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Então vamos lá, boa noite a todos, sejam bem-vindos. Eu queria aqui voltar à questão do metro filosófico, que nós vimos duas aulas atrás, e eu li para vocês alguns trechos do livro que eu estou escrevendo respeito, mas eu não lembra até onde eu fui, de maneira que hoje pode ser que a gente volte a ler e comentar alguns trechos que já foram lidos e comentados, se isso acontecer, bom, não vai fazer mal nenhum. Mas como introdução a isso, eu queria abordar o seguinte aspecto, quando eu era muito jovem, eu li o livro do Manuel Garcia Morente, Conceito Fundamental de Filosofia, que é uma gravação transcrita, muito bem transcrita, muito bem redida de um curso que ele deu na Universidade de Madrid nos anos 30, e ali logo de cara ele dizia o seguinte, não podemos dar diante mão um conceito de filosofia, é necessário que você entre na filosofia e através da imersão na experiência você adquira a sua própria vivência da filosofia. Muito bem, eu aceitei isso e fiz de fato a experiência, porém mais tarde me surge o seguinte problema, se eu não tinha um conceito claro no início e depois da vivência eu ainda não obtive um conceito claro, é evidente que uma vivência não substitui um conceito claro, então eu faço a imersão na vivência e vou continuar com ela e a filosofia continuará para mim sendo uma anévola, um conjunto de possibilidades ilimitados que nunca me esclarecerá qual é propriamente a minha obrigação dentro daquilo, quer dizer o que eu estou fazendo, o que eu estou fazendo e para que eu estou fazendo. Eu nunca encontrei em parte alguma um conceito de filosofia que respondesse as minhas exigências e eu achei o seguinte, se você não tem uma visão muito clara do que é a filosofia, ou seja, se você não tem um conceito que esse conceito possa se expressar numa definição, essa definição inequívica, então você continua praticando a coisa sem saber o que ela é. E em grande parte, esta mania de diploma que tem no Brasil é por causa disso as pessoas não sabem o que é filosofia, não sabem, então o único modo de identificar é saber se o suficiente tem um diploma daquilo ou não. Então ao contrário das outras profissões que se definem pelo que elas fazem, a profissão filosófica se define apenas pela posse de um diploma, é um negócio absolutamente fantástico, quer dizer, o que consiste a filosofia? A filosofia consiste em ter um diploma de filosofia, a coisa inteiramente absurda, é surrealista, é um negócio de essa pergunta, mas exatamente o que é filosofia, o que faz um filósofo? As respostas são tão desencontradas e tão bobas que está na cara que os camaradas não sabem o que é, pelo menos não sabem expressar, eles podem ter tido a vivência, mas essa vivência não adquire a clareza, a firmeza e a estabilidade de um conceito. Então me pareceu que obter um conceito definitivo de filosofia, e valido, científicamente valido de filosofia, era uma urgência absoluta, e várias vezes esse tema retornou a minha cabeça até que eu fui descobrindo mais ou menos o método para chegar lá. É verdade que numa investigação filosófica você não pode ter um conceito de antemões de ter feito a investigação filosófica, porém aí há uma confusão entre a investigação e a sua exposição, em nenhuma investigação científica você pode ter a conclusão de antemão, você é primeiro precisa fazer a investigação, porém na hora em que você obtém a conclusão ela é perfeitamente expressável no início da exposição, não há problema algum. Então me parecia que esse raciocínio simulava um pouco aquelas figuras do Escher, da escada que emenda com ela mesma, quando chega no topo está subindo de novo. E essa confusão continua e é agravada pelo fato da fragmentação do campo filosófico, tão bem descrita pelo Wolfgang Steigmüller naquele texto que nós já lemos aqui do Livro da Filosofia Contemporânea, onde ele vai mostrando que o campo das discussões ele vai se dividindo de maneira tal que chega a um ponto onde não é possível um diálogo entre uma corrente filosófica e outra porque elas não estão falando da mesma coisa. Então isso é um fato, a gente verifica isso acontece e no próprio Livro do Steigmüller quando ele vai expondo as diferenças entre o que eles chamam de Filosofia Continental e a Filosofia Anglosaxônica etc. E o Marxismo, são os três grandes blocos que falava o Ferrater Mora em um outro Livro do Filosofia Contemporânea, que você tem um bloco continental, você tem um bloco anglosaxônico, você tem um bloco marxista. E de fato não há diálogo entre os três. Então logo me pareceu claro que se você quiser se obter um conceito da Filosofia você não poderia baseá-lo no conteúdo das doutrinas, porque elas eram tão incompatíveis que não se podia sequer armar uma polêmica entre elas. Mas aí vinha a famosa sugestão do Wittgenstein, que está muito certa, que é dessa Filosofia sobretudo uma atividade. Ela não consiste na doutrina acabada, mas ela é uma atividade. Muito bem, se ela é uma atividade, então deve ser possível definir essa atividade de tal modo que a definição se aplica a esses vários blocos por mais incompatíveis que eles sejam. Se é possível existir uma história da Filosofia é evidentemente necessário que algum traço essencial definidor da Filosofia tenha de ter permanecido ao longo de todos os tempos, quer dizer, aquilo que não tem identidade também não tem história. Eu não posso começar a minha biografia e dizer que de repente ela continua na biografia do Alessandro, da Rochane ou de outra pessoa, quer dizer, você pode fazer uma biografia porque você tem um sujeito que continua o mesmo. Você não sabe porquê, você não sabe onde está o elo de continuidade dele, se é um elo físico, metafísico, etc., mas que existe, existe. Quando você vai ler a vida da polêmica na parte, você não espera que no capítulo 3 salte para a vida de Julius César ou de Carlos Magno, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Então, a história de qualquer coisa, por exemplo, se você falar história do Brasil, fala bom, no minu, no minu, você tem uma unidade territorial, a história do Brasil, você prefere a coisa que é acontecendo dentro desse território, ainda que você não seja capaz de definir, essencialmente, o que é o Brasil, você tem uma referência territorial que permanece estável, no caso você dizia a história do Judeus, não tem unidade territorial, mas tem a unidade familiar, quer dizer, é um pessoal que foi gerando uns aos outros ao longo do tempo e tem uma linhagem familiar muito clara, então dá para você saber o que é o Judeus, ou se você, sei lá, ou ciganos, por exemplo, mesmo a coisa também não tem território. Então, toda a história pressupõe a unidade de uma essência que permanece por baixo de todas as suas transformações. Sem isso, a história da filosofia seria impossível, a não ser que você decida que o nome filosofia seja apenas uma convenção que você aplica a qualquer coisa que você não sabe o que é. Então, assim, sempre me parecia um escândalo que a atividade, justamente aquela atividade que contém como um dos seus elementos essenciais, o esclarecimento dos conceitos, não fosse capaz de fazer um conceito claro daquilo mesmo que ela está fazendo. Aí seria um negócio do caso de ferreira e espeto de pau, quer dizer. Então, a filosofia seria uma atividade que explica todos os demais conhecimentos, exceto ela mesmo. Mas isso é incompatível com o fato de que a maior parte dos filósofos diz que uma das principais atribuições da filosofia é definir-se a si mesmo, ou seja, ela não pode ser definida desde fora. Isso tudo é claro que coloca um problema inenso e, no meu simples desinteresse por essa questão, mostra que as pessoas que entram nesse estudo estão menos interessadas em obter uma compreensão da matéria do que simplesmente participar num certo meio social que muitas das pessoas se dizem filósofos. Então é claro que a primeira providência para se chegar a esse conceito de filosofia era examinar as várias mutações da identidade social da filosofia ao longo dos tempos. A filosofia corresponde a certas atividades socialmente reconhecidas, mas essas atividades não são as mesmas. Então uma breve história, de vez em vez de não ser uma história completa da filosofia, mas é só você assinar lá os momentos principais em que a identidade social da filosofia mudou radicalmente e esses momentos existem. Eu aqui assinalei quatro, primeiro você tem a Grécia Antiga, segundo você tem a Universidade Medieval, terceiro você tem a filosofia clássica, o tempo de Descartes e Leibniz e quarto você tem a filosofia moderna como atividade profissional em grande parte, mas nem sempre com atividade profissional. Então você ainda tem um certo conflito entre a filosofia como atividade profissional e como participação numa discussão pública, ainda existe esse problema, então tem quatro dividindo em dois na verdade. E o simples fato de você ter esses quatro ou cinco perfis diferentes da filosofia ao longo da história mostra que a filosofia não se identifica com nenhum deles e não precisa de nenhum deles e deve poder ser definida por baixo ou para além deles, ou seja, qual é o elemento constante que continuou existindo e permitindo que os filósofos reconhecessem uns aos outros por trás da imensa variedade, não só das suas orientações, das suas filosofias pessoais, mas da sua própria identidade social. Nós vemos por exemplo que houve um certo diálogo, talvez o diálogo principal do século 18 entre Newton e Leibniz. Nós sabemos que os dois inventaram o cálculo infinitesimal quase que ao mesmo tempo, independentemente, os dois inventaram. Os dois têm contribuições absolutamente formidáveis a várias ciências e os dois tinham concepções filosóficas e existe ali toda uma parte, uma colaboração, uma parte, um confronto, mas qual era a identidade social desses dois personagens? Um era um professor universitário que era Newton. Esta aqui Newton era um professor de Oxford. E um membro da Royal Society, porque a Royal Society não é uma organização universitária, mas ele tinha uma identidade profissional muito clara. Eu posso dizer que Leibniz não, era de profissão, ele era simplesmente um diplomata que viajava daqui para lá. Nunca foi professor de parte alguma, era apenas um escritor independente que fazia as suas investigações por conta própria, que as publicavam. Então você já tem simultaneamente duas identidades profissionais, as duas reconhecidas como igualmente filosóficas. Nunca ninguém foi cobrar de Leibniz, mas aonde você leciona? Então, por baixo de todas essas diferentes identidades profissionais, o que exatamente continuam? Então nós vemos assim, qualquer que seja o conteúdo da filosofia do indivíduo, ele é expresso de algum modo, ou realmente como Sócrates, ou como Petretuzer, ou deu aulas a respeito. Existe um registro dessas aulas, ou seja, uma recordação das aulas, mesmo que o senhor não tenha feito uma postila para contar próprios alunos, pode ter anotado, como é o caso do Fernando Inácio, o livro dele Curso de Linguística Geral, ele nunca escreveu aquilo, só anotações de 20 alunos, anotações até desencontradas, montaram o livro. Ele deu as aulas afinal de conta, ou então ele escreveu livros e publicou alguma coisa em revistas acadêmicas ou em qualquer outra, em qualquer outro tipo de publicação, nós temos por exemplo o caso do Willem Flusser, que é um grande filósofo, ele viveu no Brasil, o Checo, ele deu o Checo, viveu no Brasil muitos anos, ele nunca publicou. Embora ele desce a aula numa faculdade, quer faculdade alvaro-penteado, ele dava a aula na faculdade de artes, não de filosofia, e toda a filosofia dele foi publicada de artigos no Estadão, mas ele publicou, então algum meio de comunicação existe. Nos entro séculos XVI e XVII, como nós podemos ver depois com mais detalhe, um elemento importantíssimo de expressão da filosofia foram as cartas, tem correspondências imensas, Newton com Clark, Leibniz com Clark, Descartes com Merceni, assim por diante, a obra Descartes, por exemplo, a maior parte delas são cartas, ela tem aqui, sei lá, 10 ou 2 volumes, e eu acho que todos 4 ou 5 são só cartas, ele não criou nenhum livro de 4 volumes, 4 volumes de 1000 páginas, mas as cartas formam 4 volumes de 1000 páginas, então as cartas também são importantes, muito bem, então você vê que além de a filosofia ter uma variedade de identidades sociais possíveis, ela tem uma variedade de formas de expressão, e portanto de documentação possíveis, uma grande parte dessa documentação é simplesmente feita de pessoas que ouviram o sujeito falar e anotaram como acontece no Petri Tuzer, ele publicou muito pouco, escreveu muito pouco, mas muito se conhece do pensamento dele, pelo que as pessoas ouviam, não em aulas, mas em conversações informais, até na cadeia, tem coisas que, existem muitas coisas que os seus alcolunos que estão presos junto com ele, notaram ali na cadeia, até até um episódio engraçado, quando ele reuniu um monte de presidários, assassinos, ladrões, estupradores, e estava explicando para eles a diferença entre a filosofia de Yaspres e a de Husser, e os alunos olhando de longe, mas por que que você fez isso, por que você foi explicar isso para eles? Então, algum dia alguém tinha disclarecido essa questão, então, essas várias formas de expressão e documentação, formas de registro da atividade filosófica, pelo simples fato de elas serem tão variadas, nós chegamos com relação a elas, a mesma conclusão que nós tivemos com as identidades sociais, nenhuma delas é essencialmente necessária a filosofia, então isso quer dizer que não é próprio do filósofo, ele escrever nem tratados, nem cartas, nem artigos de revistas e nem mesmo livros, porque ele pode fazer qualquer dessas coisas e isso será absolutamente indiferente, portanto a filosofia é compatível com inúmeras identidades sociais diferentes e ela é compatível com inúmeras formas de registro diferentes, ela é compatível com as várias identidades e compatível com várias formas de registro, o que significa que nenhuma dessas identidades e nenhuma dessas formas de registro é essencial, todas podem ser trocadas a qualquer momento, então é evidente que não é nem nas identidades sociais nem nas formas de registro que nós temos de procurar o elemento constante da filosofia, você tem que se dar algo que está por baixo, mas aqui é o ponto crucial, se as formas de registro são indiferentes à essência da filosofia, isso significa que para uma filosofia ser filosofia ela não precisa ser registrada de maneira alguma, viu quando se completa a atividade filosófica, quando você pode dizer que a atividade filosófica foi realizada no momento em que ela foi escrita, não, acabamos de ver que a forma de escrita não determina a essência da filosofia, ao contrário a forma de escrita é variável, portanto chegamos à conclusão que a filosofia é uma atividade que se realiza inteiramente na consciência do filósofo e que depois se manifesta e se expressa oralmente ou por exemplo escrito através de estimus e terceiros ou de qualquer outra maneira, mas esses registros não são a atividade filosófica propriamente dita, uma prova secundária que pode ser alegada em favor disso é que nem sempre os filósofios que são mais importantes são os melhores escritores, se você pegar por exemplo os originais de Aristóteles, eles são horríveis porque eles são apenas rascunhos, é tudo uma coisa desforma, quebrada, desencontrada, se você pegar o filósofo do tempo do idealismo alemão, ou pegar um século XIX, para você pegar outro Schopenhauer, Schopenhauer é um grande escritor, Schopenhauer e Nietzsche são grandes escritores, eu digo mas e o Kant? o Kant escreve horrívelmente, ele simplesmente não sabia se explicar, ele apelava sempre vamos dizer a demonstração muito complexa nas quais ele mesmo se perdia no meio e é só você tentá-lo e o Kant você vê, esse cara podia ter facilitado as coisas, podia ter escrito de uma maneira melhorzinha mas ele definitivamente não é um grande escritor e na verdade não é um escritor de maneira alguma, é um filósofo, um professor, mas quando você compara por exemplo a elegância dos escritos René Descartes, que é um clássico da língua francesa, e você compara por exemplo com os escritos do Jacobin, que é um filósofo que teve ideias, aptulas mejeniais, mas que escreve uma língua praticamente incomprensível, cheia de alusões herméticas, etc, fala como pode ser que essas duas coisas sejam a mesma, elas são a mesma porque elas divergem no modo de expressão e de registro, mas o modo de expressão e de registro não é a atividade filosófica, isso é assim mesmo no caso de um sujeito que pensasse por escrito, que existe um caso que é o Edmond Russell, Edmond Russell sabia taquigrafia, isso quer dizer que ele escrevia na velocidade o que ia pensando, é uma coisa quase impossível para quem não sabe taquigrafia, então ele escrevia pensando, mas isso quer dizer que o registro que escrever era o pensar, fala não, de maneira alguma, não é possível que ele escrevia esse primeiro e pensasse depois, na hora que ele coloca a frase ela tem que estar pensada na cabeça dele, então daí concluimos uma coisa absolutamente acachapante, a atividade filosófica é puramente interior, tudo mais são expressões e registros e manifestações externas, isso quer dizer que o sujeito que pensasse profundamente sobre problemas filosóficos e nunca contasse nada para ninguém, ele teria realizado a atividade filosófica tão perfeitamente quanto o mais conhecido e lido dos filósofos universais, talvez seja de cara do filósofo que mais pessoal lê, o Platão, então o sujeito ta lá totalmente desconhecido e no entanto ele é um filósofo, tanto que há filósofos que só foram lidos dois ou três séculos depois de morrer, como o jambatista Vico, por exemplo, e acaso como o nosso Mario Ferreiro do Santos que raramente escreveu uma linha, tudo que se publicou dele são transcrições de fitas muito mal feitas, e pode-te dizer que ele não realizou a atividade filosófica porque ele não completou os seus textos, ou que Petretuzia não filosofou porque ele não escreveu nada, ou porque talvez o... até o pessoal chama o Saint Martin, ele filósofa anconi, quer dizer, é um filósofo desconhecido porque era esotérico, então existe até mesmo essa expressão, então, quantos filósofos anconi existem no mundo? Não sei, é impossível, assim como existem santos desconhecidos, quer dizer, o sujeito que tem tantas virtudes, fala com Deus, Deus o abençoou de maneira especial, mas ninguém ficou sabendo, o cara nunca foi canonizado nem nada, isso é perfeitamente possível, é a própria igreja reconhece que eles existem, então, do mesmo modo, se a filosofia se perfeita, se completa inteiramente na esfera interior, mesmo que não haja registro algum, tá certo? Então, a história da filosofia é a história dessa atividade interior, tal como ela foi documentada. O que que se procura quando se lê livro de filosofia? É a atenção exclusiva ao texto? Não, nós tentamos pegar o que é a conexão interior, que às vezes está mal documentada nos textos, você vê que em alguns filósofos a exposição é totalmente sistemática, quer dizer, eles tentam fazer com que a ordem dos seus escritos corresponda a ordem do seu pensamento, como o Canto, por exemplo, quando o Canto faz uma crítica errazão pura, que é errazão prática, crítica do riso, prolegómetro da metafísica e a futura, etc, ele está despondo os seus escritos na ordem das grandes divisões da temática filosófica, tal como ele é compreendente. E existem outros casos que não é nada disso, você pegar o Abrilibus, o Abrilibus é constituído de cartas, de fragmentos, de escritos não terminados, e você vai dizer que a filosofia de Abrilibus é menos ordenada interiormente do que a de Canto, é claro que não, a filosofia de Abrilibus tem uma ordem interna maravilhosa, talvez seja o filósofo mais organizado que existe, embora os escritos serem totalmente desorganizados. Como é que sabemos que a filosofia é organizada? Porque por trás dos escritos você tenta pegar a conexão interna do pensamento do filósofo, de nota e bem do pensamento. E esta unidade interna, ela por si mesma não está documentada nos escritos, isso quer dizer que você tem de penetrar para você dizer no mundo interior do filósofo para compreender. Ou seja, além por baixo daquilo que ele disse, que ele explicitou, existe uma conexão que ele estava enxergando e que ele não expressou de maneira alguma. Quando eu fiz o meu estudo sobre Aristóteles, o negócio dos Quartes Cursos, eu me vi exatamente diante desta situação. O Aristóteles não escreveu nenhuma teoria dos Quartes Cursos, ele simplesmente escreveu lá, deu umas aulas, escreveu um negócio sobre a poética, reeptórica, a dialética que eu levo dos tópicos e a lógica que eu chamava analítica, analítica, esse é o que ele fez. Mas eu lendo aquilo, eu vi que existem princípios comuns. Eu vi que existe uma ordem que conecta uma com a outra e com a outra e com a outra e com a outra e com a outra e como se fosse um árvore que vai. Eu falei, oh, morrais, mas se eu percebi isso nos escritos que o Nego deixou 2.400 anos atrás e que são inscritos fragmentários, é impossível que ele próprio não tivesse percebido. Então, esta conexão entre as quatro disciplinas que tratam do órgão, não é? Ela tinha de estar consciente para o próprio Aristóteles, senão ele não conseguiria fazer o que fez, mas ele não deixou uma só linha sobre esta conexão. Então eu vou expressar esta conexão mostrando algo que Aristóteles não escreveu, mas que ele tem de ter pensado para poder escrever o que ele escreveu. Então, toda e qualquer interpretação de texto filosófico é isto. Você está indo do escrito para uma coisa que não está escrita e se não está escrita aonde estava, na consciência do filósofo. Então é ali que se realizou a obra filosófica e não no escrito. Então acompanha-te. Então este é evidentemente o primeiro passo para definir a filosofia. A filosofia em si mesma é uma atividade interior, é uma atividade de reflexão e de intensificação e por assim dizer, de organização da consciência. Então primeiro damos isso por assentado, eu acho que isso aqui é absolutamente irrefutável, não tem como quebrar isto aqui. Feito isso nós podemos perguntar. Então é uma atividade interior, mas que ela se destina? O que ela está procurando? E aí nós vemos que não é possível responder a isso pelo conteúdo das doutrinas filosóficas e nem mesmo pelo seu assunto, porque os assuntos diferem. Você vê que as perguntas filosóficas não permanecem as mesmas. Eu prefiro essa chica aqui que é mais pequena. Então os temas são completamente diferentes. Já no começo da filosofia você vê isso aí. Você vê que os primeiros filósofos chamados pré-socráticos, eles estão interessados praticamente só numa pergunta de que é feito o mundo. Isso é só que se nunca fez essa pergunta, ele levanta perguntas completamente diferentes o que é justiça, o que é o bem etc. etc. Ele está interessado sobretudo em filosofia moral e política. E quando Aristóteles coloca de novo a mesma pergunta dos pré-socráticos, já é de uma maneira tão, tão, tão, tão diferente que certamente não é o mesmo assunto. Se você procurar hoje, alguns tratam ainda da pergunta pré-socrática, do que é feito o mundo. Por exemplo, se o jeito escreveu, uma filosofia da física quântica. Ele está ainda tentando responder a mesma coisa, qual é a matéria do mundo. Mas a maior parte dos filósofos não trata absolutamente disso. Eu li, por exemplo, a obra inteira do Eric Virgle não encontrei nada disso. Eu li a aula quase inteira do Bernadolone, eu não encontrei nada disso. Mas se eu leio Alfred Whitehead, eu encontro. Porque ele era um cientista também, então ele fazia um tipo de filosofia da ciência que tentava dar alguma resposta a essa questão. Então quer dizer, não existe esse negócio de questões filosóficas permanentes. As questões filosóficas também mudam. Então, oh, raios, eu não posso encontrar a unidade de proposta da filosofia nem nas doutrinas e nem mesmo nos assuntos aonde que eu devo encontrar na própria atividade. Então, quando o Virgle percebeu que a filosofia era uma atividade, ele percebeu instantaneamente que era uma atividade interior. E daí ele fez aquela famosa piada sobre o livro dele Tractatus. Ele disse que se compõe de duas partes. Uma é essa que foi publicada e a outra que não foi escrita nem será. E essa segunda é a mais importante. O que ele quer dizer com isso? A filosofia é uma atividade interior, eu só registrei uma parte dela. A outra, até para ser coerente, ele não podia expressar porque ele achava que se tratava de uma sabedoria muda. Então, se a sabedoria muda era a parte mais importante da obra filosófica do Wittgenstein, então obviamente o mais importante é a atividade interior e não o seu registro. Eu acho que dos filósofos do século XX, nenhum estava tão consciente disso com o tamanho clareza quanto o próprio Wittgenstein. Isso aí, aliás, arruinou a vida dele. Esse negócio da fé muda, como chama, fé sem palavras. É uma ideia louca, mas ela expõe uma, ela apõe, mostra uma verdade profunda de que a filosofia é uma atividade e ela é uma atividade interior. Se a filosofia é essencialmente uma atividade interior, ela difere radicalmente de qualquer outra atividade humana. Por exemplo, você imagina uma ciência física que seja puramente interior. Ela não pode ser, porque a matéria dela está colocada fora do ser humano. Você está estudando a constituição material das coisas. Isso não é interior de maneira alguma, você tem que lidar com a matéria. Você imagina um estudo de medicina que fosse puramente interior, quer dizer, o médico só pensa na sua cura, mas não faz nada para curá-lo. Você pode dizer que o essencial da medicina é a descoberta do tratamento? Eu falo, não. É a aplicação do tratamento. Mesmo porque, se ele não aplicar, não vai saber se o tratamento funciona. A própria ideia da medicina experimental, se ela é experimental, ela não pode ser puramente interior. Isso não existe uma arte puramente interior, ele pensou em um quadro, mas não pintou o quadro. Pensou na música, mas não compôs a música. O sujeito chega lá e é a brincadeira do John Cage. Fez uma música, faz 4 minutos 33 segundos. Ele senta no piano e fica 4 minutos 33 segundos em total silêncio. Isso é uma agosação? Sim, mas é uma agosação que esclarece algo da música. Se a música não é composta, ela simplesmente não existe. A música não é uma atividade interior. Então vamos supor. Um músico que tivesse composto na cabeça dele simfonia esse conceito mais maravilhoso do mundo e registrou uma linha, nunca tocou nem nada. Ele seria um músico de jeito nenhum. Quer dizer que em todas essas atividades, a expressão material faz parte delas e na filosofia não faz. Então acompanhando isso aqui. Então nós temos não somente um traço definidor da filosofia que mostra o que ela foi permanentemente ao longo de 20 e tantos séculos, por baixo de todas as suas mutações externas, mas também aquilo que é a diferencia de toda e qualquer outra atividade humana. Né isto? Então é claro que o passo seguinte. Com isso nós já chegamos a uma conclusão que tem consequências absolutamente portentosas. A primeira é a filosofia não é uma profissão, nem pode ser jamais. Ninguém vai pagar para você pensar e não contar nada para ninguém. Não existe esta profissão. Portanto, o que se é uma profissão filosófica não é o exercício da filosofia, mas algumas das suas formas de expressão. O jeito é pago ou porque ele escreveu um livro ou porque ele deu uma conferência ou porque ele deu aula, ou seja, é a expressão material da filosofia que pode ser profissional ou não. Mas a filosofia em si mesmo não tem como ser uma profissão jamais. Justamente por não ter como ser uma profissão é que ela pode se expressar através de mil identidades sociais diferentes. Inclusive, ela pode ser exercir sobre a aparência de outras atividades profissionais. Quando você lê, por exemplo, Horderlin ou o próprio Fernando Pessoa, você diz, oh, raios, isto aqui é poesia ou filosofia? William Blake, isto é poesia ou filosofia? Quer dizer, o surreque filosofou e ele expressou aquilo poeticamente. O que não quer dizer que não haja uma conexão racional filosófica muito profunda ali dentro. Se você procurar, você acha. Então a pergunta seguinte é qual é o objetivo? O que é que eles estão buscando? Porque esta pergunta tem que ser respondida de tal modo que a resposta abranja e seja compatível com todas as filosofias, as mais diferentes do universo. Então você pega o poesia, aqui nós temos Bertrand Russell, ali nós temos Wittgenstein e por trás dele temos o Nietzsche. Você tem um sujeito que escreve o tempo todo, tenta se explicar nos mais mínimos detalhes e publica uma centena de volumes, tudo explicadinho. Do outro lado tem o sujeito que escreve por refusões poéticas quase incompreensíveis e você tem um terceiro que prefere ficar quieto. Me deu muito bem. Nós podemos encontrar uma definição que abranja esses três casos. Eu vou deixar essa questão parada por enquanto. Você já sabe qual é a resposta que eu vou dar, você só não sabe como eu encontrei e vou explicar depois. Eu vou parar isso e ler aqui alguns pedaços do livro que eu estou preparando. Eu acho que na aula pré-trazada, talvez você possa me informar através do chat. Eu cheguei a ler um trecho que se referia à concepção de universidade do Wilhelm von Rumbolt. Sim ou não? Eu não pergunto se eu falei sobre isso, mas se na leitura que eu fiz eu falava disso. Então, se alguém me responde aqui. Alguém responde aí? Sim senhora? Sim. Muito obrigado. Vou fazer outra pergunta. Eu cheguei a dizer como as limitações da concepção do Humboldt sobre as universidades chegaram a afetar o mundo anglo-axônico, Cambridge, Oxford. Falei disso ou não? Ou você li a respeito disso ou não? Alguém aqui disse que eu mencionei mas não li. Então eu vou voltar atrás, qualquer maneira eu vou ler esse pedaço aqui. Se eu já li você me desculpe aqui. Quanto a segunda pergunta, resposta? Não, então muito bem. Então vamos lá. Aqui isso corresponde ao parágrafo 10 do livro. Não foi só na Alemanha que a redução da filosofia a uma profissão universitária, guiado pelo ideal da ciência, trouxe como resultado a impotência de reagir à invasão das ideologias de massa. Exatamente o processo que eu estou descrevendo aqui e que é tão bem assinalado e descrito pelo Erick Vögerin com relação a a Universidade Humboldtiana, que ele inclusive é a responsabiliza pela inermidade da intelectualidade do universidade alemã, ante o nazismo e o comunismo. O mesmo aconteceu na Inglaterra, nos Estados Unidos e em menor medida já veremos porque na França. O processo remonta à criação da filosofia analítica por George Moore, Burton Russell, Alfred North, Whitehead, Ludwig Wittgenstein e Rudolf Karnapp. A ideia inicial era dar à filosofia o rigor de uma ciência, mas por meio de um artifício que hoje parece resivelmente simplório. Reduzir todo o conhecimento a proposições atomísticas que oferecesse uma adequada aspas, reconfiguração lógico formal dos dados dos sentidos. Tudo o que não coberce nessa fórmula, exceto as proposições puramente formais que não versassem sobre objetos, mas apenas sobre relações lógicas, era condenado como desprovido de significado. A filosofia reduzia-se assim à análise da linguagem para limpar a de pseudo-problemas que haviam atormentado em vão os infelizes antecessores da filosofia analítica ao longo dos milênios. Russell chegou a escrever uma longa história da filosofia ocidental, onde trata dos grandes filósofos do passado com um sorrisinho de superioridade no canto da boca, o que não impede que alguns de seus capítulos, aquele sobre reggae, anotadamente, provem apenas que algumas ideias daqueles filósofos eram superiores na capacidade de compreensão do autor. Não sei se por falta de sensibilidade literária ou ânsia de regulamentar o cosmos, não ocorreu aos proponentes da teoria analítica, que nunca um fato pode ser diretamente traduzido numa proposição atomística, sem passar por várias mutações e adaptações na esfera do imaginário. Muito menos chegaram a notar que não existem dados dos sentidos, como matéria de percepção imediata, mas apenas coisas e processos complexos, a começar pela presença total, que se refere a Luíla Velho, que só se reduce a dados dos sentidos por análise expost facto. Ou seja, não é que as suas percepções se compõem de dados dos sentidos, ninguém nunca percebeu um dado dos sentidos. Você percebe alguma coisa que está acontecendo, a presença de um íntegro qualquer, uma mudança atmosférica, processa enormemente complexo e depois, por análise, você os decompõe, aqui havia uma percepção x mais outra mais outra, então você decompõe aquilo analiticamente em dados dos sentidos. Quer dizer, dados dos sentidos não são uma matéria-prima que se ofereça para você como um dado imediato, não, eles são o resultado de uma análise. O que é imediato é a percepção de seres, coisas, estados etc. Todos eles sempre compostos, por exemplo, você já ouviu algum som puro, não, se você ouviu o som você estava em algum lugar, então alguma sensação espacial você também teve ao mesmo momento. Basta isso para você ver como é que você distingue o que era o som, do que era a circunstância espacial na qual você estava. E segundo, este som não tem nada a ver com o quadro espacial em torno, é claro que tem, porque você tem o problema da distância, da ressonância etc. Tudo isso dependendo do espaço. Então tudo isso vem junto e você separa mentalmente, isso quer dizer que os dados dos sentidos não são separados, eles são distinguidos, ex post facto, distinguidos por análise. Então isso quer dizer que para você fazer uma proposição atomística, você tem que pegar um quadro complexo dos dados dos sentidos, decompolo mentalmente, separar o que você imagina ser nos dados dos sentidos, e aí você compõe a afirmação atomística, ou seja, há uma distância enorme entre uma coisa e outra. Ora, isso quer dizer que de tudo o que você percebeu, o que é expressável em proposições atomísticas é um fragmento irrisório. O resto não é expressável. Então, quando você diz assim, eu fui ao teatro municipal, isso é uma proposição atomística. Então, suponhe-se que cada um desses termos corresponde, lógico, formalmente, a um aspecto dos dados dos sentidos disponíveis. Mas você imagina quantos dados dos sentidos você obteve desde que você saiu de casa até que você chegou no teatro municipal. É uma multidão. Portanto, e esta afirmação não corresponde a dados dos sentidos. Por trás dela, uma imensidão de dados dos sentidos que não entram nela. Então, ela representa uma seleção, uma abstração. E pergunto eu, se era possível você chegar a alguma conclusão importante ou válida analisando a frase, eu fui ao teatro municipal sem você levar em conta todos os outros dados dos sentidos que não estão contidos na frase? Absolutamente não. Portanto, você não basta analisar a frase, você precisaria analisar a experiência real. E daí você partiu para a análise da frase. Partindo do princípio de que a frase expressa uma experiência real, nós de antes analisar a frase, você tem que analisar a experiência real primeiro. Que, portanto, reduzir a filosofia analisada da linguagem era saltar sobre a análise da experiência propriamente dita e lidar apenas com palavras no dicionário ou reconfigurações lógicas dos fatos, em vez dos próprios fatos. Os fatos estão sempre em aberto. E eles são acessíveis, não à nossa linguagem, mas à nossa memória. Quando você diz uma frase que resume es schematicamente, uma experiência complexa que você teve, a experiência complexa está na sua memória ainda. E a frase não a contém inteira. Essa frase só se torna compreensível para uma pessoa que teve experiência análoga. Portanto, a comunicação se dá num nível que ultrapassa enormemente o alcance da frase. E aí a minha famosa tese o mundo é o mediador de toda a linguagem. Nós nos entendemos porque nós estamos no mesmo mundo, meu Deus do céu. E não porque a linguagem esteja estabilizada, esclarecida em todos os seus pontos. A linguagem jamais será esclarecida e estabilizada em todos os seus pontos. Isso não é possível fazer. Porque a mídaga o tempo passa, as experiências mudam e as nuances das palavras também mudam. Está certo? Então vamos lá. É verdade que após o anúncio triunfal do programa analítico, Russell e Wittgenstein voltaram atrás muitas vezes tentando atenuar os exagero da proposta. Ou no caso de Wittgenstein, revertirem 180 graus o sentido que a massa de seus leitores, inclusive o prefaciador Bertrand Russell, dava as testes dos seus tractatos. Bertrand Russell interpretou tractatos exatamente no sentido da filosofia dele, quer dizer, filosofia analítica em seu estado público, por acender. E Wittgenstein depois disse, não, não é nada disso. Você não me entendeu, porque eu não estou depressando como carente de sentido, tudo aquilo que não se pode expor em proposições analíticas, eu estou dizendo isso ao contrário, ser que justamente aquilo que não cabe nas proposições atomísticas, é o mais importante. Esse aliás, um dos episódios mais reveladores da história da filosofia analítica. O livro destinado a eliminar de vez as ambiguidades da linguagem, e a nada menos que Aspas trazer a solução final de todos os problemas essenciais da filosofia, a expressão do Wittgenstein, era ele próprio, Aspas era uma expressão do Stephen Toman, um dos livros menos autoexplicativos já publicados. Um enigma, um Romain Cliff, Romain Cliff é uma das que se refere a personagens reais não nomeados, que você tem de descobrir a chave, como por exemplo o livro Windstaffthouse, Malachy Martin, é um Romain Cliff, quer dizer, os personagens são todos reais, mas estão botados com outro nome, então você tem de descobrir. Um Romain Cliff, ao qual eleitou, pode trazer qualquer uma de duas interpretações diferentes. É isso. E bom, o Wittgenstein pode até ter trazido a solução final de todos os problemas essenciais da filosofia, mas ele não falou nada a respeito. Os pressupostos da escola resultavam em expelir do mundo do conhecimento sério os temas tradicionais da filosofia religiosa. O tractato seguia rigoramente a sua orientação, que filhava a escola a linguagem positivista, mas vendo que o livro era assim interpretado, Wittgenstein protestou, afirmando que justamente por serem absolutamente indizíveis, os conhecimentos espirituais eram os mais importantes e valiosos. Chegou a dizer, e não totalmente de igualização, que o tractato se compreende de duas partes, uma publicada, a outra jamais escrita, sendo esta mais importante. De fato, se tudo o que não pudessem ser expresso em proposições atomísticas não deveria ser dito de maneira alguma, que é a conclusão dos tractatos, só restava ao filósofo discursar sobre palavras ou ficar quieto. Nós vimos análise da linguagem, não é análise da experiência. Para analisar a experiência você precisa recorrer a elementos que não estão conservados nas palavras, mas na memória, nos sentidos, etc. e considerados diretamente e não na sua expressão verbal. É, discursar sobre palavras ou ficar quieto, foi isso que Wittgenstein fez a vida toda. Quando rompendo o convoto de silêncio, ele abria a boca para dizer algo sobre a religião e a espiritualidade, era um coisa de uma ingenuidade atroz. Diz ele, só o cristianismo é um caminho seguro para a felicidade. Dizia ele, ao mesmo tempo que mostrava despreza toda a religião organizada. Mas ele perguntou, o que é o cristianismo sem sacramento, que é o que o presupõe ao menos um pouco de organização? Quer dizer que cristianismo era isso. Quando se investiga mais um pouco, diz que a religião que deslombrava o filósofo era apenas o cristianismo sentimento a loida de Leon Tortoy. Tortoy publicou um livro sobre o cristianismo e faz a sua própria interpretação totalmente erética do cristianismo. E no fim fica tudo reduzido, vamos dizer, um sentimento interior, uma vaga impressão, ou como dizer, uma festa em palavras. O que é uma festa em palavras? A festa opõe alguma afirmação no qual você acredite, meu Deus do céu, ou alguém algo cognosível no qual você acredite. Então uma festa em palavras é de fato uma contradição de termos. Se os resultados dessas revisões e autonegações sucessivas foram sempre de uma inconclusividade angustiante, isso não bloqueou, mas antes fomentou a expansão da escola analítica na Galaterra dos Estados Unidos, fornecendo um estoque formidável de problemas lógicos, cabeludos e provavelmente insolúveis, capaz de alimentar inumeráveis departamentos universitários, revistas acadêmicas e congresso de filosofia por muitas décadas. Quer dizer, a filosofia se torna fértil, não porque ela explicou alguma coisa, mas eu também estou contando, porque ela não explicou nada e levantou um monte de problemas, esses problemas restam aí, e aquilo pode de fato alimentar inumeráveis discussões enquanto você tem matéria para discussão. Bom, saem daí cursos, livros, tesis, filosóficas, artigos de revista acadêmicas e etc. Isso continua até hoje. A bibliografia da filosofia analítica hoje é a daquilo que a gente tem, isso continua até hoje. A bibliografia da filosofia analítica hoje é absolutamente inabarcavel. A redução da filosofia analógica trazia consigo, é claro, o compromisso da mais estreta neutralidade científica. Isso implicava, ou a total abstinencia de pensar sobre temas morais e espirituais, ou a sua redução a algum tipo de abordagem materialista, acessível ao sentido. Rousseau acreditou em encontrar a solução ao reduzir a moral, a religião e a espiritualidade, em geral, expressões do desejo, porque ele pega a noção do desejo e faz o conceito fundamental de toda esta área do conhecimento. Encerrando assim, na esfera da imanência humana, e repetindo, sem saber, a fórmula humbultiana, que as catalogava como ideais, fica ideal. É uma coisa que você quer, um desejo, enfim das contas, eu quero que as coisas sejam assim. Então, se a noção de se tudo conta elementos da espiritualidade, da ética, da moral, etc. pode ser reduzido a questão de ideal, então pode ser reduzido a questão de desejo. Só que o desejo é um fenômeno imanente ao ser humano, ele acontece dentro do ser humano, na esfera do ser humano, e ele nada nos diz sobre a existência ou a inexistência do objeto desejado. Eu não posso, examinando só o desejo que uma pessoa tem, saber se aquilo que ela quer existe. Para isso eu precisaria investigar algo que vai além dela. Portanto, se a religião, a moral, etc., são estudadas apenas sobre a esfera do desejo, elas têm de ser estudadas de tal maneira que faça abstração da existência do objeto. E é claro que isso nos deixará na eterna dúvida se esses objetos existem ou não. Tanto quanto o modelo de humbult, o programa analítico favorecia a instituição da filosofia como carreira universitária, altamente regulamentada e uniformizada, dotada, además, do poder de expulsar do seu recinto, o que quer que não atendeça as exigências de uma filosofia científica. A mistura de sublimismo científico e rigidez burocrática foi o canal pelo qual a fraqueza da Universidade Alemã, antes ideologias de massa, chegou à Cambridge e Oxford. Alfred Whitehead sob esse aspecto escapa ao nosso campo de investigação, porque logo rejeitou o categoricamento do projeto analítico e se empenhou em defender o estatuto da ferralgiosa como conhecimento. Então, o Whitehead sai do nosso estudo nesse momento. Contra os outros, Russell, pessoalmente, nunca foi um nerd perdido entre as suas matemáticas, alheio aos problemas do mundo histórico e social. Ao contrário, dificilmente se encontrará algum desses problemas, sobre o qual não nos tenha concedido generosamente a sua opinião. Apenas essa opiniões, sempre redigidas num estilo que simulava a perfeição do equilíbrio do bom senso, variavam de extremo a extremo com perfeita insensatez. Após ter odiado os comunistas ao ponto de sugerir com total candura um bombardeio atômico preventivo da União Soviética, ele encerrou seus dias como um dos mais devotados servidores da propaganda soviética, qualificando por presidente John Kennedy mais maligno que Hitler e exigindo e dizindo o desarmamento nuclear unilateral do Estados Unidos. Essa é exatamente a propaganda soviética na época, você fazer campanhas contra a bomba atômica no Ocidente, de modo que você demonizasse as pesquisas sobre o bom batômico só no Ocidente. Então a União Soviética ficava imune a essa campanha, não havia campanha similar nenhuma na União Soviética. Então era realmente a exigência do desarmamento unilateral. E ao lado do notor agente soviético Wilfred Burschett prestando seu papel de presidente de um grotesco tribunal dos crimes de guerra dos Estados Unidos, subsidiado pelo governo comunista de Hanoi. Quer dizer, fomos tribunal rossos, era dinheiro que vinha do Hanoi, do governo comunista, do Rochimim. Quer dizer, como é que o jeito começa com uma ideia tão louca e termina com a ideia mais louca, do mesmo jeito? O lado ele quer bombardear o nosso oviético, quer dizer, o União Soviética voa pelos ares preventivamente, não vamo só tomar bombardeando todo mundo, acaba o comunismo, ótimo. E depois ele quer que o Estado desarmem o unilateralmente, deixando só o União Soviética proprietar de bombas. Agora, ele escreve num estilo que parece muito sereno, equilibrado e sempre de bom senso. Então se você se deixa eludir pelo estilo e não diz, vamos ver a substância do que ele está dizendo, dá impressão que ele está com a cabeça no lugar mesmo, quando ele está completamente doido. Mais patético, ele deu o caso de Rudolf Karnapp, este sim autêntico nerd apolítico, vagamente progressista, que se deixava enredar em tudo quanto era a organização de fachado do Partido Comunista, até ir aparentemente ser em culpa nos arquivos do FBI com o possível agente soviético. O cara nunca foi agente soviético, nunca foi nem comunista, mas tudo que eu até apocaria aqui, ele assinava e acabou havendo uma suspeita injusta em torno dele de ser um agente soviético. Quer dizer, era um bobo mesmo, era um nerd, ele ficava lá com as suas abstrações matemáticas, totalmente desarmado ante o mundo real. Exatamente o problema da universidade do Humboldt como explicou o Eric Vogue, né? De Victor Einstein, só se sabe que sem ser comunista em ideologia, admirava Stalin e sonhava em eleicionar na Universidade Kazan. Circula pelo mundo de um hipótese razoável, mas não inteiramente comprovada, de que ele traiu a confiança britânica, descifrando os códigos navais nazistas, mas entregando-os aos soviéticos e não ao governo da nação que o hospedava. É um tal de Kimberley que escreveu um livro, o Judeu de Linus, e ele lança essa hipótese a respeito do Victor Einstein. É bastante razoável, mas não foi provado. Mas há dois outros aspectos pelos quais a filosofia analítica, nascendo no grupo de Herodito de Cambridge, denominado Os Apóstolos, abriu o flanco à influência comunista. O grupo viria a tornar-se o abrigo de um perigoso núcleo de espiões soviéticas para os trentas do século XX, o que evidentemente não aconteceria se não fosse um ambiente propício para isso. De outro lado, Os Apóstolos eram em grande parte um circo de homossexuais, incluindo Victor Einstein, Sérgio Menaer-Kins, talvez o próprio George Moore, e com certeza, os espiões Guy Burgess e Anthony Blunt. Anthony Blunt era o importante estorador da arte, que foi desmascarado como espião com as suas 80 anos de idade, depois que ele já tinha feito todo o serviço. O Burgess não foi mais cedo. Ele e o Kim Philby. Hoje em dia é difícil duvidar a importância da homossexualidade nas medidas diretas da inteligência soviética contra o ocidente, o Império Britânico em particular, de um lado como armas de xantagem, que a KGB sempre usou com liberalidade. A KGB tem um monte de ficha de gay para saber que se eles puderam ser xantagiados a qualquer momento. Naquela época, se gay não era bonito como hoje, hoje você não vai xantagiar o Jean-Louis Witte, dizendo que você faz o que quer, se não eu conto para todo mundo que você é gay. Naquela época isso funcionava. De outro lado, como um instrumento da ofensiva cultural, que, ao contrário do que os legos no assunto imaginam, não começou com o Antonio Grampus, mas remonta aos anos 20 sobre o patrocínio direto de Stalin. Parece perfeitamente aceitável a tese do erudito gayzista David Richards no livro The Rise of Gay Rights and the Fall of the Breach Empire de 2013, de que a disseminação do homossexualismo entre os intelectuais e políticos britânicos aspas desempenhou um papel fundamental na luta antiimperialista, chegando a contribuir decisivamente para a queda do império, no mínimo fazendo as classes altas uma dócil massa de manobras para espionares soviéticos, massa de manobras, ou no sentido de fomentar mais revolução cultural, ou no sentido de usá-las por meio da xantagem. Então, esse livro é muito bem documentado, ele mostra que esse negócio de gayzismo, de fato, penetrou profundamente nas classes altas entre intelectuais e políticos, e que isso foi, a través da ação dos comunistas, um elemento fundamental para a derrubado do império britânico. Repetiu-se assim o destino da universidade Humboldtiana. Quanto mais científica, neutro e profissionalizada a filosofia, mais inérmia ela se encontra face à corrente ideológica que não abdica a busca fundamental, nem, como o Victor Einstein neutraliza no mutismo alto-imposto, mas a perverten e a usam para seus próprios fins. Você vê que as ideologias de massa, elas não são alheias a questões da moralidade, do bem e do mal, do sentido da vida, etc. Não são alheias, ao contrário, é aí mesmo que elas vão, é por esse viés que elas conquistam os corações humanos, é porque elas dão uma resposta a isso, elas dão sentido de vida para as pessoas. Bom, então se a filosofia está proibida de mexer com o sentido da vida, ela só pode lidar com a análise de proposições atomísticas, então ela está desarmada, perantista. Você vê, este é o problema de pessoas no Brasil, quer dizer, guardar as devidas proporções, reduzindo para uma escala infinitesimal, é o problema de pessoas como o Júlio Lemos e Francisco Rás, a informação dele, desta. Então, quando eles se metem nas questões, da história, da política, da moralidade, eles se atrapalham como crianças, porque o tipo de informação que eles obtivem não é suficiente para lidar com isso. A formação analítica dá um pouco a não-sense de segurança, porque ele está lidando com os domínios lógicos, e tudo é muito controlado. Eu digo, está tudo muito controlado, e só ficou de fora o que? O mundo real, meu Deus do céu. Então, é como você ter um domínio total do jogo de xadrez e achar que com isso você vai derrotar os exércitos do santo-versário, e falar que o santo-versário não é uma guerra de verdade, é uma guerra de jogar num tabuleiro, é um brinquedo, não é uma guerra de verdade. É brincar com o soldadinho de chumbo e achar que você não é problema na parte. Em segundo lugar, a habilidade requerida para esse exercício da filosofia de tipo analítico era do tipo que não pode ser adquirido só em livros, mas exige o treinamento dado pelos profissionais e experiências no próprio local de trabalho, adestramento em lógica. Bom, de fato, você não vai adquirir só no livro. Você não tem um professor lá para corrigir os seus exercícios, mostrar os seus erros de raciocínio e tal. Você não vai aprender nunca, hein? Ah, não sei que você seja um gênio. Se alguém pode aprender isso tudo sozinho, mas em geral não é assim. O aprendizado assumir assim um aspecto de uma escalada iniciática bem protegida contra a intrusão dos profanos. Você vê que esta sensação de ter um domínio de algo muito especial e muito elevado, que é inacessível aos profanos, incomprincível. Você vê isso no Júlio Lemos e no Francisco Horácio, igualzinho. Ele fala assim, é aquele domínio fechadinho lá, ali você... Não que ele especialmente este domínio, mas o culto desta coisa está presente no ambiente, onde adquire sua formação. Nem a mais inflada eloquência pode descrever o sentimento de superioridade sublime com que os analíticos se defendem contra qualquer objeção da parte de quem não siga os seus métodos. Como tudo que não seja análise da linguagem, aspas não é filosofia, o crítico da escola só tem duas opções. Falar para as paredes ou consentir e formular suas objeções na linguagem da escola, tonando-se ele próprio o membro do círculo. Então, eu quero dizer que para você discutir um cara, e dizer se você tem um problema miserável, porque ele não entende o que você diz, a não ser que você o formule nos termos da escola analítica. Então, para você formular, fiquem bem. Então, eu tenho que pegar todo o meu pensamento e converter-lo para este código. E daí eu mesmo já estou praticando filosofia analítica, que é uma perda de tempo absolutamente formidável. Existe um livro do próprio Stephen Tum, o que se chama The Uses of Argument, onde ele demonstra que esse tipo de adestramento lógico baseado, sobretudo, vamos dizer, lógica matemática, tem pouquíssimas aplicações na vida real. Ele diz, na verdade, em filosofia, ele se associna menos como um matemático do que como um advogado no Tribunal do Júri. Então, nós devemos pegar o direito como nosso modelo para as investigações, e não matemática. E existe o outro autor, o Fred Somers, que escreveu vários livros, demonstrando que todas as propriedades sublimes que os camaradas coronalíticas atribuem a essa linguagem artificial, criada por eles, com símbolos matemáticos, estão presas na linguagem corrente também. Ou seja, a linguagem corrente pode ter o mesmo tipo de confiabilidade e de rigor que tem essas outras coisas, e eu não posso dar essa outra linguagem. Não é mesmo a medida em que se fecha, em que se fecha as objeções filosóficas vindas das trevas exteriores. A escola simuniza contra qualquer crítica proveniente das ciências ou das humanidades. Quer dizer, não adianta um físico dizer tal, qualquer coisa, ele vai ter que transpor na linguagem da escola análítica, se não vai funcionar. Um biólogo, ou mais ainda um teólogo, um escritor, uma coisa assim, é impenetral, ninguém pode penetrar ali, é fechado mesmo, né? A fortaleza é inespugnavel, e uma vez consolidada o domínio territorial, pode ser mesmo partir dele para a conquista de áreas mais amplas, que hoje se estende até a teologia análítica. Quer dizer, os analíticos dão um palpite sobre todos os problemas que existem. Só que cada probleminha assim, tratado analiticamente, dá um raciocínio de no mínimo 350 parmas. Para você chegar a conclusão relativamente pobres, ou seja, é um adestramento que dá, vamos dizer, um senso de domínio formal muito grande, mas cujo rendimento na prática é mínimo. Então é assim, é como o sujeito que eu vejo se exercitar, se fazer ginástica, sua vida fica forte, então com os braços desse tamanho, mas ele não treinou luta nenhuma, ele só fez, treinou com o corpo dele mesmo, daí sai um baixinho de 1,20m e dá um cacete nele. Quer dizer, você é fortão, mas não sabe brigar. Chegam que sabe, batem você, é a mesma coisa aqui. Quando você vê esse pessoal analítico entrando em discussões fora do campo especializado, como o próprio Burton Russell, em geral, os argumentos dele são ridículos. E qualquer pessoa ser nenhum treino analítico, qualquer nenhum treino em lógica clássica, descobre os pontos onde ele está errado com a mal facilidade. Eu digo, então você tem todo esse treino, toda essa coisa maravilhosa, você descreveu os livros principais à matemática, você mostrou que você é um baita de um lógico, só que você não pode aplicar essa lógica, ou estude nada real, você vai ter que usar outra lógica. E você vai errar tanto qualquer outra pessoa. Mas isso não entende que essa escola ter se expandido de maneira absolutamente formidável até chegar a uma teologia analítica. Terceiro, o padrão de qualificação tornava-se uniforme e facilmente aplicável, como num campeonato de tiro nas áreas marciais, quer dizer, o domínio que você tem de uma técnica lógica é fácil de você provar, se dá la meia dúzia de exercício, o caramba faz ou não faz. Em vez da livre concorrência no mercado das ideias, o que determinava ascensão ou fracasso na carreira era agora maior ou menor adequação a um critério pré-estabelecido, fácilmente consolidar em regulamentos burocráticos. Não é preciso dizer que esses fatores davam à escola um poder quase ilimitado de censura e exclusão. Foi assim que eles dominaram as faculdades nos Estados Unidos da Inglaterra. O que basta para explicar rapidamente é que a filosofia era uma filosofia que se tornou a partir da Inglaterra dominosa das universidades americanas. Na medida em que a instituição universal monopolizava isso da filosofia, os efeitos se seguiram inapelávelmente. Daqui um parágrafo do Harry Redner. Após a Segunda Guerra, a filosofia cessou quase completamente de atrair um inteligência de livros pensadores independentes. Isto é, intelectuais se infirme a afiliação institucional, acadêmico ou clerical. Como tinha feito antes. Os únicos que restaram fora das instituições acadêmicas foram... peraí... o ideólogo político, um ou outro raro jornalista ou alguns tipos de pensadores religiosos poucos dos quais tinha algum interesse em filosofia. Quer dizer, em termina a Segunda Guerra, a filosofia recua maciçamente para dentro das universidades americanas. A França só aconteceu menos. Nós já vamos ver esse cálculo. Dois importantes intelectuais americanos perceberam em tempo o curso maligno que as coisas iam tomando. O sociólogo C. Wright-Milts, em sua tese de doutoramento, assinalou que o alto exílio da filosofia para dentro das universidades bloqueava a ação de uma inteligência relativamente livre, produzindo-se de um lado a atrofiação de um lado produzindo-se de um lado a atrofia da atenção pública da filosofia e de outro lado, o declínio da qualidade da produção filosófica mesma. O filósofo John Dewey lamentava aspas, a retirada da filosofia da cena presente, fecha aspas, e enfatizava que a verdadeira filosofia nasce das pressões e dificuldades da vida social, não de um círculo iniciado em que aspas, a nova escolaática, critica as críticas com que outros círculos criticaram outras críticas. Estão muito bem, que horas são? Quanto tempo já foi? Não fazia uma pausa depois da para prioritize A lupu, por favor, se estão ouvindo, avisem pelo chat. Então vamos lá, aqui nós temos várias perguntas, mas antes eu queria dar alguns claricimentos sobre essa questão que surgiu graças ao seu Marco Antonio Vila. Então, independentemente do aspecto bélico jurídico da questão, que não é propamente nosso assunto aqui, o essencial das afirmações dele foi o primeiro lugar que o PT não é um partido comunista porque o comunismo, segundo ele, na sua clássica soviética, palavras textuais dele, é estatização dos meios de produção. E não é isso que o PT busca, o PT está construindo um poder de tipo patrimonialista. Então, em primeiro lugar, estatização dos meios de produção não é a definição do comunismo, é definição nominal de uma das acepções do termo comunismo. Na verdade, a estatização dos meios de produção é colocada como uma ideal, uma meta a ser alcançada no caminho para o comunismo. Ou seja, simplesmente não é possível que o comunismo comece pela estatização dos meios de produção. Quer dizer, antes de ser uma força que vai estatizar os meios de produção, ele é uma força repulsionária que tem que tomar o poder. E a maior parte da sua história transcorre justamente neste aspecto, com a tomada do poder. A estatização dos meios de produção só seria possível depois que o Partido Comunista tivesse o poder total. Então, a estatização dos meios de produção não é a prática do comunismo. Ele é uma meta que é alegada para ser realizada depois disso e mais, e mais, e mais, e mais, e mais, e mais, e mais, e mais disto e mais disto. Portanto, a estatização dos meios de produção não é comunilhante de maneira alguma. É apenas um elemento do discurso comunista. Mas você definir o comunismo como ele é realmente, historicamente, você tem que pegá-lo em todos os seus aspectos e não somente em uma das metas alegadas, na verdade, jamais chegou a ser realizada em parte alguma. e a estatização dos meios de produção, estou certo a dizer que o que entra mais é o comunismo. Porque, em parte, sobre tudo, no caso soviético que ele citou, essa estatização foi realizada de maneira muito incipiente, muito parcial. Quer dizer, a propriedade privada dos meios de produção e a economia de mercado continuaram existindo no nosso âmbito durante todo o tempo, de maneira prondestina, mas aceita. O governo fazia a vista grossa. Então, se partimos para aplicar essa definição nominal a análise do comunismo, então jamais teria existido o comunismo algum no mundo. Existe uma infinidade de livros sobre a economia soviética e que mostra exatamente isso e o Vila provou não ter lido absolutamente nada. Em segundo lugar, quando você toma a definição nominal de um termo e aplica uma entidade real, ele está comparando a definição nominal, o ideal do comunismo, a realidade do PT. Ele está falhando uma regra elementar da metodologia histórica, que é o seguinte, todo paralelo histórico só pode ser feito de ideais com ideais e de fatos com fatos. Não assim, os ideais destes e as realizações efetivas daquele. Em segundo lugar, e em terceiro lugar, se ele ataca o PT pela sua corrupção e diz que o PT não é um partido comunista, porque o comunismo é o ideal do......estatização dos meios de produção, ele está atacando o PT para salvar a imagem do comunismo. Isso para mim é mais do que óbvio. Como ele acompanha, faz acompanhar isso, de uma negação da importância do Furodo São Paulo, que é evidentemente o fator mais importante na história, então ele está não apenas salvando a imagem do comunismo, mas acobertando o Furodo São Paulo. Quando a conexão entre a roubalheira PT e o Furodo São Paulo, é óbvio porque o movimento comunismo latino-americano está se alimentando de dinheiro roubado das estatais brasileiras. Portanto, é evidente que é uma conexão para onde está indo o dinheiro. Está indo para Venezuela, para Cuba, para Angola, etc. Nem só a continental, de outro continente, o movimento comunista mundial está se prevalecendo, e está se beneficiando do dinheiro roubado das estatais brasileiras. Então, como é que não há conexão? Essa é absolutamente impossível. Em terceiro lugar, quando se diz que o PT não é um partido comunista, dizer isso é esquecer o seguinte, durante a maior parte da sua história, o comunismo atuou através de partidos que não se apresentavam como comunistas, mas que tinham a ligação, tática, estratégia e organizacional com o partido, como o PT tem ligações com o Furodo São Paulo e com outras organizações, no tratamento comunista e atua numa estratégia conjunta. Quer dizer que eles mesmo confessam, quer dizer, no vídeo do terceiro Congresso, o PT admita, olha, o Foro de São Paulo é o comando estratégico da esquerda latina americana. Portanto, o PT, comum dos partidos mesmo, embora ele seja o fundador, ele obedece a orientação do Foro de São Paulo, ele está inserido dentro da mesma estratégica, o que é uma estratégia comunista. Portanto, não tem como escapada a conclusão de que o PT quer ser apresente não como um partido comunista, ele atua dentro da esfera comunista, e, portanto, é comunista no sentido efetivo da coisa, não no sentido do discurso. Por isso mesmo, é que o caos do Odilo Scheras se classifica perfeitamente dentro dos delitos apontados na famosa sentença do Pio XII e sobretudo na de João XXIII, que é de 1966, onde o João XXIII, que não é lice e toca atólico, colaborar com organizações comunistas, mesmo que elas não professem abertamente uma doutrina anticristã, e mesmo que elas se apresente como cristãs, contanto que, na sua prática, elas se associem e beneficiem organizações comunistas, que é exatamente o que faz a CNBB inteira. Portanto, claro que se pode discutir tecnicamente, se a pena da escomunhão automática já está em vigor sobre o seu xérreo, ou não está, ou se deve ser aplicado, não sei lá, pode se discutir tecnicamente isso, mas o delito que justifica a aplicação da pena, ele é real e inegável. Então, pode-se dizer que a pena só se aplica, se aplica e se o sujeito fizer isso com plena consciência de que está fomentando uma política anti-católica. Ora, o PT dá apoio, manifesto, a todas as ditaduras islâmicas que estão matando cristãos, meu Deus do céu, ao apoiar o PT, o seu xerreo está apoiando o partido que aplauda a matança de cristãos. Ou ele será que ele não sabe disso? Esses dias mesmo, foi, pega um cara que era uma gente terrorista e que era lá auto funcionar do PT, meu Deus do céu. Além disso, o apoio diplomático do PT a essas ditaduras islâmicas é ostensível, é uma coisa pública e notora, não há como negar. Então, como é que o seu xerreo não sabe que está apoiando forças anti-cristãs? Ah, eu apoiei, mas não foi essa minha intenção. Isso aí é uma coisa que você... Ah, eu comia a mulher do vizinho, mas eu não tenho nenhuma intenção adulta. Não, você não teve intenção adulta, você teve intenção para comer ela. Na hora você era, evidentemente, você não pensou em adultério, porque para pensar em adultério você pensava no marido dela. Na hora que você está transando com a mulher, você não vai pensar no marido, pensar nela, evidentemente. Então, na hora eu não sabia que era adultério, eu só sabia que era uma transada como qualquer outra. É a mesma coisa, quer dizer, é uma alegação de inocência que, para ser real, teria de raiar a imbecilidade, por simples. Então, outro jeito que está confessando, eu sou imbecil e inocente, que faço as coisas sem saber, ou então eu sabia perfeitamente que eu estava ajudando o partido que não apenas é sócio do movimento comunista latino-americano, como é parceiro diplomático de ditaduras que estão matando cristãos a granel. A granel. Eu fiz tudo isso sem saber, não é possível. Isso é por tanto, a questão das intenções, ela pode ser alegada para isentá-lo talvez da pena, dizer não, ele não está acostumado automaticamente, porque ele não sabia o que estava fazendo. Porém, se ele não sabia o que estava fazendo, ele não pode de maneira alguma exercer esse cargo de bisco, meu Deus do céu, ele está abaixo das qualificações. Então, ele tem que escolher, quer dizer, ou eu sou um idiota completo, alguém indigno de estar aqui guiando vocês, porque eu não sou capaz de guiar nem mesmo a mim mesmo, ou então, de fato, eu estou escomungado lá até a sentência, por ter apoiado organizações comunistas e procomunistas. E pior, a CNBB, elas próprias se tornam uma dessas organizações procomunistas que se apresentam como cristão, como disse João XXIII. Eles mesmo que organização, nada diga contra a doutrina católica, e se apresente como cristã, não é liso apoiá-la se ela estiver conectada de algum modo associada e ajudando movimentos comunistas. Então, é claro que não só o PT faz isso, como a CNBB faz isso. Então, o simples fato de ajudar a CNBB, já o expõe às comunhão automática, ficando isentos dela, somente aquelas que fizeram isso, sem saber, como por exemplo, você pega o Zemané da esquina, que trabalha lá, do Posto de Gasolina, deu lá um santinho do candidato do PC do B, e ele votou, ele votou. Ele não sabe que é comunhismo, não sabe o que é PC do B, não sabe nada e votou. Então, esse está que não sente, é claro que ele não vai ser escomungado por causa disso. Mas que um sujeito que não apenas é o bíspio, mas é o presidente da conferência dos bíspos, o líder católico de maior projeção do país, não sabe o que está fazendo, não sabe que o PT... O PT não é apenas um partido procomunista, é o pai fundador do comunismo latino-americano, na sua presente fase. Ele é, na verdade, o comando, do Fora de São Paulo, embora ele seja obrigado a obedecer às decisões da Assembleia Geral, foi ele que botou a máquina em movimento. Então, ele é o chefe do comunismo latino-americano. Não tem como escapar disso aí. Agora, vamos discutir tecnicamente, qual foi o nível de intenção dele nisso aí. E o bom, está certo, você reúne uma comissão, lá para o Tribunal do Santo Ofício, você discute isso lá. Mas para discutir a penalidade, para colocar a penalidade em discussão, é necessário, em primeiro lugar, admitir o delito. Então, nós vemos que esta semana nós tivemos um confronto com dois mentirosos. E a coisa mais característica é o seguinte, logo depois desse caso do Scherr, apareceram manifestos abarcinados, manifestações de solidariedade, todo um falso de solidariedade, no dia civil, no sub-profendido, com o Itadinho, etc. Mas ninguém discute a questão central que eu levantei. Ele está ou não está submetido a escomunhão automática por ter ajudado a organização comunista. Esse é o ponto que eu levantei. Note bem, inclusive as pessoas vão dizer quando você quer ludebriar a sua plateia, tem uma acusação e você quer se livrar dela por meio dos fralos do lento, a primeira coisa é você faz da falsificada. Então dizia, Dom Odilo Scherr foi acusado de ser comunista. Não. Se ele fosse comunista, ele estaria fora da igreja automaticamente. Está certo? Não estaria nem nela, ainda mais teria entrado. Segundo, a sentença de Pio XII, confirmada por João XXIII, não é contra comunistas. Você já pensou que a igreja ficar escomungando o Nikita Khrushchev, por exemplo, ou Karl Marx? Não faz sentido, nunca foram católicos. A sentença é contra católicos que ajudam a organização de comunistas. Não contra o sujeito que é comunista. Então eu nunca disse isso, para facilitar a defesa é melhor falsificar a acusação. Você já acusa o jeito de uma coisa, eles defendem de outra acusação que eles mesmo inventaram. Isso é a primeira coisa. Segundo, quando você, em vez de responder formalmente a acusação, foi menos uma acusação do que uma suspeita que eu levantei, porque eu não sou nem uma autoridade em teologia, eu não posso afirmar categoricamente que essa penalidade se aplica a ele, mas parece que sim pela letra do texto, e pelo novo código direito canônico. Quando você transfera a discussão, desse ponto, que é muito preciso para as manifestações de solidariedade, para reclamações contra o estilo que foi feita a acusação, que eu inclusive meti lá uns palavrões, porque os palavrões têm nada a ver com a história, eles só desviam a atenção, são literalmente desnecessários, não que não sejam merecidos, mas serão desnecessárias, e só, em bolo meio de campo. Então, em vez de discutir o ponto central, eles partem para a problema da solidariedade, para dizer que a maioria dos fiéis ficará do lado do bispo, ou seja, transfere para uma questão de poder e prestígio. E isso é uma característica inconfundível da cultura do fingimento, onde não se discute as coisas que estão acontecendo, mas coisas hipotéticas que só existem numa fantasia, e os problemas são transferidos para uma esfera realmente da imaginação e do fantástico. É exatamente o que está acontecendo. Então, também é claro que, no ambiente onde foi destruída a alta cultura, não é possível você levantar nenhuma questão em nível academicamente responsável. Você só pode discutir na esfera dos travões jornalísticos, e, portanto, da falsificação. Por exemplo, discutir se o PT é um partido comunista ou não. Eu nunca uso os termos comunistas, fascistas, agentes de influência, como insultos. Eu digo isso aí, são conceitos descritivos, e não tomate pôde para você jogar na cabeça dos outros. Então, se eu estou dizendo que o PT é um partido comunista e é o fundador e dirigente do movimento comunista satílio-americano, isso é um conceito descritivo científico, e eu deveria ser respondido neste mesmo nível. Mas eu não posso, porque se você situar a questão no nível científico que eu estou colocando, você vai ter que me dar razão. Então, é necessário baixar para o nível dos travões jornalísticos. E, portanto, você pegar termos que deveriam ser conceitos descritivos, como, por exemplo, fascista, e usá-lo como um insulto. Você não sabe do que xingar o cara, se chama de fascista. Mas o Vila chegou absurdo, total, de me atribuir a defesa do Estado forte. Ora, eu nunca defendi nenhum modelo de Estado, mas há certos pontos específicos que eu sou, o que eu combato. E o Estado forte é evidentemente um deles, todo mundo sabe disso aí. Quer dizer, tudo aquilo que aumenta o poder do Estado, eu tenho falado mal. O que não quer dizer que eu tenho uma fórmula liberal na cabeça para oferecer para vocês, não tenho. Mas, até eu comentei esses dias, lendo os trabalhos do Ricardo Velhas Rodrigues, que é um estudioso venezuelano, que mora no Brasil, sobretudo o livro que chama Pensamento Brasileiro Contemporário, você vê que das várias correntes que ele descreve ali, ela se distingue menos por divergências teóricas ou filosóficas do que por ideais políticos diferentes. E isso é um sinal de inferioridade muito grande, porque se não há primeiro uma divergência filosófica profunda, e baseado nela, você pode até ter diferença de ideais políticos, se ao contrário, se ideal política que é o ponto importante, então o debate está mais no nível jornalístico do que no nível filosófico e científico. Só que isso é tão comum no Brasil. Pois, se você pegasse, quais são as divisões da filosofia europeia? Ninguém vai dizer, esquerda e direita. Existem pragmatistas, existe especialistas, existem fenomenologistas, existem idealistas, etc. São diferenças filosóficas. E as diferenças filosóficas não correspondem necessariamente a determinar as diferenças de ideais políticos. Por exemplo, você tem idealistas ou fenomenologistas que são nos seus direitos, são dos esquírios, não são nada. Agora, se a diferença de ideais políticos é que se torna o grande critério diferenciador, então é melhor o que dizer. Nós não temos debate filosófico e nem sequer socialórico, só temos debate política. E hoje não temos nem isso. Então, isso quer dizer que o que quer que você diga ou opine sobre o que quer que você seja sempre interpretado como expressão de um ideal político. Agora, qual é o meu ideal político? Eu não tenho nenhum, meu Deus do Céu. Eu não me considero capacitado para formular o esquema de um estado ideal que eu gostaria, não tenho capacidade para isso. Eu só examino pontos específicos. Ou seja, eu nunca fiz uma doutrina geral, doutrina no sentido de uma ideologia, não tenho fórmula ideológica nenhuma. No dia que eu pus no meu site, uma fórmula da minha composição ideológica, eu já falei, eu usei a palavra composição de propósito, porque eu estou compondo com coisas diferentes e até incompatíveis entre si. Veja, o Vila também me descreveu como um apóstolo da intervenção militar. Quando vocês acompanham tudo que eu escrevi sobre a intervenção militar, você vê que nem um momento eu falei nem contra, nem a favor. Eu estou apenas analisando a coisa que me parece, a ideia de uma intervenção militar. Ou eu tinha um movimento civil, quando eu derrubava o governo, mas qual é tão complexa? Ela tem tantos lados, você tem tanto problema ali dentro, que alguém tem que esclarecer meu Deus do céu. Por exemplo, eu cobrei dos intervencionistas a seguinte coisa, você sabe, você quer uma intervenção militar? Vamo, para a intervenção militar, precisava isto, mais isto, mais isto, mais isto, mais isto, mais isto, como é que você vai fazer? Será parou para pensar cinco minutos? Nem pensou cinco minutos. Por exemplo, dá, fazemos uma intervenção militar e derrubamos o governo fazendo novas eleições. Ah, muito bem. Quem vai ser os candidatos que serão admitidos nas novas eleições e quais serão vetados? Você tem a ficha de um por um? Não tem, nem isso você fez. Então, não dá para se convocar novas eleições. Você não sabe como convocar novas eleições. Então, o que você está pedindo uma intervenção militar? Curso de efeitos imediatos, você não é nem capaz de imaginar. Então, você está falando que nem um boboca, que é uma coisa sem saber o preço. É que nem, sei lá, o garoto que exige, o garoto filho do pobre trabalhador, exige com o pai e compra um Rolls Royce. Não está sabendo o que está falando. Então, todos os clarecimentos que eu fiz foi nesse sentido, quer dizer, eu não sei se deve haver uma intervenção militar ou não, eu não tenho a menor ideia disso aí. Eu não costumo dizer para as pessoas fazer nem coisas que eu mesmo não sou capaz de fazer. Então, eu sou capaz de planejar uma intervenção militar, de ter uma visão de todas as coisas. Claro que não. Então, se alguém no estado maior está pensando nisso, tomar que pense direitinho e faça o plano do direito. Em segundo lugar, como você conceberia para o outro lado agora? Ah, vocês são contra a intervenção militar, então tá bom, como é que você vai fazer uma intervenção civil e derrubar um governo sem apoio militar? Você derruba o governo Lula, fecha o PT, no dia seguinte tem tropas venezuelanas aqui dentro, venezuelan e cubano. O que você faz? Você chega para os milíquios e vê o que você estava chingando até a véspera dizendo que você é o fascista, você não querendo estar duro. Agora vem aqui defender. Então, tudo isso é enormemente complexo. As duas posições são dificílimas de ser mantidas. Eu só estou fazendo um apelo a abordar as responsáveis das coisas. Então, quer dizer que antes de ser contra o afavor de alguma coisa, você tem que saber que coisa é essa, meu Deus do céu. Que coisa é essa, quanto custa, que consequências tem. Então, em nenhum momento, eu tomei partido. Eu disse uma vez que se eu fosse um general, eu já teria feito uma intervenção. Porque moralmente é impossível o general ver tudo isso e não ficar indignado e não querer agir. Mas eu disse, se eu fosse um general, coisa que eu não sou. Não sou sequer um oficial de Estado maior. Sou capaz de fazer um plano de um golpe militar, mas de jeito nenhum, isso leva 2 anos para fazer. E você precisa ter informações que eu não tenho. E qualificações profissionais que eu também não tenho. Então, eu não sou capaz de ficar pedindo para o outro fazer uma coisa que eu nem sei o que é. E também não sou capaz de ficar combatendo os filhos. Eu disse, não, não faça. Não posso dizer nem faça, nem não faça. A coisa é complicada demais. Em terceiro lugar, essas coisas não se decidem pela vontade do seu fulano. Eu quero um golpe militar, eu não quero. Essas coisas são decididas por um processo histórico muito complexo. Então, provavelmente eu acho que se um movimento civil continuar e começar a bater muito forte no PT e acertar no fordo de São Paulo, pode haver uma reação militar do outro lado e daí os militares vão ter que entrar em cima. Se isso será o que ele ser uma intervenção militar constitucional, ou será um golpe de Estado, eu digo, até hoje eu não consegui ver direito onde termina uma coisa e onde começa outra. Eu não sei, mas me parece que por um caso de guerra você entrar naturalmente no estado de sítio, o estado de sítio confere ao governante poderes extraordinários que não são os da Constituição. E quem será o governante? Certo, também não será mais a Dilma. Pode ser algum general. Então, tudo isso é de uma complicação enorme e eu acho que não cabe a mim ficar levantando bandeiras, exceto em casos muito determinados e particulares. Preste atenção, tudo aquilo que eu digo pro e contra é sempre um caso concreto e determinado. Por exemplo, esse caso da Smartmatic, eu sou a favor da averiguação, meu Deus do céu. Não é possível que os caras que queriam fazer engolir uma apuração secreta e nós temos que dizer aménsia em poder, se quer pedir uma investigação. Então, nesse caso, isso é a favor da investigação. É claro que sou, mas é um ponto determinado. Eu não tenho modelo de estado, eu sou contra fórmulas do Trinário de Gerais. No mínimo porque vai terrívelmente contra o meu temperamento. Eu não sou disso, eu não gosto disso, eu tenho horror disso. Eu tenho preguiça de ler essas coisas. Se os gentes já estão aqui, assumam as doutrinas liberais, as doutrinas fascistas. Então, você me mostra primeiro onde isso existe historicamente, daí eu vou estudar. Tudo que não me interessa essas fórmulas doutrinas me interessa a realidade dos regimes. Quer dizer, o que eles estão fazendo mesmo? Então, a realidade histórica me interessa essas doutrinas. Então, só falando como o desprezo do que Napoleão Barba, isso é lesi-deóloga. Ideologias são pretextas. Elas só interessa na medida que elas têm uma conexão com um esquema de poder real. Então, isso é o que eu tenho feito. Agora, o Sr. Idiu me atribui a defesa do Estado forte à popularidade mesma. Isso aí é de formação mesmo. Em segundo, o indivíduo repetiu duas vezes. Não foi um erro de momento. Se ele fizer uma terceira vez, ficar caracterizado uma campanha de formação, ainda vou ter que tomar providência. A Veja já pediu que o Niko, de algum modo, o Graeb já me mandou uma carta, a Joyce e Rassim, o inscriviu, o Felipe, o Brasil, disse, desculpe o professor lá, até publicar esses recadinhos. Só num publicando, porque eu estou esperando que eles marquem a entrevista, que eles disseram. Vê se essa entrevista tem limite de assunto ou não. Você dizia, você fala o que quiser, mas não mexa no vila, e falam que não quero entrevista. Então, vou voltar para a doiva via judicial. Então, quanto ao vila analisando a conduta dele, antes o pessoal chingava de desinformantes, mas era chingamento. Então, não levei a ser. Mas, vendo esse empenho sistemático dele de acobertar o Foro de São Paulo e de não comprometer a imagem do comunismo, num esquema de roubalheira que existe para fortalecer o comunismo, falar, não, isso aí não é coisa dele. Isso não é só distração ou idiotícia, isso aí tem coisa. Então, me parecem que o homem é um desinformante mesmo, está certo nesse sentido, um cara perigoso. Perigoso, você acreditar nele, você não acredita, tem problema algum. Estão feitos esses esclarecimentos? Eu acho que não dá mais tempo para responder perguntas, isso chegou muito tarde. Bom, para não dizer que não responde, eu retorno uma. Que ficamos abertos. Presum que somente um leitor com mentalidade filosófica, mais precisamente um filósofo, você era capaz de extrair a atividade presuposta nas obras escritas dos filósofos, como o senhor fez com a Teoria dos Quatro de Escurso. Isso resgata o que já foi ensinado no curso online de Filosofia, que para o veredeno tinha contato com um filósofo vivo, em atividade. Tendo isso em vista, haveria alguma razão para o círculo de alunos do Mário Ferreira não ter saído nenhum filósofo? Olha, esse é uma pergunta crucial. Eu não conheço todos os alunos do Mário Ferreira, mas eu vi que alguns deles que, com base no que aprenderam com eles, subiram na vida, progrediram, etc., tinham extrema má vontade com ele. Teve um que eu fui pedir a ajuda dele para trabalhar aos escritos do Mário Ferreira e tal, o cara me disse que mais um Mário tinha aquele negócio exotérico. Eu falei, pera aí, pera aí, que eu saiba que você é maçom. Portanto, você é exotérico, então exotérico quanto ele, talvez mal um pouco, que você que vem com essa frescura. E ia assim por diante, entendeu? Tem outro um padre que diz que o Mário era no discípulo de Nietzsche. O Mário foi no discípulo de Nietzsche aos três anos de idade, etc. Depois ele evoluiu tão, tão, tão, tão, tão, que é uma coisa tão descomunalmente independente de Nietzsche, que isso aí é aviltar a memória do homem. E assim por diante, todos os discípulos dele faziam alguma coisa, pode dizer, é, ele tinha nas suas qualidades, mas, uma coisa de uma desproporção, então você é capaz de fazer coisa melhor que o Mário? Então faça, faz aquela coisa do Brasilia, não faz e o outro, em vez de fazer, fica só depressiando. Justamente para não ter que concorrer. Eu não sei que tipo de gente frequentou os cursos do Mário. Eu sei, por exemplo, que o Paulo Malu foi aluno dele, mas foi aluno no curso de oratória, então, está menos culpado. Só pra dizer, nem soubesse da filosofia do Mário. Mas tem uma coisa, tem uma coisa que eu pergunto, porque o Mário, no próprio trabalho do Mário, não existe algum motivo para não ter produzido nada, e existe. O Mário espunha tudo em termos de conclusões doutrinais. Ele estava formulando um sistema filosófico. Pronto, um sistema filosófico, ele intuiu e sacou tudo uma vez, e em 16 anos, produzindo um livro atrás do outro, ele foi expondo aquele. Simplesmente, não teve tempo para falar, fica lá. Não se sentava que nem o Pedro levando o Bruno a casar a mãe de hoje. Você é professora. Eu acho que ficava assim, você está entendo? Quer dizer, o Mário era um grande filósofo, o maior filósofo que já existiu na América Latina inteira. E era um grande conferencista, mas nunca foi um grande professor. Não deu tempo de ele ter a preocupação. Quando ele tinha a preocupação pedagógica, ele acarpalhava. No livro, o Filosofio e a Cosmovisão, ele tenta ser pedagógico. E daí, essa parte do livro é pior que tem. Daí, de repente, ele volta a ser o Mário Fernando Santos e faz aquelas posições sistêmicas, absolutamente brilhantes nos dois capítulos finais que daí, ninguém mais entende. Então, a parte do Mário que todo mundo entende não vale grande coisa, e a parte que vale ninguém entende. Porque precisa anos de exame, etc. E aos poucos, você vai vendo a grandeza imensurável desse filósofo. O Mário, de que ele estava fazendo uma conferência, era no tempo que ele ainda era Nietzsche, e de repente ele teve um instáculo, e disse desculpa, tive uma ideia e vou pra casa e escrevei. Passou 16 anos escrevendo. Saiu nos 50 e tanto livro nesse período. Assim, um a cada 3 meses. Você não teve o menor tempo de tentar dar uma formulação pedagógica pra aquilo. Quer dizer, foi um instáculo, uma iluminação espiritual que ele teve e nós não podemos condená-lo pela sua obscuridade, pela sua dificuldade, porque ele diz, olha, se deu tempo de registrar tudo, isso já é um negócio absolutamente formidado. É que, no caso do Jacobin, tinha aquelas intuições fulgurantes e escrevia numa linguagem que ninguém entendia. Ele diz, depois era em troca em miúdo. O Mário mesmo, dizia que depois que ele morresse, as pessoas iam dar um jeito nos textos dele. Que a pessoa não quer dar. Quer simplesmente imprimir e ganhar um dinheiro. Então, é isso. Eu acho que, em parte, o ambiente não foi favorável. Uma coisa que não era favorável no ambiente era a própria descrença. As pessoas ouviam o Mário falando, ouviam aquelas coisas e ficam... Eu também tive essa dúvida. Quando o primeiro livro do Mário Fioré, que eu li, que foi do Pitágoras, eu li e falei que o este cara é completamente louco. O ele é um dos maiores filósofos de todos os tempos. O livro, quer dizer, era uma impressão vagabunda, barata. A linguagem é toda estropeada. Então, a primeira hipótese parecia a ser a mais confortável. Ah, o cara é louco, esquece isso. Só que eu não fiz isso. Eu tinha muito desejo de encontrar uma coisa boa e valiosa no pensamento brasileiro. E não joguei essa oportunidade fora e fui me aprofundando o Mário cada vez. A minha admiração por ele foi crescendo mais e mais e mais e mais. E hoje eu tenho certeza. No mínimo, você pode dizer que ele foi o maior filósofo da América da Tinta de todos os tempos. No mínimo, está aí. Um dos maiores do mundo. Talvez o maior do mundo nesse período em que ele viveu. Mas eu acho que ele público, você fala, ah, a filosofia no Brasil, esse cara não pode ser tudo isso que está aparecendo. Então, é aquela depreciação por hipótese, que no Brasil é tão comum. Então, eles viram o gigante, mas só enxergaram o sapato dele. Foi esse um dos problemas. E, por outro lado, ele mesmo não teve tempo de se explicar melhor e mais pedagoricamente, embora ele o quisesse. Ele queria mais... Gente, não dá tempo. Você vê o tamanho do que ele fez em 16 anos. Ele era um homem doente. Ele tinha um problema cardíaco, serice, morreu disso. Nome gordo, é nome com coração falhando. E ainda escreveu tudo isso. Ele escreveu e escreveu e morreu. Ele fez mais do que podia. Querendo ao ver que ele da troc-mude seja pedagórico, fala, não. São os seus discípulos que têm a obrigação de fazer isso. Mas, eles o depreciaram. Eles não tiveram ideia do tesouro que tinha na mão. Bom, é isso. Eu não vou mais... Aqui o Gabriel sequer apresenta. Quando tu ouvi, acho que ele se equivocou e não consegue o seu tentar opusão. No entanto, ele levanta uma questão que eu gostaria que o senhor examinasse. O argumento que eu estou a portrar do PT é um espírito de caudilismo latino-americano e não a bandeira socialista. O que eu acho total é só ele ler as intervenções do PT no Forno de São Paulo. Ele ler os documentos internos do PT. Eu vei que esse caudilismo é uma coisa que ele atribui de fora ao PT em caráter pejorativo. Ele está chingando o PT disso aqui. Isso não é uma análise objetiva. Quantas dessas grandes negociatas que o PT fez, você me mostra algum partido comunista que não as tem a feito quando está no poder. Todos eles ageram exatamente assim. Agora você acha que o comunismo é aquela coisa pura que o senhor chega lá, tomei o poder, agora está tudo estatizado e já virou o socialismo e amanhã depois abolimos o Estado e vai ser o comunismo. Isso aí é a história da carochinha. Isso aí só uma criança pode pensar isso aí. Na verdade, você tem todo um processo a praxis, a dialética, etc. E até dei um exemplo. Eu fiz um muito simplório na lista comunista. Eu tenho certeza que se você não é capaz de ler um livro de reggae do começo ao fim você não é capaz de entender o comunismo porque o Marx leu muito reggae e o reggae todo está embutido dentro do martesino. Então, a técnica, o fundamento lógico do martesino está em reggae. Se você não é capaz de ler reggae e olha, não é qualquer um que lê, é reggae. Você nunca vai entender o comunismo. Então, eu contei a minha primeira experiência na militância comunista que foi a participação numa eleição do sindicato na Lição Paulo no qual havia duas chapas as duas comunistas só que uma que era mais antiga que já estava no sindicato fazia 20 anos e já tinha acusação de corrupção eles estavam totalmente sujos então eles consentiram em fazer o papel dos pelegos da direita para estender o tapete vermelho para outra chapa tomar o sindicato. Ou o sindicato e a pobrejo de tanta acusação de corrupção tão desmoralizado que ele está ou tinha que botar uma nova chapa para ocupar o espaço. Os comunistas sempre estão dispostos a fazer sacrifícios da sua vaidade pessoal pela glória do partido e eles fizeram eles consentiram e levar aos ovos podres na cabeça para que a outra chapa entrasse. Foi só algum tempo depois que eu soube que todos aqueles que nós chamamos de pelego direitista são membros do Partidão também muito respeitados lá dentro quer dizer, abriga-se só para fora. Então, esta foi a minha primeira lição de praxis dialética. A mais simplizinha que tem. Eu pensava até hoje não absorveu sequer esta. O próprio Vila quer dizer, ele não tem a menor ideia de que um partido comunista pode adotar uma política caldilista quando ele convém. Sobretudo quando ele precisa consolidar o seu poder e ele precisa de dinheiro para isso, meu Deus do céu. Você vê, os comunistas sempre o Partido Comunista onde eles arrumaram dinheiro, roubando. Sempre foi roubando. Por exemplo, o Partido Bolchevista ele se alimentava de assalto a trens. O grande assaltante de trens e fornecedor e as verbas para o Partido de Stalin. Porém, se você não está num momento de revolução armada se você foi eleito pelo voto democrático etc. você não vai poder assaltar a trens, nem banco. Então, você tem que inventar outro tipo de roubo. Então, você passou dos assaltos que tinha na DX60, etc. ao roubo. A diferença entre assalto e roubo é que o assalto usa um meio violento e o roubo não. Mas em vez de chegar lá em costa um rival na cabeça do caixa e dizer-me dá o dinheiro você faz uma trama lá no papel, meu Deus do céu. Foi esta mudança. Agora, enriquecer através do assalto ou do roubo é a constante de todos os Partidos Comunistas. Agora, usar esse termo caudilismo é só é uma figura de linguagem. Isso não é um conceito científico de maneira alguma. Seja uma olula de caudilho é xingá-lo. É compará-lo, sei lá, na Orgêntulo Vargas o Borde Macedo até o Leonel Brisola está certo. Mas leia todos os documentos do Fora de São Paulo e os documentos internos do PT e você vê que ali está atrasada a estratégia. Isso não é nada de caudilismo. Cadeleiro não é um conceito que vem de fora, um carimbo que vem de fora. Com finalidade é apenas depreciativa. Não que o PT não mereça ser depreciado, xingado de qualquer coisa. Tudo que você xingar ao PT serve até caudilismo, mas não venha a me dizer que este é um conceito descritivo válido e suficiente para diferenciar entre o comunismo e o partido que é o pai fundador e salvador do movimento comunista na América Latina meu Deus do céu. Onde você fala de... Agora, se você isola o PT do Fora de São Paulo que ele criou e ao qual ele é totalmente fiel e que o Lula, as Farc, o Louis-Philippe Blanc-Préia, todo mundo vai conhecer o comando da revolução latina-americana se você isola você não quer entender nada então você vai ter que inventar um outro conceito de qualquer para descrever esse PT que você inventou que é um PT desligado do Fora de São Paulo. Muito bem, então eu acho que por hoje é só, já cansei vocês bastante espero que tenha valido a pena semana que vem nós continuamos Ah, estou lembrando vocês o curso que será dado de 18 a 23 de maio sobre o tema a formação da personalidade que será dado aqui em Colonial Heights talvez aqui na minha casa mesmo, sei lá Info Essas informações estão na Parna Civilinário e na Parna Olavo de Carvalho.org ou com a Marcella Andrade, né? Marcella C Andrade C sem ponto ArrobaGmail.com Tá bom? Então até semana que vem Muito obrigado.