário eles estão compreendendo perfeitamente a situação porque eles realmente não chegam a entender a sua própria situação é sempre uma coisa no fundo tem um elemento de alienação muito grande veja eu estou lendo agora o meu livro do Eugene Webb sobre Filosos da Consciência e ele estuda ali seis filósofos que se preocuparam muito com o tema da consciência e ele vai dizer que um ponto em comum em todos eles é entre os assos de consciência distinção entre atenção, compreensão e conhecimento a atenção é quando você repara um objeto cognosivo a compreensão é quando você entende vamos dizer algo da estrutura dele a ligação entre os seus elementos internos, externos etc e conhecimento é quando você verificou, confirmou de algum modo o que você tinha aprendido antes de ó, está faltando um elemento mesmo que eu tenho conhecimento se eu entendia a estrutura do objeto eu entendia o seu funcionamento seu algoritmo, por assim dizer, sua estrutura interna está faltando um elemento eu quero saber a relação dele comigo onde ele está em relação a mim e onde eu estou em relação a ele em que parte do meu mundo ele está e o que sou eu para ele isso é o que eu chamo consciência justamente a função essencial da filosofia é transformar o conhecimento de um elemento consciente no brasil não há mais literatura que se preze não, eu acho que não há eu acho que os romans da Alberto Mussa por exemplo, são muito dicas de atenção sobretudo, o ponto de vista do domínio que ele tem do idioma que é uma coisa raríssima hoje em dia, então não posso ser que acabou completamente também, o pessoal está publicando o livro de poesia romance está todo dia a maior parte do que me chega são sofrível o pessoal pede para dizer alguma coisa eu não digo nada, quando eu fico quieto é por qualidade não é quando desprezei você eu precisaria corrigir tanta coisa no seu livro que é melhor ficar quieto hoje você vem aqui o converse em particular com você mas a literatura clássica do século 20 ainda pode ajudar a melhorar a psíquia do brasil claro que pode o brasil tem excelentes ficcionistas, sem contar literatura portuguesa olha, um experimento que eu sujo que vocês façam é vocês em dois livros sobre a amazônia um é a amazônia misteriosa do gastão crutos e outra a selva do ferreira de castro o ferreira de castro é um autor português esquerdo com uma rota esquerda, comunista etc mas é um português então se no lado você tem uma amazônia exótica constituída de bichos em índios do outro lado você tem uma amazônia colocada dentro do quadro da civilização mundial falou é outra coisa completamente diferente então este nível raramente a literatura brasileira alcança em geral a literatura está interessada muito mais numa perspectiva local provincena por assim dizer não vai sair disso ora o nível a envergadura dos personagens às vezes é importante eu observo muito que dentro daquela escala do aristóteles dos cinco níveis de poder dos personagens a literatura brasileira em geral está no último quer dizer é o chamado nível irônico que são personagens que estão abaixo da situação e os condições são os coitadinhos mas agora acabamos de falar aqui do Light in Augusto todos os personagens estão abaixo da situação e você olha fazer um bando de idiota e não entanto a coisa alcança uma grandeza imensa por causa dos valores morais e da complexidade ticolórica da situação quer dizer eles não estão entendendo eu digo mas o William Focres está entendendo perfeitamente e o leitor também é colocado em um tipo de mais álcool de contemplar esse tecido de de vidas desses coitadinhos se entrechocando com os outros você vê uma sociedade como se fosse a sociedade do sul daquela época o começo do século 20 você vê tudo uma vez e vê dentro de um quadro de valores que é a própria civilização são dois milhão de cristianismo filosofia etc etc então nem sempre o nível de poder dos personagens implica um julgamento positivo ou negativo o problema que ele tem é que os personagens estão abaixo da situação e o autor também esse é o grande problema então eu acho que podemos parar por aqui né aqui a observação é muito boa a gaspar é em rick stemmer acabei ele às 12 camadas da personalidade me apareceu com o Médio de Ensino Paulo Freireano com o efeito de propósito para a dificuldade de sair da camada 4 mas tudo no brasil é feito para impedir que você saia da camada 4 essa excessiva valorização do sentimento uma vez eu dei uma conferência na sociedade de ozófica e falei o que você achou um cara falando que eu não entendi nada mas eu senti um recrível então você conseguiu me transcender o felizamento porque eu não senti nada as pessoas não entendem você julgar as coisas pelo sentimento é o maior egoísta possível o que é o sentimento o sentimento é uma repercussão subjetiva que algo teve em você não é nada mais do que isso o certo seria você graduar o sentimento de acordo com a complexidade, a riqueza da situação e não ao contrário você reduzir a situação ao sentimentinho que você já tem isso aí já é um elemento de contribuir para aprisionar o sujeito da camada 4 você não vai crescer nunca vai ser um um bebê chorão mas claro que há uma pressão imensa nesse demão nós não somos obrigada a permanecer você pode crescer com certeza os bebezinhos então não vão entender você mas idai muito bem então não, tudo bem o resto fica para semana que vem então novamente parabéns o cardeal Raymond Bork vai estar no brasil em Belém do Pará para lançar um livro dele quem puder falar conhece porque essa talvez seja o personagem de maior envergadura da igreja atual não deixem de conhecer esta semana mesmo o homem fez um apelo para que os cristãos católicos se esforçam para que os cristãos que são os cristãos se esforcem para obter a consagração da rússia a nossa olifática é um assunto que nas altas hierarquias da igreja viram quase imoral ninguém quer falar disso, mas ele falou então quem puder estar em Belém do Pará viram lá na minha parte uma mensagem da Mônica Kamat e ela está divulgando isso aí então se puderem para lá bom, até a semana que vem e até a próxima vez