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Então vamos lá, boa noite a todos, sendo bem-vindos. Hoje eu queria continuar com o tema dos obstáculos, a busca da verdade. Mas evidentemente isso não é possível se nós não tivermos um pouco mais de clareza quanto ao que se entende por verdade. Muitas vezes quando se perguntam o que é a verdade, a resposta vem no sentido material, quer dizer, a verdade é isto, assim, assim, assim. Em vez de nomear, vamos dizer, as condições gerais que permitem distinguir a verdade do erro. Uma resposta muito comum é aquela que foi dada, tempos atrás, pelo Bernard Lonergan e Michael Polanyi, de que a verdade não se encontra ao nível das percepções e intuições diretas, mas apenas das grandes regularidades percebidas e confirmadas pela ciência, aceitas pelo consenso da classe científica. Evidentemente essa é uma resposta de tipo material, ela não está distinguindo quais são as condições que diferenciam a verdade do erro, mas está anunciando um determinado tipo de verdade como sendo o modelo de todas as outras. Eu ver que isso tem um suscrito à infinidade de problemas, entre as quais o fato de que qualquer verdade científica, entre aspas, é o resultado de uma multidão de verificações feita sempre com base, no vocabulário, num corpo de conceito já aceito de antemão, o que significa que é, sempre um recorte, e não uma verdade imediata. Em segundo lugar, é evidente que qualquer raciocínio de qualquer tipo só é compreendido mediante um ato intuitivo, isso eu já expliquei para vocês antigamente, quer dizer, a simples percepção da identidade entre duas proposições não é um ato raciocínio, é um ato de intuição, tem que ser ovo, se ele percebe imediatamente ou ele vai precisar de outras proposições que por sua vez terão que ser cuja identidade, também terá que ser percebida intuitivamente, de modo que se você pega uma comunidade de 10 mil cientistas ou 100 mil cientistas que concordam que tal ou qual coisa é verdade, cada um deles teve de verificar os cálculos e demonstrações intuitivamente, portanto, você dizer que a verdade está nas conclusões científicas e não nos atos intuitivos originários, isso é a mesma coisa que você imaginar que uma comida, uma refeição se faz desde a sua etapa final até as suas origens, quer dizer, primeiro você tem o bife frito, depois você tem o bife cru, depois você tem o bife enxertado numa parte da vaca, depois você tem a vaca e no fim aparece uma vaca, é um raciocínio mais ou menos desse tipo, é quase incompreensível que pessoas de gênio como Bernard Lonerga ou Michael Polany não tenham percebido o absurdo do que estavam dizendo, é certo mais? É sempre possível que dentro do contexto de uma determinada discussão, tesas que parecem perfeitamente razoáveis dentro do contexto daquela discussão se revelem absurdas quando você as confronta com as exigências básicas do conhecimento humano fora, antes de qualquer contexto acadêmico já pronto. Então, o que eu estou dizendo, revela mais uma vez a absoluta responsabilidade do indivíduo consciente na busca da verdade, não há nenhuma autoridade acima da consciência individual para distinguir a verdade do erro, nem mesmo a autoridade é verdade revelada, porque essa também tem que ser confirmada pelo próprio indivíduo, quer dizer, para quem Deus escreveu a Bíblia, para alguma comunidade que já vem com a doutrina Proto, falam, a doutrina levou milênios para ser feita e ela só pode ser feita graças a indivíduos que a compreendiam de algum modo, então não há escapatória. Quer dizer, o desespero do ser humano que se vê confrontado com um universo imenso e imensamente complexo e que se encontra desamparado na sua esforça de busca da verdade, ele é natural que ele tenda a se apegar a alguma autoridade, mas infelizmente essa autoridade não existe. Você vira nem mesmo autoridade do próprio Deus, se Deus lhe diz uma coisa que você não compreenda absolutamente, como que você vai cumprir o que ele disse, meu Deus do céu? É impossível, portanto a própria autoridade de Deus depende de um destinatário capaz de compreender as suas ordens, as suas instruções, os seus mandamentos, etc. Se você não cometer adultério, mas o neguinho não sabe o que é adultério, dano-se, como é que ele vai cumprir isso aí. Então Deus não é idiota de dar instruções incompreensíveis e depois punir quem desobedeceu. Se você olhar os 10 mandamentos, eu acho que não tem uma coisa mais clara do que os 10 mandamentos, é clara para todo mundo e por isso mesmo é obrigatório para todo mundo. Se fosse um negócio esotérico, então seria obrigatório para aqueles que compreendem. Então isso quer dizer que a autoridade do indivíduo, portanto a sua liberdade, é o pilar de todo o conhecimento possível e não havendo, como já foi demonstrado, não havendo o conhecimento racional, somente o conhecimento intuitivo, nós somos sempre devolvidos ao mesmo problema da intuição imediatamente. Infelizmente no vocabulário filosófico acadêmico americano você tem várias palavras que estão com seu sentido invertido, onde eles é perceptron, eles distinguem entre perceptron e fact, mas se a sua percepção não aprendeu o fato, ela percebeu o que? Não percebeu coisa nenhuma? Portanto, estão chamando de percepção apenas o fenômeno que se desenvolve dentro da consciência subjetiva e não a sua relação com o objeto, mas se não a relação com o objeto não há absolutamente percepção, há apenas uma imaginação. E esta coisa, vamos dizer, está tão viciada que quando você fala a palavra perceptron, vocês já entendem que é uma coisa totalmente subjetiva, o que inclusive contradiz o próprio etimologia da palavra que vem do verbo sepe, o sepílico, quer dizer, aprender e per, que quer dizer, em volta, quer dizer, você pegou alguma coisa, aprender algo que não está em você, mas que está em volta. Então, se aceitamos este princípio de que a verdade é só aquilo que a comunidade científica nos impõe, então, em primeiro lugar, nós estamos esquecendo qual é a origem cognitiva das conclusões científicas, que é, vamos dizer, a repetição de atos intuitivos por milhares de pessoas que convergem na sua atenção ao mesmo objeto e ali aprendem mais ou menos o mesmo conteúdo verbalizável, descontando o não verbalizável, pior. Este conteúdo tem de ser verbalizado nos mesmos termos e nos mesmos conceitos por todas as pessoas. Isto quer dizer que do conjunto de elementos concretos que formam um fato, só pode ser percebido científicamente aquilo que já está previamente recortado nos seus conceitos. Isso quer dizer que o que nós entenderíamos, por verdade, seria uma série de recortes, mais ou menos soltos, que não podem formar um conjunto de maneira alguma, de mais que seja o jeito de falar em visão científica do universo, é uma coisa absurda, isso não existe, jamais existirá, a ciência só tem visão daquilo que ela pode averiguar por seus próprios metros e não há nenhuma possibilidade de ela fazer isso com relação a um objeto chamado o universo, tá certo? Então se constituiria desses pontos e teria que admitir ainda a hipótese totalmente imaginária de que esses pontos não são jamais contestáveis, o que é contraditório com a própria noção do método científico como algo que está em um procedimento investigativo, que está em constante revisão autocrítica de si mesmo. Se a ciência se caracteriza pela constante revisão autocrítica de si mesmo, então ela não pode jamais proclamar a verdade definitiva, nunca em hipótese alguma. Daí a chamada, vamos dizer, o subterfúgio praticamente inventado pelo Karl Popper, de que a ciência produz não são verdade, são hipóteses ainda não derrubadas. E isso é verdade, esse preceito do Popper é verdade geral e é universalmente aceito pelas mesmas pessoas que acreditam na autoridade universal do consenso científico. Então você vê que basta isso para que o consenso científico seja uma coisa totalmente absurda, impensável e de fato inexistente. Você pega as grandes questões científicas que estão em discussão no momento que o prece a coisa de aquecimento global, vê que não existe consenso algum. Cada grupo proclama que o seu consenso é o consenso de todos, quando o outro lado diz exatamente a mesma coisa. Do mesmo modo, quando você vê as discussões sobre teoria e evolução que prosseguem cada vez mais assiradas, cada um dos lados proclamando que o outro não tem razão de ser, quando o simples faz de existir e prova que tem razão de ser, quer dizer que as duas hipóteses são viáveis enquanto hipóteses, não são demonstráveis. Eu até hoje não vi nenhuma prova definitiva a favor ou contra a teoria e a evolução e eu acredito que não existirá jamais porque o campo de observação é praticamente ilimitado. A totalidade da vida biológica sobre a terra é de, bom, isso é inavarcavel, não tem como você chegar a uma conclusão disso aí. Então, você pode aceitar uma hipótese como você pode não aceitar, mas pode raciocinar em cima de uma hipótese como em cima da outra e o erro provém de você tomar essa hipótese como sendo uma verdade finalmente definitivamente demonstrada. Isso não tem como fazer isso. Isso é uma atitude de por alto afirmação grupal, quer dizer, é uma presunção de poder. Quer dizer, nós estamos com a verdade e você não tem o direito de você colocar isso em questão, tá certo? Daí que o fato de que frequentemente se recorra a boicote, sacanagem, mentiras, difamação, etc., etc., etc., o que mostra que a discussão científica já degenerou e não é científica mas há muito tempo. Então, a autoridade da ciência, se existe, é a autoridade da consciência crítica, já serve de estar continuamente se corrigindo e que deve atenuar, dizer, as certezas estabelecidas e favorecer sempre a busca de novas e novas e novas descobertas. Essa é a única autoridade da ciência, não tem autoridade de fazer nenhuma afirmação objetiva sobre a realidade. Absolutamente nenhuma, tá certo, nem nos setores mais modestos. Você ver, por exemplo, a discussão que existe há 50 anos a respeito das comidas gordurosas. Se elas matam, elas são indispensáveis à salvação da humanidade. Ninguém sabe. E isso não é nenhuma questão de abrangements universaux, é apenas um detalhe técnico da terapia. Nem isso os caras sabem, tá certo? Então, a exigência, a existência da dúvida científica é uma condição indispensável para a existência da própria ciência. É certo? Agora, o Lonergan, quando ele propôs esse negócio, ele tinha como modelo a teoria copernicana, o eliocentrismo. Ele tem, o eliocentrismo é algo que desmente a percepção intuitiva e no entanto é verdade. Bom, mas ele desmenta a percepção intuitiva de algumas pessoas e confirma de outras. O entanto é o próprio coperno, quer dizer, copernico, efetuando certas medições e observações, chegou uma certa conclusão. Como é que ele capta essa conclusão, se não por um ato intuitivo? Então, isso quer dizer, copernico intuiu a verdade corretamente enquanto outros estavam apenas intuindo um conjunto de aparências. Supondo-se que a teoria copernicana esteja provada definitivamente que não está, aliás, que hoje não está e creio que não estará jamais. Eu, parêntese, eu não creio que seja possível ninguém determinar a posição exata da terra no universo porque ninguém sabe exatamente onde acaba o universo. É uma coisa muito simples. Então, você não sabe se ela está no centro, no canto esquerdo, em cima, em baixo, ninguém sabe isso e não saberá jamais. Você pode somar indícios, somar e somar, mas uma soma de indícios não constituirá jamais uma prova, considerará apenas um conjunto indutivo de indícios. E eu vejo que a cada geração que passa parece que os cientistas, não todos evidentemente, mas aqueles que opinam em público, cientistas formadores de opinião, têm uma dificuldade maior em conviver com a incerteza e uma compulsão enorme de provar que a sua teoria está certa e que todas as outras estão erradas. Em vez de dizer, olha, isso aqui é só mais uma teoria, pode ser que seja, pode ser que não seja e vamos continuar observando porque, como dizia Santo Tomás aqui, na verdade é feira do tempo. Quanto tempo? Ninguém sabe. Enquanto existir humanidade, enquanto existir ciências, as pessoas vão continuar levantando hipóteses. Algumas parecerão mais adequadas, durante algum tempo, outras menos, mas depois pode mudar e pode surgir outras, e pode, mas ninguém havia pensado, está certo? Então, esta é a condição real da investigação científica. O que confunde o meio de campo é a famosa confusão de ciência com tecnologia. Quer dizer, o fato em que a ciência consiga produzir determinados efeitos é usado como prova de que ela está na realidade, de bom, ela está na realidade dentro do campo propositadamente recortado para produzir aqueles efeitos. O que não quer dizer que isso seja generalizável para outros campos. Então, toda e qualquer aplicação tecnológica de um conhecimento científico, o funde com uma infinidade de outros conhecimentos que não são científicos e não podem ser provadas de maneira alguma. E se você disser, bom, mas as observações científicas podem ser tornadas mais exatas pelo uso de equipamentos. Daí surge aquele famoso problema do Teodor Porter de que quem vai manejar os equipamentos e como eles vão aprender a manejar os equipamentos? Quando você vê que o aprendizado do manejo de qualquer equipamento científico depende do contato pessoal entre o instrutor e o aprendiz, envolvendo ali uma série de comunicações inclusive não verbais, quer dizer, jeitos de pegar, jeitos de olhar, etc., etc., você vê que o campo da subjetividade é tão imenso quanto na observação ao olho nu. Mas o mito, vamos dizer, da ciência como Supremo Autoridade Cognitiva, ele se apoia também num outro fator que é o da profissionalização das várias atividades. Lembra que a história disso é um negócio enormemente complicado, então eu estou tentando reconstituir para o livro Introdução ao Metafilosofio? Somente alguns capítulos da história da profissionalização da atividade filosófica em particular, não das outras atividades. E ali você já viu que a coisa é um saco de gatos. Por exemplo, durante uma boa parte da idade média as universidades eram consideradas, o suprasumo da autoridade cognitiva, mas isso é por quê? Porque o povo em volta ninguém sabia o que eles estavam discutindo lá, é primeiro que eles só discutiam em latim enquanto o povo falava em alemão, italiano, inglês, etc., não entendia nada o que eles estavam falando, então era por assim dizer uma autoridade mítica que vagamente se confundia com a autoridade da própria igreja que na verdade não tinha nada a ver com isso, porque as universidades surgiram como entidades independentes, não foram fundadas pela igreja, certinho, muitas vezes se colocavam em oposição a igreja. Com o advendo da reforma protestante a coisa se complica mais ainda porque as universidades aí já apropriadas em parte pela igreja e em parte pelos governos locais, muitos dos quais tinham aderido protestantismo, se tornam centros de defesa intransigente da sua respectiva ortodoxia religiosa e automaticamente perna a autoridade cognitiva e começa a aparecer outras entidades de tipo acadêmico que não davam diploma, simplesmente os retos estudavam e o professor atestava que o aluno era bom, que era ruim, mas não conferia um diploma, então aí você tem um recuo da profissionalização, isso aí por volta do século 16, e daí surge também uma infinidade de intelectuais e cientistas que estão fora da universidade, mesmo porque as novas modalidades de estudo e de investigação que marcam o advente da chamada ciência moderna requeriam equipamentos que as universidades não tinham, então você precisava achar um príncipe, um conde, alguém que com dinheiro que financiasse a compra ou construção dos seus equipamentos, então a ciência começa a se desenvolver fora da universidade e você tem uma espécie de desprofissionalização, você vê que muitos dos grandes cientistas modernos não eram cientistas do sentido profissional, Descartes nunca foi remunerado pela sua atividade científica, ele era um militar aposentado e tinha uma renda da fazenda dele, lá em ele era um diplomata de profissão, B.I. Conner era juízo de instrução e assim por dente, ele estava em outras profissões, não eram cientistas profissionais no sentido moderno da coisa, alguns eram, outros não, então você vê que aí o perfil profissional, tanto os filósocos do ciência já tinha se dissolvido, tinha virado uma variedade imensa, acontece que a partir do século 20, sobretudo da segunda metade do século 20, a tendência profissionalização de toda a atividade intelectual é muito acentuada e a profissionalização corresponde então a uma hierarquia baseada na posse de certas credenciais escolares, por exemplo no Brasil para ser um ascensorista você precisa mostrar um diploma da escola primária, se não você não é aceito, quer dizer, para você contar de 1 a 10, ter do primeiro até o 10 mandar, você precisa ter um diploma da escola primária e assim por dente, ora o que acontece é o seguinte aqui, isso, vamos dizer, foi uma promessa de que a educação universal eliminaria as grandes diferenças socioeconômicas, mas isso é materialmente impossível, porque se você formula certas exigências curriculares, até para as profissões mais modestas, de sapatero ascensorista, nas profissões mais rentáveis, você exige mais credenciais escolares ainda, de monéco sistema todo, sobe sem mudar a estratificação interna, porque é exatamente o que aconteceu, o que é demonstrado pelo Ryan Collins no livro de Credential Society, então, ao mesmo tempo em que acontece essa subida da estratificação sem mudança da hierarquia, os interesses corporativos se consolidam e você cria então os mercados privilegiados, só pode ter acesso aqui, quem fez isso, isso, isso, tem que apresentar tais ou quais credenciais, as credenciais por já dizer, quem credencia as credenciais, quem assegura para você que a credencial tal, o diploma XY, atesta um efetivo conhecimento, um efetivo domínio do campo considerado, bom, são os mesmos donos do campo considerado, ou seja, tudo é decidido dentro de uma corporação, e quem fiscaliza a corporação de fora ninguém é absolutamente impossível, porque os homens encarregados de fiscalizar essas corporações desde fora e desde o estado são também mesmo da própria corporação, então isso começa a funcionar no circuito fechado e o resultado só pode ser a degradação geral do conhecimento, então é evidente que as universidades contribuem muito para o avanço do conhecimento, mas ela começa a travá-lo a partir do momento em que elas estabelecem, a exigência universal de credenciais que ela mesma concedeu, então o juiz da produção científica ou da produção tecnológica não são os seus beneficiários, já o povo em geral, são os seus próprios produtores, então quer dizer que eles ficam acima de todo o julgamento humano e a partir da IVANDA é a corrupção é quase inevitável e pode chegar ao desastre completo que se chegou no Brasil onde 50% dos formando as universidades são analfabetos funcionários, então você vê, nesta condição, bom, aonde você vai se apegar para a busca da verdade, ou como as pessoas perguntem, quem confiar, a resposta é ninguém, naturalmente ninguém, não tem que confiar, não tem autoridade, você vai ter que buscar a verdade por si mesmo dentro do seu campo da sua infeligação limitada, não há nenhuma autoridade que possa legitimar o que você disse, o que você não disse, por exemplo, a alegação de pesquisas científicas que comprovam isso, comprovam que é sempre relativa, ela nunca vai passar no fim das contas de argumento de autoridade, porque ninguém, nenhum dos que estão lendo você vai refazer a pesquisa para confirmá-la, então ela tem uma validade relativa de um argumento de autoridade, um argumento de credibilidade no fim das contas, mas quando você está no argumento de credibilidade você está na discussão retórica, apenas, quer dizer, depende daquilo que soe verdadeiro aos ouvis da plateia conforme as suas, as suas preferências, então, neste século XXI mais do que nunca nós estamos em um mar de dúvidas, está certo? Então você não tem a quem recorrer, então o seu único remédio é você se transformar num equipamento eficiente para a busca da verdade, então, em grande parte as dúvidas sobre a possibilidade humana de conhecer a verdade nascem do fato de que as pessoas buscam grandes verdades universais e não as encontram ou encontram verdades dúvidosas, então acredito que não existe verdade nenhuma, mas por que não foram treinados ao contrário para começar com pequenas verdades que estão ao seu alcance? Se você fizer isso, você vai notar, por exemplo, que a possibilidade da certeza no domínio da história ou da biografia é muito maior do que no domínio da física ou da química ou de qualquer outra coisa desse tipo, então, é o famoso exemplo dado pelo Max Weber, é mais fácil você saber quem vai ganhar as próximas eleições do que você saber em quantos fragmentos uma pedra vai se quebrar quando ela cair no chão, então, mas ainda nós sabemos que a parte mais desenvolvida da ciência física e contemporânea que a teoria quântica, ela é toda de ordem probabilística, ela não dá nenhuma verdade definitiva, dá um calco probabilístico, quem se mesmo é verdadeiro, mas que será sempre uma verdade apenas provável, ou seja, vai haver sempre uma mar de erro enorme, uma grande possibilidade que as coisas não sejam assim, sem contar que mesmo essa verificação estatística ela chega para você sem nenhuma explicação de qual é o seu significado dentro do conjunto, quer dizer, o que que a física quântica está afirmando no fim das contas, qual é a mensagem dela, bom, até hoje isso está em disputa como você já viu no livro Wolfgang Schmidt, no enigma quântico, então, eu não vejo outra maneira de você se aprimorar na busca da verdade, se não você começar com as verdades modestas da sua própria vida e da sua própria experiência, então a primeira dessas verdades é o seguinte, o que quer que você tenha feito você não se recorda direito, nós não temos uma memória completa da nossa própria existência e dos nossos próprios atos, isso não quer dizer que ele seja o incognoscivel e que nós estejamos sempre no erro, quer dizer que mesmo no que se refere à sua experiência direta você ainda está mais ou menos na esfera probabilística e você não vai sair disso, então mesmo ao contar sua própria história você terá que ter a margem de erro e dizer, olha, eu acho que foi mais ou menos assim, enquanto você estiver nisso você está dentro de um terreno que você domina e já está excluindo a possibilidade do Altingran no proposital, agora, aí surja a pergunta, em que medida você quer realmente a verdade? É muito difícil você querer a verdade porque a sua conduta já vem julgada de antemão pelos outros e por você mesmo, então você não quer saber exatamente o que você fez, você quer saber se você está culpado ou inocente, e isso aí já bagunça tudo desde o início, então isso quer dizer que nós não concedemos nem a nós mesmos, o benefício da dúvida e o benefício de uma busca imparcial da verdade, e se enquanto você não fizer isso com relação a você mesmo, toda a sua busca da verdade a respeito do que quer que seja está viciada, então a exigência da sinceridade é o começo da busca da verdade, pouco importando para qual esfera profissional você vai evoluir mais tarde, porque se você desenvolver a sinceridade neste domínio mais modesto que eu estou falando, você vai levá-la para o exercício dessa profissão quando você chega lá, agora se você chegou ao exercício da profissão científico, filosófico, pedagógico, jurídico, qualquer coisa, sem você ter desenvolvido inicialmente este excenso da verdade na escala modesta que eu estou falando, você vai substituí-lo pelo o que? Pelo julgamento dos pares, que vai ser o seu novo critério de veracidade e aí pronto acabou, não há mais verdade, só existe evidentemente a tomada de posição, a formação de grupos de pressão etc etc e toda esta bagunça que nós estamos vendo hoje em dia em praticamente todos os domínios, você vê esta famosa pesquisa da organização mundial da saúde, que carne da câncer, bacon da câncer etc etc, é uma coisa tão absurda que Neodraus e Varela poder engolir, então que os aparecem no negócio politicamente correto que até o Drowse Varela duvido, então o negócio está mal parado, quando você vai ver ali de fato não houve pesquisa alguma, houve apenas uma revisão de um número reduzidíssimo de trabalhos cujas conclusões são inconclusivas, está certo? Mas essas coisas se vendem hoje como verdade científica, então quer dizer, parece que é como se a classe científica estivesse toda empenhada em se auto-desmoralizar e em deixar o público com mais dúvida ainda, está certo? E isso evidentemente não vai acabar enquanto não houver em toda sociedade um número suficiente de pessoas, vamos dizer, adaptadas e preparadas para a busca da verdade, sem esquecer o detalhe básico, a capacidade da busca da verdade é uma virtude pessoal, ela não é transferível, ela não pode ser compartilhada por uma comunidade e mais ainda ela nunca estará estabilizada, você vai ter que refazê-la diariamente pelo resto dos seus dias, então a pergunta é se você quer realmente a verdade ou você quer apenas digamos um alívio, uma certeza tranquilizante, algo para você dizer contra os seus inimigos, você pode acreditar em qualquer dessas coisas. Então esse dia estava lendo um artigo do Mauro Yaze, aquele que quer matar todos os direitistas, e ele diz, não, mas aquilo é uma coisa do Brecht, que é apenas uma metáfora e mais adentro ele diz o seguinte, ele diz, olha, os burgueses vivem na falsa consciência, eles de noite eles rezam para Jesus Cristo e no dia seguinte eles vão matar crianças negras nas favelas, então eu perguntaria assim, Mauro Yaze, mas isso é uma verdade literal, essa é uma metáfora também, é claro que é uma metáfora e uma metáfora altamente forçada, porque é impossível você citar qualquer exemplo de burgueses que tenha feito isso, quer dizer ele reza para o nosso Senhor Jesus Cristo e depois ele faz um plano para matar crianças negras nas favelas, isso nunca aconteceu, nenhum burgueses, nenhum capitalista jamais fez isso, mas você pode formar a imagem, está certo, baseada sobretudo em modelos literários, está certo, ficcionais, na qual o burgues tem essa falsa consciência, ele é cristão e devoto para as pessoas da sua família e ao mesmo tempo ele legitima ou ele mesmo trama a morte de crianças negras nas favelas, é evidente que nenhum único caso pode ser alegado como comprovação de que esse tipo exista, mas metaforicamente ele pode existir, por que? O zepego o fato de que em certa sociedade existem pessoas cristãs, por outro lado existem capitalistas que enjuram não só o cristão de maneira alguma e por outro lado você pode ter alguma violência policial e por outro lado alguma das violências policial pode ter incididos negros nas favelas e desta parte uma parte pode ter sido até adolescente de crianças, você junta tudo isso e você compome imagem e modelo, uma metáfora, então você vê um professor universitário tentando nos ensinar o que é uma metáfora quando obviamente ele não sabe nem se aquilo que ele mesmo está escrevendo é uma metáfora ou não, então podemos chegar a esse nível de confusão mental que rai assim, o retardamento mentalmente, junto com, mas é uma presunção enorme obtida do fato de que o sujeito é professor num universitário tal, o fato de que 50% dos formandos que saem da lei seja no alfabeto funcionando abala esta autoconfiança de maneira alguma, porque como todo professor ele não se responsabiliza pelos resultados do seu ensino, também o fato de que nesse mesmo artigo o Mauriádiu fala não, o Burguês, ele acredita que ele está fazendo um bem para a humanidade quando ele mobiliza as suas tropas de repressão e extermínio, eu digo olha eu não conheço nenhum país capitalista onde se promoveu extermínio de quem quer que fosse, eu realmente não conheço, mesmo porque o extermínio quando existe ele nunca é feito pela burguesia, mas pelo estado, ou um burgues tem alguma tropa pessoal de extermínio, então ele está supondo já que o estado está sob o domínio da burguesia, o que já é absolutamente impossível, o estado faz o que quer, a burguesia tem que se obedecer, nós estamos vendo isso no Brasil, isso acontece em toda a parte, no New Deal, na Alemanha nazista, assim, é por estado que põe os burgueses de joelhos e não ao contrário, mas de novo você pode fazer um amálgama do estado e a burguesia, mesmo quando os ocupantes do estado são membros da esquerda teoricamente entre burguesa, então o que quer que eles façam é debitar na conta da burguesia, por que? Porque a cabeça dos Mauros e Ases formou um engrama, uma mistura de imagens que ela coloca para ela, coloca como se fosse uma verdade para eles, e num momento em que dizem, eles sentem que é verdade, porque eles estão por assim dizer, vendo, não é isso? Um outro efeito que se mistura com isso aí é o do fingimento estérico, qualquer coisa que você veja, o percebo, cria perceber, por fingimento estérico, você o percebe com mais intensidade do que qualquer realidade possível, o fingimento estérico, ela tem essa característica de que ele cerca a mente do sujeito e não deixa ele ver nada fora, então aquilo para ele aparece tremendamente nítido, isso quer dizer que o Maurias está vendo os burgueses, ajunta-la na associação comercial, os burgueses interessados em, bom, quantas crianças negras vão matar na favela mãe? Ele enxerga isso, esta é uma imagem, vamos dizer que condensa percepções distintas, captadas em lugares diferentes e forma uma imagem, mas como que ele conecta uma imagem com a outra? É por atribuição de intenções, atribição imaginária de intenções, ele sabe que os burgueses não discutem exterminos de crianças negras e ele sabe que os burgueses jamais tiveram contato com qualquer PM que matou qualquer neguinho na favela, não há contato na linha de comando, está certo? Mas ele supõe que a instrução maligna emanada do subconsciente dos burgueses, acerta o subconsciente dos policias, está certo? Por uma espécie de transmissão telepática, pelo milagre da ideologia de classe, então a ideologia de classe faz com que os policiais, sem saber que estão atendendo instruções da burguesia, matem as crianças negras que os burgueses no fundo, no fundo queriam matar, é claro que isso é tudo alucinação, está certo? E o sujeito desse pretende falar de falsa consciência, é absolutamente grotesco, então, inclusive o cara fala de aparato de destruir, de repressão e extermino da burguesia, de bom, você pega todas as burguesias do mundo, fala nunca criar uma aparata de repressão e extermino que se comparasse ao da União Soviética ou da China, quer dizer, aí existe uma, uma, uma, uma desproporção quase psicótica, está certo? Se você perguntar assim, quantas criancinhas negras foram assassinadas nos últimos 100 anos, nas favelas, 100 anos, pode ser que tem algumas, em geral não são criancinhas, são adolescentes armados, mas vamos poucos, vamos considerar as todas criancinhas, some tudo, você não vai dar um milésimo, está certo, do que se matou na União Soviética, na Campoja, na China, etc., etc., é menos do um milésimo, então, aí você tem a formação de um engrama metafórico, baseado na total perda dos senso das proporções, e se não há senso das proporções, não há metáfora, na verdade, porque a metáfora significa você ver entre dois elementos, A e B, uma mesma relação proporcional que existe entre os outros, F e Y, então, por assim, por assim, uma metáfora vulgar, quer dizer, o leão está no centro da fauna, assim como o sol está no centro do sistema solar, você tem uma relação proporcional, A sobre B, e o ofício sobre Y, ou seja, faltando senso da proporção, você só tem metáforas capengas forçadas de décima quinta mão, e nisso consiste todo o estilo do seu maoriase da primeira à última linha, ou seja, um homem totalmente desqualificado para ser professor de genásio, quanto mais de universidade, quanto mais para ser um dos intelectuais da Céu de D, o parte de uma corrente política que está no poder, né? Inclusive, ele me menciona no artigo, mas você não fala mal não, ele diz, ah, como é que eu vou pedir para as pessoas, Lenho, Gheorghe, louca, Cristiano não entende nem o Lávio Carvalho, fala, mas você não entende o Lávio Carvalho, e o próprio Lávio Carvalho entendeu, perfeitamente, o Lucas, porque eu estava lendo antes do maoriase nascer, eu já tinha lido a estética inteirinha do Lucas, que é um livro que acho que três pessoas lerem no mundo, antes do maoriase nascer, tá certo? E não interessa se as pessoas que estão me lendo entendem Gheorghe Lucas, porque qual é a contribuição efetiva do Gheorghe Lucas a compreensão de qualquer mecanismo social, que seja, essa contribuição é zero. Ele ajudou um pouco a entender umas coisas na história literária, não podemos negar o valor de alguns ensaios literários dele. Mas quando você pega, vamos dizer, as teorias sociológicas dele, como por exemplo a teoria da consciência de classe possível, consciência proletária possível, o que é a consciência proletária possível? Bom, os marxistas até uma certa época acreditavam que o movimento comunista expressava a consciência da classe proletária, daí viram que os proletários não tinham consciência de coisa nenhuma, aí veio o Lucas, ele disse, não, expressa a consciência de classe possível, quer dizer, aquilo que o proletário deveria saber, mas que ele só saberá depois de nós tomarmos o poder e o informarmos. Isso não é uma teoria sociológica, é? Isso é um programa publicitário. Ele confundiu uma coisa com outra, assim, é um erro primário, não é? E o Gregorio Lucas é de fato a inteligência mais brilhante criada pelo movimento marxista, depois de Karl Marx foi ele, o segundo e mesmo assim, você tem a maior parte das coisas que ele descreve, são deploráveis nesse nível, exceto quando está lidando exclusivamente com literatura, que era a área na qual ele era realmente bom, a história da literatura alemã dele é muito boa, os ensaios literários, que lá foi feito uma coletânea brilhante no Brasil no tempo do Enno Silveira, o livro dele sobre o romance história, tudo isso está muito bem, tem sugestões muito boas, não tem nenhuma teoria que se sustente, mas tem alguma sugestão muito boa. Então o problema é saber, vamos ver, se o Mauro Iasi entendeu George Lucas, foi impossível entender George Lucas sem você perceber que o último livro dele, A Destruição da Razão, é uma pura alucinação, se a certa um dele enxerga antepassado do nazismo em tudo quanto é lugar, ele pega toda a filosofia alemã e tudo vira antepassado do nazismo, você pode dizer tudo como antepassado do nazismo, ou como Karl Marx, você pode ver tudo como antepassado do marxismo, dos dois jeitos que você vê, se há alguma semelhança você vai ver, se nota aí a mesma impossibilidade de distinguir entre analogia e identidade, que é onde eu acho que a marca principal da inteligência capinga é essa, onde ele vê uma analogia ele acha que está lidando com identidades concretas. Então nós não vamos escapar disso, nos apegando a um grupo de referência, nos apegando a religião, porque a religião ainda assim ela tere de ser compreendida, quem tem que compreender ele é você, então ela não resolve o problema, é você que tem que resolver. Ou seja, nos apegando a qualquer autoridade constituída, nós estamos vivendo em uma fase que na verdade é muito propícia para o desenvolvimento da inteligência, que é uma fase em que todas autoridades caíram, você não pode confiar em ninguém, fala o Brasil você não pode confiar em ninguém, só ele resta você mesmo buscar. Então você tem que tentar ser, vamos dizer, uma testemunha confiável daquilo que você sabe, então fazer, vamos dizer, o repertório do que você sabe e do que você não sabe. Por exemplo, você começa a fazer o repertório do que você sabe e não sabe, respeita sua própria história meu Deus do céu. Eu gosto muito do autobiografia do Chesterton, porque ele começa assim, confiante na autoridade, da família, do estado e das tradições, acredito que nasci no dia tal, tal, tal, tal, tal, porque eu não estava, não estava consciente para ver. Então começa por aí, quer dizer, o seu próprio nascimento, você sabe dele através do testemunho de terceiros, portanto eu tenho uma coisa que você já sabe de cara, sem o testemunho confiável não há busca da verdade. Então, inclusive na área científica, de qualquer pesquisa científica que você lê, você refaz a pesquisa para você saber se ela está certo ou errado, não, você não faz, você vai na confiabilidade do testemunho. Então, esse domínio retórico que é o domínio da confiabilidade é de uma importância extraordinária para a busca da verdade, quer dizer, você saber graduar a confiabilidade sem você tomar como líquido certa aquela pretensa verdade na qual você está confiando, está certo? Sem tomar como verdade líquido certa nem mesmo o seu próprio testemunho, a não ser que você possa confirmá-lo por outros indícios, está certo? Eu, por exemplo, tenho uma cicatriz aqui que eu peguei, acho que eu tenho 8 anos de idade e eu me lembro claramente do episódio com todo o seu detalhe, era uma tia minha que tinha um cachorro pastor alemão e eu saia para brincar com o cachorro e ele tinha uma corrente e na corrente tinha um prego, eu me dei o prego e daí aparecia sangrante, todo mundo achou que o cachorro tinha me mordido, já queriam dar o jeito no cachorro. A única testemunha que eu fiz com o cachorro foi eu, não, não foi ele, foi o prego, não fui acreditar em mim não fizermos nada com o cachorro, mas eu me lembro claramente desse episódio e tenho ainda a cicatriz que me mostra o que aconteceu porque é uma cicatriz em lia reta, assim, jamais o amor de cachorro deixaria uma marca desse tempo, está certo? Então, as vezes você tem o indício material que confirma a sua memória, as vezes você tem a memória de outras pessoas que também confirma aquilo já com uma confiabilidade menor, mas em todos os casos você tem este problema, eu conheço a minha própria história, eu me conheço a mim mesmo, ao ponto de poder saber o que é sinceridade, por exemplo, eu sei quando eu estou mentindo, quando você fala para a mulher assim, eu te amo, você tem certeza que é isso mesmo? Quantas vezes você não falou isso de mentirinha? Então, eu sei que eu falei um monte de vezes de mentirinha, mas às vezes eu falei de verdade, mas se você não tem o conhecimento da sua verdade nesses detalhes materiais, você vai transferir a sua falsidade para todos os domínios de conhecimento nos quais você penetre, você vira que durante a idade média nas universidades, a única coisa que garantia a confiabilidade daqueles camaradas era a disciplina religiosa que eles se sometiam, então eles estavam acostumados a fazer a confissão, tomar comunhão e etc, eles tinham consciência de pecado muito clara, então o que garantia que eles permanecessem no rumo da verdade não eram os métodos lógicos e dialéticos usados, era uma virtude pessoal que eles carregavam, sem esquecer o fato de que a fundação das universidades foi precedida pelas famosas escolas monacais e catedrais, que eram aquele negócio da inveja dos anjos onde o objetivo não era formar eruditos nem professores, mas formar personalidades bonitas, e isso aí já tinha dois séculos de experiência, quando começam as universidades, quer dizer, a universidade já é a cristalização de efeitos secundários de uma modalidade de ensino mais discreto que existia antes, e não por coincidência, os grandes filósofos da universidade medieval não vieram, da classe profissional que dominava os universidades, mas vieram dos monasterios, eram todos monjes, Santo Tomá de Aquino, Dan Scott, São Boa Ventura, São Alberto Magno, eles viam dos mosteiros e presta atenção, nas universidades houve uma tremenda resistência a aceitar os monjes, porque as universidades eram dominadas pelo clero leigo ou por personagens mesmo, e daí quando apareceram os monjes houve uma luta de classe, e os monjes tiveram que lutar para abrir espaço com os cotovelo para se aceitar, e no fim, hoje nós lemos as obras desses monjes e pensamos assim, que maravilha que era a universidade medieval, maravilha coisa nenhuma, esses caras tiveram que vencer toda aquela sacanagem corporativa que você acarva, e eles não eram de maneira a algum produtos típicos da universidade medieval, eram gente de fora que veio para sanear a universidade de fora, assim como no século 20, o Pádio dos Anos foi botado na puque para ver se cristianizava a puque de novo e não conseguiu, morreu antes de conseguir, então vamos parar de idealizar a universidade da idade medieval e ver como as coisas realmente foram, quer dizer, onde você forma uma corporação, você tem ali o senso da autodefesa corporativista, a reserva de mercado e tudo, mas isso é inevitável, está certo? E quando nós estamos na busca da verdade, nós não podemos idealizar nenhuma dessas instituições que foram criadas há longo tempo sob o pretexto de busca da verdade, mas nós podemos nos enfiar em indivíduos, e se você estudar, por exemplo, a vida de Donald Scott, Donald Scott, quatro vezes ele foi expulso da cidade onde ele estava, está por causa de problemas corporativos na universidade, em outros casos, quando a gente estava tomando aqui, ele teve a sorte de receber a proteção direta do papo, então não usava mexer com ele, está certo? Mas se você procurar a essas grandes épocas, onde surgem grandes descobertas, você verá que em todas as casas, essas descobertas foram feitas por um indivíduo que estava contra a coletividade, é só, que as erplatão, a aristótia, ele é todo mundo, é sempre assim, portanto, não há uma coletividade que encarne a verdade, isso é uma coisa fundamental, e se você estudar a nova ciência da política do Eric Vergan, você verá que toda a organização do Estado moderno é baseada na ideia de que certos grupos personificam a verdade, eles dão a legitimidade, é isso? Então quando você vê o problema para a função da mídia, o que é a função da mídia? A mídia é aquilo que está no meio, por isso que se chama a mídia, é o meio, é a intercomunicação, então a mídia intercomunica todos os setores da sociedade, é só isso que ela faz, e por isso mesmo acredita-se que ela expressa a opinião da maioria, mas é exatamente o contrário, ela é a opinião de um grupo que está tentando formar a opinião da maioria, ninguém pergunta para o maiorivo que ela está achando mesmo, quando você vai ver a confiabilidade da mídia, por exemplo, no Brasil é de menos de 5%. Nos Estados Unidos é mais, quer dizer, chega quase aos 20%, veja que coisa, cada 100 americanos que lê um jornal tem 20 que acreditam, então isso quer dizer que todas as entidades que tentam personificar a verdade estão todas enganando você, só existe verdade para a consciência individual no instante em que ela apercebe, e no entanto, esta percepção tem um efeito social enorme, porque basta você declará-la automaticamente, várias consciências dão o seu time muito dizendo, opa, eu também vi as mesmas coisas, isso para mim acontece toda semana, eu escrevo um negócio e alguém diz, você disse o negócio que eu estava tentando dizer, eu não conseguia, ele diz muito bem, a função do escritor é exatamente dizer o que eu fiz, não consegue dizer, então você tem um testemunho pessoal que é confirmado por outros testemunhos pessoais, isso nos coloca na esfera da verdade absoluta de maneira alguma, mas já nos transfere do terreno da pura verosimilhança para o terreno da probabilidade razoável, então, vamos dizer justamente este o esforço que eu peço a cada um dos meus alunos, se você se treinar para isso, está certo? Sabendo que a nossa dificuldade de perceber a verdade até sobre a nossa própria história pode ser transposta através de recursos ficcionais adequados, quer dizer, as partes da história que você não lembra, você preenche com elementos ficcionais sabendo que são ficcionais, está certo? Mas que são adequados e que não vão falciar na coisa fundamentalmente, eu agora me entendo dos livros desse Roberto Ampoeiro, estou fascinado com isso, primeiro livro Nuestros Anhos Verde Olivo, que é a vida dele em Cuba, e agora essa aqui que é a vida dele na Alemanha Oriental antes e depois do seu estágio cubano, esse livro segundo livro é bem mais complexo primeiro, você tem uma série de vibe engine, o presente do narrador, o passado da narrativa, que torna a coisa um pouco mais complicada, mas nem por isso menos significativo, e olha aqui, como é que o subtítulo que ele colocou? Novela de minha memória imprecisa, novela da romance da minha memória imprecisa, ele sabe que as recordações são imprecisas e que alguns pontos ele vai ter que inventar, está certo? Mas inventar de modo que a invenção não contradiga os pontos de memória dos quais ele tem certeza, na verdade são dois livros de memórias, está certo? Mas a modesta do autor é tanto que ele diz é um romance autobiográfico, onde eu me permiti inventar as partes que eu não lembrava, e na verdade todo o livro de memórias é isso, você vai começar pela seleção, eu acho que todo o indivíduo tem o direito de selecionar os episódios da sua vida que ele conseguiu deram significativos, e outros que pra ele não significam nada, mesmo porque os protagonistas foram outras pessoas, as outras pessoas por sua vez também tem teoricamente o direito de modificar a narrativa da vida do seriê, de acordo com aquilo que elas observaram, porque é evidente que se você conviver com um indivíduo de 10 minutos você já acha que você é estimulha fundamental da história, e que ele pode estar enganado e você estar certo, eu não me lembro de nunca ter feito isso com ninguém, quer dizer, eu pegar a vida de um outro sujeito que eu conheci superficialmente e achar que eu sou atestibunha principal, eu falo, não, eu não sou atestibunha filha, eu falo, não era mulher dele, não era mãe dele, não era pai dele, não era nada, então sabendo praticamente nada, só sei aquele pedacinho que eu observei, curo sentido no conjunto me escapa completamente, então por exemplo o Dr. Miller me dizia o seguinte, ele diz, por trás de todo o grande homem bem sucedido existe um casamento fracassado, eu sei que ele estava falando dele mesmo, porque teve o primeiro casamento que foi verdadeiro desagraço, depois ele conheceu uma senhora dentista, doutora Leque, foi um anjo de pessoa e caso aconherto foi muito feliz, mas eu não sei qual é isso, o que que aconteceu com ele, eu não tenho ideia de por que que foi o nome, eu sei que ele disse isso, importante, acredito que deve até ser um casamento muito ruim mesmo, que mais eu sei desse grande amigo com o qual convivido durante 15 anos, encontrando o negro praticamente uma vez por semana pelo menos, sei pra nada, então não posso avaliar o peso relativo disso que ele disse, eu não sei, vamos supor o casamento dele, que tivesse sido uma maravilha, ele teria sido diferente, eu acho que não, eu acho que o orgênio pessoal não é alterado pelo casamento, quando você vai ver, eu não sei se tudo é a história do Jacó Vássaro, mas Jacó Vássaro pra mim foi o maior romanceso do século 20, de longe, maior que Thomas Mar, maior que Robert Mose, maior que tudo, teve um casamento país infame do mundo porque era mulher que só queria saber dinheiro, forçava ele pra trabalhar, pra gastar até o último tostão, deixava ele na tanga, e no entanto ele lá escrevendo aquelas coisas incríveis e ele nunca largou a mulher, ele ficou com a mulher até morrer, talvez tenha morrido mais cedo por causa disso, então como eu vou saber qual é o peso relativo dessa mulher no sucesso ou o fracasso dele como o romanceso, não vou saber jamais, se vê outros caras que se são casados com anjos de bondade, que nem o doço Eves, que não sei o segundo casamento, a mulher fazia tudo pra ele, ela copiava os manuscritos dele, ela ia no editor pra vender o livro, ele não tomava todo o dinheiro, ele dava até um dinheiro que ele sabia que ele ia torrar, ele ia ter que ser um anjo, isso aí foi decisivo para o sucesso dele, ele falou que não teve a menor ideia, nós nunca vamos saber, isso aí ele pode jogar, e ele não é obrigado de maneira alguma a esclarecer isso para ninguém, porém com relação a nós mesmos nós temos que saber o que se passou, você não precisa sair contando pra todo mundo, você tem que saber, tá certo, muito bem, o que que garante a sua sinceridade, eu pessoalmente eu acho que somente a confissão perante Deus, assegura isso aí, porque quando você confessa pelo que é o Senhor, você sabe que você está diante de um observador onisciente, que você não consegue enganar, vamos dizer, isso é uma das grandes dificuldades cognitivas do ser humano, ele vê a sua relação com Deus e depois ele tenta pensá-las daí de fora, mas não dá pra pensar daí de fora, se não existe um, é o que a Bíblia perguntou onde você vai se esconder de Deus, eu disse, se eu quero analisar a minha relação com Deus, desde um ponto de vista neutro, eu tenho que sair delas e achar um ponto de observação privilegiada, mas eu não consigo, porque quando eu fujo com um lugar escondido Deus já sabe que eu estou lá, então a relação do homem com Deus assegura, vamos dizer, uma posição de observação na qual você nunca é o observador privilegiado, você é apenas uma estimulinha falha, muitas vezes falsa de si mesmo, cuja versão da história é continuamente desmentida pelo simples fato de ser mostrado perante um observador onisciente, então quando você confessa os seus pecados, você não está confessando seus pecados, você está despedindo a Deus, Deus me mostra questões dos meus pecados, e isso é uma das funções do Espírito do Santo, está lá na Bíblia, o Espírito do Santo vai-lhe revelar questões dos seus pecados, então, o que que a Deus tem que ficar fazendo força pra confessar, é Deus que tem que mostrar, e é isso que você tem que pedir, de apócola de Deus, é aquele que em mim é mais eu do que eu mesmo, na verdade eu já expliquei isso aqui, o fato de termos um eu não é explicável por nenhum mecanismo natural, os animais não tem um eu, eles não tem um dentro de si com o qual eles possam conversar consigo, leio o famoso capítulo do Ortega ser esse mesmamento e alteração, em que ele chama de esse mesmamento, esta atitude do homem que se dobra a pena de si mesmo, para pensar no que ele mesmo pensou, no que ele mesmo sentiu, no que ele mesmo fez, e os animais não tem isso, quando os animais param de prestar atenção no mundo exterior, eles ficam com uma expressão vazia e logo eles adormecem, então eles não têm esse interior, esse para si mesmo, nenhum animal tem, está certo, então por mecanismo natural não vamos conseguir explicar isso jamais, mas nós sabemos que em Deus não existe alteridade, nada em Deus é externo a Ele, Ele não tem um, Deus não tem um inconsciente, Deus não tem uma parte externa que Ele tem a conhecer ainda, está certo, então Ele é um eu, por isso mesmo que Ele disse, eu sou aquele que é, quer dizer, eu sou eu, agora e você, você é um eu? Não, você é um eu de vez em quando, a maior parte do tempo você está agindo de maneiras impessoais onde a força da genética, a força da cultura, a força da influência externa passa por você e ar sem que você tenha controle nenhum da coisa, mas de vez em quando você toca, se nesse momento você é um eu, são os famosos momentos de lucidez que eu comentei em um curso que eu dei a partir de um parágrafo do Luís Lavelle, aqueles momentos onde você capta as várias correntes da sua existência e tudo faz sentido de repente, esses momentos são raros e o Lavelle diz, a celebradoria consiste em conservar esses momentos, conservar e esticá-los, ou seja, você estar consciente de si o máximo de tempo possível, mas é impossível você estar consciente de si sem você estar consciente das correntes contraditorias que te formam e portanto, quando você olha o mundo, você vai perceber correntes contraditorias também, isso quer dizer que nunca você poderá, por exemplo, se você observa o terreno da história, você nunca vai ver uma verdade completa ou uma falsidade completa, isso não existe, tudo está repleto de contradições e dificuldades e quando você observa que a discussão pública é geralmente travada entre pessoas que tomam partido em bloco das coisas, você vê que elas nunca vão acertar com a realidade, por exemplo, aparece aí o Amargo do Tornovila dizendo, o Lave é contra a constituição, eu falo, não, eu não sou contra a constituição, eu sou contra alguns artigos da constituição, se eu fosse contra a constituição inteira, só se a constituição fosse um bloco de coerência do começo ao fim, coisa que ela não é, mesmo porque tem até dois artigos lá dentro que foram enxertados lá durante a noite por um sujeito que não comunicou plenário, eu esqueci o nome do cara, um que foi ministro da defesa no tempo, aquele que se vestia de general, o nome do cara, aquele que foi um akashimbo, esqueci o nome do sujeito, Nelson Robin, Nelson Robin, isso, o Nelson Robin de noite escreveu dois artigos da constituição e meteu lá sem consultar ninguém, eu falo, bom, então, você vê que essa constituição é evidentemente um saco de gatos, então é impossível você ser contra a favor dela em bloco, alguma coisa lá deve estar certa e outra tem que ter errado, mas constituição no carro se torna o que? Então o nome do documento escrito, etc, só nasce um símbolo, símbolo que serve para distinguir os amigos dos inimigos, então, tem uns que dizem que amam a constituição e outros que dizem que odeiam, mas isso só existe na cabeça do Marco Antonio Vila evidentemente, então é uma leitura ginazena das coisas, então, quando nós não somos capazes de perceber a contradição dentro de nós, nós também não a percebemos no mundo, você perceber a contradição já é um passo formidável em relação, vamos dizer, a compreensão ingênua que acredita em enxergar verdades absolutas aqui e eros absolutos ali, já progrediu muito, assim, quase você perceber o problema, você já está muito mais avançado do que o deus que acredita em uma pseudo solução, e este realmente é o primeiro passo, desorteia-se, problema é consciência de uma contradição, se você tomou consciência da contradição era resistir antes da sua consciência, eu disse que você tomasse consciência dela, então na hora que você percebe, você tem na mão um problema, se você tem um problema a sua visão já é mais, como é que se diz, aprimorada do que nem percebeu o problema, e eu vejo que nas discussões públicas no Brasil de hoje, basta você assinar um problema e as pessoas entendem aquilo como uma tomada de posição em favor disso, isso é absolutamente inevitável, quer dizer, tudo virou o programa de Chacrinha, vai para o turno ou não vai, eu sim ou não, e esses caras dizem que são intelectuais, onde é que vai parar esse negócio, quer dizer, isso aí é como é que ser um compromisso de retardamento mental, serei sempre um imbecil contra tudo e contra todos, continuarei sendo um imbecil, contra todas as conveniências, por que as pessoas fazem isso? Porque foram educadas por outras pessoas que estão assim e por que eles têm que sentir que estão a favor de certas coisas, para ter uma identidade grupal, e você tem identidade grupal por que? Porque não tem identidade nenhuma, porque não tem um em si mesmo, nunca parando para pensar em si mesmo e para ver as graças da relação, então evidentemente se a sua busca é por um elemento, uma espécie de cola que grude os seus pedaços, você sentir que está de pé, então você já desinstiu da busca, na verdade, isso desde o início eu insisto a tolerância para com a estado de dúvida é a condição número um da busca de verdade, não a idealização da dúvida, se você achar que uma dúvida é melhor do que uma certeza, claro que uma certeza é melhor porra, certeza é um problema que está resolvido e que você não precisa pensar mais, infelizmente a certeza é sobre poucas coisas, na maior parte delas, não tem uma condição de ter certeza, então tem que ficar andando, passar, fazer algo entre a verossimilhança e a probabilidade razoável, isso é o máximo que podemos conseguir, mesmo que de respeito a nossa própria história, certo? Então essa ligação íntima entre a sinceridade do indivíduo para consigo mesmo e a busca da verdade, isso não é superável por nenhum expediente social corporativo etc etc, não adianta formar um consenso porque o consenso se for verdadeiro, é um consenso que foi feito entre observadores sinceros que chegaram a mesma conclusão através dos mesmos aptos intuitivos, com relação a um objeto já previamente delimitado, então portanto será uma verdade alcance limitado, isso é o máximo que nós podemos conseguir, eu não ver porque precisaríamos de mais verdade do que isso porque não há tempo na vida humana para isso, então que você pensasse assim, bom, e todas as verdades que eu desconheço, o que fará o mundo sem que eu as conheça, se eu não conhecer essa verdade do mundo estará perdido, pensa bem, você já está mentindo, você sabia a verdade ou não saber nada, vai fazer pouquíssima diferença, no máximo quando você descobre algumas verdades sobre alguma coisinha, você exerce um efeito social também, limitar no qual se mistura também erros e confusões etc, então eu vi as pessoas mandando da direita na cidade, claro que tinha que existir uma direita no Brasil, o país não pode ficar 50 anos sem uma direita, é coisa de idiota, então você tem um monopólio total da esquerda nos meios de comunicação, nas universidades, no mercado editorial, em todo lugar, só eles falam, isso tinha que acabar algum dia, então eu fui lá e estorei o balão, de fato estorou, agora não segura mais, mas na direita emergente você vê também a mesma coisa, pessoas que vêm com certeza absoluta, os caras que vêm com certeza absoluta nas nossas instituições, acreditando que o problema do governo de Lula, que eles infringiram as instituições, que na realidade da instituição foi feita para eles, daí aparece o Sábio, o Marco Antônio vira e dizia, não, mas o PT votou contra a constituição, bom, votou contra porque a constituição não dava tudo que ele queria, mas dava quase tudo que o FHC queria que eles desse, então também vem os camaradas que vão dizer, intervenção militar, intervenção militar, daí eu pergunto, como é que se faz uma intervenção militar? Você faz o seguinte, você imita para mim uma reunião de Estado maior, onde eles discutem os cenários possíveis, o que vai acontecer, como que nós vamos tomar o poder e o que vai acontecer quando ele tomar o poder, imita para mim, faz aí 10 minutos de insenação do Estado maior, porque ele não consegue, então você não consegue nem imaginar as discussões preliminares a uma intervenção militar, agora você já quer o resultado final, então você também não sabe o que está falando, tá certo? Então em segundo lugar, quando o pessoal começou a falar em intervenção militar, eu não sabia qual era o estado de espírito dos comandantes, porque eu perdi contato com os militares do Alegrés há 10 anos, então antes eu conhecia todas as fofoca porque eu ouvia toda semana, agora não sei mais nada, então não sei o que está na cabeça deles, de repente eles abram a tampa do pinico e aparece tudo que tem dentro, tá certo? E era muito pior do que o poder até imaginado, então olha, desses caras que vocês esperam uma intervenção militar, o que que se passa na cabeça dos outros? Eu não sei, e na verdade ninguém sabe, então você tem ali um campeonato de wishful thinking, cada um diz que aquilo que ele quer que aconteça é a verdade, isso aí é a direita nacional, é o que está acontecendo no momento, que eles apesar de ouvir o que ela gosta, se ela gosta das liberdades invistas, se ela gosta de um estado autoritário, moralista, ela vai para a intervenção militar e certos, ela diz olha, mas pera aí, nós estamos querendo fazer um estado para nós ou é para todo o povo brasileiro, né? Então só tem alguém que pode decidir o que é, esse é o povo brasileiro, então nós temos que perguntar para ele o que você quer é porra, por exemplo, nós sabemos, o povo brasileiro não quer mais essa conversa, que ele diz que não quer socialismo, não quer essa putaria nas escolas, não quer criminalidade, não quer nada disso, mas por exemplo, o povo brasileiro gosta de assistencialismo estatal sim, esse é verdade, então por bom, então nós não podemos criar um estado que seja melhor do que o próprio povo, isso aí não existe, então nós vamos ter que, é o que eu digo, nós vamos ter que ter um tempo de democracia plebiscitaria, onde tudo se pergunta, o povo e o resultado plebiscito se incorporam na Constituição, não tem outro jeito, agora quem quer isso? Temos dois ou três que querem, mas eu acredito que a maioria dos estereçados não quer, não quer porque vai que o povo decide o contrário do que eu quero, por exemplo, eu gostaria que não existisse assistencialismo estatal, mas se o povo quiser, o que sou eu para dizer que não, né? Então essa mania partidária que tem no Brasil, que tudo tem que ser um contra o favor em bloco, isso para nós é incompatível, nós sempre temos que ver a complexidade das coisas e quando tomarmos posição, nós temos que tomar posição pontual, o raiz é uma coisa nas quais nós temos certeza suficiente, né? Hoje um cara me pergunta assim, o que que você acha da demarquia? E diz que é um sistema policial, eu não me interesso por modelos ideais, por nenhum modelo ideal, nem democracia, nem socialismo, nem social democracia, nem monarquia, nem coisa nenhuma, entendeu? Eu me interesso por aquilo que é possível dentro do quadro real, só isso que interessa, porque o resto não será feito, é muito simples, se você fizer, você vai ver que o resultado vai ser uma outra coisa, não aquilo que você prometeu, para quê? Para a gente se enganar de novo e de novo e de novo? Eu acho que o problema é que uma democracia para o Brasil é possível, desde que os caras entendam que democracia é vontade do povo e não dos seus representantes, então porque o nosso Parlamento está cheio de deputados que não foram votados, receberam votos de presente, é começar pelo seu João Willis, ele não representa ninguém, evidentemente, ele teve 13 mil votos que não dá para eleger um vereador e no entanto ele está lá legislando, o simples fato de haver essa troca de votos entre membros de alianças partidas já acaba com o sistema representativo brasileiro, o qual não representa evidentemente ninguém, está certo? Então é, isso é uma farsa, isso nunca vai poder expressar a vontade do povo, mas também não foi feito para representar a vontade do povo, foi feito para que a vontade do determinado grupo simulasse a vontade do povo, tanto que esse governo actual com 1% de apoio ele continua falando de nome do povo, mas quando ele fala povo ele está querendo dizer só a militância subsidiada, o resto não é povo, então é claro que nós estamos no reino da alucinação e nós não vamos sair deles se nós trocarmos a alucinação como unopetista por outras alucinações, por isso que o pessoal que fala de intervenção militar fala que nenhum deles está informado corretamente do que se passa nas academias, nos quartéis, etc., etc., para saber se existe, que era um desejo de intervenção militar, ninguém sabe isso, aparece lá um coronel dizendo a maioria do exército quer dizer que é o contrário, e só pessoas que estivessem ali frequentando, por exemplo, eu frequentei durante algum tempo, na escola que manda estar numa hora no Clube Militar do Rio, no Círculo Militar do Belo Horizonte, então eu tinha muito contato com os caras e eu ouvia a opinião deles que não bebiam entender, refletia a opinião de outros caras, mas sem essa experiência você não vai saber o que se passa lá dentro, então é tudo a divinhação, então isso quer dizer que nós não estamos num ambiente social favorável a nenhuma busca da verdade, nada, nada, nada, nada, então se não existir um grupo de pessoas firmemente decidido a seguir esta coisa da busca da verdade, a loucura vai ser geral, nós nunca vamos sair desse hospício, digamos se houvesse 200 pessoas com esta mentalidade, então poderia haver ali uma discussão séria, na verdade, na verdade, no Brasil, eu nunca tive discussão séria com ninguém, pra não dizer que nunca tive, eu tive com o Jacó Górender, a respeito da questão do escravigo coronel, mas acontece que não tinha muita discussão, porque eu achava que a tese dele estava certa, só não estava assim, só faltava um pedacinho aqui, um pedacinho ali, foi a única vez que no Brasil tive uma discussão séria, o resto não é discussão séria, o resto é apenas um ataque de defesa, não chega a ser uma polêmica, é um processo mais criminal do que a intelectual, eu acho que a discussão com o Duguin foi séria, porque ele é um homem de uma cultura imensa, ele sabe o que ele está fazendo, apenas as perspectivas eram diferentes, eu estava tentando buscar a verdade e ele está tentando influenciar um governo, então vamos ter que dar o desconto, mas fora disso, eu nunca tive a oportunidade de ter uma discussão séria com ninguém, não acredito que isso seja possível no Brasil de hoje, mas nós poderemos ter uma discussão séria entre nós, se duas pessoas estão seriamente buscando a verdade, uma está enxergando uma coisa, outra está enxergando outra, peraí, teve algum problema aí no meio, nós devemos nos esforçar para enxergar o mesmo objeto da mesma maneira, mas se isso não for possível, então pode significar que esse objeto tem dois aspectos contraditores em si mesmo, então fazemos uma pausa daqui a pouco menos um pouquinho. Então, aqui tem duas perguntas que são no fundo a mesma. O primeiro passo para empreender qualquer forma de luz da verdade é saber o que vem primeiro à consciência ou à matéria. Se caímos no materialismo, a consciência passa a ser um hip fenômeno da matéria e isto é, tem uma causa material e mora com isto. E aqui o Tiago Virgírio Salenave é não entender porque não poderíamos relacionar a busca da verdade com a questão metafísica. Nos dois casos, o problema é o seguinte, para você poder chegar a uma questão metafísica, você tem que ter desenvolvido antes o senso da verdade nas questões imediatas. Você está entendendo? Quer dizer, não confundir, não dizer, a ordem das razões ou dos fundamentos filosóficos das coisas com a ordem temporal da busca da verdade, com a ordem da sua formação para a busca da verdade. Então, de bom, as questões metafísicas já são questões altamente elaboradas. Que, ao lidar com o conceito metafísico, você corre o risco de fugir formidavelmente da sua experiência imediata e justamente para evitar esse risco é o que eu estou dizendo. Não se aventure em discussões metafísicas antes de você ter alguma prática da busca da verdade com relação a sua própria vida imediata. Isto é um treinamento, não é que as questões metafísicas vão teoricamente, ou logicamente, depender dessas. Não, vão depender dessa no aspecto psicológico, pedagógico da formação do indivíduo. Você vê aqui questões metafísicas surgem numa certa etapa do seu aprendizado, mas a questão da verdade surge no aspecto imediato, é na primeira confissão que você vai fazer. Está certo então? Vamos dizer, a primeira coisa é o primeiro. Quer dizer, primeiro a nossa formação, primeiro nós precisamos nos equipar para podermos ter a confiança suficiente de que estamos na busca da verdade e não estamos na busca de algum pretexto ou de alguma segurança psicológica. Não, não, não. Quer dizer, o amor à verdade, ele vem antes de tudo. Está certo? E ele não pode ser exercido diretamente em questões metafísicas ou em questões filosóficas de modo geral. E aí, ainda o Tiago vira, dizem, lennado para o mundo. O senhor poderia mostrar a relação entre a busca da verdade, pela consciência indivídua e as estruturas da realidade e as verdades metafíicas presentes nos milagres da atuação de Deus na história, nas nossas vidas. Podemos, mas podemos isso do ponto de vista filosófico, do ponto de vista doutrinal, do ponto de vista da teoria, não do ponto de vista da ordem do aprendizado. Está compreendendo? Você vê aqui, os próprios milagres, eles não são objetos de um testemunho direto. A testemunha do milagre é indireta, ele é feito de vários indícios que você junta para você compor o conceito de um milagre. Está certo? Mesmo você ter presenciado um milagre, não, o que você preservou foi o efeito externo dele, não há ação divina, propriamente dita. Então isso aí já é a coisa mais complicada e requer algum treinamento. Então o que eu estou dizendo, você tem que ser primeiro um bom narrador da sua vida, é narrador do que um bobo te estimunha. Isso é a primeira condição, sem isso nada é feito depois. A tendência de saltar a esse etapa para pular para os grandes problemas filosóficos e metafíicas é muito grande. E de certo modo toda a formação universitária nos convida a isso. Quer dizer, você chega lá, não sabe se você é uma pessoa que tem uma integridade, que tem um centro, que tem, vamos dizer, esse é uma alma mais harmônica, ou se você é feito de costura de vários pedaços, você não sabe, isso já começa a te dar questão em filosófico e metafísica. Está certo? Então isso aí, isso, vamos dizer, é uma das grandes fontes de misérias e erros formidáveis que circulam por aí. Quer dizer, não é qualquer pessoa que está habilitada para estudar filosofia. A Ristota já dizia, não se deve discutir com aquele que não conhece ou não aceita os princípios da demonstração e da prova. Agora pensa bem, você aceita os princípios da demonstração e da prova e quais são esses princípios. Então, se traz de uma formação pessoal anterior a sua formação intelectual, propriamente dita, por assim dizer, uma formação moral. Por exemplo, quando você pergunta para os seus filhos quem foi que fez isso, fez aquele, eles dizem a verdade ou eles têm medo de dizer a verdade, eles procuram dizer a verdade ou procuram se defender. Pensa bem na sua formação, quando você era criança, você foi educado para ter confiança na sua mãe e no seu pai, poder dizer a verdade para ele sem medo ou ao contrário, você foi educado num sistema defensivo ou de coisa mais importante, tirado da seringa. Pensa bem, vê como foi a sua formação e vê que hábitos se incorporaram nisso. Então, eu vejo que eu, na minha infância, não tive esse problema de ter que mentir muito para me esconder do castigo. Eu mentia simplesmente porque eu vivia no mundo da fantasia. Ou seja, quando eu era aos oito anos, acordei da doença e para mim a fantasia, na realidade, não tinha a menor diferença, eu misturava tudo. E foi só aos poucos que eu fui percebendo a necessidade de deslinguer essas coisas. E isso não me parecia. Portanto, eu mentir num caso desses não me parecia uma coisa grávida. Foi só aos poucos e sozinho que eu fui percebendo isso. Mas cada um teve a sua educação, teve a sua formação. Então, vê quais são os hábitos de ver a cidade ou de mendacidade que você adquiriu desde pequeno. E isso aí já é você contar sua história corretamente para você mesmo. Miguel Soriano pergunta, meu grande sonho é ser um gênio da psicologia. Toma que dê certo. Tenho muito interesse do D'Aroquia Will e a crídeo Lila Velis-Ondes são dois autores indispensáveis. Tem toda razão. Minha pergunta é, o Will é uma criação da consciência ou ele é a própria consciência? Bom, o Will faz parte da consciência, mas você não pode dizer que ele é a consciência. O Will só existe a partir, vou dizer, de uma narrativa. Quer dizer, o Will é a propriedade fundamental da consciência, sem sombrio de dúvida. Teiro chegar a ter um Will, um Will autoconsciente. Mas isso aí demanda algum tempo. Isso quer dizer que o Will não aparece sozinho desde o início. Você precisa já ter alguma história e precisa se apropriar dessa história. O Dr. Freud diz que isso acontece a partir dos 5, 6 anos, pode ser, pode não ser. Eu acho que para mim foi até mais tarde, eu acho que até os 8, 9 anos não tinha eu nenhum. Mas tudo depende da história individual. Agora na postila, o que é a psic, tem lá explicado exatamente como é esta origem do eu. Eu não vou ler essa postila que a resposta está lá. Pedro Vernecke diz, na aula 1883, o professor explicou como a cúmula de contradições na ciência levam a crise de fundamento que exige um restorno ao campo filosófico. Sem sombrio de dúvida, o que acontece? Por isso que eu não acredito nesta história de que, vamos dizer, é um lugar comum. Quer dizer, a ciência se destacaram da filosofia e tornaram o campo os autônomos. Não, não, não. Essa autonomia é temporária. A ciência permanece autônoma até ela entrar numa crise de fundamento. Daí volta tudo. Ela se reintega na filosofia automaticamente. Então eu acho que a ciência pode ser definida como um determinado campo de investigações que temporariamente se torna acessível a um conjunto de procedimentos padronizados de investigação até que esses procedimentos começam a dar problemas. Então a autonomia da ciência é temporária. Ela é mais uma coisa ilusória do que uma realidade óbvia. O fato de que elas sejam consideradas autônomas pelos seus praticantes não é uma noção objetiva, evidentemente. É uma espécie de auto-imagem, de uma classe de profissionais. E nós não temos por que levar isso em conta. Mesmo que todos os profissionais de uma área digam, ah, isto aqui é autônomo, não tem nada a ver com a filosofia. A noção de filosofia natural está superada. Quando aquilo entrar numa crise de fundamento, eles vão voltar aos problemas filosóficos, querendo ou não. Seria o processo desenvolvido, descrito pelo Thomas Kuhn, no livro The Structure of Scientific Revolution, em parte é. Uma crise para ser resolvida quando ocorre em uma época como a nossa, em que até mesmo os cientistas mais respeitados são completamente ineptos e lidados com o problema filosófico. Eu acho que este aqui é o grande problema. O maior pra das discussões científicas que eu vejo, eu não posso dizer em todas, eu acompanho uma infração espínita esimal, mas que para mim já é muito grande. Eu vejo que frequentemente os caras não têm a mínima clareza com os conceitos que estão usando. É isso. Então, eles pretendem descrever a realidade, mas com conceitos que estão carregados, no anse simbólicas, metafóricas e de intenções polêmicas. Isso aí evidentemente não funciona. Onde termina uma coisa, onde começa a outra? Onde termina a discussão científica? Onde começa a confusão ideológica? É um limite muito impreciso e que você só pode traçar para cada caso o individual. Você tem que acompanhar cada discussão e saber, olha aqui o negócio bagunçou, a partir de X. Mas eu não conheço um setor onde hoje essa distinção seja clara. Não conheço. Inclusive eu não vejo muita consciência da parte dos debatidores contra esta necessidade. Eu acho que você tem uma espécie de descalabro intelectual generalizado na humanidade que só não alcança resultados mais catastróficos, porque você tem resíduos, você tem remanescentes de outras épocas que ainda conservam esses valores fundamentais e mantém um certo equilíbrio nessa discussão. Mas no Brasil não tem não. No Brasil acabou tudo. Nelson Filho, perguntei a postila, feita o Mar Shaheen Julião, de exercício de indicações práticas, pode ser incluída na media teca do novo site. Ela será incluída necessariamente. Não foi ainda, deve ser, próximamente. Aqui alguém perguntou como eu vejo a relação entre drogas para o uso de rituais e o contato com o divino, nenhum contato com o divino obtido por droga é autêntico, nenhum, nenhum, nenhum. Contato com o divino é real com a iniciativa do próprio divino. Se ele necessita um estado alterado de consciência, não é coisa nenhuma. Tarja o sótico, pergunto, se eu desligo o povo, deve ter a opção de escolha, mas no momento em que entramos não seria como dar uma arma na mão de uma criança. Para o Brasil chegar a esse estado de maturidade, eles desapareceram o atual sistema para depois começar a dar as devidas condições de amadurecimento. Muito bem, nós não temos essa opção. Nós vamos amadurecer o nosso povo para que depois ele tome as decisões. Quem vai amadurecer? Você educar um povo, você precisar começar por formar, como nós estamos formando aqui, um elite intelectual que aos poucos vai irradiando a sua influência para outros setores da sua cidade, vai civilizando o conjunto. Isso leva décadas ou séculos. Não dá para esperar isso. Então o seguinte, nós não, é sempre a ilusão brasileira, nós temos que ter uma constituição de lei que seja o melhor do que o nosso povo, não dá para fazer isso. Na melhor das hipóteses as instituições terá que ser uma expressão real do nosso povo. Agora, o que nós temos hoje são instituições que são expressões reais do interesse de um grupo pequeniníssimo, altamente desoneste, altamente manipulador. Eu acho que qualquer democracia popular, realmente popular, é preferível a isso. Claro que não vai ser uma democracia perfeita e, ademais, como é que o povo vai aprender se não for pela experiência. Se o povo volta em favor de determinada coisa, essa coisa da manifestamente errado, o povo vai ter que pensar de novo. Agora, se as ideias que dão errado vieram de fontes que você nem sabe quais são. Quer dizer, no Brasil é assim, quer dizer, as fontes da lei de ação são secretas, quer dizer, vem o da ONU, do Centro Globalista, qualquer, aparece um deputado, um senador defendendo aquela porcaria e, de repente, o país inteiro adotou aquilo sem nem saber de onde vem. Está certo? Então, aí as coisas ficam difíceis. Mas tem certas coisas que o povo já percebeu. Ele já percebeu que ele não é representado pelos seus representantes. Ele já percebeu que o desarmamento se viu uma fraude. Ele já percebeu que esses esquemas de corrupção envolvem praticamente toda a classe política. Todo mundo já percebeu isso. Então, acho que essas coisas que o povo percebeu, ele está em condição de corrigir desde que eles têm os meios para isso. Quem vai lhe dar os meios para isso? Ele mesmo. Ele vai ter que se impor. Então, não essa escolha de você administrar o povo, como se fosse o educador do povo inteiro. Ele, bom, eu vou falar pro Portuguese, claro, o melhor educador que eu conheço é eu. Eu me considero qualificado para educar o povo brasileiro. De jeito nenhum, em hipótese algum. Ao contrário. Eu vou ter que aprender com ele. Eu vou dar os movimentos de março e eu disse para os supostos líderes do movimento não lhe darem nada. Seguem uma massa, porque a massa, nesse momento, está extremamente consciente. Ela tem muita clareza do que está acontecendo. E isso nunca se verificou antes no Brasil. Quer dizer, você ter consciência clara de que o esquema de corrupção está ligado ao foro de São Paulo. Eu digo, pô, todo mundo estava dizendo isso nas passeadas. Isso era o povo brasileiro que estava dizendo isso. Então, ele sabe mais do que os jornalistas brasileiros. Ele sabe mais do que os políticos brasileiros. Então deixa ele fazer as coisas do jeito dele. Alguém que acho do livro do Thomas Piketty, o capital do século XXI, eu não li esse livro ainda. Eu só dei uma lambida no livro e acho que é prematuro para eu me manifestar. O humor é um ferramento, um meio que pode nos auxiliar nas etologias. Sem dúvida, o primeiro ensinamento do humor é modesto. O primeiro objeto do humor é você mesmo. Se você não é capaz de rir de você mesmo, é melhor você não rir de ninguém. Agora, nas condições atuais, o exercício do humor está quase criminalizado, porque nós estamos no meio de pessoas que a principal função é adquirir uma pose solene e se fazer como se ele fosse um adulto falando para crianças. E isso tudo é teatro e é um teatro infantil. Eu me lembro uma vez que teve um sujeito com um cara jovem que foi dar uma bronca nos meus dois filhos, o Google e o Itália, e eles viraram para ele cobrar e dizem para ele falar assim, adultinho. Eu acho que todos esses caras do Senado e da Câmara são todos adultinhos. Essa pose de maturidade fingida, essa pose de jeito espilhante que sabe tudo, isso tem que acabar no Brasil. As pessoas têm que começar a falar de uma maneira sincera e simples. Você compara, por exemplo, você compara um discurso do Ronald Reagan com um discurso da Dilma Rousseff ou do Lula ou de qualquer outro. Quer dizer, por um lado você tem um ser humano falando como ele falaria para a família dele. Do outro lado você tem um monumento de pomposidade que é todo fingido, começa até o fim. Se nós não concertarmos essa linguagem, este meio de comunicação, não temos esperança. Então, primeiro lugar, vamos acabar com essa pocaria de vossa excelência. Não chame ninguém de vossa excelência nunca em hipótese alguma, mesmo que você vá preso. Eu chamo você de excelência quando você provar a sua excelência. E se não, eu posso dizer, tem a excelência do seu cargo que no momento está preenchida por um jeito totalmente inéptico. Ah, isso aqui, Jônatas, pergunta. Gostaria de saber se a verdade da ordem de tinta é aquela que chegamos através da dialética para a lógica, do trânsito da dialética para a lógica. Porque mesmo começando a intuição, tem de ter a prova de que aquela verdade é real. Nunca. Você tem que privilhejar a verdade e não a prova. A prova é sempre para os outros. Você tem que buscar a verdade do seu testemunho direto primeiro, mesmo que você não consiga provar aquilo para ninguém. Imagine a posição de que você é a única testemunha de um crime. Você viu um sujeito matando o outro. Mas nem uma prova. Você pode provar o seu testemunho? Não, o seu testemunho é um elemento de prova. Mas você não, por sua vez, não pode provar. Então a busca da verdade primeiro, a busca da prova muito depois. O desejo de provar já é uma fraqueza da inteligência. Você tem que buscar a verdade para sua própria orientação, não para dos outros. A prova deve surgir de maneira mais ou menos natural à medida que você vai aprimorando seus instrumentos, dialéticos, lógicos, etc. Então a prova começa a aparecer. A prova deve decorrer da própria intuição como espécie, vamos dizer, de conversão de uma linguagem na outra. Não é uma coisa externa que você vai ter que acrescentar ali. E se não houver prova, não tem problema. Eu não estou tentando conversar ninguém de nada. Estou tentando eu mesmo descobrir a verdade. Mesmo isso é o voto fundamental que você tem que fazer na sua vida. Eu quero saber a verdade mesmo que eu não consiga mostrá-la para ninguém. Aos poucos você vai acumulando, fazendo um patrimônio de verdade que você descobriu, que você te estimulhou, etc. Com o tempo aparece a linguagem para expressar aquilo. Noite meu Deus, a verdade, mesmo que você não consiga prová-la, mesmo que você não consiga expressá-la de uma maneira compreensível para os outros. Você tem que aprender a você repousar na verdade. Eu sei que isso aqui é verdade, não consigo demonstrar para ninguém, mas eu estou tranquilo, porque eu sei o que se passou. Não conseguir provar é simples, mas se não conseguir dar circulação social, aquilo que você percebeu, nem por isso a coisa deixa de ser verdade. Então privilegiar antes a verdade do que a prova. A mania da prova corrompe o desejo da verdade. Quantas vezes você não vai adaptar a verdade para torná-la mais provável para um outro. Então a lógica dialética jamais te leva a verdade. A lógica só demonstra aquilo que você já sabia. A lógica nada acrescenta, já dizia Aristóteles. Quanto a dialética? A dialética é uma confrontação de hipótese para quê? Para despertar uma intuição. Isso também o próprio Aristóteles explica. Então o foco central é a intuição da verdade. Eu fiz esse voto quando era pequeno, quando era jovem. Eu quero saber a verdade, mesmo que eu não consigo dizer para ninguém. E durante muitos anos eu percebi muitas coisas que eu não conseguia nem explicar para os outros. E isso vai criando uma espécie de densidade da sua experiência. Criando um sentimento de realidade que você vai tentar. E é isso que vai te orientar mais tarde. Se você desenvolver isso, você nunca vai precisar ter uma autoridade, um consenso que te justifique. Eu sei disso porque. Porque eu vi, eu estava lá. É muito simples. As provas se forem necessárias são para persuasão. É isso. E mesmo assim você sabe, mesmo quando você tem as provas, se as pessoas não quiser acreditar, elas não acredita. Então sempre a verdade, primeiro a prova, depois. Ou muito bem, eu acho que é hoje, né? Hoje já acabou. Como sempre, tem muitas perguntas valiosas, mas... Bom, pera, mas não do caso, as perguntas. Sobre essa questão da verdade, incompreensível, pode também se encaixar na sua... Descobrir do força, bom, eu não descobri o força, mas o pau que descobriu foi o Graça Wagner. E ele praticamente me entregou a coisa de mão beijada, me entregou uma pilha de documento, quando eu li os documentos, falei, não tem conversa, isso está acontecendo mesmo. Está certo? Mas, antes, a resistência que as pessoas ofereceram é isso, bom, em parte existe a resistência maliciosa de pessoas que sabiam perfeitamente aquilo é verdade, mas que não queriam que fosse revelado, porque o força é um pau que precisa de proteção para poder crescer em segredo, até acumular um poder tal que daí para diante a revelação da sua existência não perjudicasse mais. E o outro, a outra parte, foi a resistência espontânea de cérebros mal dotados, que são ludibriados pela falácia da experiência usual, que é aquilo que escapa do seu círculo de consciência, não pode existir. Então, eu acredito que a primeira hipótese, quer dizer, da ocultação maliciosa, foi apenas um grupo pequeno de pessoas, mas essas exploravam o temor, a inibição mental dos outros, e ficavam inseguras de aceitar uma coisa que os seus chefes ou as pessoas de prestíriso e o que não existia. É sempre assim, isso é sempre uma vergonha que as pessoas passam na medida em que não tem o senso da verdade, mas ao mesmo tempo são os porta-vozes da verdade. Só tem um jeito de vocês escapar isso, é você não precisar mais da aprovação de ninguém, não precisar mais da aprovação de ninguém, não é assim, eu pesco meus próprios milhóros, não é assim, dá o contrário. A coisa requer uma humildade, tremenda e muita paciência, quer dizer, mil vezes você vai ter que desfazer as suas crenças, ver as coisas por outras maneiras, ver as coisas de outro lado. E no Brasil a primeira coisa, a primeira providência que as pessoas fazem é se proteger do outro lado. Então, em vez de você conhecer o outro lado do peço, você imagina, você caricatura mentalmente, você o inventa. Você inventa como o Mauro e a Ásia inventa um burguês de acordo com a imaginação. Primeiro ele inventa que o outro adversário dele é burguês, quando evidentemente ele e eu somos membros da classe média, nenhum de nós é burguês nem proletário, então ele devia começar por aí. Não venha falar no nome do proletariado porque você não tem nada a ver com ele, eu tenho nada a ver com a grande burguesia. Provavelmente ele tem mais a ver com a grande burguesia do que eu, porque nós sabemos que os ricos no Brasil apoiam o PT, as 15 famílias mais reis apoiam o PT, banqueiros apoiam o PT, assim por dente. Então, já tem uma falsificação sociológica na base da consciência do cidadão, mas esta coisa de você tomar partido quando você é jovem e você ter que imaginar o outro lado, sobre uma fisionomia caricatura e maligna, isso no Brasil é quase um mandamento, isso é obrigatório. Eu pode dizer, eu examei os dois lados porque eu estava no lado e eu examei o outro, quem fez isso? Prática, não é ninguém. Então, quer dizer, o famoso mandamento jornalístico de ouvir o outro lado é só dar boca pra fora, ninguém ouve o outro lado. Então o Mauro e Asperna poderem perguntar, me dê um testemunho do hamburguei que fez isso, no meio de tantos que fizeram, nós rezamos pra Jesus Cristo agora, no dia seguinte mandamos matar crencinhas negras das favelas. No meio de tantos burgueses que vem fazendo isso há tantas décadas, deve ter pelo menos um que confessou, assim como tem gente que confessa a Los Morticinos, as torturas do nosso viético, da Alemanha nazista, tem que ter um que confessou, me mostra um. Me mostra uma ata de reunião onde se decidiu isso aí. Me mostra uma escola burguesa onde se ensinou isso aí, porque não é possível que todas as instruções malignas se passem sem palavras. Quer dizer, o policial adivinha a instrução muda que o burguese lhe deu, vai lá e mata as crencinhas negras, e ele vai lá e mata. Realmente não é possível uma coisa dessa. Você tem que ter alguma ordem de serviço, alguma ordem do comando, alguma coisa. Uma vez, pelo menos um caso, ele não tem nenhum porque isso nunca aconteceu. É tudo imaginação, imaginação adolescente que tem medo do outro lado. E o deforma completamente. Olha, eu nunca deformo a embalagem comunista porque eu os conheço, eu sei como eles são. Não estou deformando absolutamente nada, tudo que eu digo deles fica o que eu ouvi, e que estão comprovadas em milhares de documentos. Então, por exemplo, quando o Mauriase disse, eu usei apenas um poema de Bertolt Berger, de metafórico, de metafórico, no seu entender, mas não no entender de Bertolt Berger, porque Bertolt Berger era formalmente um adepto da política de exterminio. Sempre foi. Portanto, quando ele fala, ele prega o exterminio, não é metaforicamente. Ele pode estar usando uma fórmula verbal metafórica, mas ele está dizendo uma realidade substantiva e essencial no entendimento dele. Segundo, a necessidade do exterminio sempre foi declarada por Karl Marx, por Lenin, por Stein, por todos eles. Quando eles dizem que vão fazer uma coisa e depois fazem, então você dizer que eles estão fazendo não é atribuir a eles uma intenção, é simplesmente retratar o curso de uma ação desde a sua concepção até a sua execução e seus efeitos. Uma outra coisa é você supor uma unidade de intenção por trás de atos que vão desde a burguesas reunidas, por exemplo, na associação comercial até o sargento PM. Como a ordem foi transmitida? Ah, é através da ideologia burguesa, mas onde a ideologia burguesa diz que as criancinhas negras têm que ser exterminadas, nunca disse isso, não tem um ideólogo burgues que propõe isso. Então se você entende ideólogo burgues como os adeptos, vamos dizer da democracia parlamentar burguesa ou conservador, não tem nenhum por ninguém propõe isso, agora pode ter tido algum maluco que propõe isso dentro do esquema socialista, nazista, fascista ou qualquer coisa assim, pode ser. Qual que isso tem a ver com a ideologia burguesa? Cadê os burgueses no governo de Mussolini? Cadê os burgueses no governo de Hitler que não tem nenhum burgues, meu Deus do céu? Então nós sabemos hoje, mas quem formou o fascismo? Se você vê os livros do James Gregor, que é provavelmente o maior historiador do lar, você vai ver que o fascismo foi inteiramente formado por soldados que voltavam da Primeira Guerra. Acacamente totalmente anarquizada depois de ver cinco anos de sangue, violência, caos, etc. E que estavam revoltados por quê? Contra a ordem burguesa, meu Deus do céu. Como é que você vai fazer desses caras os agentes da burguesia? Quer dizer, é um negócio totalmente invertido, então é tudo imaginário. Então isso quer dizer que esse idiota não sabe o que é uma metáfora. Ele pensa que está dizendo uma coisa literal quando está usando uma metáfora e pensa que está dizendo uma metáfora quando está dizendo uma coisa literal. Então esse idiota não sabe ler, não sabe escrever, não sabe pensar, não sabe fazer nada. Ele tem aqui para casa, arrumar um emprego de frentista de posta em gasolina, que é a sua verdadeira qualificação, talvez se souber o que é gasolina. Porque aqui nos Estados Unidos você pega o cara do poste em gasolina, faz uma pergunta com ele sobre gasolina, ele te dá uma aula sobre gasolina. Toda fabricação, as diversas marcas, a diferença, o preço, o mercado, tudo, tudo, tudo, os caras sabem tudo. Você pega um sapateiro aqui, pergunta de sapato, o cara te dá uma aula sobre sapato. Ah, no Brasil não é assim, no Brasil profissões inferiores são intelectualmente inferiores. Eu nunca entendi isso. Eu sempre digo para os alunos, vocês têm que conhecer alguma coisa. Então você tem que ter alguma técnica, alguma ciência, alguma coisa para o modesto aqui seja que vocês dominenam do começo até o fim. Daí vocês vão entender o que é conhecer. Então quando eu entrei no jornalismo, eu tinha 17 anos de idade, e eu fiquei com questão de estudar tudo no jornalismo. A pauta, a coleta de informações, a redação, os critérios de edição, a diagramação do jornal, o seu processo de impressão, de distribuição de tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo. Então eu sabia onde eu estava, meu Deus do céu. Agora, você pegar 99% do jornalismo e você nunca se interessar para saber o que se passa na gráfica. Tanto que eu reparava que os gráficos tinham um desprezo pelo jornalista. O jornalista foi de engenho ignorante. As coisas chegavam lá na gráfica, o gráfico corrigia a erros de português. Quer dizer, o cara do linotipo falou, se idiota, querido, derrata, corrigi. Eu isso ouvi centenas de vezes. Então os gráficos eram uma classe antiga, deixavam com suas tradições, tradições que tinha passando assim de pai para filho. Então os caras dominavam realmente o negócio. Então eu tinha mais a aprender com eles do que na redação. A redação só tinha um monte de preciosos intelectuais. Então você sabe que quando chegava um forquinho, recém e gresso da faculdade, tinha uma brincadeira que todo mundo fazia. Mandava o cara ir na oficina buscar a calanda. A calanda era uma máquina do tamanho dessa sala. Eu falei, mandei buscar a calanda, todos os foquinhas caíam nisso. Quer dizer, passaram para ficar no 5 ano, a faculdade não sabia o que era a calanda. Então agora o cara da gráfica sabia o que o pessoal da redação fazia. Então tinha muito a aprender com eles, que eram profissionais experientes, não tinham sido improvisados em faculdade, tinham sido improvisados no dia a dia do trabalho, não tinham diploma de coisa nenhuma, e não então eram profissionais respeitáveis. Então aprende alguma coisa, você vai engraxar sapato, então você vai conhecer todas as graças do mundo, todos os tipos de couro, todos os efeitos que vai dar, você vai ter um técnico naquilo. A hora que você tiver esse domínio, você vai entender e sentir a diferença de saber e não saber. Agora, se tudo que você sabe é só um pouquinho, você vai sempre ficar na incerteza. Então esse é outro, é outro critério, é outro exercício que eu passo para você. Então eu vou aprender aqui e desenho, eu digo, tá bom, então você vai me dizer quais são as marcas e tipos de lápis que existem. Olha, uma coisa que eu achei maravilhosa, quando eu conheci Yusuf Ibiş, era o maior calígrafo árabe do mundo. Então eu fui lá fazer uma pergunta, eu era calígrafo amador, brincava com essas coisas, e eu faço esse pergunta para eles, como é só, como é só aprendizado da caligrafia? Eles começam, o seguinte, você vai pegar um caninho, uma espécie de um bambu que eles usam, e você vai aprender a cortar a pena com um golpe só. Enquanto você não aprende a fazer e sair uma caneta perfeita, você não começa a aprender caligrafia, ele diz, opa, ele tinha feito isso e se tornou o maior calígrafo do mundo. Você imagina, então, a quantidade de técnicas que esse indivíduo tinha que dominar para exercer aquela arte. Eu conheci um outro gente chamando Krishlov, que ele também era um estudioso de assuntos islâmicos, e ele tinha feito, existe a arte do mosaico islâmico, que é uma figura geométrica que se desenvolva a partir de um centro, e eles tinham esgotado o número de fórmulas, faziam oito séculos que ninguém inventava nada, o cara inventou uma forma que não existia. Isso quer dizer, ele conhecia todas as outras, meu Deus do céu. Então aí você tem essa experiência do domínio de uma técnica, e isso permitirá a você julgar quando você sabe, quando você não sabe as coisas, permitirá que você faça o exercício dos quatro, nem em vez de credibilidade. Ou seja, eu conheço isso como uma possibilidade que eu imaginei, conheço isso como uma verossimilhança, isso é como algo que se eu disser as pessoas vão acreditar, conheço isso como uma razoabilidade, uma probabilidade razoável, isso é podendo dar uma demonstração de elétrico, eu conheço como uma certeza lógica definitiva. Se você não sabe classificar os seus conhecimentos, isso quer dizer que você não tem nenhum, se você não sabe como uma coisa é uma mere probabilidade, uma probabilidade razoável, então você não sabe nada a respeito. Como adquirir o senso de distinguir essa coisa, conhecendo algo, por modesto o que seja. Então alguma técnica você tem que saber, alguma profissão você tem que dominar, qualquer uma, pode ser engrachar sapato, não tem importância. Você vira aqui nos Estados Unidos, você tem o John Taylor Gato, que é um grande educador, e ele descobriu que a fórmula de educação é você só ensinar para as pessoas o que elas querem aprender, mas ensinar tudo a respeito. Então ele tinha um aluno que só pensava em beisbo, ele disse, ah é, tá bom, então agora vamos estudar o beisbo, você vai saber tudo a respeito. O cara daí para dentro deslanchou nos estudos, porque ele tinha o modelo do conhecimento. Então se ele fosse estudar a biologia, por exemplo, ele sabia distinguir, ele sabia e não sabia. Essa experiência falta praticamente para todo mundo no Brasil. É difícil você encontrar um profissional de qualquer coisa que domine aquele pedacinho. Então faça isso, onde você estiver, quer dizer, eu caí no jornalismo, na verdade foi só para o jornalismo, porque isso era meio período, foi essa o único critério que eu tinha para escolher o jornalismo. Mas já que eu estou lá, eu vou levar essa porcaria séria. Então faça isso e você não se arrependerá. Quer dizer, não coloque muitas questões metafísicas, questões filosóficas no começo. Não, não, não. Faça simpere nessas coisas, ser um atista imunha, fi de digna de você mesmo. Segundo, dominar algum ofício ou técnica, 100%, saber tudo a respeito. É isso. Então, agora para que eu venho aqui para os Estados Unidos, eu vou estudar esse negócio das armas e da caça. Então você vai ter que estudar como é que se faz cada cartucho, meu Deus do céu. Quanto grão de pólvora você põe ali, qual é o peso da bala, qual é a trajetória, qual é o cálculo balístico, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo. Você vai usar tudo isso? Não, mas você vai dominar o assunto. Então você se sente seguro. Entendeu? Claro que eu estou só no começo disso aí, eu sou um criança nesse negócio. Eu pego os livros aqui, eu fico impressionado com o domínio que os caras têm. Então, por exemplo, como é que você vai rastrear um urso? Eu já li 20 livros sobre isso, eu estou cada vez mais impressionado com o número de coisas que você precisa saber para isso. Então isso aí impõe respeito, entendeu? Essas pessoas estão na realidade, claro que a realidade delas é limitada, mas elas estão ali com os dois pés sincados. Este espírito, isso tem que entrar na sua cabeça de qualquer jeito, não é só para você ouvir, isso é para você fazer, você vai sentir a diferença depois. Nunca vai se arrepender de fazer isso. Lá o que eu estou trabalhando, no que? Eu sou, sei lá, ah, uma vez eu trabalhei de arquivista, é a profissão mais chata que existe. Eu comecei a trabalhar de arquivista e terminei como autor de um livro sobre sistemas de arquivamento, um livro que foi publicado pela revista administração, nunca mais apareceu, mas está lá. Eu falei, por que? A coisa é essa, então vamos fazer direito, até o fim. Quer dizer, eu não estou dizendo coisas que eu acho bonitas, coisas que eu fiz e que funcionaram para mim. Quer dizer, é o saber de experiência feita, o que falou Camões. Então, essas duas coisas funcionam. A sinceridade do testemunho e o domínio de alguma técnica. Tá bom? Por isso, não esqueçam o encontro de inscritores, que é de 26, 25 a 28 de novembro, vocês podem o assistir pessoalmente aqui ou assistir por internet. Então, as inscritões estão abertas. Então lá no seminário, estão no meu site. E estão um pouco em toda parte. Tá bom? Então até a semana que vem, muito obrigado.