Então vamos lá, boa noite a todos e bem-vindos. Hoje eu queria em primeiro lugar complementar algumas coisas que eu falei na aula passada sobre o Heidegger e Dugin e em seguida fazemos complementos a este artigo que eu publiquei no Diário do Comércio. Corração ao Dugin, aliás, começando pelo Heidegger. Nós vimos ali que a proposta do Heidegger era inicialmente retornar aos pré-socráticos porque ele acreditava que algo de muito importante se perdiu de vista logo no começo da filosofia grega, o que aconteceu na hora em que começaram a conceber o ser com todas as propriedades de um íntegro, apresumente de uma categoria mais elevada. Ele disse que isso começou já entre os pré-socráticos, que já houve esse erro, segundo ele desde o início, de modo que esse erro inicial deformou toda a história da metafísica até o século 20 e que isso teria que ser corrigido mediante uma história das noções do ser, uma história crítica das noções do ser ao longo de toda a evolução ocidental. Essa história deveria constituir o segundo volume do ser e tempo que ele jamais publicou, de modo que a concepção que ele poderia ter dessa história tem de ser reconstruída por fragmentos que ele deixou espalhado em meio e uma obras. No entanto, o grande problema que me aparece é que se nós levamos em conta a revelação de um cristã e a noção da Santíssima Trindade, eu não veria como seria possível conceber o ser se não sob a forma do íntegro, porque se você tem três pessoas que são distintas, embora tenha a mesma essência, então elas umas para as outras são íntegro, então é o ser tomado na sua abstração universal. Nesse sentido o Heidegger teria uma concepção do ser e de Deus que se parecem mais com a islâmica, onde Deus não é uma pessoa, mas é o próprio Alá, não é um nome individualizado, mas é um substantivo abstrato, Alat, Alat, que é a divindade, que é a divindade no fim das contas. Não por coincidência, o correspondente do altar no mundo do Ilamico é uma peça chamada do Miqrab, que é um espaço vazio cavado na pedra, de modo que você não tem ali essa presença pessoal de Deus, você tem a noção abstrata e tal, no fim das contas é o que sobra na concepção do Heidegger, nada que produz tudo. Ao estudar o caso do Dugin, esse cidadão aqui James Heiser, publicou esse livro, The American Empire for to be destroyed, ele rastreia as influências que formaram a mente do Dugin e chega à conclusão de que ele era eminentemente um tradicionalista na linha genoneana, o que me parece um erro formidável, porque o Dugin é muito mais próximo do Julio Zevola do que do Genon. Esse autônomo, o Heiser, ele considera que disputa a divergência entre o Genon e o Hevla, é uma questão de som menos, é apenas uma divergência dentro do mesmo grupo ideológico, espiritual ou religioso, e as coisas realmente não são assim. Nós vemos que a falta de conhecimento dessa escola tradicionalista é um dos grandes problemas aqui nos Estados Unidos e é curioso que hoje em dia as pessoas acham que para você ser um preçador independente você descordar de alguém. Então nunca descordei de nada que o Eric Vigo me escrevesse, eu só reparei que faltava coisas ali, ele não pode escrever sobretudo e que dentro da concepção dele faltava, por exemplo um conhecimento mais aprofundado do Islam e sobretudo do Islam moderno da penetração do Islam no ocidente através do Genon, Shuhun e etc. Então ali ficou faltando uma série de coisas, ficou também faltando, ele explicava o processo pelo qual a experiência se transforma em ideias políticas, como as supostas, assim chamadas ideias políticas emergem da experiência direta, e esse buraco eu tampei com o livro sobre os quatro discursos da Aristóteles. Quer dizer, eu percebi claramente que dentro do edifício que o Vigo me tinha construído a teoria dos quatro discursos era uma espécie de pedra que sustentava ali um dos pilares seus quais esse pilar estava meio vacilante. Então na verdade eu acredito que era o deia consolidar a obra do Vigo, a crítica. A gente só deve discordar quando existem razões factoais muito sérias, de fato nós lemos para discordar, para crítica nós lemos, é para concordar e para aprender alguma coisa. Agora chega um momento em que a concordança não é possível porque o contraste entre o que está dito e o que as informações que você tem é demasiado grande. Só é lícida discordar, quer dizer quando não é você que está discordando. Para dar para falar discordar não é muito bura porque a discordança quer dizer que são dois corações que estão em choque, mas a palavra tem uma connotação mais emocional do que intelectual. Então a divergência seria melhor. Só é lícida divergência quando o que o autor está dizendo contraste demasiado com os dados disponíveis para você e que talvez ele não tivesse. Se ele tinha os mesmos dados e tirou conclusões diferentes, bom, então pode haver uma divergência lógica, uma divergência de interpretação dos textos, etc. Mas às vezes você vê claramente que certas informações estão faltantes para o autor. E se você tem essas informações então é sua obrigação corrigir aquilo, não com o espírito de levantar discussão, nem coisa nenhuma. Então não se trata bem de uma discordância, de uma polêmica, você está complementando e está corrigindo e não filhas quando você está ajudando. Essa que é o miolo da questão. Então no caso eu ver que o conhecimento que esse pessoal acadêmico, inclusive os melhores, que é o circuito do Fuegelin, o melhor sério do que tem nos Estados Unidos, que é esse conhecimento que eles têm sobre o assunto islâmico são muito precários, as coisas pensam muito precários, falta muita coisa e esse é um assunto no qual eu estive metido durante, desde os anos dos 80 por assim dizer. Então curiosamente o meu autor disse que quando o Dugin se aproxima da novela do Gata, nova direita francesa, havia um problema entre eles, um problema residual entre eles, que era que a nova direita tinha sido muito influenciada por Heidegger, que o Dugin não aceitava. Nós vimos na última aula que isso já foi inteiramente superado. Mas voltando ali ao Reiser, ao problema do Évola, a divergência que surgiu entre o Venom e Évola é terrível, profunda e absolutamente insanável. Então não se trata de uma briguinha de detalhe, das terras do dentro de um mesmo grupo ideologico. De fato, eles não pertenciam ao mesmo grupo. A referência do Venom era basicamente islâmica, o projeto dele era um M3, o Ocidente vai cair na Barbária, ele vai se islamizar ou vai ter que levantar a Igreja Católica sobre a direção de orientação de mestres espirituais islâmicos. Então essas duas últimas hipóteses não são islâmicas, o islâmico teria de qualquer modo a hegemonia. Ou ele tem o controle direto, ele ocupa o Ocidente ou ele controla discretamente a Igreja Católica. Então o projeto é 100% islâmico. Nada disso absolutamente existe no Évola. O Évola em primeiro lugar era um autor profundamente anticristão, ele odiava a Igreja Católica e achava que era culpa de toda a decadência moderna da Igreja Católica e que precisava destruir e voltar na antiga religião romana. É dizer, como é que você vai articular isso aí com o Genom? Então o que houve em comum entre o Genom e o Évola foi primeiro a rejeição do mundo moderno. O Genom é o Évole e o Cristo é o mundo moderno e o Évole e o Évole revolta contra o mundo moderno. Você vê que já tem uma diferença de nuance muito grande. Você não pode falar de com razão ao Genom, você não pode falar de nenhuma revolta contra o mundo moderno desde que ele considerava este mundo moderno um fato inevitável dentro da outra indústria dos ciclos cósmicos. Quer dizer, você tem que passar por essas várias eras, você vai passar pelo Caliúga, que é a coisa decadência e depois você tem uma restauração. Por isso tudo é muito natural e você não vê em parte alguma no Genom esta atitude que se expressa no título do livro do Évola. Não podemos esquecer que o Évola começa como um pintor da daísta, um pintor modernista. Quer dizer, uma das primeiras manifestações de revolta contra a racionalidade científica aparece ali exatamente no Nudad da Ísmo e foi assim que o Évola começou e depois aquele foi se interessar por alquimia, magia, essas coisas todas. No segundo ponto em comum é evidentemente o desejo que ambos têm de resgatar elementos de uma sabedoria tradicional, entre aspas, adquiridos de outras civilizações, da China, da Índia, etc. Em terceiro lugar, esse tradicionalismo do Évola assume uma feição indisfarçávelmente racista na medida em que ele acreditava que havia uma luta entre os áreas que são o povo proveniente do norte da região hiperbórea, o resto da humanidade que representa a decadência, a decomposição, etc. Essa ideia que se era de pôs subscrito integralmente pelo Duin. Ao passo que o Genom como portavóio do Exame mesmo não poderia aceitar isso de jeito nenhum porque ele estava agindo em nome de uma civilização que é imedintemente semítica. Ele teve outra origem completamente diversa. Embora andos aceitassem esse mito hiperbórea de algum modo, as interpretações que eles davam a esse mito me parecem absolutamente incompatíveis. Em terceiro lugar, ele se recusava a qualquer atitude de tipo político. Ele achava que toda a política do momento, todas as correntes existentes eram todas expressões da decadência moderna e que a função dele era preparar a elite espiritual para promover a restauração tradicional quando o ocidente fosse pro buraco. Então, primeiro precisava completar a decadência, quando depois ressurgir o ocidente das cinzas mediante uma injeção de tradicionalismo islâmico. Ele não contava com nem mesmo com uma ação cultural imediatamente, nem isso aí. Só passa que o Ébola procurou intensamente uma participação política, ele se aproximou do Partido Fascista, tentou ser o mentor do fascismo e daí não deu certo, surgiram divergências e ele acabou avirando um crítico do fascismo no fim das contas. O fascismo existe a teoria mais aceita no homem sobre o fascismo, a do Zébis Ternhau, o historiador israelense que serveu vários livros do respeito, o livro é um prodígio de erudição, mas a tese dele é que a inspiração fundamental do fascismo são justamente essas correntes tradicionalistas, anti-modernas e anti-iluministas, ele vai somando de fato é razão, só tem um detalhe que dentro dessa tese é omitido. O primeiro exemplo não de teoria fascista, isso é importante, não tem nem teoria tradicionalista, mas de um governo fascista é Napoleão Bonaparte. O governo é o que você entende o que é o fascismo, que é um regime altamente centralizado, ditatorial, nacionalista, invasivo, imperialista, de bom, tudo isso aí, quem foi o primeiro na colômbro na parte, evidentemente. Então, como é que começa a carreira na colômbro na parte? Ele é nomeado para fazer uma operação militar na Itália e ele vai estendendo esta atividade invasiva, porque a França precisa de dinheiro, não tem dinheiro, é o único jeito de ela roubar. Então, ele se torna o grande provedor da França com o dinheiro roubado dos italianos, dos espanhóis e assim por diante, dos portugueses. E com isso, quando ele retorna a França, ele retorna, exatamente como o Julio César, ele volta como comandante do Geral da Forza Armada, ele pensa que ele já tem o poder, então só falta assinar embaixo. E daí, quando criam aquele triunviato que é chamado Consulado, ele é um dos três consuls, mas na verdade ele mandava nos dois outros, ele já era um imperador praticamente, só faltava mesmo botar a corona na cabeça do que ele fez em seguida. Então, essa obsessão da figura do líder, do guia genial dos povos, está certo? Aí você tem a centralização do poder, sem sua imprensa, o controle estatal e praticamente tudo o que existe em torno, você tem o elemento ultranacionalista, que é de a França que tinha que dominar a Europa inteira, então você tem todos os componentes de um governo fascista, isso aí, o externo real e outros teóricos que estudam o origem do fascismo parece que pularam, por que pularam? Porque estão interessados apenas na ideologia. A ideologia é um discurso pretestual, quer dizer, é a justificativa que você oferece para fazer o que você está fazendo. Isso quer dizer que a ideologia, ao contrário de uma filosofia, ela nunca tem em si o seu próprio fundamento. O fundamento dela não é translúcido, para ser uma filosofia tem que ser autoexplicativa, os princípios que há fundamento tem que estar claro nela própria. E o fundamento de uma filosofia, depende de uma outra filosofia, então não é realmente uma filosofia, é apenas um fenômeno cultural secundário, como, por exemplo, a chamada neuscolástica. A neuscolástica, no século XX, pouco acrescenta a escolástica antiga, sete em alguns autores excepcionais, são mal conhecidos como André Marcos, por exemplo, é um caramal de termo original, dentro ainda da neuscolástica, mas em geral, o movimento é apenas um pseudópodo da antiga escolástica medieval. Isso quer dizer que você não pode entender os livros da neuscolástica se você não se reporta aos de Santo Médio Aquim. Então, nós podemos dizer que eles são a continuação de uma filosofia, não são a filosofia por si mesmo, a neuscolástica não é a filosofia por si mesmo, mas é a continuação de uma outra na qual estão os seus fundamentos. Uma ideologia, com a sua própria natureza, que é um discurso de justificação, de uma ação política, ele não apenas não tem o seu fundamento em si mesmo, mas ele não tem sequer o seu significado em si mesmo. O significado da ideologia é o discurso mais a ação correspondente, no sentido em que eu já dizia Carl Marx, que o conteúdo de um ideno é o seu melhor enunciado abstrato, mas a dialética da sua realização. Então, quando Marx define isso, ele disser que não está definindo o próprio Marx, está certo? Quando você pega uma doutrina filosófica em sentido estrito, o sentido dela não depende de nenhuma realização, ele tem que estar dado na própria filosofia, é claro que você pode tirar dela consequências no campo da ação, está certo? Mas o significado dela não dependerá disso, tanto que, em geral, das filosofias, surgem muitas ações possíveis e divergentes. Você verá, por exemplo, que do Aristotelismo sai tanto a escolares que eu já tomo aqui, quanto sai na remacência, sai uma espécie de filosofia materialista, Pietro Pomponase e outros. Então, você pode puxar para cá, como pode puxar para lá, são coisas completamente diferentes. Ou a filosofia de Hegel, que imediatamente é um logo publicado, surge um reguilhânimo de direito, um reguilhânimo de esquerda. E isso é próprio da filosofia, significa que as ações que são empreendidas sobre pretexto daquela filosofia não fazem parte dela. E ela não depende dessas ações para ser compreendida, ou seja, você não depende dos discípulos de Hegel para compreender Hegel, discípulos seguidores, discípulos fiais ou infiais. A obra de Hegel é um todo completo e os seus fundamentos estão dados lá mesmo. Numa ideologia, isso é impossível, porque a ideologia só existe em função da ação que ela pretende desencadear. Então, é no decorrelação que o verdadeiro sentido da ideologia aparece. Isso não quer dizer que a ideologia seja necessariamente um discurso mentiroso, não é bem isso. Mas em geral, as propostas políticas, sequer as apareçam sob a forma de uma ideologia completa ou apenas um conjunto de discursos publicitários, não podem ser compreendidas fora da tentativa de realizá-los. E é aí justamente que você verá um verdadeiro sentido que elas têm. E esse sentido às vezes não tem nada a ver com o conteúdo do discurso. O discurso é um pretesto para fazer alguma outra coisa. Às vezes, o próprio proponente da ação não compreende bem isso. Quer dizer, você tem certos objetivos, que são objetivos declarados e a ação a ser empreendida realizará outros objetivos completamente diferentes. Alguns dos ideólogos ou proponentes da ideia podem ter claro a consciência disso, mas muitos podem não ter. Eu vou dar um exemplo característico para vocês. Quando se discute, talvez o mais claro exemplo dos últimos tempos, quando se discute, por exemplo, desarmamento civil, qual é o ponto que está em jogo, o que as pessoas discutem? Elas discutem e se o desarmamento civil pode diminuir a violência criminosa ou não? Alguns dizem que sim, outros que não. Os argumentos se enfrentam com base neste ponto, que é o objetivo declarado da medida. Porém, as pessoas são contrárias ao desarmamento civil, juntam as estatísticas e mostram que onde tem mais armas, como Deus diz, mais armas, menos crimes. Em geral, me parece que este argumento está correto. Porém, você provar que onde há mais armas, existem menos crimes, não prova de maneira alguma que isto se repetirá no futuro. Isto é apenas um argumento indutivo, probabilista. A experiência mostrou que se você tem uma população mais armada, onde se inibem e preferem ficar nas suas casas. É bastante trilógico, aliás. Mas isto só prova o coração passado. Quanto exemplos você precisaria ter para transformar essa certeza probabilística em razoabilidade quase certa? Seria infinito os exemplos. A indução sempre tem este problema. Você soma, soma, soma exemplos, mas nada garante que no próximo vai ser assim. Eu vou fazer um ponto de razão para se encontrar com comunidades que estão desarmadas. Também existem alguns exemplos de que um indicador que filma o futuro. Sim, mas em geral, os argumentos contra os armamentos civil neste sentido são mais poderosos, porque há mais exemplos. Se exemplo é enquanto dar maciça. E você tem alguns exemplos também de que em certas comunidades que estão desarmadas na criminalidade também é pouca. Existe isto. Então você está somando aí estatísticas e tirando conclusões indutivas. Mesmo que todos os exemplos provassem uma dessas teses, isto ainda não provaria que a coisa se repetiria no futuro. Por exemplo, a tendência majoritária. Então a discussão não passa daí. Mas existe um aspecto que não é indutível. Um aspecto que está dado já na própria formulação da proposta. E esse aspecto é o seguinte. A lei que proíbe as pessoas de terem armas não proíbe ninguém de contratar uma empresa de segurança. Ou de ter guardas particulares. Isso significa que a consequência imediata e, vamos dizer, inevitável do desarmamento civil é a criação instantânea de uma nova estratégia social. Um certo faixa tem o poder armado e o restante não tem poder nenhum. Voltando, portanto, a uma situação que existiu durante o feudalismo. O que caracterizava a galera a diferença básica da classe dominante para a classe dominada no tempo do feudalismo? Não era a posse da terra porque o novo podia perder a posse da terra. Inclusive, existia uma espécie de intervenção, não estatal, mas intervenção grupal. Havia um acordo entre os proprietários de terra que se um sujeito não administrasse bem a sua terra não fizesse aquilo produzir, render, eles puderam tomar aqui. Então, você tinha muitos nobres sem terra, estavam sem terra, mas eles tinham armas. E isso, armas de treinamento militar. O que os tornava muito diferente da população, da população em geral. Então, um sujeito com uma armadura, uma lança, uma espada, uma massa, aquela bola de ferro, ele podia infinitamente mais do que um camponês armado, coitado um chusso de madeira. Então a estratificação social era basada na posse das armas. Você tinha a classe armada, a classe militar mandava. Tivesse dinheiro ou não tivesse dinheiro, ela mandava. Tanto que o nobre, mesmo que caísse de graça, ele conservava o seu estatuto. Ele tinha algum poder, ele era respeitado pela comunidade. Por que? Porque ele era o dono das armas. E na época considerava-se que o dever de participar da guerra era apenas dos nobres. Você não podia envolver a população civil. Os camponês não tinham nem a obrigação de fazer guerra. Faziam seguir, se eles tais, entraram. Mas, isso foi assim até muito tarde na história. Então você vê, quando o Esquator se formou exército da França, que na época era o maior exército da Europa, o maior chegou a ter 144 mil soldados, esse era o maior exército da Europa. Ele, para formar esse exército, ele teve que pessoalmente de cidade, de cidade, pedir pelo amor de Deus para as pessoas ou para os nobres, fornecer em alguns dos seus combatentes ou para a população se alistar, se quisesse. Foi um favor que fizeram para o rei. Porque aqui distância nós estávamos da ideia do serviço militar obrigatório e aqui distância maior ainda estávamos da ideia de guerra total ou como diria Trotsky, militarização completa da sociedade. Era uma ideia inconcebível na época. Então isso quer dizer que após as armas, após e a capacidade de maneiro das armas, distingui uma era suficiente para formar uma classe, uma classe dominante independentemente da posse de bens. E após de dinheiro, então o que significava? Não significava nada, você ter dinheiro significa que você era bom para ser assaltado. Então, para o judeu que viviam ser disposto daqui para lá, a única forma de bens que eles puderam acumular, era dinheiro. Ou dinheiro, joias, ou uma coisa que pudesse levar no bolso, né? Então para quem serviu o judeu? Você ver passei assaltado, queimado, estrelado, vivo, tem tomado todo o dinheiro dele, isso é isso que faziam na tua vida. Então, o novo ficava no apê e o judeu falava, bom lembrei aqui, teu barro judeu, o largazão era o problema. Então isso quer dizer que após do dinheiro não significava a poder. Como aliás não significa até hoje, se você pensar bem. O dinheiro só significa poder, se ele for transformado no meio de poder. Isso é, se você comprar as armas e formar um exército para te defender. É isso. Eu vivo dando o exemplo, quando alguém assaltar na rua, o assaltado é necessariamente mais líquido que o assaltante, que o assaltam justamente por isso. Só tem a diferença, ele tem as armas. Então você observa que no Rio de Janeiro, por exemplo, você já tem esta nova estratificação social. Você tem uma camada muito bem armada, que são os traficantes, depois já acabaram um pouco menos armada, que são a polícia e os guardas particulares e depois tem o resto da população. Então quem é a classe dominante no Rio? Quem tem as armas? Então onde está a classe dominante? A classe dominante vive na favela. Esse mundo nos outros. Esse tem poder total, poder de vida e morte sobre todos os outros. Eles só não matam quem eles não querem. E a propriedade privada só existe quando, por um acaso, por sorte, ela não foi apropriada por essa gente. Porque se você tem lá um cara, uma casa, bens, joias etc etc. Bom, se o homem lá da Rocinha decidiu que você pode continuar com esses bens, você continua, ele desitou, ele toma tudo e ninguém vai deter. Portanto você já está nesse estado de estratificação social. Então, sem uma lei explícita de desarmamento civil, quer dizer, o Brasil vive sob um estado de desarmamento informal. Mas esse desarmamento informal já é suficiente para criar uma estratificação social. Estratificação tão rígida que nem mesmo as autoridades nominais têm poder sobre esta classe armada. Eu lembro até que quando dois ministros foram visitar uma favela, eles tiveram que pedir autorização por o chefe da favela para poder entrar. Quer dizer, o que é um ministro de estado comparado a a favela? Não é nada. Vocês decidirem matar o ministro lá dentro? O que que ia acontecer para eles? Absolutamente nada. Então, eu não acredito sequer que as nossas forças armadas tenham condição de ocupar todas as regiões que atualmente estão sob o domínio binarco traficante, assaltantes, sequestradores, etc. Não tem mesmo. Quando as forças armadas recusaram a participar do combate ao narcotráfico, foi porque eles tinham medo de que o contato com os narcotraficantes fosse corromper o soldado. Você tem um soldado que está lá vendo, mil e duzentos reais por mês. E chega lá o traficante oferece 10 mil para ele, ele vai mudar de lado. Então, significa que as forças armadas não têm condição de enfrentar isso. A população não tem, o governo não tem, as forças armadas não têm. Resultado. Nós estamos vivendo sobre uma nova estatificação social onde o decisivo é após das armas. Isso ainda não se espalhou geográficamente por todo o país, mas onde você tem essa concentração de pessoas armadas, elas são o poder e o resto é apenas para constar, é apenas o mundo da oficialidade. Então, o fato de nas discussões públicas isso não ser reconhecido mostra que as discussões públicas estão completamente alienadas a relação, a situação real. E as pessoas ainda imaginam, no Pessoal das Fatalidades do Ruy, um monte de pessoas pobres, desamparadas, que estão vivendo sobre uma tirania de um narcotraficante, quando na realidade elas adoram o narcotraficante, porque ele é o serviço social. Os narcotraficantes prestam serviços ali, que inclusive serviços de justiça, administração de justiça, de maneira infinitamente mais eficiente do que o Estado. Então eles são os protetores, os provedores, então são os líderes reconhecidos, eles têm, dentro da calara, tem legitimidade, o governo não tem. Ele imagina, por exemplo, se um narcotraficante fizer dentro da área que ele está, um desvio de verga como fizer na Petrobras, ele não dura cinco minutos, os outros não vão tolerar isso, mas o nosso governo é possível fazer isso. Então quer dizer que dentro da área dominada por narcotraficante, existe autoridade, existe ordem, existe hierarquia. Então isso marca o que? Um oligarquia ou uma aristocracia se quiser. E esta é a verdadeira estrutura social do Brasil no momento. Então isso quer dizer que o desarmamento civil, mesmo quando não plenamente realizado, não quando realizado sob disfarce, como é o caso do Brasil, ele cria instantaneamente uma nova estratificação social. Então, não sabemos se isso vai diminuir a criminalidade ou vai aumentá-la, mas sabemos que instantaneamente a estrutura social muda. Então, mesmo que o defensor do desarmamento esteja sinceramente empenhado em diminuir a criminalidade, o verdadeiro conteúdo do discurso ideológico dele é este, porque é isto que ele efetivamente vai fazer. Então, compreendendo? Do mesmo modo que em todos os casos, vamos dizer, de revolução socialista, o discurso afresenta a justificação do movimento revolucionário por um estado de maior igualdade, para ser obtido, etc., etc., etc., mas para ser obtido ele é o final. Entre o estado atual e os fins a ser alcançados, existe os meios. E esses meios são, evidentemente, a centralização brutal do poder, a instalação de uma ditadura, que se chama ditadura proletarada. A ditadura proletarada não é ditadura proletarada porque não tem proletário lá. Você não tem nenhum caso em que proletários tenham assumido o poder. Mas que houve um caso, houve uma revolução socialista em Portugal em 1910, e este era proletário mesmo. E falou, foi quando o poder de as semanas caiu. Então, na outra tentativa, socialista que houve em Portugal, foi da pós a chamada revolução dos travos, já não tinha mais nenhum proletário, era só o coronel e o general do exército. Então, a finalidade a ser alcançada é uma hipótese, é uma possibilidade, mas a ditadura é a realidade imediata. Por todo, este é o conteúdo efetivo do discurso de Ola, o que nós vamos efetivamente fazer. O que faremos em seguida é uma maior hipótese. Quando aquele estado centralizado e ditatorial se transfigurará numa democracia proletária. Ninguém diz quando e nem como se faz isto. A mim me parecei impossível de ser inconcebível que depois de você dedicar toda a sua vida ao processo revolucionário, você finalmente é chegado ao poder há 50, 60, 70 anos, você depois vai entregar de mão beijada para geração seguinte o que vai ser em chegada. Você é quase inconcebível que alguém seja idiota quando faça isso. Então, isso quer dizer que em todos os casos, seja mediante uma revolução violenta, seja pelo processo anestésico grampiano, a revolução socialista é sempre uma ditadura em fim de par. O resto é uma maior hipótese. Na análise de qualquer discurso ideológico, de qualquer proposta política, o requisito número um é esse. Os fins alegados não interessa, os fins interessa os meios, porque os meios são o verdadeiro fim. Os meios são o conteúdo efetivo da proposta, não o seu pretexto, não a sua justificação. Moral, por assim dizer. Então, talvez o Sternfeld tenha se enganado neste ponto, ele considerou somente os discursos ideológicos em si mesmos. Você vai ver que, claramente, Napoleão jamais teorizou o governo que ele pretendia realizar. Talvez ele nem soubesse claramente o que ele pretendia fazer. Mas o fato é que ele fez e aquilo que ele fez tem uma ordem interna, tem uma racionalidade, tem uma razão de ser. Então, você pode deduzir dos atos de Napoleão uma espécie de ideologia Napoleônica. Qual seria a justificação daquilo se Napoleão tivesse obtido o poder mediante a propaganda, que não foi assim. Por assim dizer, ele quase caiu de para-queda no poder. Sob o bobovagem ele entrou e agora que manda sou eu. Você não tem, se você procurar os escritos de Napoleão antes disso, você só encontra duas coisas. Você encontra o apoio dele, a revolução francesa, ele era o Jacobino, por assim dizer, era um radical, ele apoia o Robespierre. E ao mesmo tempo ele era um patriota curso da Córsega. Ele queria, ele podia rafar a França, queria que a Córsega se tornasse livre. Só as únicas ideias de política, se você ver Napoleão, antes dele chegar ao poder. Agora, na hora que ele chega, ele age de uma maneira muito coerente, criando um governo centralizado e imperialista que vai continuar vivendo da invasão dos povos vizinhos e do saque. Então, você tem um modelo total do fascismo. Embora, usando um discurso ideológico que era ainda da revolução francesa, você não vai escravizar os povos, você vai libertá-los. Quer dizer, você não vai obedecer mais do seu governo local, você vai obedecer o governo que está em Paris. Isso é a libertação. Então, essa palavra libertação foi usada, hítrico, invadio, a polônia foi para libertar, entre aspas, aquela população germânica que vivia ali, os chamados subdetros. Nós temos que libertar, porque então, se é do oponido, vamos tomar ali essa palavra libertá-los. É sempre assim. Então, mas isso não é um petito, evidentemente. Isso quer dizer que um discurso ideológico pode até alegar valores verdadeiros, reais e bem fundamentados. Todas as ideologias fazem isso, porque senão ninguém acreditaria neles, porque se não houvesse nenhum motivo para você desejar uma igualdade socialista ou o fim da opressão do seu povo por um vizinho, ou qualquer coisa assim, ninguém ouviria. Ninguém ouviria nem Hitler, nem os comunistas, nem os palestinos, nem nada. Então, algum valor substantivo tem que ter. Porém, o ponto é este. Uma ideologia é ou um pretesto ou um guia para uma ação. E, portanto, ele só adquire o verdadeiro sentido no curso da própria ação. O que não acontece com a filosofia? A filosofia tem o sentido e seu fundamento em si mesma, independentemente das ações que outras pessoas venham a empreender em função daquilo. Você veja, por exemplo, a variedade de conclusões que se tira da filosofia de Nietzsche. Nietzsche inspira desde os nazistas até radicais de esquerda. Ele tem alguma responsabilidade por isso, e faz dificuldade. Porque a filosofia dele, de certo modo, se fecha em si mesma e ela pode ser exposta, não diga um sistema, mas pelo menos um corpo de ideia coerente que não depende de uma outra filosofia para você saber o que ela está dizendo. Então, no caso do Évola, por exemplo, se você ler os livros do Júlio Évola e você não leva em conta os movimentos políticos em que ele se meteu e que ele tentou orientar, você não entende o Júlio Évola. Isso quer dizer que a maior coisa que eu digo é que não existe propriamente uma dor tendo o Júlio Évola. Existe um conjunto de ideias de símbolos, etc., etc., cujo sentido só apareceria se o projeto chegasse a ser realizado de algum modo. Que seria esse projeto ser o que? A restauração do impero romano. Era isso que ele queria. Como seria essa restauração? Bom, não sabemos porque não chegou a ser realizada e esse movimento foi abortado. Em lugar dele veio uma outra ideia. Em parte, o Mussolini também se inspirou nessa ideia do impero romano. Mas o impero romano dele não era uma realidade, era um pretisto, era um símbolo patriótico, por exemplo. Na verdade, o governo de Mussolini ficou sempre dependente do governazista da Alemanha. Foi curioso porque no começo o Hitler foi um admirador de Mussolini. Mussolini começou a morrer dele em 20 e pouco, quando o Hitler era muito jovem. Então o Mussolini foi um modelo para o Hitler no começo, mas depois a Alemanha se tornou tão monstruosamente poderosa, tanto em termos econômicos, de termos militares, que o Facino não virou um auxiliar do nazismo. No fim das contas, o Mussolini chegou a ser derrubado, foi preso, foi libertado pelos alemães e reposto no poder nominal pelos alemães. Então ele está 100% dependente. Então o que é raio de impero romano é esse. Quer dizer, a comparação entre o Facino e o Impero Romano só pode ser de tipo caricatual, essa é uma agosação. Mas para o Évoa, a ideia do impero romano era 100% séria. Ele apenas achou que o Facino não estava em condições de realizá-la como de fato, mas de que não estava. E o que que o Guenon tinha a ver com o Impero Romano? Absolutamente nada. Tanto que ele achava que era fundo que o Ocidente, ou seja, que o Pilar do Ocidente não era nem o Impero Romano, mas era a Gregatória. Se a Gregatória que sair, caí, nós temos que invadir isso aqui. E se a Gregatória se restaurar, então nós podemos governar indiretamente o Ocidente através da Gregatória, nunca do Impero Romano. Então as ações que podem decorrer disso são tão imensamente diferentes, divergentes, que considerar que o Guenon e o Évoa pertencem à mesma escola de pensamento, exerce só pertencem com o pensamento, e você considerar as doutrinas abstratamente, fora de qualquer possibilidade de ação prática, quer dizer, se fosse ir para o ar, então você poderia dizer que elas têm alguma afinidade. Então o culto das antigas tradições, a rejeição do mundo moderno, a rejeição que é modulada diferentemente no Guenon e no Évoa, assim por exemplo. Então eu acho que aí existe um equivoco. Se nós entendemos que existe essa diferença, esse abismo entre Guenon e Évoa, e nós vemos que o Dugin se levou mais à révola do que a Alguenon. É porque a ideia dele foi de restaurar o que? Não o Impero Romano de Roma, mas a terceira Roma, a Rússia. Então esta é que foi a obsessão do Dugin desde o início. É uma doutrina, porque a facilidade que ele passou de ser um anti-raio de Guenon, para ser um raio de Guenon agora, mostra que ele não está ligando muito para isto. Ele tem um projeto, esse projeto é o que? É a restauração da terceira Roma, do Impero Russo, sobre os escombros do regime comunista que caiu. Mas aproveitando também o que dá para aproveitar do antigo regime comunista, como, aliás, a própria KGB. E todo o universo doutrinal em torno é puramente protestual da primeira à última linha, é assim que eu interpreto o Dugin. O Dugin não acredita em nada. Tudo que for útil para a restauração do Impero Russo serve para ele. Ou seja, o discurso do Dugin não é uma ideologia no sentido usual da ideologia. Para ideologia, sempre tem algo a ver com o que ela pretende realizar. No Dugin, tudo é protestual. E é por isso que ele pode harmonizar. Por exemplo, doutrinas fascistas, doutrinas comunistas, doutrinas islâmicas, doutrinas chinesas, ele pode harmonizar tudo com tudo. Porque só tem um ponto que elas têm de convergir. Esse aqui, o Imperio americano tem de ser destruído. Tudo que for quanto o Imperio americano serve para ele. Então não tem consistência doutrinal nenhuma e pensando bem não tem fundamento algum. O Dugin não é um ideólogo, o Dugin é um estrategista. E esse é o ponto que eu creio que os americanos não estão entendendo até o momento. Eles levam a sério a ideologia do cara. Eles levam a sério a doutrina dele. E assim é o ponto. Mas eu que sou apenas uma rapalatina americana, eu estou acostumado com o mundo do fingimento. Os americanos não estão. Os russos também, talvez não sei se os russos estão, mas os americanos e os europeus não estão muito prontos para cima palhaçados total e sinistra, na verdade. Você vê, ideologicamente a proposta euraziana tem até menos consistência do que a proposta nazista. O discurso nazista tinha algo a ver com o que os nazistas iam fazer. Agora, o que a ação do governo russo tem a ver com genom, com évola, com alquimia, com o tradicional absolutamente nada. Tudo isso serve de propagando anti-ocidental ou anti-americano. E só. Então eu lamento decepcionar esses estudiados todos. Eles estão todos se enganando, estão levando o douguin demasiado a sério. Mas eu já tinha entendido o douguin assim antes. Eu falava essas coisas todas, elas não são compatíveis, não dá para você harmonizar tudo isso. Mas dá para você utilizar todos esses elementos contra um inimigo. Por quê? Porque eu sei que a KGB sempre fez isso. A KGB sempre usou discursos contraditorios contra uma pessoa. Você acusa, né? Uma coisa é a coisa da outra. Algo vai pegar. Eles sempre fizeram isso. Então, o douguin é filho de um oficial do grupo, serviço secreto militar. Foi criado neste meio. Em terceiro lugar ele é um russo. Então ele está acostumado com essas coisas. Então isso quer dizer que o discurso que você faz contra o adversário não precisa ser coerente e não deve ser coerente. Porque se ele for coerente ele pode ser refutado de algum modo. Pode ser discutido. Mas se é um discurso multilateral e contraditório, ele deve estar queimado de todos os jeitos. Tá certo? De certo modo, esse tipo de ataque multilateral se tornou um hábito na nossa sociedade. Isso aí se empregnou. Tá certo? Eu mesmo. Eu tenho inimigos de trator, da esquerda, no PT e na direita. Ele diz que é tradicionalista, tem uns douguinistas também. Então, um me acusou de ser agente da CIA, de dizer que eu sou um perigoso gnóstico, etc. Isso não precisa ter coerência. Mas no caso, essa pululação de críticas era realmente espontânea. Não tem ninguém planejando isso. Não tem ninguém que está dirigindo ao mesmo tempo os petistas e os tradicionalistas. Então, se for um meio caótico, você vai ter uma resposta caótica também. Mas o esquema do douguin é uma espécie de ordenação estratégica do caos, onde todos os argumentos valem. Inclusive, ele conseguiu magistralmente absorver a lição do Heidegger, que antes ele prejeitava. E pior, a nova direita francesa, a dualão de Benoît e outros, é marcadamente anticristã, nitiana e evolucionista. Então, como é que você vai dizer que o douguin é iminentemente um tradicionalista? Se a rejeição mais categórica do evolucionismo é um dos pilares do pensamento, tanto do gnom, quanto do chouon, quanto do títus boca, de como todos eles. Não dá para conciliar, mas politicamente convém, por já a nova direita, além de ser anticristã e ser evolucionista, ele é anti-americano. Ela é baseada na ideia, vamos dizer, de uma hierarquia social, de um regime hierárquico fundado na evolução. Tem pessoas que são mais evoluídas e devem governar os coitadinhos que tem que ir doze. Então, se houvesse uma doutrina tradicionalista coerente por trás do douguin, ele não poderia jamais fazer aliança com a nova direita francesa. Isso é a mesma coisa que você quer juntar na mesma mesa, fazer uma aliança entre o Dom Marcelo Le Fevre e as feministas, por exemplo. Nós dois estamos contra o mundo moderno, então nós vamos sacanear por todos os lados. Isso é impossível, mas na cabeça do douguin é possível. Eu junto com o anti-americanismo tenho o antisemotivo também, que é a direita francesa do douguin e o anticristão. Não, o pessoal do Alão averdeu não há não. Mas existem um forte elemento anti-semita no próprio pensamento nacionalista russo, do qual o douguin é um herdeiro. Assim como ele aproveitou o elemento da chamada Revolução Conservadora alemã dos anos 20 e 30, como Guido von Liste era um pensador profundamente anti-semita. O douguin também incorpora isso. E ele também pode incorporar um pedacinho do islam, porque o islam também é anti-americano, anti-acidental, então vale tudo. Isso quer dizer que não há unidade doutrina, nem mesmo ideológica no discurso do douguin, há uma unidade estratégica. É assim que eu entendo o douguin. Ele é um macroestratégista, mas não é sequer um ideólogo, muito menos um teólogo e muito menos um filosófico. Como estratégista, ele é com certeza um dos mais geniais de todos os tempos. Da quase doutro do Stalin. Stalin também conseguia manipular tudo que ele queria. O Stalin é o seguinte, ele tinha nos livros dele uma rigidez doutrina, marxista, leninista, mas nas ações ele é de uma flexibilidade incrível. Quando ele disse, eu instrui o Partido Comunista Americano, para não tentar organizar o proletariado, mas para se aproximar dos milionários e do Beautiful People, ele sabia o que ele estava fazendo. De um ponto de vista marxista, isso não faz sentido, porque como é que você vai fazer uma revolução proletária só com milionários? Não dá, mas conta que os milionários têm dinheiro, nós precisamos do dinheiro, então quanto mais companheiros de viagem você arrecadar, melhor para nós. E além disso, você usa essas pessoas como instrumentos de propagandante americano, nos momentos em que isso for conveniente para o neus soviético. Então ele sabia pensar, ao mesmo tempo, como um doutrinário marxista, leninista, e como um estadista russo, interessado e importante, ligado no interesse nacional. Essa flexibilidade não é fácil de você encontrar, mas o doutrin tem isso e tem até mais do que isso. E daí, eu creio que isso ajudou um bocado, o Putin, porque o Putin tem esta mesma flexibilidade. Eu não creio que ele tenha chegado a isso sem alguma ajuda do doutrin. Como foi a conversão, essa é uma história que tem que ser contada algum dia, como foi a conversão do Putin, que era o nome da KGB, que foi treinado, então, ouvindo o Marxismo Lenin, 24 horas por dia, como é que ele de repente virou um cristão ortodoxo, conservador, moralista, tradicionalista, no sentido lefebriano, por assim dizer, é impreciso, mas é mais ou menos isso. Como foi esta mutação, sem a intervenção do doutrin, que isso é absolutamente inconcebível? Porém, o doutrin ele passou por uma infinidade de movimentos, colhendo um pouquinho de cada um. Eu disse, qual é o fio condutor disso, outro tradicionalismo viennoneano? Não, é simplesmente o patrotim russo. Então, ele é um patriota russo interessado no reorgimento da terceira Roma, com aquele toque messiânico que todo o pensamento russo praticamente tem. Se você pega ativos, então, você pega o filósofo Vlad Mirsola-Verd, tá? É um grande filósofo, sem dúvida, e você pega o pensamento de Stalin. Os dois têm este mesmo toque de messianismo russo, quer dizer, nós aqui vamos, a Rússia, que vai salvar o mundo. Enquanto isso, nós serão lá e falamos, mas visamos cuidado e que vem os erros da Rússia, tá certo? Esse messianismo, nós vamos dos Dostoevres, que esse messianismo é muito claro, quer dizer, os russos são os bons, eles são os verdadeiros cristãos, o resto é todo mundo perdido, é todo mundo hipócrita, só nós somos puros, etc. Está no Dostoevres, está no Soloveio, está em todos os autores russos. O único que não tem isso, eu vi, é o Turgenev, o Turgenev é um russo afranseizado, passou a ouvir do Nafrança e pouco tinha a ver com o nacionalismo ou planos messianicos. É algum toque messianico que você vê até mesmo no Sogenete, sobretudo o Sogenete dos últimos tempos, quando a Rússia foi invadida por urubus, osidentais, tentando roubar tudo que podia. Então, o Sogenete se sentiu, que era no camaradeiro, que tinha a passa da vida, combatendo o comunismo, sentiu se acender nele a revolta patriótica contra o ocidente e faz fazer um discurso parecido com o do Dugin, no fim das contas. A santa rússia está sendo assaltada com os osidentais malignos, etc. Então, esse Heideggerianismo do Dugin, para mim não pasa de oportunismo, ele achou que ele conhecia mal, ele foi estudar Heideggerianos nos últimos dois anos. E ele viu que algo ali podia se aproveitar no mesmo esquema. Então, essa imensa flexibilidade ideológica do Dugin, mostra que ele não é um doutrinário, ele é um estrategista. E a unidade do pensamento dele tem que ser compreendida no nível estratégico. Agora, me mandaram esse debate dele com Fukuyama. O Fukuyama é o adversário ideal do Dugin que deu ao demônio. Porque é o suíte que vem com aquela ideologia neoliberal, ocidental, de que a democracia americana é o regime definitivo, de que a história acabou, que pode começar com outro negócio. Então, eu acho que o Dugin, quando convidava para o debate comigo, ele pensou que eu fosse uma versão com o carácter do Fukuyama e veio pronto para isso e encontrou um negócio completamente diferente e por isso mesmo se ferrou. Porque eu não estou em nenhuma dessas correntes, eu acho definitivamente, isso é fundamental. Eu estou em busca daquilo que eu mesmo defini como unidade do conhecimento, não a unidade da consciência. Portanto, eu tenho a minha própria sintes dessas correntes, não por um desejo de ser original, mas por quê? Porque aqueles filósofos, com os quais eu mais concordei, não dão nenhuma solução para o problema que eu estou levantando. Eu estou a procurar, por exemplo, no RQV, que eu vou fazer com o Dugin. O RQV não conheceu o Dugin. Como eu vou entender o Vladimir Putin? O RQV ele também não conheceu, o Márcio de Oceano também não conheceu. Aqueles filósofos, com os quais eu concordei, quase que integralmente, linha por linha, nada, tinha a dizer sobre esses assuntos que são os meus, que são os de hoje. Então, eu sou obrigado a ser original, é? Tenho que tentar explicar as coisas que ninguém tentou explicar. E isso não seria possível mediante a adesão a nenhuma dessas correntes, porque elas não são a solução para o meu problema, elas são o meu problema. Então, o que fazer, por exemplo, com toda essa escola tradicionalista? Então, o Leandro Guignot, o Shum, etc., eu reconheço imensa veracidade, quase 90% do que eles dizem. As análises sobre o Ocidente, as análises que o Guignot faz no reino da quantidade são uma coisa absolutamente extraordinária e com provisões fantásticas, como por exemplo, ele disse isso aí em 1930, ele disse que o dinheiro como meio de pagamento ia desaparecer. Aqui no Estados Unidos, se você faz uma companhia legal e está em dinheiro, já desconfia você a traficante de droga e manda empreender. Você só pode sacar de um liquido. Então, o novo meio de pagamento já está aí, o meio eletrônico já tomou o lugar do dinheiro. O que na economia dos anos 30, 40, permite para eu ver uma coisa dessa? Nada, mas o Guignot utiliza os métodos ali da teoria dos ciclos, induzidos, etc., e tira uma série de conclusões válidas, tira outras completamente erradas também, como por exemplo, quando ele diz que a China jamais seria Bolsa Vique, ele diz isso 10 anos depois da revolução chinesa, mas certas análises deles são um brilho incomum, um gênio fantástico. O Chuang também, as págras são sobre o cristianismo, são uma coisa imorrendura. Então, as págras que são o culto da Santa Virgem são coisas que você fica besta, mas evidentemente eles não respondem ao problema que eles mesmo criaram. Então, o que pensavam, por exemplo, desse avanço islâmico, que em vez de trazer uma restauração tradicional, uma civilização, trazendo só barbária, violência, criminalidade, um caos desgraçado, eu queria pegar o som e mostrar para ele que o filho é teu, é o que você fez aí. Então, esse pessoal criou problema que eles não resolveram, os problemas sobraram para a presente geração e hoje em dia eu não encontro ninguém no mundo que esteja vendo todas essas coisas ao mesmo tempo e tentando se orientar no meio, ninguém tenta. Em parte isso acontece nos Estados Unidos por causa da compartmentalização acadêmica, que é uma coisa que eu não posso participar, eu não posso ter nada a ver com isso porque, se não, aqui nos Estados Unidos você começa a falar sobre um assunto, daí você é contratado para falar daquele assunto e você não pode mudar. Se você conviver um artigo de culinária, babal, você vai ter que escrever sobre receita de bolo, resta sua vida. Eu comecei, fiz uma conferência sobre o Foto de São Paulo, que eu cheguei, daí vi um site noticioso, já, se eu quer ser o nosso editor de América Latina, falei, pronto, estou ferrado, eu não falo mais nada, fica quieto aqui, senão eles vão me orar por aí e eu só vou poder falar de América Latina e correr da minha vida e eu vou falar as coisas, dei para aí, não vou mais lugar nenhum, vou ficar quieto no meu canto. E até hoje eu não participe de nada aqui, a minha participação é muito discreta, eu fiz uma carta para uma outra, mandou um artigo aqui, artigo lá e eu fico, não tento me mexer neste, não tento entrar no rolo americano, concentro meus esforços no Brasil, que aliás é a minha obrigação, eu vim daí, tenho pai e mãe brasileira, tomei leite brasileira na vinteira, fome com o mi do brasileiro, tá certo, então tem que cumprir isso, obrigação, coração, o país onde você nasceu, né? Então eu posso aproveitar todos esses elementos articulando-os em torno da minha definição de filosofia, definição a esta que não é filosófica, é uma definição científica, ela é baseada no critério aristotélico das definições, quer dizer, aquilo que abrange o fenômeno inteiro e nada fora do fenômeno, então não há nenhuma outra atividade no mundo que seja a busca da unidade, o conhecimento da unidade consciência e vice-versa, não tem isso, é só a filosofia, tá certo, o que é distingue de coisas que se parecem com filosofia, tá certo? E evidentemente, foi isso que fundamentou esse artigo que eu expliquei no Diário do Cumeir, essa semana, sobre o incêndio de filosofia para crianças, né? Se ainda houve a tempo, eu vou ler ele e comentá-lo aqui, vou acrescentar umas coisas que nunca havia no artigo, ainda dá tempo? Ninguém morreu ainda? Então o artigo chama-se Ávio Uvo. Valtemere aparece em jornais de Brahms a ideia de ensinar filosofias crianças. Não é coincidência que isso aconteça justamente num país sem filéosos em número suficiente para preencher uma parna da lista telefônica e com crianças em quantidade bastante para elatar várias nações da Europa. Olha, de cara já problema esse, ensinar filosofias crianças, sim, quem vai ensinar? Você vê o número de crianças dentro do Brasil, é um negócio que não acaba mais. E quantos filéos tem, não se você chamar de filéosos, todos esses bachareis que recebemos, não levaram carinho, que não sabe obsolver nada, não dá. Então, por que ter essa ideia se você não tem sequer os agentes para realizada? Então, a proposta baseia-se na radicama e compreensão do que seja filosofia e na ansia desmedida de tirar proveita mais dócil em defesa e numerosa massa de manobra que um demagogo poderia desejar. Ou seja, se você vê esse bando de crencópticos, se a gente puder, de pequenininho, metermos ele na cabeça dele, é ótimo. Então, sobre o que nós vamos fazer? Petismo organizado, cátida de petismo ou de comunidade? Não, vamos chamar de filosofia. É simples isso aí, é? O argumento padrão é que meninas e meninas raciocinam sobre problemas filosóficos desde a mais ter a infância. Pergunte, por exemplo, se o mundo é real ou apenas um sonho, se as coisas cessam de existir quando fechamos os olhos, se existe apenas um universo, vários, o que nos acontece depois que moremos onde elas próprias estavam, antes de haver nascido? Então, o Pedro me perguntou isso, mulher pequena, onde você estava? Ele estava na barriga da sua amiga, e antes, você estava no meu saco, ele pensou, eu estava esmaguinho, e pronto, aí, você sua cura as dades filosóficas. Eu mesmo, roto o lobo ionicamente filérofo o Mirim, registrei algumas peripéças cognitivas em que me envolvi aos 5 ou 6 anos de idade, lá no lobby, vou fazer na época, mostrando que Davi se originaram certas questões das quais vinha a tratar mais tarde nos meus recursos. Poder para a questão, eu até comentei aqui na aula, a questão da verdadeira aparência do mundo exterior, porque eu tinha um defeito no olho direito e outro inverso no olho esquerdo, então eu vi o mundo de duas maneiras, fechava-se assim, fechava-se, fechava-se de outra maneira, as coisas apareciam com perfis diferentes e com formatos diferentes, diferentes, tamanhos diferentes. E daí me lembrei da frase do Fenelon, que você para ser filósofo, você tem um bom cérebro e maus olhos, e foi exatamente o que aconteceu. E eu me lembro que eu retinho a coleção de tartarugas, e eu botava as tartarugas para nadar no tanque, que todo dia lá, a catáveras, no cantinho delas, botavam no tanque para nadar, e mais festa, um seco de limpinhas. E eu nadando e eu comecei a fazer a experiência, olhado um jeito para o outro, olhado um jeito para o outro, e eu vi, opa, pera, as coisas diferentes, mas acontecem quando elas vão para direito, vão todas para direito, quando vão para esquerda, vão todas para esquerda. Isso não muda, se eu olhando um jeito, olhando o outro, não muda. Portanto, existe um treco aí chamado direção e de espaço que são uma estrutura permanente e invaliável do mundo exterior. Isso definitivamente não está na minha cabeça, porque eu mesmo estou dentro da direção de espaço, que isso me evocava a outra experiência que eu tive, e era, vamos dizer, adivicar deitado muito tempo, doente, né? E quando tentar me levantar o mundo vertical era para mim um enigma, às vezes nem sabia como fazer para andar, mas tudo, toda referência mudava. Você está acostumado a ver as coisas assim, veja o que você vai ver assim. Então, bom, isso não pode estar na minha cabeça, porque eu estou dentro disso, o meu próprio movimento, depende disso, e o movimento das tartarugas também está rígidamente determinado por essa diferenciação das direções do espaço, e a visão com o outro observador, tem algo do outro lado, também está articulada por isso, então, bom. Então, por maior que seja a diferenciação subjetiva, existe um esquema espacial que é o mesmo para todos. Então, isso quer dizer que eu me tornei um realista filosófico, neste mesmo instante. Então, nunca mais o apelo do subjetivismo teve um grande poder sobre mim, porque o problema já está resolvido não filosóficamente, mas existencialmente, por assim dizer, por uma experiência concreta, que eu não podia negar, eu não podia apagar da minha mente. Isso quer dizer que eu estive as filosofas, então não. Ainda não. Porque eu estava apenas estruturando a minha percepção do mundo. Percepção que é um pressuposto da atividade filosófica, não é atividade filosófica ainda. Então, evidentemente não foi o primeiro realista a acontecer esse mestre dejetivo. O cor me, no momento, é a história de minha pensé, de Alain, de Michel Fier, o exército de autobiografia espiritual de Nicolas B. B. D. F. E. H. Luccia ninguem disse que eu deveria me preocupar poi com as direções de espaço ou para onde a started da luna está cetera. Fui eu mesmo que descobri isso aí, e Potia Dote Antice, variation. Idiozinho de Geneüde, Cl Selectly, quindi coll reflected the phrase farms, so babe LSR, honra L. preocupar com as direções de espaço, ou para onde as tartarugas estavam indo. Foi eu mesmo que descobri isso aí. Do mesmo modo, qualquer idiozinho na auto-shingoo ou no Petina, na África, poderia descobrir a mesma coisa, mais ou menos com a mesmidade. Exprer sua curiosidade humana na sua forma mais directa e primitiva, tal como aparecem em todas as épocas, lugares e culturas. Sem essa curiosidade, certamente a filéocía não existiria. No entanto, se ela bastasse, já não diga para constituir uma filéocía, mas para deslanchar o processo da especulação filosófica como atividade culta, esta seria também natural universal, em vez de ter surgido historicamente numa data bem tardia, ter uma idade já era bem velhinha quando vi no tempo que o patrão era restoso. No local bem determinado e em uma abordura demográfica das mais modestas, o grego era um pouco pequeno. Muito menos teria essa atividade levado um milênio para se expandir para o Oriente Médio e dois para o Restante do Planeta. Isso quer dizer claramente que uma atividade como esta não existe em nenhum lugar do mundo, não existiu até então, e só passa a existir quando esse material grego chega aos outros povos. O que quer dizer? Ninguém pensava nesta assunto, é claro que pensava. E tinha respostas com respostas que eu encontrei. Mas isso aí a filosofia fala claro que não. Deve fortuna existir uma diferença profunda e insanavel entre a filosofia e as interrogações espontâneas que ocorrem a adultes e crianças em toda a parte simulando questões filosóficas. Materiamente essa questão pode ser a mesma. Mas a diferença entre quais que as ciências raramente é uma diferença material, uma diferença formal. O objeto dos seus estudos, por exemplo, o ser humano é estudado pela antropologia e estudado pela fisiologia. É o mesmo ser humano. Mas a diferença na forma é o enfoque que é diferente. Essa diferença é a seguinte. A filosofia quando surge na Grécia, tal como se desenvolve até hoje, não consiste em simplesmente pensar sobre essas questões, mas em refletir metodicamente sobre o conjunto das respostas existentes. Ou seja, a filosofia só surge quando alguém já pensou nessas questões e já existe um conjunto de respostas consolidadas na literatura, na religião, na tradição, no senso comum, etc. É esse o material que a filosofia vai lidar que não as questões diretamente. Quer dizer, a filosofia vai refletir sobre frequências já existentes a respeito desses dados fundamentais de experiência. Então quer dizer, ela é uma reflexão de segundo lugar. É uma reflexão sobre a reflexão já feita espontaneamente. Se esquecemos essa diferença, então teremos que chamar tudo de filosofia. Quando quer que você encontre algo sobre a concepção do mundo, sejam os poesias de Homero, seja da religião grega, sejam no talismo, você vai ter que chamar tudo de filosofia. E daí, evidentemente, vira o bagunça. E a diferença específica que aparece com os tesocráticos e sobretudo com o Platão Aristóteles, sofre a resposta do Aristóteles, ela se apaga. Então aí é como dizia o Horto H.C. Esse é a filosofia dos gatos párduos, é confundituda. Não consiste em simplesmente pensar sobre essas questões, mas é refletir metodicamente sobre o conjunto das respostas existentes surgidas das procurações portâneas das tradições imissoras religiosas das jovens literais ou de qualquer outra fonte publicamente conhecida. Foi por isso que Julián Marias diz que a forma esquemática de toda qualquer afirmação filosófica não é simplesmente A é C, mas A não é B é C. Quer dizer, você precisa ter uma outra resposta para você discutir. Se não exista essas ideias em seu coração, não tem porque surgiu uma filosofia. E, bonito, o coércio ensinou que para compreender uma filosofia, precisa saber a que ela se opõe. Para que o filósofo reflita sobre as respostas correntes, é preciso que elas existam e que ele as conheça. Três requisitos são necessários para que essas condições se cumpram. Um, é preciso que as crenças básicas da comunidade tenham evoluído até poder expressar em formas verbais estáveis, conhecidos por toda a população adulta. Se as crenças estão apenas, vamos dizer, implícitas e aparecem só sob a forma de percepções, de sentimentos, etc., você não tem o que discutir. Primeiro, você teria que verbalizá-las. Então, isso quer dizer que a filosofia só pode surgir onde você já tem um discurso enormemente desenvolvido, desenvolvido e documentado. E mais, ele é documentado por escrito. Porque a mera tradição verbal não permite isso. Então, você vai dizer que dependerá de depoimentos de terceiros que podem ter mudado completamente a coisa. Isso quer dizer, por exemplo, que as crenças de uma tribo de índios, se for uma tribo iletrada, não podem ser objeto de especulação filosófica. Porque elas não estão estabilizadas o suficiente em documentos para poder ser discutido. Então, isso quer dizer que a filosofia só surge em termos da teoria dos quatro discursos. Se você tem um discurso mitopoético já altamente desenvolvido, e se esse discurso já se transformou em discurso retórico, ou seja, se já existem divergências de interpretação dessas crenças. Se não existem divergências, você vai discutir e você vai arbitrar o quê? É porque existem divergências? Porque existe a confusão? É que surge a reflexão filosófica como uma tentativa de ordenar metodicamente essa discussão. Colocar órgão na discussão. Agora, se a discussão não existe, ela coloca a ordem do quê? Então, nós podemos dizer o seguinte, numa tribo iletrada, você tem um discurso mitopoético às vezes altamente desenvolvido, mas você não tem um discurso retórico. Não surgiram divergências de interpretação suficientes para que haja uma discussão pública. Já no tempo de Tato Merystófus, havia muitas dúvidas sobre a religião grega, que a crença não era uniforme. Tinha gente que não acreditava nada aqui e expressava as suas discordâncias. Agora, vá para o Caramatribo de Índio, não tem um atribo que já tem contato, está na funácia, aquele negócio com o Vaco Fela, ele está falando dessa. Então, pega o atribo que você encontrou recentemente e vê se lá dentro tem grandes divergências sobre as crenças básicas da comunidade. Não, essas crenças, elas se identificam com o próprio mundo exterior. Elas são cenários no qual as pessoas vivem, elas não são conteúdos de consciência, as consciências que estão contidas nela. Então, aí não dá para fazer uma reflexão filosófica ainda. D, é preciso que essas formas tenham-se tornado problemáticas, entrando em choque, umas com as outras ou com a realidade da experiência para que possa surgir a simples ideia de fazer delas ou objeta uma reflexão organizada. D, é preciso que o Fialças tenha estudado bem, que isto é domínio em máximo possível a cultura do seu tempo e da sua sociedade. Ele tem que ter uma visão integral do campo onde a discussão está se desenvolvendo. Então, ele tem que saber quem disse o que, porque que disse qual é o mesmo de um, qual é o mesmo de outro e assim por diante. De modo a poder introduzir na discussão um upgrade diferencial e decisivo, análise filosófico, é exatamente o que eles começam a fazer. A Aristóteles, a Claridinha, que é a diferença específica entre a filosofia e as especulações espontâneas de crianças e adultos, não está na matéria o assunto de que trata, mas na forma da análise filosófica, de que se distingue daquelas mais ou menos sentido em que a ciência da zoologia se distingue de uma visita ao jardim zoológico. Aliás, o próprio Aristóteles criou o primeiro jardim zoológico e com certeza não confundia a curiosidade dos visitantes com as investigações zoológicas que ele e seus estudantes empreendiam com base no mesmo material observado, quer dizer, os bichos que ele estava observando eram os mesmos. Só que, vamos dizer, as observações e perguntas que faziam eram completamente diferentes. A primeira fim só aparece quando cumpridas determinadas condições culturais, tanto na sociedade geral quanto na mente e do filósofo individual. A primeira tem que estar madura para aceitar uma discussão sobre as suas crianças mais queridas e mesmo assim, às vezes da body, como você vê no caso de Sócrates. A segunda tem que haver adquirido conhecimento suficiente para que sua voz reflita a das correntes culturais existentes e não somente suas impressões pessoais isoladas. Ou seja, você vê que nos diálogos Sócrates, Sócrates faz peco as ideias já existentes, de Parmenos, de Heráctlitos, de Homero, que aparecem no teatro, dos políticos do dia, ou das pessoas que estão em volta. Ele não está falando só que não é como eu, quando eu estava vendo ali as tartarugas, eu não estava discutindo com ninguém, era um problema meu comigo mesmo. Não havia nenhuma pese sobre as tartarugas que eu tivesse que confirmar ou refutar. Eu estava pensando com base nas minhas impressões sensíveis e não numa interpretação que alguém fizesse, não numa tentativa de verbalizar, tentativa anterior de verbalizar essas impressões sensíveis. Foi por isso que regrafe o mão. A ave de Minerva só levanta a vôo ao interdecer. Pessoas como a... Vê, pois não parece Platão Aristóteles? Atenas já não era a veramema do tempo de Pérricas, já era um lugar decadente cheio de corrupção, uma confusão dos diálogos. Pessoas como a cultura filosófica e histórica deficiente ou mula podem se deixar confundir pela semelhança maternátrica e por favor de uma criança a questão filosófica formulada por um pensador maduro. E isso acontece quando... Alguém já disse que existem questões filosóficas. Não existem questões filosóficas, meu Deus do céu. Essas questões não são filosóficas em si, elas são questões da experiência humana. O que é filosófica é um modo de tratá-las. Nenhuma das questões em si mesmo é filosófica. Está aí, está né? Tento não é filosófica, elas aparecem. Na arte, na religião, na vida diária, aparecem tudo o que é lugar. Então, se a filosofia é alguma coisa e não todas as coisas, se ela é uma atividade históricamente documentada e se a história da filosofia não é toda a história da humanidade, então a filosofia tem que ter o seu elemento diferencial e esse elemento diferencial está claríssimo. Já nos preços ofércios já está claríssimo, porque eles estão... Um deles está oferecendo a resposta a uma tese possível. Quando o Parmeni diz, o senhor é ou não o senhor não é, ele está tentando desfazer uma confusão já existente na sociedade. Quando o Horácio diz, tudo flui, exceto logo, você também está oferecendo uma resposta porque sempre já existia. E quando aparece as discussões, as escolas atomistas, etc., bom. Eles estão respondendo a questões cultuais e não simplesmente a uma curiosidade pessoal. Mas a diferença entre as agendas é o ponto de que a primeira e as crianças diz algo por si mesma, podendo reaparecer idêntica em milhares de sergos infantis, como mesmo adultos. Ao passo que a segunda nada significa fora da ordem das razões. O lugar preciso ocupa no esquema total do pensamento daquele filósofo em particular. Quando eu expome para vocês a minha espina da hospital, para a ruga, se eu decobar com qualquer outra criança que tivesse o mesmo problema visual, poderia ter o mesmo problema. Sorge a mesma intervogação. O mundo é assim ou é assim? Às vezes até sem ter o defeito de eficiência visual, ele pode levantar essa pergunta. Ah, o mundo continua existindo quando eu fecho meu usuário, todo mundo pode levantar essas perguntas. E essas perguntas são as mesmas. Onde que a galera aparece é só a mesma coisa. O que elas significam dentro da filosofia de Platão com o de Aristóteles? Você só fica sabendo e você conhece a estrutura inteira do pensamento de Aristóteles. Daí você vai de Aristóteles e de Platão e você vai saber qual o sentido preciso que eles deram essa questão. Então, isso aí é uma lição de regão. Regão que ensinou isso. Não existe tese filosóficas separadas. Se está separado não é filosófica. Se a filosofia não tem, está a ter a de ordenar a discussão. Então, o que interessa dela não é só o tema da discussão, mas a ordem que foi colocada. Então, por isso que eles dizem a filosofia é sempre sistema. As tese filosofias se entendem do sistema. Existem filósofias que não são tão sistêmicos assim. E tem um ideal de filósofias mais fragmentares. Mas mesmo assim, a ideia de dar unidade, conhecimento de dar unidade e um um. Uma unidade que é ordem, está presente até dentro das obras dos filósofios mais anáquicos possíveis. Foi no Nietzsche. Nietzsche está procurando uma ordem sem dúvida. Acontece que ele tinha sípheles e deu uma dor de cabeça e ele parou de pensar, esquecia, não dá seguida falar de outra coisa, mas ele estava tentando desesperadamente chegar a uma ordem. E por isso mesmo ele é um filósofio. Você pode dizer que é um filósofio não realizado. De algum modo. Ele deixou uma série de semítese que não frutificava. Como dizia ele, as obras que ainda não se levantaram. Mas é um filósofio porque está buscando a unidade e a ordem por trás de uma confusão cultural. Então isso quer dizer que mesmo que o filósofio não consiga, mesmo que ele não queira criar um sistema, ele não acredita em um sistema. Eu mesmo não acredito. É o sistema filósofo integral. E eu acredito no desejo da ordem. Mas não na possibilidade de criar um sistema universalmente explicativo. Eu não acredito nisso. Mas o esforço em direção à ordem é, para dizer, a meta ou objetivo teleológico, ou teleossafinalidade de tudo o que a gente está fazendo. Então a busca da ordem, da inteligibilidade, para isso que marca a filosofia. E por isso mesmo as teses filosóficas soltas não significam absolutamente nada. Elas só significam algo dentro do esforço filosófico total. Isso quer dizer que para saber que um filósofo está falando uma frase, você precisa saber que o restante do sistema ou da obra de ele é o do esforço. As frases soltas, frases soltas e filosofia não vão nada. Mesmo que você escreva sobre aforismos, sobre a forma de aforismos como o próprio Nietzsche. Nietzsche como tinha a pobreldência, ele não conseguia trabalhar de uma hora constante. Então acho que quando ele levantava a cama, parava a febre, ele levantava e escrevia rapidamente duas ou três coisinhas e desmaiava de novo. Então é tudo fragmentário. Mas por trás dos fragmentos você vê um esforço monstruoso de alcançar a inteligibilidade das coisas. Um esforço que no caso de Nietzsche não recuava nem mesmo diante dos maiores paradoxos que você pode imaginar. A imangência Nietzsche tivesse vivido mais 40 anos em vez de morrer louco. E se ele sarasse da doença, talvez se tivesse já penicili. Talvez ele fosse costurar todas essas linhas de investigação que ele começou. Mas poderia ser costurável de alguma maneira. Nesse sentido, todo estudante filosofia tem a obrigação de saber que não existem propriamente questões filosóficas. Mas questões que sob certas circunstâncias muito complexas emergem do terreno geral da curiosidade humana e graças a um tratamento muito especial que recebem se tornam questões filosóficas. Quando quer que você lê, não existem questões filosóficas eternas, etc. É burrice. Existem questões eternas para a humanidade. Questões a vida humana, questões a defensa humana. Não são questões filosóficas ainda. Falta muito para se tornar questões filosóficas. Por isso mesmo eu disse não ser coincidência que é ideia besta da filosofia para crianças. Mas toda a obvia dificuldade de prática e de realizagem já tem precedido uma discussão sobre isso na revista época. Resurga de novo e de novo como uma obsessão incurrada num país que tem pouquíssimos filhosos e não nos runes e um dos bons se conta nos dedos das mãos. É verdade, não sei exagerando, não tem 10. Filhosos excelentes que devão ser conhecidos. O Marfer do Santos, o Miguel Rear, o William Flúcer, o Maurílio Penido. Acho que acabou por aí mesmo. O resto você tem que conhecer porque é mais da cultura brasileira. Não porque tem importância filosófica, se dizer, é do biobarreto importante para a história da cultura brasileira. Mas a filosofia do biobarreto faz falta no mundo? Não, não faz. Agora o Marfer Rear faz, o Flúcer faz, o Tarzene, também é original. Você não encontra aqui em outros países. E um dos bons se conta nos dedos das mãos. A proposta invaduvamente vem de pessoas com já realizações no campo da filosofia. São indesistentes, curos conhecimentos filosóficos, não chegam ao nível do estudante secundarista na França, nos Estados Unidos, e cura cultura geral não permite sequer participar ultimamente de discussões jornalísticas. Muito mais filosóficas. Eles jogam o Peleira acredito que é o voo da Área de Minerva. Então isso aqui me foi inspirado por esse cretino desse, como é que chama o cara? Abdonar a Santana. Que se comprovou que é um sujeito que não sabe distinguir a conjunção hora do substantivo hora com H. Todo esse sujeito ele não podia ter passado no ginásio e ele está lá ensinando no universidade e quer dar palpite. Então antes de você dominar essa gestão, eu falei domine o seu idioma, domine o idioma a parte, pelo menos isso para você ter certeza dos meios expressivos. São pessoas assim, da certeza que não sabe nada, mas que é ensinal do outro, que vem com essa proposta de filosofia com a criança. As crianças estariam na mão de ser totalmente desarmadas, enormes. E acabaram aceitando, criando confusão na cabeça, que levariam talvez 20, 30 anos para desfazer, se vier, se desfazer algum dia. Isso aí costumou vários elementos. Então sobre o Hidre ainda tem umas coisinhas para falar e sobre como o dugin enxertou ele no erasianismo. Ainda falta alguma coisa para falar, mas eu vou ter que falar para a próxima aula porque essa aqui já foi longe de demais. Dá tento ele fazer um intervalo e me pergunto depois ou está muito tarde? 10h30. Então vocês vão para os embalos de sábado à noite. Até semana que vem.