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Bom, boa noite a todos e bem-vindos. Nós vamos continuar com estação do canto que ainda vai nos ocupar por algumas semanas, talvez até meses, porque o negócio é muito complicado. E note bem que aqui nós nem entramos ainda no exame dos escritos maiores do canto, como a crítica de razão pura, a crítica de razão prática, o prolegômetro da metafísica e o futuro, etc. Nós estamos examinando somente os escritos políticos, que são bastante secundários, mas que têm uma característica importante. Eles começam na juventude do canto e vão até o fim. Você pega os últimos, são de 1790 e pouco, e eles mostram uma continuidade extraordinária. Na parte que em outros pontos da sua doutrina o canto às vezes modifica alguma coisa importante, como na própria crítica de razão pura, ele solta a primeira edição, 1781, depois uma segunda edição, 1787, com alterações bastante sérias. Mas no caso aqui dessas ideias políticas, a gente vê que elas continuam imperturbávelmente a longo de toda a vida. Por outro lado, até eu coloquei a notinha no Facebook dizendo isso, não há praticamente nada que o canto não diga aqui, que ele não desminta ou não atenui mais adiante. Então, fica difícil você orientar nesta coisa. E sobretudo ele escreve nesse estilo, acho que é a palavra certa para descrever, vermicular, quer dizer, o estilo que fica como se fosse um infinito meandro. E é difícil você saber onde ele quer chegar mesmo. Às vezes o contraste entre o que ele diz em um lugar e no outro é assim, é tão, tão, tão, tão a caixa pante que você tem que procurar uma intenção mais profunda por trafa. Não, não é possível o usuário de capaio de escrever a crítica da razão pura, ele se contradizia desta maneira. Então, eu cheguei a quando eu falei, olha, quando é assim você está com um problema especial na mão, um problema dos suigêneres e você mesmo tem que inventar um método para, tem que descobrir ou inventar um método que sebra para estudar este filósofo e que não serviria para estudar um outro. Como o canto ao longo de toda a vida ele apresenta esses projetos de mundo, quer dizer, o que seria paz perfeito, o que seria organização perfeita do estado, etc., etc. E como ele afirma taxativamente que a criação da ordem social, ordem jurídica, social perfeita é o objetivo de toda a história humana, então, fala bom, então quem sabe a gente pode usar isso aí como método, quer dizer, um método que é sugerido pelo próprio objeto. Então, conceber a partir das indicações que o canto dá, como seria essa ordem social perfeita, se ela funcionasse exatamente como o canto está dizendo que funciona. E vamos ver o que dá. Então, aí você descobre duas coisas. Primeiro, esta ordem social, ela teria todos os problemas, todas as dificuldades, todas as contradições internas que estão na própria filosofia do canto, evidentemente, que é o que você tem aqui, um conjunto que não é de soluções, mas é de problemas. Se você ampliar aquilo, transformar numa ordem social, então você terá conflitos sociais e políticos que eu refletirão aquelas mesmas contradições, certo? Dá pra entender isso aí. E em segundo lugar, esse mundo assim concebido é extraordinariamente parecido com o mundo em que nós estamos. Se você pensar tudo que tem acontecido na ordem jurídico-política nos últimos 200 anos, você chega a conclusão seguinte, só houve, ou no mundo que você está no mundo do canto, ou no mundo do Karl Marx, mas o mundo Karl Marx de certa maneira já passou. Está certo? Mas o do canto estava antes e continua, cada vez mais forte. Então, esta postilinha aqui, ela dá uma ideia de o que poderia ser esse mundo, mundo kantiano ideal, que é um mundo real no qual nós vivemos. E uma coisa que me parece assim, absolutamente extraordinária no canto, é a total indisposição dele para examinar a questão de esse isto que eu estou escrevendo virar realidade. O que que vai acontecer? Vamos conjeturar aqui, se eu tenho um plano, por exemplo, sei lá, eu quero construir uma casa no lugar tal, e se o terreno tiver algum problema, e se tiver um curso de água embaixo, está certo? E se houver um problema, sei lá, com a população animal, você tem que pensar os consequências do que você está fazendo. E em nenhum momento ele examina isto. Ele vai, ele formula o seu mundo ideal com uma confiança total, até do Manate, até candida, por assim dizer, e não pergunta jamais as consequências práticas daquilo. E é importante assinar lá que ele mesmo diz que o foco do iluminismo é a questão da religião. Não é a questão da organização do Estado, não é a questão dos direitos humanos, não é a questão do avós da ciência, não é a questão da democracia, é a questão da religião, ele diz isto. Então como seria a religião no mundo concebido pelo Canto? O que aconteceria com ela? Que tipo de religião nós teríamos? E o que aconteceria com as religiões já existentes? Então como Canto, na crífia da razão prática, ele diz que a crença em Deus e a imortalidade da alma são postulados da razão prática, quer dizer, são coisas que nós temos que crer de qualquer maneira. Não tem como escapar. A razão prática só pode funcionar se ela aceitar essas duas coisas. Então o pessoal lê isso e fala, bom, então ele no fim das contas é um crente. Ele diz, bom, mas o problema não é saber se o Canto é um crente ou não, o problema é saber como ficará o mundo político social e como ficará a religião desse mundo político social, se as concepções do Canto foram levadas a sério e levadas à prática, como de fato foram. Eu acho, por exemplo, esse pessoal que estuda direito no mundo inteiro, eu acho que não tem um estudante direito no mundo que não tenha se intoxicado de ideias do Canto, ou diretamente, ou através de continuadores e discípulos como que eu sei. Do mesmo modo, no mundo dos estudos religiões, eu acho que não tem ninguém que não tenha sido influenciado pelas ideias do Rudolf Otto, que escreveu o famoso livro, O Sagrado, da Céu no começo do século XX, que é um clássico, e que é uma versão cantiana do negócio. Quando você lê o Mischeliade, você vê as concepções do Canto lá no fundo, e acho que não existe autor sobre esse assunto de história do regione mais influente do que o Mischeliade. E assim por diante, quer dizer, sinais do Canto você encontra em pessoas que jamais ouviram falar de Canto. Acho que no Brasil, por exemplo, se você pegar nas faculdades de direitos, fala quantos professores, não é que leram Canto, porque os professores teriam capacidade para ler quatro par de Canto sem ter correstão cerebral, são raríssimos, e no entanto, eles estão pensando canteanamente porque a influência passou do fulano, do fulano, do fulano, do fulano, e foi chegar lá no Brasil. Então, no Brasil você tem, ou o pessoal que foi seriamente influenciado pelo pensamento marxista e que foi acabar nesse tal de direito alternativo, direito achado na rua, direito achado na privada, direito achado no lixo, pitei o outro pessoal, que às vezes é até conservador e que está profundamente embuído de pensamentos canteanos. O Miguel Reale, depois de uma influência do Miguel Reale do Canto no Miguel Reale, é um negócio devastador, ele aceita toda a teoria das formas a priori do entendimento e da percepção, só que ele critica o Canto, que acho por achar que essas formas são eternas e imutáveis quando ele diz, não, nós temos que fazer a história das formas a priori. Bom, se existe uma história, elas não são mais a priori, né? Então, de qualquer modo, a ideia de esquemas perceptivas que estão por trás de toda uma cultura e que mudam por sua vez ao longo do tempo, é uma perfeitamente viável, só que com isso nós escapamos um pouco do do cantismo, ainda que continuam de usar as categorias dele, né? Bom, eu vou ler aqui e comentar. Os escritos políticos de Canto tornam-se muito importantes para o nosso estudo, precisamente porque um filósofo se expressa livremente sobre os valores e crenças que subscreve, se é a mais mínima preocupação de examiná-los criticamente e nem mesmo de argumentar muito em seu favor. Ele fala, por assim dizer, para um circo de fiéis ou cor religionários, dos quais não espera nenhuma objeção séria antes da adesão fácil, sonsa e solidária. É claro que aqui isso é completamente diferente do que ele faz nos grandes livros de filosofia, como a crítica razão cura, a crítica razão prática, onde ele examina tudo sobre todos os aspectos. Aqui não, aqui ele simplesmente diz o que ele quer, o que ele acha, aquilo que ele adere, como se estivesse dizendo uma coisa óbvia. Claro que tudo o que ele diz nesse escrito, se não sua óbvio, sua pelo menos perfeitamente aceitável na atmosfera do século 18. Eu sugiro que quem quiser ter uma ideia de como era a atmosfera da época, leu o livro do Paul Azar, o pensamento europeu no século 18, que é uma obra prima, um negócio absolutamente extraordinário, como tudo que Paul Azar escreve é notável. E você vê como essas ideias do cante, elas podem aparecer inovativas sobre certas peças, mas nunca chocantes para aquele público. Aparecia assim como, como é que se diz, grandes ideias, grandes sugestões que um circo está dando para como nós realizamos os nossos ideais. Um exame superficial poderia sugerir que se trata de meras opiniões sem importância filosófica própria. Um violon d'angra, a hangra era um grande pintor francês e que achava que era violinista e tocava nos quadros dele, era maravilhoso. Então tudo aquilo, quando ele tem um talento, uma coisa ele insiste em fazer outra, chama o violon d'angra, o violino de hangra. Um violon d'angra filosófico, uma curiosidade biográfica apenas. O que no caso torna essa interpretação inviável são três fatores. Um, ao longo de toda a sua carreira cante permanece fiel as opiniões assim expostas. Um ou outra indecisão ou incongruência verbal, de fato aparece, que não afeta o conjunto. Dois, ele apresenta quase sempre não como opiniões pessoais, mas como regras universais obrigatórias para toda a humanidade. Ele sempre está falando assim, urbe, é torbe, como uma espécie de autoridade papal. Esse é o tom dele. Eu acho que não existe coisa mais característica do cante do que essa ideia de lei universal. Tudo que ele pensa é na escala universal. E nós veremos mais tarde que ele entende a moral como totalmente constituída de leis universais obrigatórias para toda a humanidade das quais decorre para essa atenção a crância em Deus e a imortalidade da alma. Então, de algum modo, a universalidade da lei é o fator, é o primo móvel, é o primeiro motor imóvel. E aonde está essa lei? Ela está na consciência humana. Aquele negócio, aquela famosa frase dele, acima de mim, o céu estrelado dentro de mim é a lei moral. A lei moral, de certo modo, é maior do que o céu estrelado, mas ela está dentro de mim. Três, elas têm uma relação íntima com a grande estese da filosofia canteana apresentadas em obras de mais peso. Este que eu acho o ponto mais interessante da história e o que eu gostaria muito de aprofundar nos próximos meses. Quer dizer, dado este mundo ideal do cante, esse estado perfeito que ele concedeu, qual é a relação da gnozologia do cante, da metafísica do cante, da ética do cante com isso? Quer dizer, como é que os trabalhos filosóficos mais técnicos se encaixam dentro deste negócio? Que é um assunto no qual eu nem entrei ainda. Eu ainda estou descrevendo o mundo ideal do cante. Se eu insistir nesse negócio do cante por meses, eu espero que vocês tenham a paciência de me acompanhar, porque isso renderá muito na compreensão do mundo atual. Nós estamos aqui, nós nos estudamos filosofia. Então, segui nos conselhos do Eric Weger, nos estudamos filosofia, estudamos a realidade e a filosofia entra como um instrumento auxiliar para nós entendemos. Então, nós estamos interessados numa disciplina escolar específica. Aqui ninguém vai levar diploma, vai ganhar um PhD, vai ganhar um emprego, nada. Pessoas simplesmente querem o conhecimento, conhecimento do quê? De uma disciplina para efeitos de dilatatismo ou de prazer intelectual. Não, isso. Nós queremos nos orientar no mundo real. Nós não somos dilatantes, não somos apreciadores, não é que negócio a gosto muito de filosofia, não é isso. Nós somos pessoas desesperadas e desorientadas que estamos vendo o mundo enormemente confuso à nossa volta e nós queremos de algum modo nos orientar no meio disso. É isso o nosso objetivo. E, na verdade, eu acredito que isso é filosofia, fazer isso é filosofia. Então, se você ler as obras de Platão e Aristóteles e nenhum momento eles estão estudando filosofia de Platão e Aristóteles, estão estudando o que acontece mesmo. Você vê que Aristóteles teve a parfora de examinar as constituições de mais de uma centena de cidade-estado em tono, porque ele queria saber onde ele estava, né? E ele não estava se enteorizando no vazio e nem brincando de filosofia e nem postulando emprego. Ele não precisava de emprego, ele era um homem rico. Então, o objetivo de todo esse estudo canto não é assim entender a filosofia de canto. Você fala, não. Eu acho que se você entra em qualquer filosofia com essa ideia de que você quer só entender a filosofia dele, você já não vai entender nada, porque a filosofia não aparece no vazio. Elas são respostas a alguma coisa, a alguma situação existencial real, não é só problemas acadêmicos. Então, você tem que saber quais são esses problemas que serviram de estímulo ao filósofo. Aqui, a situação está respondendo. Então, por exemplo, se você vê Santo Más da Quim, um momento, temos que abrir a porta para o cachorro aqui que está querendo assistir a aula. Pronto. Então, Santo Más da Quim não estava enfrentando uma situação criada, vamos dizer, pela disseminação dos Cristo de Aristóteles que estavam criando uma confusão desgraçada no meio universitário e ecclesiástico e com coisas que poderia ter consequências enormes para a vida cristã, para a vida de toda a sociedade europeia. Ou, se você vê o próprio Karl Marx, Karl Marx estava tentando responder a uma situação criada pela nova importância que a economia havia adquirido, a economia havia se tornado, de fato, o centro da vida na Europa, sobretudo na Inglaterra, na França, na Alemanha, que tem uma importância que nunca tinha tido antes. Então, ele está respondendo essa situação que ele, ingenuamente, de certo modo, ele toma como se fosse um constante universal, que não era uma coisa da cultura da época. E assim por diante. Então, buscar qual é essa situação existencial real, né? Isso. Aqui o surre está respondendo. Isso é o principal em filosofia. E da resposta que o filósofo dá, decorrem não somente consequências filosóficas ou acadêmicas, mas consequências do mundo real. Quer dizer, não é só o filósofo que leu o filósofo e fica discutindo dentro da faculdade de filosofia. Existe ali juristas, líderes militares, líderes políticos, eclesiásticos, jornalistas, que leem essa coisa e vão, de alguma maneira, transformando essas ideias em correntes, né? De correntes políticos, correntes morais, sociais, religiosos. Nós estávamos agora mesmo comentando com o Alessandro aqui, que atualmente, na Inglaterra, se um pai não quer que o seu filho seja treinado no islamismo, ele tem que avisar a escola, porque o islamismo é obrigatório a não ser que o pai peça. E nessa mesma medida, já são todos os inimigos do islamismo, já são cadastrados. E como é que começou isso? Eu digo, bom, eu tive notícia das relações, ligação íntima, entre o Martin Lins, que era o segundo no comando da tarica do Choum, e o Príncipe Charles, em 1986. E a gente via que alguma coisa estava acontecendo. Por quê? Numa tarica, que é uma organização esotérica islâmica, o Sheik, o chefe, tem autoridade absoluta sobre os seus discípulos. Se o Sheik mandava, se atira do décimo e o segundo andar, se atira sem discutir. Então, o único surreito de desobedecer eu fui eu, porque o Choum tinha que só podia fumar oito cigarros por dia e eu fumava 60. Então, já começou a criar problema desde o primeiro dia. Então, mas claro, a minha carreira na tarica foi, foi curta e feliz, na conta do Rêmigas, curta e feliz a existência do seu filho de tal. Então, e se o Martin Lins estava perdendo seu tempo com o Príncipe Charles, certamente não era por motivo social. Ele não estava apenas convivendo com o Príncipe em altos círculos, está certo? E indo em festinhas, não era isso. Deve haver uma ligação orgânica. Portanto, o Príncipe, por sua vez, não podia ser apenas um beletrista que estava interessado em doutrinas tradicionais. Você vai lendo aquelas coisas de Gnom, Choum, isso chega uma hora, você quer, agora eu conheço isso por dentro. Isso aconteceu pra mim também, deve ter acontecido pro Príncipe Charles igualzinho. Eles mesmo dizem, você vem até aqui no ensinamento teórico, mas daí você precisa ter uma ideia do que é a vida esotérica na sua substância carnal, por assim dizer. Então, você tem que entrar com uma tarica pra saber o que eles estão fazendo lá dentro. Então, o Príncipe Charles fatalmente deve ter passado por isso e na hora que ele recebe a sua iniciação na tarica, ele das duas vezes, ele será expulso da tarica se ele fizer alguma inconvenência, como aconteceu comigo, ou ele permanecerá lá, não conta que ele tenha feito alguma inconvenência e que tenha sido expulso. Portanto, ele é um membro da tarica, portanto, ele obedece ao seu shake 24 horas por dia. Isso é a cojetura que já apareceu naquela época, já pensaram ainda naquela época. Ainda há uns 20 anos, 28 anos, que é o prazo de uma geração, ou pelo menos astrologicamente, é um ciclo completo do planeta Saturno que marca a temporalidade histórica, por assim dizer. Está aí a situação estabelecidas, os inglês estão sendo obrigados a engolir os lâmidos, coisa que se você falasse naquela época, parecia uma loucura. Mas em 85, ele falou, não, é uma lâmica. As pessoas internavam no hospício e, no entanto, estava claro que isso ia acontecer mais dia menos dia. Por quê? Tudo, presta atenção, tudo o que acontece na política deste mundo começa em círculos muito discretos e muito alto na sociedade, só com gente importante, intelectuais de primeiro plano, governantes, bilionários, tudo começa com a conversa nessas pessoas. E depois, muito lentamente, vai para a política e o pessoal, vamos dizer, a massa e o jornalista, etc., não tem menos ideia de onde aquilo veio. Então, a história para eles vira, vamos dizer, um pipocar de coisas que, assim, aleatórias, que simplesmente aconteceram. Mas quando você estuda a história política, a história das ideias, etc., você acaba descobrindo que nada se faz no mundo sem que alguém tenha feito. Quer dizer, as coisas o acontecem, só tem três fontes. O acontece por uma intervenção divina, o acontece por um mecanismo natural, o acontece porque alguém fez. Não existe um quarto, né? Uma quarta ordem causal. Existe apenas a combinação, mais ou menos, aleatória desses quatro, desses três, desses três fatores. Então, o<|pt|><|transcribe|> capeta pode ajudar. Sim, o capeta pode ajudar, sim, sem dúvida. Mas o capeta entra justamente no quarto, na combinação das coisas. O capeta não é criador, ele não é uma força criadora. Então, o que ele vai fazer? Ele vai pegar esses três fatores e vai criar uma confusão dos diabos com esses. Então, você tem o fator do acaso, o fator caótico, onde entra justamente a ação do Satanás. Por isso mesmo, a gente já tem muitas sutileza e paciência para rastrear as origens dos debates públicos. E as escrituras que transmitem esses Alguns cuidadosos. imediatamente, mas pode ir amanhã ou depois. Então, por estapafúrdias que sejam as ideias, elas podem acabar germinando. Então, você viu que uns anos atrás, quando começou esse negócio de movimento gaysista, eu esquisí. Olha, logo em seguida, eu vi o movimento da favor da pedofilia, da necrophilia, da bestialidade, etc., etc. Por que eu disse isso? Porque eu li, os caras planejando fazer isso. Essas discussões começam na década dos anos 60, 70, do século passado, em grupos muito discretos, que parecia apenas intelectuais, excêntricos. Mas é nesses meios discretos que se forja a história. Então, nos anos 60, 70 você tinha a teoria da livre circulação do prazer. Então, é que a classe dominante, ela domina as pessoas, controlando os canais de prazer. Isso é um pouco do virom raich, quer dizer, o erotismo é uma energia cósmica, como eletricidade, uma energia física, ele achava que podia condensar essa energia em acumuladores, a questão da caixa de raich, eu mesmo entrei dentro de uma caixa de raich, fiquei lá, dá uma cosquinha, não dá mais nada. Então, que a classe dominante controlava a circulação dessa energia, de que se você a liberasse, se você teria uma situação então revolucionária, a vida tinha liberdade para todo mundo. Essas ideias, elas entraram profundamente nas correntes de debate público, de maneira muito lenta e muito discreta, mas de repente você vê aparecer a defesa da pedofilia. Agora já a defesa da necrophilia hoje já tem defensores públicos dessa coisa, quer dizer, já não é mais uma discussão de intelectuais, já é um germe do movimento. E a bestialidade, a casar com tatubola, casar com um gato, casar com uma aranha, porque não. As pessoas riem dessas coisas, mas quando essas ideias começam a aparecer no cenário público, elas têm uma força extraordinária justamente porque são absurdas, porque elas impactam as pessoas e eu tenho que ser paralisada, você não sabe como reagir a uma coisa dessa. É a melhor coisa que eu tinha que ter entrado na sua casa, olha, eu tenho um plano aqui para a gente matar a sua mãezinha. Você vai achar que é brincadeira, que é gozação e se não for. Então esse tipo de iniciativa que supõe no seu agente um caráter psicopático, justamente por ele vir através dessas personalidades psicopáticas, ele vem com um impacto engraçado, porque o psicopático tem uma agressividade psicológica, uma força psicológica, a pessoa normal não tem. Então a maior parte das pessoas, se não sabe do que se trata, fica totalmente desarmado. Então rastrear essas coisas até a sua origem remota, essa é a grande ocupação, não só evidentemente do historiador, mas deveria ser do estrategista político, porque ele tem que saber o que, não só o inimigo que ele está enfrentando agora, mas o que vai enfrentar amanhã. Então esta sondar que eu estou fazendo do Kant tem este propósito, saber da onde saíram certas forças que hoje estão, vamos dizer, dominando na medida do possível o curso da história. Dominar o curso da história ninguém domina, mas fazem uma força engraçada para isso e consegue afetar o mundo de gente. E de todas as origens ideológicas que nós possamos sondar, o Kant é, no meu ver, a mais poderosa e a mais sutil, e é que mais parece inocente, inofensiva. Você vê que em geral os estudos sobre o Kant, tem sempre um elemento biográfico onde se fala, vamos dizer, da personalidade doce amável do Kant, da sua vida de celibatário, da sua vida de pureza, por assim dizer, e assim por diante. E isso já cria toda uma imagem de inocência, mas esse homem nem é capaz de fazer mal a mosquito. Mas o problema não é ele querer fazer mal, o problema é o que ele entendia como bem. E lembre-se, porque ele entendia como bem era sobretudo isso, a lei universal. A lei universal que deve portanto presidir a todas as ações humanas, presidir ao curso da história, presidir todas as decisões, etc. E desta lei universal decorre a ideia fundamental dele no campo político, que é a ideia de obter a paz por meio da organização internacional. Ele foi o primeiro que formulou isso claramente. Então, a ideia de uma organização que se sobrepõe aos estados e que os administra, é inteiramente do Kant e é a doutrina política fundamental do Kant. Então, do Kant foi da ONU, inventor da governo mundial. Claro que a pessoa que tiver essa ideia antes, por exemplo, João Amos Comênios, educador da garantista, ele teve essa ideia, mas ele não elaborou como Kant, o problema não afundamentou como Kant e não atornou operacional como Kant. Então, a ideia do poder global é eminentemente uma ideia kantinha, nem neste mundo que nós estamos vivendo. Então, é importante saber conhecer essa origem para nós entendermos as implicações filosóficas. Quando você vê uma ideia que aparece num cenário público, você a discute nos termos em que ela se apresenta, mas se você não sabe qual é a retaguarda que ela tem por trás, você não sabe quais são as cartas que ela tem na manga. Você não sabe os milhões de argumentos que podem vir em favor dela depois e você não sabe as implicações dela. Então, tem que rastrear tudo, não tem outro jeito. Bom, então, vamos ver. Eu falei esses três pontos. Os pontos 1 e 2 estão sendo demonstrados aqui neste capítulo, ponto 3 será demonstrado capítulo 3, que é as aulas subsequentes. Quando eu for passar para esse capítulo 3, eu aviso vocês, por enquanto, estão aqui no 2. O escrito, conjeturas sobre o começo da história humana de 1786, torna-se ainda mais interessante, ah, aparentes, a edição Cambridge dos textos de Kant e sobretudo da crítica das Ampuras é um prodígio, é uma coisa assombrosa, que eles conseguiram fazer ali. É a melhor edição que já se fez do Kant, é aquele que nem alemão existe, uma coisa tão bem feita assim. Então, quem quiser, mas eu quero estudar o Kant a sério e não domina a língua, eu mesmo não domino a língua alemã suficiente para isso, eu posso ler um pedacinho aqui, um pedacinho ali com alguma dificuldade, mas eu preciso de uma tradução confiável para ter certeza de que estou entendendo. Então, essa edição Cambridge é, eu acho que a mais confiável que existe, é? Bom, torna-se ainda mais interessante sobre esse aspecto, porque Kant é de mim estar lidando com o tema do qual toda certeza científica está excluída, e onde só o que é possível fazer é uma aspas especulação imaginativa com base racional. O material precioso, portanto, para examinarmos como Kant pensa, quando deixado em liberdade para dar rede a soltas inclinações espontâneas da sua alma sem maiores preocupações críticas. Ele começa por tomar como ponto de partida a narrativa dos gêneses, ele diz, não há outro relato a respeito, então nós só temos os gêneses, então temos que partir dali. E ele, em princípio, aceita essa narrativa como verdadeira ao ponto que ele diz que a humanidade só pode ter se originado de um caso único, porque senão haveria, vamos dizer, guerras desde o início e a coisa não teria crescido. Então, ele admita a crença bíblica de que a humanidade se originou de um caso único e passa então a oferecer sua própria interpretação dos acontecimentos, que não pode ser acusada e falta de originalidade. Desde logo, ele identifica a voz de Deus, a expressão dele, que se dirija a Dão e Eva, com o puro apelo do instinto natural, que fala também aos tatus e as minhocas. Tudo conclui, embora canta não diga expressamente, que esses também foram criados a imagem semelhança do todo poderoso. Então, ele diz o seguinte, no começo, quando o homem vivia de acordo com seu instinto natural, que é a voz de Deus, ele era feliz, depois entrou a razão e a razão complicou tudo e aí começou a história natural, a história da humanidade. E os atletas, inicialmente, o recém-chegado para isso, que é de Adão, deve ter sido guiado tão somente pelo instinto, aquela voz de Deus que todos os animais obedecem. Ela permitia que ele usasse de algumas coisas como alimentos e o proibia de usar outras coisas, este lá, gênesis, capítulo 3. Enquanto o homem inesperiente obedeceu a se chamar da natureza, sua vida foi feliz. Este estado de equilíbrio instintivo foi pelo advento de um fator inesperado. Aspas. Mas a razão logo fez sentir a sua presença e buscou estender o conhecimento dos alimentos para além dos limites do instinto. Fecha aspas. A serpente, portanto, representa a voz da razão. Como Deus representava a do instinto natural, o modo operante da razão é dos mais singulares. Aqui nós já temos um problema, porque como nós vimos no inscrito anterior, Cante diz que é a natureza que conduz o homem à razão. E que a razão está de certo modo embutida na natureza por aquele processo que chama o astúcia da razão. Quer dizer, leva o homem em direção ao seu desenvolvimento racional sem que ele o perceba. Ele diz que a natureza faz isso. Aqui ele já está usando, para lá, a natureza no outro sentido. A natureza é a voz de Deus, é a voz de Deus. É apenas o instinto, a mecanicidade natural. O modo operante da razão é dos mais singulares. O homem passou a buscar alimentos aspas para além dos limites do instinto, diz Cante. Aspa. Comparando sua dieta usual, com qualquer coisa que o sentido diferente daquilo ao qual seu instinto estava ligado, por exemplo, o sentido da visão, representasse como similar em caráter. Então, inicialmente, o homem se alimenta só daquilo que é indicado pelo seu instinto. sobretudo através do olfato, o olfato é muito obrigado a fazer a agustação. Então, o bicho sente o cheiro. Uma coisa, ele sabe que é comida, porque ele está instintivamente programado para isto. Porém, depois o que acontece? Ele vê coisas que parecem com aquelas que ele estava acostumado a comer, e ele experimenta com elas, embora elas não tenham cheiro de comida. Portanto, ele introduz um outro elemento, um outro instinto, um outro órgão dos sentidos, que é a visão. Talvez a audição, o Tato também. Como elementos com os quais ele vai sondar novas comidas possíveis, que antes não parecia ser comida. E assim que ele explica então o negócio da árvore no centro para o centro. Para isso que era proibida. Tente imaginar o nível de estupidez a que o uso da razão teria de ter rebaixado o pobre Adão, para que, confundido pelo senso da visão, experimentasse mamar esperma de macaco em vez de leite de vaca, ou comer cocôs de cabrito em vez de jabuticavas. Mas queira ou não, é isso que Kant sugere que aconteça. Aspas. É uma peculiaridade da razão, o fato de que ela é capaz, com a ajuda da imaginação, de inventar desejos aos quais não somente falta qualquer impulso natural correspondente, mas que ainda divergem desse impulso. Esses desejos que são conhecidos, primeiramente como la cívia, gradualmente engendram todo um conjunto de inclinações superfas ou mesmo inaturais, as quais se aplica o termo luxúria. Fecha aspas. Esses parafus são algumas indicações preciosas. 1. Para Kant, Deus é a força da natureza e nada mais. Pelo menos é assim que ele consegue Deus neste inscrito. 2. A razão não é uma função integradora que busca harmonia entre o natural e o espiritual, mas é uma força demoníaca que se opõe à natureza e a deforma. 3. Com a queda, o homem não caiu fora da graça divina, mas do estado primitivo de equilíbrio homeostático natural. 4. A queda é uma só e a mesma coisa que o despertar da razão. 5. E a serpente é o impulso do conhecimento racional que liberta o homem do fatalismo natural. 6. Deus é cardute, o poeta italiano, e viria a condensar essa visão nos versos, o satana, o rebelhão, o força vinde de Tiedela Regione, o satanás, o rebelhão, o força vingadora da razão. 5. Até aqui uma notinha. 6. O poeta italiano, satanista confesso, não escapou a afinidade entre Cântedos revolucionários de 1789. Cântedé capitou o Deus, escreveu ele, e Robespierre de capitou o rei. Ele culeu essa comparação em Harisch-Heine, que por sua vez encontrou em reggae. Então, nós estamos nos movendo aqui, em pleno terreno gnostico, evidentemente. Essa interpretação da serpente como a razão, e como uma força iluminante, por assim dizer, é característicamente ignóstica. 6. A razão ao menos de início não opera esclarecendo, mas confundindo. O homem natural escolhe os alimentos pelo sentido ou fato que é próximo do da agustação. Quando se torna racional, vê uma coisa que parece comida, e mesmo notando que não tem cheiro de comida, sente o deserto de comê-la. O leitor deve ter notado que nos dois anos que decorriam, desde a profissão de fé iluminista, o texto que nós estudamos, que é o iluminino, a palavra natureza mudou de sentido. Em 1784, ela significava a razão analisada secreta, que conduziu o ser humano, Marguerre Louis, rumo aos seus mais altos destinos. Agora, ela é a força bruta do instinto, ou o voz de Deus, que a razão supera mediante o expediente altamente dublidoso de confundir os órgãos dos sentidos. A verar nisso algo mais que um deslize semântico, acho que sim. Os ideais e metas que cante de ser infundidos na menduleitor são em si mesmos tão confusos, escandalosas e autocontraditórios, que um vocabular muito preciso só servir para denunciá-los à primeira vista. No fundo, porém, não há incoerência alguma entre advogar a extinção do cristianismo como religião dogmática, nós já vimos isto, e fingindo aceitar como fonte fidedig, um dos textos principais que fundamentam o dogma, dá-lhe com ares da maior inocência uma interpretação invertida e blasfé. Mil investidas furiosas contra a religião, que pululam nos escritos de Voltaire e Diddlerau, não produziram na história efeitos tão profundos quanto essa injeção de veneno anestésico. Cante não pretendia, claro, que seu leitor acreditar seriamente nessa aspas história contada por Beusebua seu neto, o título do livro do Gurdjof, um conto de Beusebua seu neto. Então aqui, evidentemente, como Cante diz, isso aqui é uma conjetura imaginativa, isso aqui é evidentemente um conto de Beusebua seu neto, um neto sobre nós. Ele mesmo adverta que se trata apenas de uma especulação imaginativa com base racional. Tudo o que ele queria era, portanto, que esse leitor admite a possibilidade racional de que as coisas tivessem se passado como ele as imaginou. Ou seja, ele não está dizendo que as coisas se passaram assim, ele está dizendo que é uma possibilidade racional, uma possibilidade concebível, portanto. Mas se essa possibilidade, evidentemente, não existe, admite-la mesmo como hipótese, deixe-as rebaixar num estado de estupidez poeiril. Todo animal irracional pode ser enganado por um falso indício dos sentidos. Não é preciso entrar razão para isso. Sem isso, não seria possível pescar ou caçar com iscas. E jamais se veria um cachorro atacando sexualmente o juílio de um inocente visitante que não exala nenhum cheiro de cadela no sil. Nós vemos os animais se enganarem, ser enganados por dados dos sentidos, a todo instante. Lá quando nós estávamos no meio, por exemplo, os caras tinham um desenho de uma fêmea de alce que eles põe o desenho lá no meio e emitiam um som sem cheiro, nenhum de fêmea, e o bicho via aquilo e se enganava pelo som e pela imagem. O que quer dizer que o bicho via na inocência paradisíaca do instinto que depois tive o despertar da razão como adão? Muito. Então, teriam os peixes, cães e ursos recebidos no paraíso terrestre como seres humanos o toque iluminante da razão? Então, a ideia de que a confusão entre alimento e aparência de alimento derivasse do advento da razão é absolutamente inviável. Ela não é uma possibilidade racional, ela é uma impossibilidade por simples. Mas como foi que segundo o Cante, a razão, rebaixando o homem a condição do peixe que engola uma isca de plástico, o elevou um novo patamar de consciência? Quer dizer, como poderia ter uma ascensão de consciência mediante este rebaixamento, esta estupidificação que reduz o homem a um peixe, que vê uma isca que parece uma mioc, e ele come pensando que é uma mioc? Foi que, imaginem só, a confusão entre comida e aparência enganosa de comida abriu para o jovem adão a era da liberdade de escolha. Aspas, ele descobriam em si o poder de escolher ele mesmo um modo de vida e de não estar ligado como os outros animais a um modo de vida único. Pois fora os objetos de seu particular, do seu desejo, que o instinto lhe havia até então indicado, abria-se para ele uma infinidade de outros objetos. Sim, antes ele podia comer comida, agora ele pode comer qualquer coisa. Então, isto, evidentemente, amplia. Segundo Kant, o repertório de possibilidades. Para ressaltar a importância dessa descoberta iluminante, Kant apela a autoridade do próprio Gênesis, capítulo 3, versículo 7. Seus olhos nesse instante se abriram, os olhos de Adão. Mas se é para acreditar no Gênesis, não está certo esquecer tão rapidamente o que foi lido umas poucas linhas antes disso, onde Deus punha a disposição do homem Aspas, todas as ervas que dão a Sua semente sobre a Terra e todas as ervas que têm a Sua semente em si mesmas, cada uma segundo a Sua espécie, para vos servir de sustento a voz. Tradução do Padre Figueiredo. Uma pergunta surge inexoravelmente. Como poderiam, isso é importante, como poderiam os erros gastronômicos de Adão e Eva superar em número a quantidade dos tipos de alimentos existentes no planeta? Vamos supor que Adão e Eva cometessem 10 erros desses por dia. Quanto tempo eles precisariam para chegar a cometer esses erros em número maior do que o número de alimentos já existentes? Como poderiam as ilusões dos sentidos ampliar as possibilidades alimentares do casal, se essas já eram por definição ilimitadas? De fato, Deus não prescreveu a homem nenhuma dieta específica, muito menos restritiva, só ele proibiu um único alimento, que é o da árvore no centro do jardim. Mas, obviamente, ilimitado menos um igual ilimitado. Você pode comer tudo menos um. Então, você tem um número ilimitado de comidas. Então, a possibilidade de erros de comer falsos alimentos puramente aparentes, ela não pode jamais ter ampliado as possibilidades de Adão para além do número já ilimitado de alimentos que ele dispõe. De fato, que para isso ele tivesse de deformar até a completa inversão, o sentido do texto em que se estimulem. Esse apoio é algo que me parece quase inevitável. De fato, quando na narrativa bíblica os olhos de Adão e Eva se abrem, o que se revela dentro deles não é um horizonte ilimitado de possibilidades, mas apenas a sua própria nudez, que ele se apressa a cobrir restringindo em vez de ampliar sua liberdade de ação. Quer dizer, aquilo que aparece na narrativa bíblica como uma restrição, o Kant descreve como se fosse a abertura de um horizonte infinito de possibilidades. Antes ele circulava um pelado para cima e para baixo e estava tudo bem. Não tinha nada que não podia. Agora não pode mais. Ó, evidentemente, isso restringe. Kant prossegue explicando que após ter introduzido uma confusão dos diabos no cardápio de Adão e Eva, a razão fez o mesmo com a vida erótica do infeliz casal. Aspas. O homem logo descobriu com estímulo sexual que, no caso dos animais, se baseia apenas numa urgência passageira e amplamente periódica. Quer dizer, só tem sexo quando a fêmea está no cio. Podia, no seu caso, ser prolongado e mesmo aumentado por meio da imaginação. Olha, como do meio da imaginação. A fêmea humana não tem cio. Ela pode ter o desejo sexual a qualquer momento. Isso não vem da imaginação dela. Então, o homem também não tem cio. Então, quer dizer, ter o desejo a qualquer momento, independentemente do ciclo, não me parece fruto da imaginação. Nem por isso, no entanto, o paraíso terrestre se transformou na pré-estreia de Sodom e Gomorra. O mal trazia em si o princípio não só da sua própria evolução, mas o da liberdade moral humana, enfim subtraída à tirania dos impulsos naturais. Foi assim. Esse processo, quer dizer, primeiro você tem essa confusão alimentar e depois você tem a ampliação imaginativa das possibilidades eróticas. Eu não negue que essa ampliação pode existir. O sujeito no fim das contas pela imaginação, ele pode sentir atração por qualquer coisa. O sujeito pode sentir atração pelo Lula. Ou pela minha pessoa. Eu não recomendo que faça isso mesmo. Pode acontecer. Ou por uma árvore, ou por um tatu bola, ou por uma cabrita, pode ter qualquer coisa. A se separar dos sentidos... Ah, presta atenção. Como é que essa coisa, essa confusão que ele chama de L'Ascivia, a luxúria, em vez de transformar o paraíso na Sodom e Gomorra, abre para a Dão e Eva o patamar da liberdade moral. Foi assim. Aspas. Separar dos sentidos um objeto de prazer já é mostrar consciência de algum controle racional sobre os impulsos. Sim, quer dizer, o objeto de prazer já não está mais ligado ao instinto. Ele pode ser trabalhado pela imaginação, então você pode fazer escolhas. Esse controle permite o advimento da recusa. Quer dizer, imaginação lhe sugere algo e você diz... Ah, eu não quero. Aspas. O instrumento pelo qual os estímulos puramente sensoriais se recobrem de uma qualidade ideal, o que gradualmente mostra o caminho que leva do desejo puramente animal ao amor. Daí nasceu, segundo o canto, o senso da decência, o desejo de inspirar respeito nos outros. Parece uma intensificação quase literal da teoria freudiana da sublimação dos instintos. Isso. Já que você pode usar o gesto de desejo, se torna agora uma matéria de pensamento, então você pode em pensamento concebê-lo e dizer isso eu não quero, isso eu quero, isso eu não quero. Agora presta atenção. Imaginação erótica pode ser separado dos instintos, mas não dos sentidos, como diz canto. Presta atenção. E separar dos sentidos, um objeto de prazer, ele não diz dos instintos, ele diz dos sentidos. Imaginação erótica pode ser separado dos instintos, mas não dos sentidos, como diz canto. Separado dos sentidos, uma imagem não é uma imagem, é um conceito abstrato sem nenhum poder de despertar o desejo. Quer dizer, se a concepção mental não corresponde a uma representação sensível, como é que você vai ter desejo de um conceito abstrato? Não existe isso. Em outro ensaio, o próprio canto explica aspas, por mais elevados que desejemos os nossos conceitos e por mais abstrato que os tornemos em relação ao reen dos sentidos, eles continuarão associadas a noções figurativas. Dê-lhe, está falando disso até dos mais altos conceitos da filosofia, como isso não se aplicaria também a representação de uma possibilidade erótica qualquer. Se ao contrário, a fantasia permanece atada estreitamente aos sentidos, esse adão não se desfaz dessa fantasia imediatamente como de uma tolice patrissageira, mas em vez disso, deixa que ela arrasse, ela acive e alufure, descerta com um desejo mais intenso e irresistível que o do roteineiro impulso instintivo. Quer dizer, os produtos da imaginação pareceriam em certos momentos até mais desejáveis do que o objeto óbvio-roteineiro dos instintos. Não se vê como o ingresso da fantasia erótica no repertório anímico do desnorteado adão poderia por si criar um ato, um afastamento crítico entre a alma e o desejo, de modo a colocar em movimento o processo da sublimação. Quer dizer que se a fantasia chega a dominar o próprio adão ao ponto de ele se afastar dos objetos naturais, para buscar objetos antinaturais, é porque algum poder de sugestão, essa fantasia teve sobre ele. Como é que ela poderia ao mesmo tempo ter esse poder de sugestão e ao mesmo tempo criar um ato, um afastamento crítico? Quer dizer, faça você mesmo uma experiência, lembre-se das fantasias sexuais, se não as tem agora, normalmente, lembra de juventude, e vê se elas criavam para você um afastamento crítico ao contrário um envolvimento quase hipnótico. Claro que essa última hipótica é a verdadeira. Não se vê como ingresso da fantasia erótica no repertório anímico do desnorteado adão poderia por si criar um ato, um afastamento crítico entre a alma e o desejo, de modo a colocar em movimento o processo da sublimação. Para isso, seria preciso, bem ao contrário, um impulso moral qualquer que se oposesse à fantasia, em vez de deixar que a alma fosse arrastada por ela. Ou seja, a simples presença da fantasia não cria em você um afastamento crítico como relação a ela, mas é preciso que haja um elemento moral qualquer que se opõe. Se você começa a pensar a fantasia, vou comer a mulher do foradinho, vou comer o Lula, vou comer a cabrita, e daí vem um elemento moral que diz não, isso não está certo. Não é assim que acontece com vocês. Ou a própria fantasia já traz em si este afastamento. Se ela trouxesse um afastamento, ela não seria atraente, meu Deus do céu. Você vê que o Hante não tem muita experiência sexual para ele pensar essas coisas aqui. Qualquer pessoa que tenha a vida sexual corrente, não precisa ser muito original como o Lula, entende que as coisas não funcionam assim. Em terceiro lugar, se a variedade de novas modalidades de experiência erótica desperta a possibilidade da escolha que nem dois dá, corta um aqui. Portanto, da recusa, portanto da sublimação, não se entende porque isso não aconteceu já na esfera alimentar. Quer dizer que a abertura de novas possibilidades eróticas cria um afastamento crítico, porque isso não aconteceu a mesma coisa com as comidas? Quer dizer, agora, além das comidas existentes, eu passo a desejar algumas inexistentes, se isso cria para mim uma afasta... Por que isso não criou, imediatamente, um afastamento crítico? Como a ampliação dos objetos de desejo erótico. Pô, de segundo, o Quanta Razão havia acabado de abrir todo um novo mundo de possibilidades de certo muito mais amplo do que o Modesto Repertório de Invencionais Eróticas, de um casal único desprovido de parceiros ocasionais. Você vê que coisa, como poderiam... os alimentos estão em número ilimitados, além dos alimentos ilimitados, ainda a dão começa a inventar mais alguns inexistentes. Então isso amplia formidamente o Repertório, isso tem os alimentos reais e mais os irreais. Agora, isso porque os alimentos eram ilimitados, e quais são as possibilidades eróticas a dão lleva? Era só um casal, só sair se comendo, cabrita mesmo, tá entendendo? Mesmo assim, o número de animais ou de seres com os quais uma relação sexual é possível, fisicamente possível, é menor do que o número de alimentos existentes. Não consta que a dão pudesse desejar ter relações sexuais com uma pera, uma banana em certas circunstâncias, tem pessoas aqui, pode achar atrênte, né? Mas não no sentido usual, no sentido invertido. A essa altura, quem está confuso já não é o infeliz adama do infeliz leitor. Se faltou a conjeturação imaginativa pretende ter algum fundamento racional, e ao mesmo tempo se apoia num documento histórico, é preciso que no mínimo a interpretação desse documento seja racional, em vez de dar ré de assol, tá mais extravagante, alto, contraditório, imaginação, embenêutica. Quer dizer, o canto tá se permitindo uma liberdade na interpretação do orgênico, isso é absolutamente extraordinário. Quer dizer, ele não procura tirar o sentido de dentro do próprio texto. Ele coloca lá coisas que não estão lá e que não podem estar e que são contrárias ao texto. De toda essa confusão, só o que permanece claro e marcado acima de qualquer possibilidade de dúvida são dois pontos. Um, a razão é incomparabilmente superior à voz de Deus, que não passa de instinto animal. Dois, a razão prova sua superioridade a Bolínio de Adão e Evo, mais elementar de encerimento alimentário, depois despertando nele a Lassívia Luchuri. Não conheçou outro autor da época, com a possível exceção do Marquês de Sade, que tenha rebaixado Deus dessa maneira, e que o tenha feito por meio de uma apologia da razão, que parece antes calculada para denegrir esta última junto com o todo poderoso. Quer dizer, para quem está escolhendo a razão, a adão e a eva e tudo, e nós também. É gozado, ninguém tem a prestar atenção nessa coisa que o Cante diz. O cara é obviamente escadalosa, não só do ponto de vista moral, real drama, do ponto de vista intelectual. Pista uma coleção de monstruosidades com raramente civil. Eu digo, como é que aquele homem que é tão equilibrado nos exames de certas questões, tem que poder realmente escridir, está insurrada de loucuras, alguma coisa tem. Quer dizer, louco ou síphero, não tonto. A última etapa da evolução histórica do homem primitivo na visão canciona, veio o conducer humano já liberto da natureza ou voz de Deus, ou droga. Percebe, de início obscuramente, mas cada vez mais claro, que ele próprio é o fim e meta da natureza. A partir desse instante, quer dizer, você vai tendo esse processo de afastamento, de sublimação, até que o homem percebe que ele tem a liberdade moral, que ele tem a razão e que, portanto, ele está acima de todo mundo existente. A partir desse momento, ele já não vê os animais como os animais. Mas como instrumentos para os fins que ele tenha em mente. Nesse ponto, ele descobre que está em pé de igualdade, radical igualdade, com todos os seres racionais, inclusive os que eles são superiores, aspas. Assim, o homem arrançou uma posição de igualdade com todos os seres racionais, qualquer que seja o seu nível hierárquico, incondicional igualdade com todos os seres mais elevados, com o próprio Deus. Tornou-se como Deus, exatamente como a promessa da serpente. Eis como, por meio dos erros, dos sentidos, da lascivia e da luxúria, a razão torna o homem igual a Deus, o que essa altura já parece como presunção modesta. De vez em pouco, antes ele já havia superado esse Deus ao libertar da sua voz, isso é da tirania do Istíto Cego. Em nota acrescentada, o texto cante no seu característico estilo Morde à Sopra, busca atenuar o sentido de negável do que acaba de dizer. Afirme ele agora, aspas, a história da natureza começa com a bondade, pois é obra de Deus, mas a história da liberdade começa com o mal, pois é obra dos homens. Ele escrevia isso no tom de quem está se desmentindo, de quem está se desmentindo, de quem está se desmentindo, e se é apenas confirmando o que disse. Mas o fato é que no texto ele não disse nada disso, nem nesse texto, nem em outro sobre o mesmo assunto. Como poderia a história da liberdade ser obra dos homens e não da natureza do Deus, se como se viu, na aula anterior, o parágrafo sexto do texto, é a natureza que conduz os homens sem que eles o percebam ao reino da liberdade da razão. Ele antes disse que ele não era o homem, mas era o homem da razão. Ele antes disse que a natureza tem um plano secreto e sem que os homens a percebam, os vai levando ao patamar mais elevado a racionalidade. E aqui ele disse que isso foi obra dos homens e não da natureza. Ele diz que ele está dormindo ou ele está com trinta, veremos. Por outro lado, como poderia Deus encarnar a bondade e a liberdade do mal, se é precisamente a liberdade que é guiada pela razão, deve elevar o homem ao mais alto patamar da moralidade. Aqui você vai ver todas as contradições que vão constituir o centro da dialética do regio. O regio vai trabalhar com essas coisas, com essas dificuldades que já estão todas no canto. Então ele vai partir da ideia de que o canto está certo nisso e vai criar toda uma dialética para poder dar conta dessas contradições e mostrar que elas não são contradições do pensamento do canto, mas são contradições que estão a própria constituição da realidade. A realidade se constitui dessas contradições. Quer dizer, é a natureza que leva o homem inconscientemente à razão, ou ao contrário, é a liberdade humana que se opondo à natureza, cria o reino da liberdade, da razão. O regio responderá as duas coisas, esse é o processo dialético. Mas ele jamais teria essa ideia dialética se ele não tivesse lido o canto e ficava tão confuso quanto nós estamos agora. Veremos adiante como de fato o canto submete à religião e à moralidade, ao proclamar acima de mim o céu estrelado, dentro de mim a lei moral. Está afirmando resolutamente que não há nenhum Deus acima do homem, já que este é radicalmente igual aos seres mais elevados. A ambiguidade do termo natureza começa a revelar a sua razão descer. Se alguém quer ao mesmo tempo rebaixar Deus ao estatuto de voz do instinto e continuar se dando ares de homem piedoso, precisa mesmo deslizar o mais discretamente possível entre os vários sentidos das palavras que emprega. Nós veremos adiante que Kant afirma a necessidade absoluta de crer em Deus, que não é a imortalidade da alma, e ele afirma que só existe uma religião verdadeira, que é o cristianismo. Mas ao mesmo tempo ele descreve uma situação de um estado onde a prática do cristianismo é absolutamente impossível e autocontraditora. Então, ninguém não percebe a contradição, é claro que percebe, e dos dois polos da contradição um vai sair vencedor e o outro será eliminado, e a imagem em qual será eliminada. Só que a gente tem que perguntar, mas será que o Kant não percebia esta consequência? Eu não sei. Eu não estou aqui para saber se o Kant era uma espécie de idiota de higênio, está certo? Ou se era realmente um demônio, um cara maligno, mal intencionado. Eu não sei, e não é isso que interessa. Nós estamos aqui para entender a nossa situação da onde ela saiu, e nós vemos que ela saiu precisamente daqui. Deu para acompanhar esta exposição? Esta exposição? Então, não entramos no estudo dos grandes obridos do Kant. A gente só tem esse abacaxi só com esses textos menores. E vem mais por aí. É bom que vamos fazer uma pausa, por voltando para as perguntas. Todo mundo ouvindo? Então, vamos lá, tem que ir para o primeiro, para eu receber aqui o racadinho do Silvio. Ele disse, eu tive um professor de faculdade que fez doutorar na Alemanha, e lá ele disse que mesmo estudando esta Alemanha liam Kant na tradução do Oxford. Isso era mais inteligível do que o original alemão. Eu acredito nisso. Mas tem a edição do Oxford, que é muito boa, mas essa da Cambridge olha é de tirar o chapéu. Olha, eu tenho aqui duas edições completas do Kant e alemão, e uma infinidade de traduções. E você tem às vezes que olhar todas para você ter certeza do que o neguinho está falando. Não é brincadeira. E eu vejo que para ler direto em alemão você precisaria ter muito treinamento e mesmo assim seria deficiente. Mas no Oxford eu não digo que a leitura tenha se tornado fácil, mas era muito mais inteligível. Mais inteligível até do que a tradução francesa da Pleiada, que é uma maravilha também. Bom, vamos lá. Wesley Silva, o que o Mário Fernando Santos fala sobre Kant? Olha, eu não sei, porque o seguinte, ele escreveu um livro chamando três críticas de Kant. Ele nunca foi publicado, ele tem esse livro no original, da Tilo Agrafado, pela mulher dele. Mas está aqui nas minhas caixas de arquivo que vieram do Brasil, e elas foram todas empilhadas num quartinho aqui e caíram no chão. Aqui está o caos total. Eu não consigo achar nada, então eu não sei o que que eu mato. Eu não canto e não saberei tão cedo. Dante Mantovani. Quanto a Vânia? Pergunta. A mentalidade de uma das ideias de Kant fazia definir como repulsionar por excelência. Sim, não tanto pelo seu conteúdo. Eu digo, eu acho que o que é característico do Kant é uma certa forma de ele abordar as coisas. É o estilo de abordar que se disseminou no mundo, passou até para pessoas que nunca leram Kant, não precisa. Certos, esquemas lógicas que ele criou. Eu acho que o mais característico é o seguinte. Isso é muito interessante, depois eu vou dar uma aula específica sobre isso mais tarde, mas eu vou anunciar agora. Se eu estou num quarto escuro, eu só posso identificar as direções de espaço, direita e esquerda pelas direções do meu próprio corpo. Por exemplo, se eu estou num quarto escuro, eu toco um objeto e daí, pela posição daquele objeto, em relação ao meu corpo, lembrando o que eu sei do quarto, eu me localizo no quarto. O fato de eu saber que o objeto está a minha direita ou a minha esquerda não significaria nada se eu já não tivesse a imagem do quarto inteiro antes. Então, ver essa questão das direções de espaço, ela começou a me chamar a atenção quando era criança, porque eu ficava deitado muito tempo, ficava doente, então o negócio vertical e horizontal, direito e esquerda, então era uma referência para mim. Eu tenho certeza de que não é pela minha direita e pela minha esquerda que eu me oriento no espaço. Ao contrário, a ligação das direções do espaço entre o meu corpo e o espaço em torno é absolutamente indissolúvel. Uma coisa não pode ter prioridade sobre a outra. As direções do espaço são onipresentes, por assim dizer, e elas têm que ser imediatamente identificáveis dentro e fora. Aliás, o que é dentro e fora se não uma orientação no espaço? Como é que eu posso falar do meu corpo e fora do meu corpo se eu já não tenho essa orientação no espaço do dentro e do fora? Portanto, até para eu entender o meu corpo, eu já preciso ter as direções do espaço antes. Então, as direções do espaço são, de fato, uma prioridade da percepção. Só que elas não estão dadas na minha mente. Elas estão dadas no espaço propriamente dito e em mim ao mesmo tempo. Elas nos engobram, por assim dizer. Então, não existe essa coisa de que o mundo em torno é um negócio caótico e é a minha mente que ordena isso. Isso é impossível. Essa ordenação tem que ser simultânea, senão ela não pode acontecer. Mas eu vou entrar nisso mais tarde. Mas essa coisa de querer ver tudo, vamos dizer, pelo ponto de vista do olho humano e não do objeto, isso aí se tornou uma coisa universal. Você vê até hoje, em modas culturais populares, por exemplo, programação neolinguística. Você lê o livro do Anthony Robbins. Tudo é assim, existe... Nós não temos acesso aos fatos, somente às percepções. Eu disse, bom, mas o que é que é a percepção se não um fato? Como eu poderia ter acesso à percepção se eu não teria um fato? O alfa e a percepção eram fatos, para mim, o era não aconteceu. Mas essa coisa de você virar... Está mais a revolução copernicana. Quer dizer, é a mente não do indivíduo humano, que canta mais sobre o ativista, mas é a mente da comunidade humana, que ela tendo em si a universalidade, a razão, ela, de certo modo, legisla sobre a natureza. Isso aí se tornou um modo universal de pensar. Se não fosse isso, não poderia existir, por exemplo, a não ser um casamento gay. Nós sabemos que o casamento gay é um manossalto contraditório, fisicamente falando. Mas se a lei determina que existe, então a lei com a universalidade e a razão, aquilo passa a existir. Como se fosse uma realidade, quando na verdade é um teatro, é uma imitação. Por exemplo, a mudança de gênero do porquê o sujeito acha que ele é mulher, então muda o gênero. Eu digo, bom, isso pode acontecer. Nós sabemos e vamos dizer, a força desse impulso na pessoa, às vezes, é realmente incoercível. Eu digo, não vai conseguir se identificar com o sexo masculino e falar que tem que aceitar que assim. Porém, quando o traveco diz, eu sou uma mulher num corpo de homem, eu estava conhecendo que tem um corpo de homem. E se fizer a operação, trocou de sexo, você trocou com quidade, antes de nascer? Não, você tem uma história de um corpo masculino anterior. E esse conflito que te caracteriza, não é a feminidade em si. Então você está marcado por um conflito. Então, o que a lei pode fazer é reconhecer o conflito como um estado de fato. E eu acho que deve reconhecer mesmo, quer dizer, a pessoa que vai aparecer com um problema desse, não está conviada a falar que o problema é real. Mas reconhecer a mudança, quer dizer, passou para um outro sexo, não, isso é impossível. Agora, a lei pode fazer isso, ela prescreve, o jeito agora pertence. Ele está no sexo feminino. Ele não está numa situação conflitiva. Então, uma coisa que fisiologicamente a Natonga não pode existir, passa a existir. Porque as categorias da razão universal prevalecem sobre os dados do sentido. Quando o Kant propõe que as ações humanas devem seguir máximas universalizáveis, essa pretensão é da mesma natureza que a reivindicação da concentração do poder para os ruídos revolucionários? Sem dúvida, sim. Quer dizer, se as minhas ações refletem máximas universais, elas são obrigatórias para todo mundo. E o curioso é que o Kant, como nós vimos antes, diz que você, uma comunidade que baixasse uma doutrina e não aceitasse nenhuma modificação ou discussão, estaria cometendo um crime. Mas ele faz a mesma coisa. Essa religião canteana é obrigatória para todo mundo e ela é indiscutível. Mas é muito pior do que isso, nós vamos ver mais adentro. Pad Felipe Guerra Stout. Eris, há alguns anos eu já me pensava sobre a imortalidade da alma, principalmente após estirar o seu curto a conselha de mortalidade. Eu creio que a alma espiritual é mortal, meu sacerdoso prova existencialmente para mim mesmo, que a imortalidade da alma é real e um assunto muito importante. Ao fim, o cabo do meu trabalho é levar e ir ao céu. Algumas influências correntes da teologia católica protestante, pelo menos na Europa, na América Latina, esqueceram e enterraram uma verdade tão fundamental a respeito do nosso eu, a nossa constituição espiritual. Eu penso que o problema se encontra em uma certa denegação do nosso Deus Criador e do Jesus Cristo como princípio e fim de todo o Criado. Ele é o logo divino. Porém tem uma grande dificuldade de contar em termos simples e descritivos a minha experiência da imortalidade. Não sei se é a expressão correta. Por exemplo, ao rezar. Como abordar esse problema? Diz-me isso aqui é um abacaxi, porque... Você vê, nós estamos acostumados a tratar desses problemas na esfera doutrinal. Mas acontece que sem mortalidade é uma doutrina, então ela pode ser contestada, pode ser discutida, etc. Mas se ela é um fato, dá certo? Então, a discussão tem de partir do fato. Então, eu acho que os estudos sobre esses estados quase mortes, etc. São mais importantes do que qualquer discussão doutrinal a respeito. Na verdade, o Cristiano inteiro, para mim, é um fato. Quer dizer, hoje o Cristo é de fato o logo divino, ou ele não é. Não é uma questão de doutrina. É uma questão, vamos dizer, da identidade pessoal real de um indivíduo humano divino que se apresenta e age. Então, ou ele também está presente e agindo, ou então temos apenas ideias a respeito. Esse é o problema maior com o Canto, porque tudo dele se transforma em doutrina e ideia. Então, curioso também, nós vamos ver isso, gente, é que quando o Canto quer investigar os limites do conhecimento humano, e ele fala, existe aqui o limite da nossa experiência, ela vai até aqui, daqui para lá, não vai. Como é que ele faz isso? Estudando experimentalmente a coisa? Não. Deduzindo de categorias do pensamento. Então, ele diz que a experiência é a base do conhecimento científico e aceita isso. Mas, ao estudar os limites da experiência, ele não o faz por experiência. Como se faria um desses estudos por experiência? Eu digo muito bem, nós temos que conhecermos a percepção usual humana e conhecermos alguns casos da percepção infinitamente, além disso. Nós temos que estudar especificamente esses. Canto e estuda? Não, ele só estuda a visão de Swedenborg, que é um vidente atípico mais extravagante que existe. Por que ele não pegou, por exemplo, todas essas aparições de nosso Senhor, Jesus Cristo, que tem ao longo da história? Por que ele não estuda os milagres? Se você quer estudar os limites da percepção, você tem que procurar aquilo que aparentemente transcende os limites e estudar-los, e ver se esses limites existem, se eles são universais ou se eles são puramente empíricos. Se isso é alguma pessoa, se tem esse limite, mas tem outras que não têm. É o que ele deveria ter feito, se estivesse seriamente empenhado em estudar e descobrir os limites, mas ele não está empenhado em descobrir os limites e sem enfiça-los. Ele proíbe você de enxergar daqui para a frente. Então, nós temos que reorientar todos os nossos estudos a esse respeito, esquecer a discussão do outro e ir para a discussão dos fatos, a coleção de fatos. Eu acho que é por aí que nós devemos fazer. Eu não sei se isso corresponde à sua pergunta. Daí ele pergunta ainda, segundo o canto, a alma constitui o que é o ser humano ou ela só serve como adereço temático no projeto iluminista por ele delineado? Ele diz o seguinte, ele diz, a crença na imortalidade da alma é um dos princípios da razão prática. A história da razão prática não funciona sem isso, então nós somos obrigados a aceitar a imortalidade da alma. E, por outro lado, ele diz, o curso inteiro da história humana é dirigido por um plano secreto da natureza que o conduz até o patamar mais elevado da rationalidade. Bom, acontece o seguinte, eu filho, se a alma humana é imortal, então uma única alma humana dura mais do que a história humana inteira. E, evidentemente, a vida dessa alma não pode ser explicada pela evolução histórica do ser humano. Como eu já dizia, 60 agustinhas, nós temos duas histórias, uma história da salvação que, vamos dizer, prossegue na eternidade e outra história terrestre que não faz o menor sentido. Agora, se você quer descobrir um sentido na história humana e fazer com que esse sentido que você descobriu na história humana, a bar que explique as almas humanas, então você invertiu a coisa. Sobretudo se você chegar a conclusão de que a alma é imortal. Se a alma é imortal, então a interpretação da história acaba de ir para as focuias. Aqui, Gabriel Cerca Mendonça faz uma série de perguntas que não tem sentido responder aqui porque é sobre algo que ele está empreendendo, uma coisa de muito importante. Nós devemos conversar por Skype, não aqui. Muito boa essa sua ideia, vamos nos ajudar, vamos ver o que dá para fazer. Mas vamos conversar por Skype. Fabício Silva. Dê as várias incongruências na obra de Cante, que é um beijo de demonstração pelo professor, notas que quando ele normaliza que as pessoas pensem com a própria cabeça, faz isso sem perceber que ele mesmo está ditando um regras para que as pessoas sigam. Sim, as regra do Cante são todas universais e imutáveis, mas ele disse que uma comunidade que baixa uma doutrina universais e imutáveis está comendo um crime. Então quer dizer, ele não está falando de toda e qualquer comunidade que baixa uma regra universais e imutável, mas apenas de uma especificamente, que é o clero cristão. Aqui de novo, Atos Anhel. Este dia eu li uma frase de Goethe no qual ele concorda que não existe isso de pensar por si próprio. Goethe também tinha a Lassau Sacanar, mas um homem comparávelmente mais sábio do que Cante, mais sábio com mais flexibilidade, mais experiência da vida, mais compreensão do processo histórico, mais capacidade preditiva do que Cante, impressionante como ele tem. E assim por exemplo, os tolos dizem que von Reutern não devem ninguém em arte e que se fez por si próprio, como se o homem devesse a si próprio outra coisa que não fosse estupidez e canha estrisse. Mas mesmo se esse artista não teve mestres célebres, pelo menos beneficiu do contato com o mestre excelente de curso e ensinamento, assim como dos antepassados da natureza, por toda parte. Por toda parte, o presente formou sua personalidade de artista, que é a coisa mais óbvia do mundo. Você chega a pensar sobre si mesmo quando você coloca um problema que ninguém colocou antes e que ninguém te ajuda, mas acontece isso. Mas olha, é difícil você encontrar algum problema que Platão e Aristóteles não têm pensado, pelo menos isso. Gêus Seymar Jr., pensar que a mídia cria imagens modelos como a imagem da mulher poderosa e de outros padrões estéticos e essas imagens estarem por trás da percepção e da mentalidade das pessoas, é pensar canteanamente, de algum modo sim. Quer dizer, você buscar um apoiouro, quer dizer, uma estrutura de percepção que está por trás da percepção. Bom, nós podemos dizer que o cante teve o mérito de chamar nossa atenção para isto. Isto existe até certo ponto. Todo e qualquer pensamento tem uma grade de pressupostos atrás e pode ser investigado. Porém, existem várias coleções desses pressupostos. Os arquétipos de Jung são um, a estrutura da luta de classe segundo Karl Marx e é outro. A linguagem, segundo Benjamin Worf, também é uma forma priori da percepção. Existem uma infinidade de formas priori da percepção e não somente essas que descantei. Nenhuma delas é totalmente a priori. Muitas delas são, como diz Miguel Reial com razão, apenas produtos históricos e às vezes esquemas intencionalmente montados para emoldurar a sua percepção e limitá-la. E eu acho que o cante se deixou impressionar, vamos dizer, por uma primeira descoberta e ele universalizou sem examinar outras hipóteses. Os quatro discursos de Aristóteles são uma forma priori da conversação humana. Eles estão presentes universalmente e eu acredito que não muda a minha memória, suas encarnações históricas podem ser infinitamente variáveis. Bom, eu acho que hoje vamos parar por aqui. Já foi bastante... Existe esta promoção do curso da crise da inteligência segundo Roger Scott, que quem se inscrever para assistir online, até o dia 10, receberá de quebra acesso a dois outros cursos, que, alí, eu não lembro qual seria. Mas é isso aí, eu sugiro que vocês entrem porque é uma chance todo mundo às vezes pede esses cursos. Agora já pega três de uma vez. O curso começa aqui, dia 24, que vai até 29. Os que quiserem, eles serão muito bem-vindos e quem se quiser, se tivam online. Então está aí a promoção que está lá na minha parada sobre uma fanpage, né? Que mais? Acho que é só. Então é isso, até a semana que vem, muito obrigado.