Skip to content

Latest commit

 

History

History
1 lines (1 loc) · 75.2 KB

COF323.md

File metadata and controls

1 lines (1 loc) · 75.2 KB

Bom, boa noite a todos e bem vindos. Hoje eu queria fazer algumas considerações um pouco dispersas sobre a questão da educação e da alta educação dentro do contexto brasileiro. Quando Aristóteles definiu ser humano como animal racional, é evidente que a palavra racional, no caso a razão, em geral, logo, tinham um sentido muito diferente, muito mais rico, muito mais pleno do que o hoje se entende. O hoje se entende basicamente como a capacidade raciocínica, a capacidade verbal, mas era muito mais do que isso. Era evidentemente muito mais do que isso. Então, eu acho que esse conceito tem que ser permanentemente repensado para dar conta da realidade das coisas. É claro que o traço diferencial do ser humano não é somente o uso da razão, porque o uso da razão é compartilhado por muitos animais. Eu tenho lido muitas coisas sobre ursos e você vê que um urso é capaz de fazer raciocínica de causa e efeito, de uma grande complexidade, ele é capaz de criar estratégias para transformar os seus perseguidores imperseguidos e assim por diante. Como você vê, eu já dei esse exemplo muitas vezes, quando um gato está tentando subir em cima do muro, ele mede o muro para medir o impulso que ele tem que fazer, o que é isso aí? Isso é uma equação trigonométrica no fim das contas. Está triangulando. Está certo? Então, você tem mil indícios de que os animais raciocinam. A diferença, portanto, não é essa. A diferença está numa coisa chamada consciência. A consciência e a capacidade que o ser humano tem de conversar consigo mesmo, sobre ele mesmo, contar a sua própria história e tirar conclusões de longo prazo, de onde ele adquire a capacidade, por exemplo, de prometer coisas. Uma coisa que ele vai fazer dali dois ou três ou dez ou vinte anos. Isso aí não tem equivalente a nenhuma espécie animal. Então, em primeiro lugar, você vê que com um animal, quando ele sofre um trauma, esse trauma não desaparece nunca mais. Ele continua até o fim dos seus dias reagindo sempre da mesma maneira. Aposto que o ser humano pode recontar a sua história, modificar a versão, mudar os senso das proporções e, frequentemente, superar traumas. Na verdade, nós fazemos isso o tempo todo. Se não tivéssemos essa capacidade, nenhum de nós teria chegado à vida adulta. Então, nós estamos continuamente nos superando na base de contar a nossa história, recontá-la, tá certo? E mudando, portanto, a história do eu. Você conta a história de uma outra maneira, de modo que as várias proporções dos elementos modifiquem e aquilo que parecia um obstáculo intransmondível se transforme em outra coisa, e assim, por exemplo, nós fazemos isso o tempo todo. Mais modernamente, isso foi transformado numa técnica, com a divenda psicanálise, você contara a sua história para um ouvinte que vai conectando os pontos que às vezes você não tinha conectado, tá certo? Isso já demonstrou ter algum poder curativo, não necessariamente dentro da técnica Freudianistrita, existe milhões de técnicas diferentes e todas elas são baseadas na ideia de você contar a sua própria história, tá certo? A instituição cristã da confissão, o que é isso? Pelo simplifico, é você contar o seu pecado e ser absolvido, a coisa já mudou completamente de figura. Então, é incrível que ainda haja pessoas que consideram que a diferença entre o ser humano e o animal é apenas quantitativa, porque não é quantitativa, essa é uma qualidade diferente que nenhum animal tem, não tem nem mesmo um equivalente, tá certo? Eu não digo que o animal não tenha a capacidade de contar a sua própria história, não é só isso, ele não tenha a capacidade de refletir sobre o ato imediatamente anterior. No livro, o Homem da Gente, o Ortega C, ele cria um termo em si mesmamento, quer dizer, o homem se em si mesma, quer dizer, ele pensa nele mesmo, tá certo? E ele observa que os animais, se você observar um monte de macaco no zoológico, você vê que eles estão agitados fazendo alguma coisa, quando eles param de fazer tudo eles dormem. Você não vai ver um macaco meditando, né? Quando você vê um animal parado, descansando, você não vai ver nele a menor expressão de autoreflexão, quer dizer, ou é um olhar atento ou é um olhar parado, não tem meio termo, tá certo? Isso aí você pode observar, menos na sua casa, se você tem algum bicho, um gato pra pagar o cachorro, você vai observar isso aí, eles não têm essa vida interior humana, de jeito nenhum. Então, é um modo peculiar que o ser humano tem de ser relacionado consigo mesmo. Então é isso que nós chamamos de consciência, ou às vezes, mais precisamente, não é nem preciso repetir, é autoconsciência. Então, se esse é o traço diferencial do ser humano, então evidentemente esse é o maior dos bens que o ser humano possui, é aquilo que o caracteriza como ser humano, tá certo? Só que a consciência tem algumas peculiaridades. Primeiro, ela não pode existir sem a linguagem, daquilo que não é dito, que não é expresso, se você passa pela sua cabeça desaparece, você esquece 10 menos depois. Então alguma expressão externa é preciso ter de algum registro, tá certo? Então, a consciência se apoia na linguagem, e a linguagem se apoia no registro, sobretudo do registro escrito. Você acompanhar um pouquinho da história, você vai ver que a capacidade de autoconsciência do ser humano, ela progride, ela aumenta historicamente, se existe um ponto onde você pode falar de um progresso da humanidade, é nesse progresso da autoconsciência através do registro. Se você acompanhar a história da historia da autobiografia na antiguidade do George Misch, que era, acho que, um cunhado, o primo do Filandilte, o grande filósofo historiador. Então você vai ver como as autobiografias na antiguidade eram esquemáticas. Por exemplo, no meio ambiente romano, a autobiografia era apenas a carreira pública, tá certo? Em outros lugares, por exemplo, no Egito, existe uma espécie de autobiografia que se supunha que o morto ia contar para os deuses no outro mundo, mas era uma autobiografia que apenas realçava os seus grandes feitos. Então, a autobiografia esquemática, está muito longe da compreensão mais diferenciada que foi se desenvolvendo, sobretudo, através da instintação cristã, da confissão, que implica, então, o exame de consciência. O exame de consciência é uma técnica que também foi a perfeição ao longo do tempo. Então nós podemos supor que, no início do cristianismo, as confissões também eram muito mais esquemáticas e materiais ao longo do tempo. Se você ver ali no tratado de teologia sética e mística do Adolfo Tanquerrey, você vai ver que existe uma série de critérios para o alto exame, e às vezes o alto exame de sutilezas que as pessoas em torno não podem nem ter percebido, as suas intenções profunas, intenções escondidas, etc. Então isso vai sendo escavado ao longo do tempo. Então a capacidade de autoconsciência aumenta na medida em que progride a capacidade narrativa e autonarrativa dos seres humanos. Com o advento das técnicas narrativas modernas, no teatro, no romance, isso perfeitou tremendamente, que chega a um nível de sutileza, como por exemplo você ver ali no Marcel Proust, em busca do tempo perdido, o autoconhecimento do cidadão chega a minúcias que ninguém perceberia antes. E então é claro que isso está documentado, está documentado por escrito, a evolução da autoconsciência individual humano. Essa evolução, se ela depende da linguagem e depende da documentação escrita, é claro que ela depende de um fator chamado cultura, que é onde todos esses documentos vão se acumulando e vão sendo passados de geração e geração. Então existe evidentemente esse progresso, mas acontece também o seguinte, o registro é um fenômeno de ordem material, é uma coisa, é um papel, é um pergaminho, é um livro, é um cd, qualquer coisa material. Quer dizer, o registro tem de se materializar. Então a primeira consciência tem de se transmutar em linguagem, para que ela não se perca. E a linguagem tem de ser transmutada em registro. E o registro tem de ser de algum modo repassado e reproduzido ao longo dos tempos. E isso cria, em torno então, desse fenômeno de consciência, uma multidão de objetos. E esses objetos, por sua vez, para poder existir, eles criam toda uma série de atividades secundárias para sua produção, manutenção, reprodução, distribuição, etc. E também existe, vamos dizer, o problema de como interpretar esses registros. E isso então produz uma série de atividades de ensino, de educação. Essa atividade de ensino, de educação, por sua vez, se incorporam em instituições, em universidades, em empresas, em movimento editorial, etc. Isso quer dizer que em torno do fenômeno consciência, existe uma multidão de fenômenos que não tem nada a ver com a consciência, porque são simplesmente necessários para a manutenção dos registros. E essa multidão de fenômenos cria uma rede em torno da consciência. Então você vê que é perfeitamente possível, por exemplo, você ter toda uma indústria editorial reproduzindo produtos que emergiram inicialmente da consciência e que são repassados, evidentemente, para que outras pessoas vendem esses documentos, possam, se espelhando, desenvolver sua própria consciência, mas que podem ser passados de maneira totalmente independente de qualquer desejo de intensificar ou aprimorar a consciência. As atividades têm a sua própria estrutura, a sua própria necessidade interna de ordem material, econômica, etc. E tudo isso não tem absolutamente nada a ver com a consciência. Isso quer dizer que você pode criar um imenso consumo de produtos culturais de maneira totalmente alheia ao desenvolvimento da consciência. E é claro que, se eu digo que houve um certo aprimoramento da autoconsciência ao longo da história, o sidental, pelo menos, esse aprimoramento é nada em comparação com o progresso da indústria dos produtos culturais. Mesmo porque esse aprimoramento da consciência, ele acontece somente num grupo pequeno de pessoas. E são as pessoas que consomem realmente este material visando a aprimorar a sua consciência. O leitor de Marocel Proust, por exemplo, que aprende a se observar com aquela meticulosidade do autor, e que utiliza isso como um instrumento para a formação da sua personalidade, da sua vida. O número das pessoas é relativamente pequeno, mas e o crescimento da indústria dos registros é uma coisa monstruosa em comparação. Por exemplo, se você ver hoje em dia os computadores, nós sabemos que 80% do uso dos computadores é só site de sacanagem. E isso cresce de uma maneira absurda. E também, junto com isso, cresce, por exemplo, não é só sacanagem, às vezes você pode para criminalidade, pedofilia, etc. Tudo isso está crescendo. Quer dizer, todos esses instrumentos que são originariamente criados para registrar a atividade da consciência e permitir que as pessoas se espelhem na consciência, mas as outras, para desenvolver novas janelas, novos ângulos de observação sobre si mesmo, que é exatamente isso que você faz. Quer dizer, quando você vê um indivíduo contando a sua experiência interior, quase que automaticamente você também tenta se observar daquela maneira para ver o que dá. Então, todos esses produtos que emergem do esforço da consciência para se afirmar, se ampliar, etc. Eles criam um monte de obstáculos materiais ao exercício da consciência. E eles podem se tornar, vamos dizer, obviasco de consumo de maneira totalmente independente da consciência. Se você observar, por exemplo, eu sempre observei o meio elegante da cidade de São Paulo, está certo? E é constituído de pessoas pedânicas e consumidores de arte, etc. Se você olhar o que é que aquilo tudo produz em termos de consciência, é zero. Existe apenas, vamos dizer, uma troca de, sem dúvida, de prazeres, por exemplo, o prazer de ouvir a música, destilar peças, está certo? E também um comércio de auto imagens que são projetadas. São símbolos de status, símbolos de elegância e, vamos dizer, que às vezes condicionam ingresso seu em certos meios, quer dizer, você precisa conhecer certas coisas para ser aceito em determinados meios, está certo? Então aquilo ali é uma classe muito elegante no fim das contas, só que a substância intelectual e substância, como eu sei dizer, humana, cognitiva, é zero. Eu observi isso durante muito tempo e ficava muito triste. Na verdade, a minha experiência pessoal nesse aspecto, eu acho que a minha vida toda, desde a infância, foi um choque com um ambiente fútil. Quer dizer, as pessoas só se interessam por futilidade, mas só mantêm para elas, compram livros, ouviram música, etc. E hoje mesmo contei no Facebook o episódio, eu tenho um professor de inglês no chat, então na aula dela eu pegava um livro e ia me esconder no fundo e ficava lendo o livro. E um dia eu estava lendo um livro que era uma análise do crítico Oswaldino Marcus sobre a técnica poética do Cassiano Ricardo. Um livro muito complicado, mas sem dúvida valioso, sobretudo para quem tivesse ambições literárias, eu achava que ia ser poeta, nunca fui, mas só fui de brincadeira. Mas eu estava lá estudando o negócio. E o professor ficou bravo e percebeu e tomou o meu livro. Até aí é normal que ela faça isso. Porém no dia seguinte ela voltou e falou, puxa, mas que livro esquisito que você estava lendo. E os outros professores também rimos muito a respeito do livro. Bom, o que me espantou não foi a apreensão do livro, mas escutelizam professores, eles não estão entendendo o livro. Então se achar que ele iba apenas esquisito, é porque você não tem a capacidade de compreendê-lo, porque para mim o livro não tinha nada esquisito. Qual é a novidade que existe uma técnica poética, que ela pode ser estudada e que tem pessoas que estudam? Então aquilo para eles foi de fato um produto esquisito. E eles eram não aluninhos, meus coleguinhos, eram meus professores. E naquele momento eu fiquei realmente aterrorizado. Eu falei, puxa a vida, isso é um bando ignorante. E eles são os donos da nossa educação. Eu estou sendo educado por ignorantes. O que vai ser de mim nesta vida? Então eu percebi que naquela altura eu já tinha mais critério para me educar mesmo do que aqueles professores, que eu tinha que seguir é a minha própria intuição, está certo? E me guiar no universo dos livros e outros produtos culturais, por mim mesmo, ou com a ajuda de quem eu pudesse, mas que eu nunca devia prestar atenção no que aquelas pessoas estavam dizendo. Eu também, mas no ambiente familiar, eu disse só, você compor de três coisas, era futilidade, era moralismo fofoqueiro, era falada a vida alheia, fulania que saiu com fulano, o outro que comeu a empregada, era isso. A conversa era somente essa, sem contar as coisas evidentemente sobreviver as imediatas, dinheiro, administração, em suma, era uma vida totalmente voltada para o fisiológico. E eu não vi no ambiente em torno nenhum sinal de uma aspiração mais elevada, eu só tive este sinal através de livros. Quando os livros começaram a cair na minha mão, eu vi que eles estavam falando de coisas que param o meu ambiente imediato, não existiam absolutamente, mas que eu sabia que existiam porque eu as observava em mim mesmo. Então ao longo do tempo, eu fui observando que esta tendência para se limitar ao fisiológico era uma coisa geral na sociedade brasileira, mesmo entre as classes que pareciam mais cultas, porque no fundo toda aquela atividade cultural, entre aspas artísticas, estéticas das classes superiores, era só fisiológica também. Não havia nada, nem um sinal de vida espiritual, não entanto eu sabia que essa vida existia porque eu observava nos livros. Então essa ditadura da ignorância presunçosa, ela começou a aparecer dentro dos meus olhos com uma espécie de força física, ver uma coisa assim, um bloco que ficava na sua frente e que você não podia transportar de jeito nenhum. Ao longo do tempo, evidentemente eu cometi muitos erros a buscar, uma coisa maior, perspectiva maior, eu fui buscar em toda a porta que parecia se abrir, eu entrava ali para ver o que dava, evidentemente na maior parte das portas não tinha nada do lado de lá, eu tinha que voltar e começar tudo de novo em outro lugar, mas desde os 14, 15 anos para mim estava claro que aquela vida fisiológica estava condenada. E o mais curioso é que essa vida fisiológica era regida por coisas que as pessoas imaginavam que fossem princípios morais. Então você pensava assim, mas espera aí, o moral consiste, não faça isso, não faça aquilo, não faça aquilo outro, etc. Mas se você não busca autoconsciência, então você renunciou a condição humana, meu Deus do céu, e você renunciou a principal coisa que Deus te deu, você está realmente cuspindo na cara de Deus. Então toda a sua moral não vale absolutamente nada. E mais tarde eu ouvi pessoas dizendo assim, não, essa coisa de cultura está no interesse, o interesse é você obedecer a Deus e você levar uma vida santa, é impossível levar a vida santa se você não busca sua consciência. Até tem o diálogo do Rio e Céu, o que você está buscando? Meu nome é, você está buscando a consciência, como é seu nome? Meu nome é ninguém. O que você está buscando? Você está buscando pão, como é seu nome? Todo mundo, todo mundo e ninguém. Então todo mundo buscando pão, a vida fizesológica, sua barriga, e um ninguém buscando a consciência. Digo, quem pode entrar no céu? Só o ninguém, evidentemente, porque todos os outros abdicaram da condição humana, como eles dizem na Bíblia, trocaram a sua primogenitura por um prato de lentilhas. Eu falei que eu estou aqui num mundo que é o pecado generalizado sobre a forma de morar em bons costumes. Então se você pegar um sujeito que levou uma vida assim, só fazer sexo, bebia, tomava pico, mas ele estava buscando a consciência, esse está mais certo que os outros. E eu vi isso, por exemplo. É difícil você encontrar um sujeito mais sinvergúrgo no mundo que é o André Gide, que era homossexual e um pedófilo, na verdade. Naquele tempo eles chamavam tudo de pederastia, essa distinção da vanaderade, se tornou mais clara depois, mas o fato é que ele ia para a argélia para comer os meninhos e em companhia de Oscar Wilde, e Oscar Wilde se divertia muito com aquilo e o próprio André Gide ficava um pouco condado dos meninhos. E no entanto você via que era uma vida de luta pela consciência, ele estava querendo saber o que é o certo, ele não tinha discernimento para isso, era um amaldiçamento diferenciado intelectualmente, mas tem as certas coisas que ele não conseguia enxergar, mas ele tentava enxergar. Mas bom, esse homem está buscando a salvação, os outros não estão buscando, os outros acreditam que já tem, porque eles não fizeram isso nem mais aquilo, nem mais aquilo outro. Este está valorizando a consciência e os outros não. Então eu olhava tudo aqui em volta e dizia isso aqui, uma sociedade condenada, eles nunca vão poder acertar em nada, porque não é possível você resolver todos os seus problemas e depois você adquirir consciência, quer dizer, o único instrumento que nós temos para nos orientar na vida é a consciência, não tem mais nada. Então se a consciência é tida, vamos dizer, como uma espécie de um bem material que você vai acrescentar a sua vida para adorná-la, enfeitá-la no fim das contas, depois de você ter resolvido seus problemas econômicos, familiares, sociais, etc. Então é só um enfeite e ela não é a consciência, ela é uma imitação, uma caricatura da consciência. E eu notava como isso era generalizado no Brasil. Na melhor das hipóteses você encontrava uma classe de pedantes que tinham os livros certos, os livros que tinham ouvido certas músicas e tinham uma fruição estética daquela coisa e só, mas era coisa que não pesava na sua vida. Eu me lembro que eu tinha dois amiguinhos e um tio que nos fins de semana nos reunia para tocar certas músicas e explicava a estrutura da música, os princípios da orquestração, os estilos de época, etc. E ele fez um bem extraordinário para mim. Durou pouco tempo, mas foi muito bom. E por causa disso eu ia às vezes estudar as biografias dos músicos, então me caiu na mão para fazer uma biografia de Beethoven e você via o drama espiritual, moral, terrível daquele homem. E eu digo, bom, e a intensidade, a força da música dele sai desse drama. Não é uma coisa simplesmente estética, é muito mais. Então, quando você via a biografia de Richard Wagner, Wagner estava tentando resolver certos problemas que até um filósofo temeria e a vida inteira buscando o que é verdade, o verdadeiro valor da vida, etc. Errando, claro, mil vezes, mas procurando. E a música dele saia como um espécie de testemunho da sua busca interior, da intensidade da vida interior. E isso era assim, em todos os grandes músicos eram assim. E eu via isso e notava como isso estava a léguas do universo dos melômanos, dos apreciados, dos trabalhadores de boa música. Eu via a música e falei, escuta, eu dei que eu fiz essa música para fazer você chorar, para você ver a sua miséria. Não para você ficar lá, se deleitando e achando bonitinho. Não é assim, as coisas não são assim. Esses espíritos dos melômanos, dos estetas, dos diletantes, etc. Não produz nada, ele pode consumir. Mas não adianta você consumir os produtos da consciência alheia, se você está curtindo os produtos e não a atividade da consciência que está atrás. Então eu me pergunto só de falar, é somente isso que interessa na vida, é só essa a busca da consciência, buscar a consciência se não buscar o pão. De nem só de pão vive o homem. Se as pessoas ouvir isso, é pão e que mais? Lebibli na mesa, fala, você está louco? Você pode ler biblio e ir na mesa, o resto da sua vida. Não é isso que vai contar. O que vai contar é o apego que você tem ao bem fundamental que Deus te deu, está certo? E que Deus deu para que você se elasse por ele e o guardasse como um tesouro e o enriquecesse, o fortalecer o resto da sua vida. Então eu li muita literatura brasileira e vi que mesmo nos melhores instantes, o drama da consciência era muito teno. Em geral era apenas um drama socioeconômico e não vai passar disso. De vez em quando apareciam os sujeitos com pretensões esotéricas, como o Jogo de Maneiro Rosa, mas eram apenas pretensões esotéricas. Então para você ver um verdadeiro drama da consciência ali na literatura brasileira, é difícil. Então a própria literatura era superficial nesse aspecto. Eu me lembro que no Jinaás, o professor do português mandou ler a Moreninha, eu não consegui ler a Moreninha, cheguei na par na 15 e falei, mas isso aqui é uma babaquice do começo ao fim. E ao mesmo tempo eu estava lendo o sofrimento de Werther, do Gettner, que era um drama desse desflorar mesmo, de você estourar os miolos. Eu falei, eu não vou ler essa porcaria. E falei, professor, eu não vou ler isso aqui, não, eu vou ler esse outro negócio aqui. E por incrível que pareça ela concordou. E até foi tão compreensiva que em seguida me deu uma biografia de presente. Infelizmente estava no fim do ano, só tive aula com essa senhora por mais dois meses, depois não encontrei mais. Mas de gasta foi uma boa professora. Ela entendeu que eu estava buscando conhecimento e que o que interessa não era você cumprir o programa mais você se desenvolver na sua área. Então, muitos anos depois eu ouvi falar do John Taylor Gattel, que é o professor que fez um ósse sucesso aqui nos Estados Unidos ensinando para os alunos só aquilo que eles queriam aprender. Tá? Você não quer aprender o matemática, quer aprender baseball? Tá bom, então vamos estudar o baseball até o fim. E daí a partir do baseball o resto aparecia. Então quer dizer, qualquer porta de entrada, serve o mundo conhecimento desde que você leva a sério. Mas você vê que programas de escola baixados pelo Ministério já são, vamos dizer, a regulamentação de produtos secundários criados pela conselha ao longo do tempo. Então este afasta ainda mais do centro das coisas e este fenômeno nós vamos encontrar repetido em todo lugar. Então existe sempre uma luta entre o que é a inspiração e o que é o acúmulo de produtos materiais em torno e a sua administração e uso pela sociedade. Nós vamos ter isso o tempo todo. Isso quer dizer que tudo aquilo que proveio da consciência profunda do ser humano e que se transmutou em produtos se torna um obstáculo para o desenvolvimento da sua consciência. Não sei que você o use com o propósito certo. Isso. Então, por exemplo, estudando as vidas de vários filósofos e isso tem algo a ver com o que eu estava dizendo na última aula, que é a busca da essência permanente da filosofia portária e toda a sua variação histórica. Você vê que os filósofos mais profundos foram aqueles que vivenciaram os seus problemas, seus temas e problemas como um drama pessoal profundo e não apenas como elementos curriculares que eles teriam que encontrar. Quer dizer, o que determinou o curso da sua existência, da sua vida, da sua biografia de filósofos? Foram certos dramas de consciência que você encontrou na vida e que você elaborou ou foi apenas uma sequência de exigências curriculares que você tinha que cumprir? Neste último caso, não sai nenhum grande filósofo, mas sai um monte de subfilosofos e um de burocratas da filosofia. Quando você vê, por exemplo, a vida de Platão, como foi a vida de Platão? Platão era um jovem de família rica que se destinava a uma carreira política, como todos os seus colegas, seus companheiros de geração. Porém, ele viu que houve ali um golpe de Estado que prometia moralizar a sociedade e piorou ainda coisa, que eles fizeram logo um mensalão, um petrolão, uma coisa assim. E era uma ditadura, evidentemente, e essa é ditadura. Tinha entre os seus adeptos o próprio Sócrates, até que os ditadores mandaram o Sócrates como soldado, que era prender um determinado cidadão. E o Sócrates sabia que aquele cidadão não tinha feito nada de errado e ele se recusou da certa... prendeu o sujeito. Passados anos, o próprio partido deste sujeito que o Sócrates salvou o condena-morte. Então, Platão disse, olha, uma sociedade que não aguenta o melhor dos seus membros, o mais honrado do seu membro, até ela chegou a um ponto onde ela não pode ser consertada, corrigida mais. Então, o significado da ação política se tornou inútil. Nós temos aqui buscar agora o que é o verdadeiro fundamento objetivo real da ordem social. E isso desencadeia a carreira de Platão. Então, nós, que eles não estavam fazendo um curso de filosofia, não tinham uma exigência curricular a cumprir, ele tinha um problema real a resolver. E esse problema real é onde ele vai descobrir a ideia, vamos dizer, do bem supremo, a sorte de hora que o bem supremo desaparece da visão da sociedade, sobram apenas o quê? Os sonhos e valores individuais, que evidentemente são muitos, estão em conflito, são incompatíveis entre si e só podem ser mantidos numa certa ordem pela influência externa das leis, da repressão, da polícia, etc. Então, tudo o que hoje se entende quando o pessoal fala está democrático de direito, eles estão se referindo a isso, quer dizer, você tem lei e ordem. Então, o que é a lei e ordem? É aquilo que sobra quando a visão do bem supremo desapareceu. E sobram apenas objetivos e propósitos individuais que têm de ser administrados por uma força externa de natureza puramente mecânica. O que é, vamos dizer, uma constituição, o que é um código penal, o que é um código civil? É um edifício coerente de normas que têm de ser compridas mecânicamente. E isso é evidente, não cria unidade nenhuma na sociedade. Quanto mais isso está comprovado, o quanto mais lei, quanto mais burocracia, mais confusão. E, então, você já viu aí, todo o drama da democracia moderna, a visão do bem supremo não existe de maneira alguma, só existe lei e ordem. Então, todo este imenso mundo jurídico que apareceu desde o século XVIII até agora, quer dizer que é uma produção de leis que não acabam, ai, leis, regulamentos, burocracias, departamentos e jurisdições etc. É uma parafernalha imensa que não consegue manter a ordem de jeito nenhum. Quer dizer, quanto mais cresce o universo das leis, mais cresce o banditismo. Todo mundo sabe. O Brasil está cheio de leis, não tem constituição, não tem um código penal, tem tudo isso aí, isso aí, impédicos, rome na sua cara. Nada, de jeito nenhum. Porque não há visão do bem supremo, então não existe a verdadeira autoridade. Ninguém personifica o bem. No máximo, você tem esta afetação de bons costumes. Aparece o jeito de não, eu sou pelo Estado Democrático de direito. E não vê que isso é uma palhaçada, meu Deus do céu. Quer dizer, você não tem substância humana alguma, não tem a força da consciência, da certo, e portanto não tem o bem supremo, que é o objeto fundamental da consciência, então sobra só o aparato das leis. E tudo se torna um mecanismo artificial de controle social que nunca vai funcionar. Em seguida, a democracia moderna se transforma no socialismo, que é o socialismo socialismo, ele restaura de algum modo a visão do bem supremo, ou seja, a unidade de toda a sociedade, toda a sociedade voltada para uma finalidade. Só que é uma visão materializada e rebaixada, é a igualdade, é a justiça social, é a ditadura do proletarado, etc. Então ela é uma caricatura do bem supremo. Então de certo modo a democracia moderna nasce condenada a ir se sufocando a si próprio, no artificialismo jurídico, cada vez maior, até chega uma hora que aparece, um cara levanta a bandeira, a socialista todo mundo vai atrás, evidentemente. Então, por outro lado, ou seja, depois do socialismo aparece o que aparece, a proposta islâmica, que levanta o que é a bandeira do bem supremo, alá. Só que é sob a forma de um governo teocrático. Então é uma ditadura teocrática. E nós temos que perguntar se o seu Deus funciona mesmo, para que ele precisa de todo esse aparato bélico para manter ele? Por que precisa toda essa perseguição, todo esse morticínio? Por que precisa de tudo isso? Ele não vai fazer o juízo final, não vai separar os carneiros dos bordes? E o servo precisa começar a separar tão meticulosamente nesta vida? É porque tem alguma coisa que está furada. Alá não é Deus, alá é a divindade, é um abstracto. No altar, eslâmica é o que tem? Tem o mirrabo que é um espaço vazio. Então você está se dirigindo a uma abstração. A abstração cuja única presença no mundo é dada através dos exércitos do profeta. Não faz um milagre, não cura uma hemorroida, mas mata um monte de jeito para obrigar os outros a obedecer. Você falou que tem de miraculoso nisso, não tem milagre nenhum, não tem presença efetiva, é muito abstracto demais. Então é claro que quando nós falamos da presença do bem supremo com o único fator ordenador, sempre vai aparecer algum entusiasta do Estado e direito, do Estado democrático e direito a fazer isso é uma teocracia. Mas não, isso não pode ser uma teocracia, a democracia moderna só funcionou num lugar do mundo que é o estacionismo. E funcionou por quê? Porque o estável era leigo, mas a sociedade era cristã, você tinha uma unidade cultural cristã notável desde o início. Então havia um sistema de leis, mas ele se baseava num outro sistema não escrito, está certo, de exigências morais que as próprias pessoas se impunham a si mesmas. E por causa de isso funcionou, por isso que John Adams disse que a nossa constituição só funciona para um povo crente. Na medida em que a base religiosa da sociedade desaparece, sobra o quê? Sobra a constituição e as leis, quer dizer, todo aquele aparato jurídico que se mostra incapaz de resistir a um pequeno falsário que decide tomar o poder. Quer dizer, é uma coisa de uma impotência tremenda, porque as pessoas não têm mais o discernimento moral elementar. Então a gente pode criticar essa cultura protestante sob mil aspectos, mas isso eu vi, ela sem dúvida, ela desenvolve nas pessoas o desejo de buscar o que é certo. O que que eu devo fazer então, ou qual a situação? As pessoas têm aqui, todo mundo tem, fazer a coisa certa. Então isso aqui é que foi a base da democracia americana e não a constituição das leis. Então se fosse uma teocracia, então se nenhuma situação igual a islâmica, seria a arábia saudita. E não é preciso dizer o quanto no mundo islâmico está desenvolvida a pedofilia, o tráfico de escravas brancas, etc. E o hábito universal das propinas, estão espalhando propina para o mundo inteiro, estão corrompendo o mundo inteiro. Então é claro que uma teocracia não funciona. Existe teocracia no Ocidente, nunca. Nunca. O Estado e a Igreja sempre estiveram separados no mundo ocidental. E isso até certo ponto funcionou. Deixe de funcionar a partir de um certo ponto. Onde vamos dizer certas funções políticas administrativas, a cama cai na mão da Igreja de algum modo. De modo que foi a expansão do poder material da Igreja que acaba com ela. Você vê que durante toda a Idade Média, quando o Enquanto Vigorou, o Império Cristão, o Papa não tinha um 10% da autoridade que ele conquistou depois. Hoje em dia, se você, hoje em dia você tem a idolatria do Papa. Tem a impressão assim, você não pode falar a do Papa. Eu li a história, os cara, o tempo todo estavam descendo o cacete do Papa. Será que eles eram menos cristãos do que hoje? Quando você lê a história dos concílios, você vê a violência das discussões. Era um salvageir papo rada. Hoje em dia você não pode falar nada do seu bergolho. Ele disse o que aconteceu? É curioso, é um fenômeno que eu também vi em escala bem menor na universidade brasileira. No meu tempo todo mundo contestava os professores. Agora não, o professor diz todo mundo tem que concordar. As pessoas têm medo do professor universitário. Eu falei meu Deus do céu, naquele tempo você podia ter medo do professor primário. Mas quando você chegava na universidade, não, você era igual, você ia discutir. Agora não existe mais isso. Então é claro que o problema central da sociedade brasileira é este. É uma sociedade onde a consciência não tem valor. Tem valor apenas dos seus produtos externos. Os livros, as peças de teatro, as músicas e os regulamentos universitários. E sobre tudo as profissões universitárias. E você vê a imensidão da rede de profissões universitárias que existe em toda a parte e no Brasil também. Tudo isso tem que ser mantido de algum modo. Agora o que é que isso tem a ver com a origem de todos os conhecimentos que ali deveriam estar sendo transmitidos absolutamente nada? Então esse pessoal toda vivendo uma alienação horrível. Então esse é o problema no Brasil. Não existe um número suficiente de pessoas que representem o poder da consciência. Não existe mesmo. Então quando é assim, as pessoas começam a ser valorizadas pelo o que? Pelo oposição que elas movem à corrupção mais evidente. Então quer dizer, o mero antipetismo virou agora um mérito. Pode ser o Mó Salafrá, o Mó Vingarista. Ah, ele falou contra o petente, então nós não podemos tocar nele senão vai dividir as forças. De o que que é isso, meu Deus do céu? Que alienação é? Então esse desprezo brasileiro pelo valor da consciência, este é o problema. Então é um problema de hora de incultural. Não precisa dizer o quanto eu observei isso no meio militar. Os milicos devem dirigir a esse país governado, esse país durante 20 anos, sem ter a melhor noção do que se passava na esfera cultural. Eles acharam não se a gente botar economia, o hora de ficar tudo bem. Aonde? Você vê, hoje mesmo eu estava lembrando também no Facebook, olha, a imensidão de livros liberais conservadores, é que eu sozinho coloquei em circulação no Brasil. E os milicos ficaram lá 20 anos, tendo todo o poder e todo o dinheiro nas mãos, e não botaram um único desses livros para circular. Você imagina se de 64 até 84, 85, o pessoal das universidades tivesse lendo aí Rodgers Croson, Russell Kirk etc, etc, etc, o que teria acontecido. Por que não fizeram? Não fizeram porque despreza a cultura. Em despreza da cultura, não é que despreza a cultura no sentido, como é que se diz material da coisa, não, e para isso até eles davam dinheiro. É despreza a raiz da cultura, despreza a consciência. E este mal, ele não afeta a sociedade, ele afeta cada um de nós. Todos nós temos que... Eu tenho isto, você pensa que eu não tenho? Você pensa que eu não recebia a minha parte da Tara congente da brasileira? Também recebi. Você pensa que eu não tenho obstáculos interiores à busca da consciência? Você pensa que eu também não tenho os meus impulsos puramente fisiológicos? Tenho também. Eu não me conformei com eles. Mas quando vocês veem todo este movimento de massas enorme que surgiu protestando contra os comunos larápios, vocês sabem perfeitamente de onde surgiu isso. Surgiu da tal da revolução cultural que nós começamos. Isso foi abrindo os círculos. Por que que o pessoal saiu na roca o cartaz e na lua do terrazão? Você colado tem a ver com o movimento. Eu não estou lá, não perteça movimento nenhum. Não, é porque ele sabe de onde surgiu a coisa. Então este esforço para desenvolver a consciência, ele erradia e ele tem efeitos em pessoas que nem sabem o que você está fazendo. Isso sempre foi assim. Está certo? Mas evidentemente sempre pode aparecer aqueles caras que dizem, não, tudo isso aí não interessa. O que interessa é agir. Eu falo, mas isso não é ação? Reser a revolução cultural não é uma ação? Tanto a lei que ela tem um efeito muito maior do que a aparente causa que provocou. Então são pessoas que não sabem o que é a ação. Só consegue conceber a ação, só uma forma física. Vamos colocar os tanques na rua. Eu digo, você já colocaram 64. Adiantou? Adiantou nada, meus filhos. Porque o outro lado é muito mais perto. Vocês acharam que com a força material, vocês iam regular tudo. Foram feito de idiota, foram humilhados, foram derrotados, derrotados com justiça. Por que? Usados. Usados, exatamente. Foram usados. Por que? Porque no primeiro lugar começaram mentindo. Tomaram poder dizendo que iam fazer eleição em seis meses e fizeram uma ditadura de 20 anos, ditadura deles mesmas. Se disser, ah, mas não é uma ditadura que se compare com a de Hitler, tá bom, é ditamol. Mas é uma porcaria do mesmo jeito. E, tendo subido, prometendo acabar com o comunismo, abrindo todas as portas para os comunistas. Por que? Porque eles só se interessavam pelo lado administrativo, econômico, etc. E nem tinha ideia do que fosse a revolução cultural. Eu digo pra vocês, eu publiquei meu livro Nova Era Revolução Cultural em 93 e passaram-se oito anos antes que um milíquio desse sinal de ter percebido alguma coisa, oito anos, que foi o general José Fábrica, num artigo que ele escreveu num jornal militar. E depois ainda veio o general Sergio Coutinho, que decidiu aprofundar, estudar o assunto, e morreu amargurado porque seus colegas não prestaram atenção no que ele tá dizendo. Quer dizer, olha, este hábito brasileiro, vamos dizer, da presunção, da pomposidade, dos pessoal batendo no peito, cantando em nacional, tudo isso é uma palhaçada, gente. O que interessa é a substância dos seus artes, não é este aparato. Se você estudar retórica parlamentar, retórica política no Brasil, comparar com americano, você pega um discurso de presidente brasileiro e pega um presidente americano. Olha, Abram Lincoln e Ronald Reagan fizeram a carreira na voz da piada, eles falavam como estivessem falando para sua família, agora no Brasil não é tudo pomposo, é tudo recheado de vossa incendência, muito floreio. Então, isto é sinal de falsidade, gente. E nós temos que acabar com isso, nós temos que acabar com essa pomposidade brasileira, acabar com essa pomposidade militar. O pessoal agora está aposta, não, os militares vão nos salvar, vão intervindos. Escuta, que gratidão eu vou ter para a pessoa que estão agindo com 20 anos de atraso? Eles podiam ter impedido que a situação chegasse a isso. Agora, primeiro deixa a chegada, depois intervindos, e dizem que é o Salvador da Pátria? Vai lá, beçabão. Quer dizer, aquele negócio dos estratégias machineses, quer dizer, você nem que vê, não quando eles estão em germe, não quando eles já tomaram, ocuparam o espaço inteiro, tem que matar os males na raiz, não esperar que eles virem uma árvore enorme, está certo? E depois dizer que vai salvar a Pátria. Quer dizer, as pessoas, elas estão lá, elas estão sendo pagas para prever o que vai acontecer e para agir em tempo, todas elas, políticos, militares, professores universitários, etc. Então, o que é tudo isso aí? Desprezo pela consciência e um amor exagerado aos seus símbolos exteriores. Então eu digo isso para vocês, para que vocês entendam o resíduo disso que existe dentro de vocês e que vai persegui-lo pelo resto da sua vida, como persegue a mim também. Eu não pensei que eu estava imune a isso. Não, ao contrário, não era uma luta contra o ambiente, tinha um ambiente externo e tem os vícios que o ambiente externo colocou em mim mesmo. Vocês sabem, quando eu comecei a ler, me preocupar com essas coisas, eu frequentemente achava, será que eu estou errado? Será que eu não sou um presunçoso que quero ser melhor que os outros? Então isso aí é a voz do demônio. Você está cumprindo a sua obrigação mais profunda, o pessoal envolve tudo, relaxou, e você é o culpado, você é o mal. Isso você vai encontrar em tudo quanto é lugar e vai encontrar dentro de você também. Então esse demônio tem que ser exorcizado. Não interessa se você vai ser aceito e gostado por pessoas que não tem a condição de entender o que você está fazendo. Você só tem que dialogar com quem entende o que você está fazendo, com quem está no seu mesmo nível. Aos outros você pode falar, mas não ouvi-los. A opinião dos outros não interessa absolutamente. Então é isso, vamos fazer uma pausa com o nosso outro. Vamos lá. O Leonardo Fernandes pergunta qual o seu conhecimento a respeito dos esgrithes de Albert Camille. Ele está em nível superior ao Sartre. Bom, evidentemente está. O Camille era um filósofo de verdade, era um homem sério, o Sartre era um poser. O Sartre dizia as coisas que parecia que ia pegar bem na esquerda francês a cada momento. O Sartre nunca foi sério, é um homem de um talento extraordinário, com um domínio maravilhoso idioma, mas sem nenhum compromisso com a consciência. Agora Camille era realmente um homem sério. Os livros como o Mythe Decisifo e o Homem Revoltado são livros indispensáveis. Vamos lá. Alguém que pede para não mencionar o nome diz o seguinte, parece que quanto mais tem o contato a verdade, tento repassá-la mesmo em doses homeopáticas, mais sou visto como o cara estranho da família. Minha pergunta é baseada na experiência. Embora não seja conselheiro matrimonial, se eu tenho uma vastiapina da vida e a autorização por isso pergunto, como lidar com a situação quando parece que parece um cara estranho e extremado para a minha própria esposa? Por primeiro lugar, você não tem que convencer a sua família de nada. Você tem que virar nas costas essa pessoa, não vamos sentindo de deixar de amá-la, mas de amá-la sem esperança de retribuição, sem feedback. Como você é uma pessoa qualquer que você não conhece. É só isso, você pode ajudá-los, mas não pode esperar nada deles, nada, nada. Isso é básico. É básico. Você tem que largar a família e se integrar no meio de pessoas semelhantes a você. Largar a família não quer dizer você largar de conviver com eles e nem você querê-los mal. Você pode ajudar o contrário, você pode ajudá-los, mas não esperar diálogo. Nunca. Você está lidando, vamos dizer, com a massa dos ignorantes e os ignorantes são perigosos. Os ignorantes são hostis, são invejosos, são fofoqueiros, não servem para absolutamente nada, você tem que orar por eles e tentar ajudá-los no materialmente possível, no que eles precisarem, mas não ter dependência emocional deles. Se a sua mulher você vai em frente e ela que vem atrás, não fique esperando também convencê-la, se a sua mulher você tem que ir em frente, ou ela vem atrás ou não vem. Agora, vamos dizer, o brasileiro além de ser um povo que tem esse desprezo tradicional pela consciência, pelo conhecimento, é um povo fraco, muito fraco, é importante ter uma carência efetiva monstruosa. E fica sempre buscando ser aprovado, você querer ser o bom menino, tentar não receber a fago, você vai ter que renunciar isso aí. Você tem que escolher as pessoas, cura o julgamento, lhe interessa, e os outros não interesse. Sem isso é impossível. É aqui que dizia o São Victor, eu não posso ensinar a filosofia a um aluno que tem saudade da cabaninha onde nasceu, não dá para ensinar. Você tem que dizer adeus, por exemplo, você passou por um plano superior, desde o qual você pode ajudar essas pessoas, não é que você não pode receber nada delas. É só você renunciar a compreensão, renunciar a amizade, renunciar o apoio, está tudo resolvido. E você tem que procurar esse apoio em pessoas que estão te compreendendo, os outros não interesse. Claro, isso vai diminuir o seu círculo, claro que vai, está certo, mas vai melhorar qualitativamente. Lucas Lima pergunta, gostaria de saber o que você acha do livro Apugue da Glória do Martim Vasquez da Cunha. Eu acho um livro excelente e importante, e eu só lamento que esteja mal escrito. Este é o problema do Martim. Martim é um homem de imensa cultura, um homem sério, inteligente, ele tem o que dizer, ele não tem ouvido. Então um livro desse merecia um tratamento linguístico muito melhor. Este é o problema estrutural do Martim, eu não sei o que se passa com ele. Mas é uma espécie de briga de foi entre ele e idioma. Eu não entendo como é que eu lêo tanto, continua, não tem. Isso aí o Bruno já dizia, o Bruno Tolentino já dizia a mesma coisa. Isso aí 20 anos atrás. Tem pessoas que são assim, você tem filósofos que são assim, Jacob Bummer assim. Jacob Bummer quer coisas profundistas, mas não quer muito mal. Então o resultado fica difícil você acompanhar. Isso não é um defeito incorrigível e isso a rigor não diminui o valor do livro. Mas eu gostaria sinceramente que ele recebesse um tratamento linguístico um pouquinho melhor. Não são erros de gramática, evidentemente. O problema não é este, o problema é falta de ouvido, não tem música. Doe na orelha quando você lê. Adam pergunta, eu só poderia indicar alguns livros que me ajudem, mostra um caminho para aumentar a minha autoconsciência de bom. Primeiro lugar você lê o Victor Franco. Esse é básico. Esse é o tema dele, autoconsciência. Segundo lugar você tem que ler a literatura, mas não é para você adquirir cultura literária. É para você ver modelos de vida humana, que são vidas possíveis. E daí você tentar contar a sua própria vida como se você fosse o personagem do romance. Isso começa, mas é com o exercício do Necrolórgio. O Necrolórgio, certo modo, é um resumo, seria o esquema, o resumo do romance da sua vida antecipado. Mas toda a vida humana tem um trajeto, esse trajeto é descritível. No dia a dia você vai perdendo o fio da meada, porque já não junta, pega o bola. Você não sabe, por exemplo, quais são os acontecimentos que realmente marcaram a sua vida, que fizeram a sua personalidade, que criaram, ou força ou fraqueza para você. A maior parte das coisas não tem consciência disso. E eu fico impressionado, por exemplo, o número de vidas humanas que eu conheço, muitas pessoas me contaram as suas vidas aos fragmentos. E eu via que eu estava entendendo o trajeto de vida dela muito menor que ela. É dizer, eu tentava ajudar, até estava esclarecer, mas isso aí tem limites. Você não pode ter autoconsciência do outro. Não tem sentido você fazer um curso de autoajuda com outra pessoa. O autoconsciência autoajuda é sua mesma. Então buscar contar para você o romance da sua vida mil vezes. Você vai ter que voltar de novo, de novo, de novo para acontecer novas coisas, isso muda a sua visão do passado e assim por diante. Eu estou com 68 anos e eu ainda me surpreendo, descobrindo coisas que se passaram com o mesmo que eu tinha 12, 13 e que tiveram um peso maior do que me pareceu na época. Por exemplo, esses elementos traumáticos que aconteceram, você realmente esquece para poder passar para diante, mas quando você vai ver ele ainda está lá. Então recontar constantemente a história da sua vida. Esse recontar não é fácil porque toda a narrativa tem problemas. Então você vê, você está contando o seu passado, mas você continua existindo agora. Se você tenta contar as coisas por exemplo, por ordem cronológica, você pode estar forçando a ordem porque ela não corresponde à hierarquia do que está pesando realmente para você agora. Então você inventa um outro jeito de contar, assim por diante. Toda a narrativa tem problemas e resolver esses problemas é a função dos grandes narradores literários, balzac, dustonhevsk, etc. Eu sugiro também que você leia muito os livros dos filósofos existencialistas, porque esse era o assunto dele, sobretudo Nicolai Berdier, Gabriel Marcel, muitos outros. Então isso aí você já tem leitura para dois anos pelo menos. Alguém me pergunta, como se houve o cenário cultural brasileiro daqui a 30 anos? Será possível que nós conseguiremos nesse curso de espaço de tempo retirar o elemento de falsidade da uma brasileira? Eu falei, não, não, mas você que terá que terá que terá que terá que terá do seu círculo de convivência. Você verá aquele, a parte que está se queixando do seu isolamento, do seu corpo estranho, significa assim, ele não está tendo companhias em número suficiente. Então, mais de uma vez, Raius, por que eu estou dando este curso aqui? Eu digo, vocês têm que se aproximar uns aos outros, têm que se apoiar uns aos outros e fornecer aos seus colegas o tipo de convivência que eles precisam e que vocês precisam. Eu, obviamente, tenho outros com problemas igual. Exatamente, tenho outros com problemas igualzinhos. Vocês se ajudam uns aos outros, meu Deus do céu. Ah, mais aos outros, o que é que... Por que que é essa? Você está vendo que o negro lá na família está sendo tratado como se fosse, está certo, uma lagartixa. Bom, você pode dar um tratamento melhor para ele, não pode? Todo mundo precisa de apoio humano. O cara para sobreviver sozinho, que nem eu durante 40 anos. Bom, existem aquelas plantas que no deserto sobrevive a 20 metros de profundidade, eu sou uma dessas. Então, eu não sou um exemplo, não é para fazer o que eu fiz. Eu acho que eu fui treinado para isso desde a infância, quer dizer, eu nasci, fiquei doente sete anos. Então, você vai ficar na cama sete anos com o febre, etc., você desenvolve uma paciência fora do comum e uma capacidade de persistência também. Então, eu fui treinado para isso. Muito mais tarde, eu me vi nesse isolamento, nessa coisa, eu sobrevivi e sobrevivir, sobrevivia a coisa pior do que isso. Mas nem todo mundo foi treinado para isso e é perdoe tempo você ser treinado se você tem amigo, se você tem, pode ter um círculo social melhor. Por exemplo, existem grandes escritores, grandes filósofos que não teriam sobrevivido seus amigos. É um caso de isolamento como esse, o único que eu vejo, o Djambatista<|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|><|tr|><|transcribe|> ganz batista ver que no século 18 que não tinha o que conversar mas é o único caso na história ele e eu e fora disso vocês têm que se apoiar aos outros meus deus do céu quer dizer não deixa o cara sozinho não eu não posso dar o nome dele mas vocês adivinem e depois aqui o Miguel Sorné também pergunta qual foi o melhor livro de ficção que o senhor já leu ah bom em termos de densidade quase profeta que foi os demônios dos toelhos que sem sobreduo sem contar as peças de cheque está falando de romance principalmente mas e em termos de densidade de importância espiritual profeta que os demônios mais como construção ficcional o melhor que eu li foi o nó das vírbora de françois morriak eu acho que não tem uma coisa mais perfeita do que aquela o elder ferrer perguntou com recomendo algum liu sua formação da consciência através da música e agora você me pegou eu não tenho a menor ideia disso isso deve existir mas eu nunca vi sim sim eu já dei desde o início de memorização das melodias para dar uma coisa fundamental para isso é continuidade de consciência e a continuidade de consciência é o que vai permitir que você faça uma narrativa da sua vida essa narrativa é só na sua cabeça você não precisa escrever um livro de memória quer dizer uma vã de você adquirir a consciência biográfica é uma coisa você fazer uma autobiografia é uma segunda está certo onde certamente da totalidade da sua autoconsciência biográfica você vai registrar só um pedacinho e frequentemente registrar mal então o que interessa é você contar sua vida para você mesmo você saber quem você é é e pergunta o elder ferrer também pergunto se eu tenho lixo sobre articulação democracia cristianismo nos estados unidos bom isso aí tem um monte você começa com o livro do nosso car que são basicamente sobre isso tem acho que tem livro dele traduzindo no brasil que o inglês dele não é difícil de ler é mas tem saído muitos livros sobre isso e não tem tantos que eu fico até com dificuldade quer dizer este é um ponto em que os conservadores americanos estão muito conscientes está muito consciente do seu passado e dos fatores estruturais o que falta eles é visão tática estratégica do momento isso aí são amadores completo é assim uma coisa absolutamente é deplorado a dizer como pessoas que na esfera dos valores da doutrina tão preparadas não sabe o que fazer dentro da política prática do momento né isso quer dizer você ser derrotado por um adversário como obama isso é uma vergonha gente isso aí eu perder um debate para o punheteu ele não pode acontecer simplesmente não pode né mas aconteceu então é o duplo vexame e o quer dizer o sujeito vem aí sem documento com uma história toda furada e você deixa ele ficar porque vocês não querem tocar nesses assuntos baixos vocês querem manter o debate alto nifalos são loucos né então eu sei quais são os americanos tão conscientes até a meia dúzia eu sinto ciproent o cliff king cade ou de ver na icos da ano oeste tem pessoas que têm coragem de ver as coisas no pompão queijo queijo mas a maioria não tem a maioria está descoversando e quer só discutir no plano doutrina você tá entendo então aqui é negócio que senta no formigueiro e diz o que vem debaixo do meatige né não e aí aqui viniços burgos perguntar a filosofia dessa estudar neorecronológica assim não você deve estudar filosofia pelos problemas que realmente tem atormenta é quer dizer que são providóis férias pessoal que tem uma tradução mas em uma língua cultural que é desvasta mas a aquisição da cultura filosófica deve ser por a horitronológica deve ler algo deve levar as histórias da filosofia eu li o monte acerto mas é isso aí a cultura filosófica não prática da filosofia é o problema é eu considero grave a esposa dele tá estranhando e isso ele não vai conseguir ter concentração suficiente para fazer leituras sobre questões e então fora desse contexto potencial dele então o que você recomendaria não só no caso dele a coisa é de leitura para pessoas que estão vivendo um drama um drama pessoal muito pessoal e intransferível existe alguma sugestão eu não sei se você poderia se eu não vou perguntar mas você daria alguma sugestão é bom eu já pedi pessoal leu feijão e sonho do origem dessa se bem que ele encara esse vídeo é uma maneira muito baixa ainda muito tosca mas tem alguma correspondência com essa situação mas eu acho que o seguinte você tem que seguir em frente buscar companhia de outras pessoas que são mais afins tá certo e deixa sua mulher que vem atrás ou fique sozinha ela vai ter que escolher um dia não se intimida não espere que ela acompanhe você em todos os seus amigos vai como é às vezes pode ser que depois de uns anos a mulher acorda sem acordar também o problema dela e note bem casamentos tem problemas insolíveis tem que entender isso tem que entender que isso é destruído se você espera e que o seu casamento acompanhe para e passo a sua evolução interior você está lascado vai ter que em frente e forçar mulher via atrás agora você tem conquista autoridade aos olhos dela ela tem que respeitar você de qualquer exemplo claro exemplo você tem que dar o exemplo bom eu acho que é isso então por hoje vamos e aí aqui é da minha outra pergunta e Rafael frex e sobrador de ignorância presonçosa como fazer para evitar trabalhar a gusta de ver as pessoas que gostam deste mundo cego sem querer despertar Você tem que amá-las exatamente como se eu morasse da humanidade. Se você ajuda uma pessoa na rua, me indigo, na rua, você espera que ele te compreenda? Não, é seu amor sem retribuição. Cristo deu exemplo disso o tempo todo, ele ajudou os caras o tempo todo e o que eles fizeram com ele? Crucificaram. Essa foi a bela retribuição que ele recebeu. E todos nós somos assim. Agora, de algumas pessoas você tem que esperar retribuição. Umas poucas. Que são o seu verdadeiro círculo, não é? Os outros não. Isso sempre vai ter acercados da incompreensão. E incompreensão hostil. Às vezes, incompreensão invejosa. Às vezes, baixa mesmo. O que você vai fazer com isso? Você vai esperar, por exemplo, eu vou... Esperar que o Rodrigo Constantino me compreenda. Você está perdido, você vai esperar isso. Ele vai compreender nada nunca. Esses pessoas discutiram um nível muito baixo. E vai ser sempre assim, é normal. Eu não quero mal a ele, ao contrário, se eu puder orar por ele, eu deve fazer tudo isso. Só eu não posso esperar nada dele, esse é o ponto. Você pode esperar do seu semelhante dos outros, não. É aqui, o Livro Oliveira disse, Jesus Cristo disse certa vez, buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça. E todas as demais coisas você não acrescentar. A pessoa no Brasil, sua maioria é esmagadora, por isso o original de formação, busca as demais coisas e espera que vem o reino de Deus e sua justiça. Exatamente isso. O que é o reino de Deus? É você ler Bíblia e Namista para não é meu filho. Isso é um suporte material que você recebe, como você recebe da cultura, etc. O reino de Deus é a consciência do bem-supremo. É isso, fundamental. Eu estava falando do bem-supremo, não sou platônica do bem-supremo, alguém me perguntou se o bem-supremo é o cristianismo, eu falei que não é o cristianismo, é o Deus do cristianismo. Platão não podia conhecer o cristianismo, que apareceu centenas de anos depois. Mas ele podia saber algo do mesmo Deus do cristianismo. Então o que interessa é isso, não é o cristianismo, não é a religião, mas o filho é Deus. O que diz o hino da igreja? Queremos o cristianismo ou queremos Deus? Queremos a igreja ou queremos Deus? Tudo isso faz parte evidentemente, mas é um aparato material criado para te ajudar. Não é a finalidade das coisas. Cair um esquisito, já lheu a consciência de Zeno de Itolias, vêam? Sim, uma romância maravilhosamente construída, a história de uma decadência terrível, uma soma também depressiva. É um pouco sábico, às vezes psicologicamente, mas muito bem feito. Agora é isso, o Româncio mais bem construído que eu li foi o nó das vírbolas do Francois Mulher. Não conheço outro, terceiro. Ah, Gaspar Henrique Esté, uma pergunta sobre a atualidade. Como você vê o fato que os líderes de direito no Brasil estão divididos? Não estão divididos, não tem nenhuma divisão com o Rodrigo Constantino, o Reinaldo Azevedo. É um problema de desnível, entre o que eu estou falando e o que eles estão falando, mas não podem compreender o que eu estou falando, é simples. Agora, falar em unidade. A unidade do movimento político depende de uma estratégia abrangente comum. Se não existe uma estratégia comum, não existe unidade. Agora, podem existir símbolos de unidade, um desses símbolos, as pessoas serem amiguinhas umas das outras. Mas isso é evidentemente uma caricatura de unidade. Quer dizer, a unidade teria que ser estabelecida antes, se existem líderes, eu não sei se são líderes, porque no Brasil, o que aconteceu foi que o movimento foi espontâneo, vocês sabem como aconteceu, quando veio o negócio do Passe Livre, o governo botou aqueles agitadores na rua e o povo saiu, estava para descer sentido contrário, para proteger o que estava acontecendo, para protestar em sentido contrário, protestar contra os autores da manifestação. E o povo superou os militantes do Mabisets e Black Blocks etc. Então, foi uma coisa totalmente espontânea. Então, a iniciativa foi da massa, sem líderes. Daí apareceram umas pessoas que subiram no falante na hora e amídia os nomeou líderes, mas a mídia está do lado do contrário. Então, que unidade eficácia pode ter um movimento com os líderes que são nomeados pelo seu inimigo. É absolutamente ridículo. O que é um líder? Líder é um líder, quer dizer, conduzir. Quer dizer, é o sujeito que indica o caminho e todo mundo vai atrás. Quer dizer, a liderança se manifesta na obedência. Então, é para conseguir quantas pessoas te obedecem. Não é a seguinte que você subiu no falante e dizer o que todo mundo quer. Então, eu digo, esse movimento não tem líderes. A massa estava enormemente consciente e preparada. Você via pelos logos que ele gritaram, pelos cartazes, pela atitude do povo. Os líderes não estavam. Depois que inventaram a marcha para a Brasília, eu disse, mas quem é que reúne 2 milhões de pessoas na rua para daí dizer pera um pouquinho aí que eu vou para a Brasília a pé e já volto. Se eu não se faz, é do Ramburrista, é um imenso aqui e ultrapassa o descritível. Não se faz isso aí. O líder não faria isso. Jamais. O líder ia tentar aprofundar o contato com a massa e falar aí depois dessa manifestação o que você tem que fazer? Você tem que organizar a massa. Você tem que entrar nas sociedades de bairro, nos sindicatos, nas igrejas, nas escolas e começar a organizar a massa a partir daí. E isso é o que um líder faria. Qualquer líder de qualquer facção que fosse podia ser Lene, Benito Mussolini, qualquer um faria isso aí. Robespierre. Qualquer um saberia. Agora você transferir a atividade da massa para Brasília, para a classe política quando a revolta popular era contra toda a classe política vocês ouviram hoje eu vi uma gravação do Fibé de Barro ele de rendor aqui dos políticos de Brasília só 4% compareceram a sessões obrigatorias no congresso isso é tudo um banco de picareta quem não sabe disso? Não tem um brasileiro que não sabe que a classe política é um banco de picareta então a classe política estava protestando contra Dilma, contra Lula, contra PT contra Fulisco, não, contra toda a classe política a massa tinha essa consciência mas os líderes não quiserem concentrar o negócio só na Dilma e negociar para quem tinha negociar é a classe política ela pode entregar a Dilma em troca da sua sobrevivência ou seja, é o objetivo oposto ao que a massa queria você vai chamar isso de líderes? Não posso chamar nem de traidores porque os líderes não têm consciência do que estão fazendo agora acontece que o neguinho se mete a líder e daí vem aqui nos Estados Unidos para pedir conselho para a direita americana meu filho é direita americana e ele está falando de incompetentes quem se deixa derrotar por Obama, o que eu falei conquista o direito de ficar quietinho dentro da privada durante anos a filfra não fala mais nada, se se tranquei na privada e não sai mais você são amadores, vocês não sabem fazer política pode ter todas as melhores intenções do mundo mas não tem nada para aprender com você ao contrário quando você vê a massa de brasileiros do que está acontecendo ele é muito maior do que a massa de americanos que tem consciência do que está acontecendo aqui você viu que o Obama ainda tem 30, 40% de aprovação é um absurdo não era para ter nenhum então o povo brasileiro tem mais consciência política do que o povo americano então o que tem que aprender aqui no Cato Institute não sei o que, nada se vier as perguntar pra mim eu ia dizer, você quer compreender alguma coisa no estado do União, você vai ver vai conversar com as pessoas que têm a consciência radical da situação que vão até o fundo do problema como Diana West como Cliff King Cade como Jefferniches não com as pessoas tem que ter milionários etc que são pessoas muito bonitinhas muito elegantes e muito boazinhas mais de perder o Obama meu deus do céu claro, exatamente ele também é aliado com força globalista que são o que estão apoiando o nosso governo então vai falar com quem entende o negócio agora quem entende não são as pessoas que estão brilhando mais no cenário público é claro que não se você pensar bem quem são os caras que entendem de qualquer ciência são aqueles que estão brilhando nos congressos internacionais não são aqueles que estão quietinho pesquisando o canto deles e que eleva 40, 50 anos e os outros entendem o que eles estão falando é sempre assim vocês tem que procurar, não as pessoas que estão sendo ouvidas pela massa mas que sabem mais se você pegar o livro da Diana West ela mostra a penetração profunda da KGB no governo americano desde o tempo do ruso mas a KGB fez todo o governo naquele de idiota do tempo todo o que que o pessoal é elegante como é que eles reagem eles ficam chocados eles estão escolhambando com a gente eu já falo vocês que se escolham bálaros, só tá contando não pode bater no carteiro o que ela contou ali é tudo verdade meu deus do céu então tem gente que não gosta porque acha que ela abaixou o nível ela tá contando os nossos podres olha, se estuda a carreira de um verdadeiro líder como Winston Churchill por exemplo Winston Churchill fez carreira escolhambando com o partido dele mesmo com o partido conservador meu deus do céu se não escolhambasse não teriam aberto caminho pra ele ele foi abrindo caminho com os cotovelos cortando cabeças escolhambando com os líderes todos ver a carreira de Winston Churchill acabou 2 ou 3 vezes antes dele chegar pro primeiro ministro jogaram canalado do lixo um monte de vezes ele não se incomodava ele continuava, continuava por que era um cara que ouvia sua consciência ele dizia o que ele estava sabendo não o que era bonitinho dizer e as pessoas que dizem o que estão sabendo evidentemente sempre vão pisar no calo de um banho de gente e pôr não é que você queira pisar no calo não é que você seja um rebelde eu pessoalmente eu nunca fui um rebelde eu odeio ficar revoltado com as coisas quando a situação tá ruim eu tento quem que eu posso fazer pra resolver a situação não vou ficar aqui reclamando e chorando me engano e falando mal dos outros o problema do mundo é verdade e isso é ruim é exatamente, é verdade isso é ruim eu me lembro assim quando eu era adolescente e tive lá um conflito com a minha família quem que veio falar mal da família falou que não eu vou agora prover os meios da minha própria subsistência eu não posso ficar gastando o dinheiro deles falando mal deles então eu ganhei o meu próprio dinheiro eu me sustento também isso com 14, 15 anos e não tem que falar mal de ninguém porque não tem ninguém mandando de mim a autoridade tem que mudar você sai de baixo da autoridade e vem de ficar jogando pedra pra cima então não é a questão de você ser revoltado é a questão de você dizer as coisas como elas são alguém tem que dizer porque se a verdade desaparece completamente a sociedade fica toda desorientada meu deus do céu você não pode viver assim de belas mentiras você tá entendendo de pessoal que já tá enfeitando dizendo coisa bonitinha bancando um bom menino não pode porque vocês acham que o Trump tá fazendo sucesso aqui? porque ele diz as coisas como elas são o povo está ávido por pessoas que digo as coisas como elas são é por isso que o pessoal saiu na rua dizendo o lavo tem razão o lavo não é líder de nada não tá em movimento nenhum mas é o cara que contou as coisas como elas são e quem diz as coisas como elas são vai acabar sendo ouvido, às vezes não por aquelas pessoas que você quer que te ouçam entre os líderes comentaristas, analistas, polícios nenhum que é meu ouvido, mas o povo vão ouvir e no fundo é isso que interessa agora falar em direita dividido não existe unidade, se não existe uma estratégia unificada as boas relações entre as pessoas são uma caricatura de estratégia unificada então de bom, não é que a direita dividida não existe, ela está se informando e ela vai se formar a hora que as pessoas entenderem precisamos de uma estratégia unificada você vê que as várias alternativas de ação nunca foram discutidas e articuladas umas com as outras elas apareceram não como propostas dentro de um estado maior, mas como bandeiras que se levantavam em público já em conflito umas com as outras a nós queremos o impeachment a nós queremos a intervenção militar eu digo agora uma estratégia unificada tem que considerar essas duas possibilidades e usar um ou outra conforme o momento e não fazer disso posições estáticas em conflito mas não há estratégia unificada e não há porque, ninguém que senta pra conversar onde o meu sonho no começo, eu vendo esses movimentos todos falam, o meu sonho era unificados eu falo, não tem que juntar todo mundo aqui eu sei como articular essas coisas e saberia como apaziguar as diferenças e transformá-las numa estratégia articulada mas ninguém quis já que eu saí pra rua gritando as suas primeiras preferências então todas essas possibilidades possibilidades estáticas elas todas teriam a sua função você vê em 64 quando apareceu a alternativa para os comunistas continuar com a penetração sutil e a luta pacífica etc ou partir pra guerrilha eles ensinaram uma briga em público mas no fundo eles sentavam e sabiam discutir como usar as duas você não tinha ninguém nem na ala guerrilheira nem na ala pacífica da coexistência pacífica que acreditasse na possibilidade de uma vitória das guerrilhas ninguém acreditava a guerrilha é seu elemento de propaganda que é integrado depois na coexistência pacífica e na estratégia gramciana como veio de fato ver acontecer agora os comunistas sabem isso e enquanto isso os idiotas da direita acham que a esquerda está dividida a esquerda nunca esteve dividida ela luta com duas mãos no mínimo agora o pessoal da direita nem pensou numa estratégia unificada então é aquele negócio que falou Vinil Storros pregui que é um cara da esquerda ele disse a antiga militância a esquerda se melou toda e a nova que é da direita não tem prática e esse é o problema agora quando aparece alguém que tem prática conhece esse negócio eles não querem ouvir é certo assim como o pessoal aqui nos estados eu não quis ouvir a daiana oeste não quis ouvir a debichlusser quando ela levantou o programa do documento do obama em 2008 então você só quer o que é bonitinho não aguardar dos fatos então evidentemente você vai escorrer gapa e vai dar dos fatos e a verdade dos fatos vai passar em cima de você como um trator então bom então é isso, note bem só para encerrar essas discussões têm surgido aí eu não dei diferença do trinal com ninguém nem com liberais, nem com intervencionistas nem com integralistas nem coisa nenhuma porque eu acho que o divergente do trinal é frescura a política não é doutrina a gente é outra coisa a política é uma coisa da vida prática portanto você tem que ter a cada momento todas as alternativas possíveis se você está brigando com um sujeito na rua você vai escolher assim ah eu vou lutar só neste estilo aqui você pode fazer isso num ringue, claro mas você está levando para o lado na rua você não vai escolher estilo, você vai fazer o que é preciso fazer a cada momento não é isso? então o pessoal está com começa com essas discussões doutrinas e partem para as poses por exemplo os defensores do estado democrático de direito você não pode correr um erro com o sujeito sem que ele acredite que isso é um atentado contra o estado democrático de direito quer dizer o que é isso? isso é um poses e pose é o que sobra quando você desistiu e desistiu de verdade os fatos é isso? então olha se o pessoal do líder do movimento comparar com essas discussões públicas você vai sentar e vamos bolar uma estratérnia com todas essas alternativas possam ser úteis, todas elas porque nós não temos que escolher este caminho com aquele caminho você tem que ter um leque, é como um jogo de baralho meu Deus do céu se é que é líder, estão provando que não são líder de coisa nenhuma se você quer saber quem foi que teve uma repercussão pública na época ao ponto de poder se candidatar a líder o Lobão era o único cara que todo mundo conhecia então com o Lobão saindo bem para a rua o pessoal vinha então era o único que parecia um líder, os outros nem pareciam meu Deus do céu os outros foram nomeados Ex-Post Factor pela Mídia eu não me esqueci também é tudo o julgamento hoje é um pouco desproporcional achamos que são heróis meu Deus do céu quando tinha 19 anos a gente estava correndo o risco, estava escondendo furagia da polícia, estava todo dia nos expondo a risco de prisão tortura, morte etc etc geração inteira passou por isso agora o sujeito que sobe num palanque fala meio dos investimentos e dá uma entrevista para a Folha vira herói pois é então veja eu não sou um caboleitoral do bolsonar não acredito que ele seja o candidato ideal mas eu candidato que tem e é o único que condensa a aprovação popular então você ficar conhecendo e bolsonarismo doltrinal é uma bobagem se existe alguém que personifica a direita no Brasil é o bolsonar então o cara desce o cacete no bolsonar e diz que eu estou dividindo a direita mas a direita é o bolsonar não tem outro então se você está conto você vai para o Filipe quei, os Zé Serra estão brincando é uma falta de espirito prático medonha mas tudo isso é baseado na falta de autoconsciência são pessoas que tentam fingir que elas são uma coisa que elas não são não é isso então por exemplo vocês viram meu curso de teoria do estado vocês viram o curso de Filipe do Rio de Aque esse é o curso do Eric do Aque todo essa análise que eu estou fazendo de previsões certas a 20 anos e daí vem um neguinho que nunca fez uma previsão certa do jogo de futebol e quer discutir comigo de igual pra igual então está totalmente proporcional me mostra o seu track record para saber se você pode discutir comigo então não tem track record nenhum então mas pode fingir nós representamos facções da direita eu represento uma facção e ele olha pronto e nem vê louco e ele fala que eu não sei o que eu estou falando mas eu não sei o que eu estou falando então não é um conflito doutrinal não é um conflito ideológico é um desnível intelectual mascarado de conflito ideológico por aqueles que não tem divergadura de intelectual pra entrar na discussão se mascaram de defensores do estado de direito e tem evidentemente que me atribuir e desca eu não tenho que tão no nível do que consegui imaginar então é isso gente dessa mar que vem muito obrigado e aí