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Bom, boa noite a todos e serão bem-vindos. Eu não sei se será possível nas próximas aulas nós fazermos um estudo sistemático dos problemas levantados a propósito da Friada Fidicante, mas pelo menos algumas notas eu tomei, vamos esperar um pouquinho o assunto de ver entre algumas aulas. Vocês já sabem que eu não costumo prosseguir o exame de um mesmo assunto por muito tempo, mas vamos um pouquinho, paramos, pegamos o assunto, damos a volta e depois voltamos. Isso tem sido assim e tem mais o que é transfuncionado porque em vez de um aluno receber uma estrutura pronta, uma explicação totalmente hierárquica já pronta, ele mesmo com as peças isoladas que eu vou lhe fornecendo, ele vai montando a sua compreensão das coisas. Às vezes sai um pouco diferente da minha, mas isso não é importante, o importante é que a gente, no essencial, saiba do que está falando. Este texto que disponibilizei para o audiovisual se compreve três pedaços, os quais o primeiro foi publicado com o artigo no Diário do Comércio, o segundo provavelmente será e o terceiro eu não sei, mas é uma coisa que ainda deve continuar. Este texto ele trata de problemas de método que deveriam ser enfocados antes de atacar um problema na sua materialidade, mas é claro que toda esta investigação de método já foi encaminhada tendo em vista o assunto que será tratado depois, que é justamente o de Daerança, Kantian. Eu tenho insistido muito que praticamente nenhuma ideia circulante na política ocidental nos últimos anos, sei lá, 100 ou 80, pelo menos 50 anos. Todas elas têm uma origem, pelo menos remota no pensamento de Kantian, nós estamos vivendo no mundo Kantian. E a demonstração disso não é realmente fácil, porque nós não podemos nos contentar, vamos dizer, com analogias genéricas, na coisa que se parecem com o pensamento de Kantian, mas nós temos que mostrar uma identidade de estrutura interna muito rigorosa. Puro incrível que pareça um estudo desta natureza, nunca foi feito. E também eu não vou fazê-lo intelectualmente, eu só estou lançando as bases disso, porque seria um trabalho até para muitas décadas, quer dizer, o repertório de toda, a Herança Kantiana que está colocada não na filosofia, mas na cultura em geral, ou seja, na educação, nas ideias morais religiosas, na legislação sobre tudo, na estrutura do Estado e nas ideias correntes em todos os debates políticos. Quer dizer, o repertório seria imenso, imenso, imenso. Então, quando nós comparamos, a influência de Kant com a influência de Karl Marx, Karl Marx desaparece. A influência de Kant é muito mais vasta, embora muito menos pessoas conheçam o seu pensamento. Mas isso é natural, quer dizer, assim, porque, quer dizer, um filósofo não influencia a cultura e a sociedade pela expansão de divulgação direta e explícita das suas ideias, mas por certas chaves que ele colocou e que são repetidas mais ou menos de maneira inconsciente, porque pessoas que nem sabem qual é o urínio daquilo, quanto menos o bem é melhor. De modo que, antes do que o António Gramp se inventasse a expressão, poder ou me presente invisível de um imperativo categórico, não por coincidência usando, por isso, um termo canteano que é imperativo categórico, o Kant já havia ele próprio se transformado num poder ou me presente invisível. Não é impossível que ao explicar, a expressar esse ideal, esse objetivo com o termo canteano, o António Gramp tivesse mais ou menos uma vaga ideia disso que eu estou dizendo agora. Quer dizer, que o Kant, ele, por si mesmo, embora sem constituir um partido político, ele era uma força me presente invisível e é ainda hoje mais do que nunca. E por isso mesmo, eu acho impossível nós nos livrarmos de certos fantasmas que assombram a cultura e a mente contemporânea sem nós rastrearmos a sua origem até o pensamento de Kant. E a seriedade de empreendimento é tal, que não se pode atacá-lo diretamente, nem se pode atacá-lo, creio eu, pelos instrumentos usuais, os da uma história da filosofia ou na história das ideias. Mas é necessário uma espécie de, não é só uma história de filosofia, uma história das ideias, é outra, mas aqui não precisamos de uma ponte entre as duas. Essas histórias das ideias, histórias das mentalidades, histórias da cultura, histórias da filosofia para poder chegar a entender este elo, porque o Kant ocupa um lugar central, não só na história da filosofia, mas em toda a cultura contemporânea, ele vai indo sua influência infinitamente além do campo propriamente filosófico, no qual costuma ser estudada. Então eu vou ler este texto aqui e comentar para vocês. Então tem um título provisório, chama-se a Filosofia do Sua Estrutura. A estrutura de uma filosofia é o que ela tem de mais patente e de mais oculto ao mesmo tempo. Patente porque está presente em todas suas partes, mesmo as mais ínsfimas e humildes as quais nada são fora dela. Oculto porque só está presente no fundo, como chave de travamento do conjunto e jamais como parte ou tema explícito de qualquer parte. O filósofo que tomasse como tema a estrutura da sua própria filosofia para discorrer sobre ela já a estaria no momento inserindo como parte numa estrutura maior, a qual permaneceria então como pan de fundo. Uma das consequências disso é que a estrutura jamais pode ser revelada por nenhum análise de texto, por mais meticulosos e bem-cuidado em aquecer, a qual só leva a estrutura da exposição ou da obra escrita, cuja relação com a estrutura da filosofia propriamente dita é sempre variada e não é o que eu estou dando a este tema. E estrutura, uma acepção que é diferente do que costuma ter, do que tem, por exemplo, no livro do Marcel Guerrero ou em outros estudios orientados pela ideia de estrutura do pensamento de um interior. O método para aprender a estrutura de uma filosofia tem de partir dos seguintes princípios. Um, toda a filosofia por abstata e desinteressada que é uma intervenção no curso dos negócios humanos. Viza sempre a modificar ou reforçar o estado de coisas na sociedade, na cultura, na ciência, na religião, nos costumes ou mesmo na condição humana com sua totalidade. Então, aqui nós já estamos na plena fronteira entre a história das ideias, a história da filosofia, porque estamos encarando a filosofia como ação humana, como ação consciente de um indivíduo no rome da história e no estado de coisas na sociedade, na cultura. Então, para mim parece absolutamente evidente, eu não conheço nenhuma exceção que nem os filósofos dedicou a filosofia simplesmente porque gostasse de filosofia. Isso é próprio, vamos dizer, do amador, do beletrista, do eleitante. O filósofo dedica a filosofia por razão em muito sérias e que, no entender dele, apertam o destino de toda humanidade ou pelo menos da cultura na qual ele está vivendo. E, em todos os casos, em todas as biografias de filosofia, você verá que alguma atitude do filósofo perante o estado de coisas na sociedade, na cultura, é a motivação inicial que coloca no rome do estudo filosófico. Mesmo que ele tenha começado a estudar filosofia, foi mandado para uma faculdade de filosofia há 18 anos, não sei nem se a gente está fazendo, mesmo quando este é o caso, o desenvolvimento, o curso posterior do desenvolvimento intelectual do filósofo é determinado pela preocupação com problemas que também interessam a todo o restante da sociedade, a toda a restante da espécie humana. Portanto, nenhum filósofo se dedica à filosofia tendo em vista problemas especificamente filosóficos no sentido escolar do termo. Os problemas de um filósofo transas são problemas que afetam a cultura como um todo. Claro que ele vai desenvolver-las, segundo a modalidade técnica que é própria da filosofia e não de outra disciplina. Mas o ponto de partida nunca é um problema filosófico tal como esses que aparecem nos programas escolares. Por exemplo, será que temos aqui o problema do determinismo de verbítrio, ou o problema da orina dos conceitos, são definições técnicas de problemas filosóficos que são estudados nos correntes universitários. Nenhum filósofo começa com isso, ele começa primeiro que ninguém nasce filósofo, ele vai ter que se tornar filósofo e até ele chegar lá ele toma o contato com a sociedade, com a cultura, com a vida humana e tem uma série de preocupações que não são próprias nem dele e nem da profissão filosófica, mas que são compartilhadas por muitas outras pessoas. Então, dois, para esse fim, ela, a filosofia, procede a um exame em profundidade dos obstáculos cognitivos ou de qualquer outra ordem que infede ou dificultam a sua consecução, tentando criar os meios intelectuais de pratos para remover. Você vê que, por exemplo, no caso de Platão, ele deixou muito claro qual foi a inspiração original que movia e aonde ele pretendia chegar, até até ele começa a sua carreira, isso aí está na famosa casa de Sétima, ele começa a sua carreira como um jovem promissor dedicado à carreira política, mas as sucessivas desilusões que ele tem com a política local levam a necessidade de examinar alguns problemas com maior profundidade, não que eles voltassem às costas, aos problemas da comunidade, mas, ao contrário, aos problemas políticos, mas, ao contrário, ele viu que não seria possível realizar um melhoramento da situação política, a teniência, sem, antes de examinar determinados problemas. Então, é um pouco o negócio do Leemann dar um passo para trás, fazer dois para frente. Mas o objetivo de Platão sempre continuou sendo a reforma moral da sociedade grega, e sim, idealmente, a reforma moral da comunidade inteira, embora não crê que ele tivesse muitas ilusões a isso respeita, mas é um ideal que você reconhece como inatingível, nem por isso ele se torna indesejável. Quer dizer, você, o ideal é inatingível, mas você pode ir indo por aproximações sucessivas sem saber onde vai terminar. Mas, adiante, talvez não nessa aula na próxima, porque isso foi também o caso do Canto, canto também como um ideal, e ele sabe que pode demorar muito para chegar a esse ideal e talvez não cheguei nunca. E, no caso, o ideal era mais ou menos o mesmo, quer dizer, a reforma moral da sociedade, a criação de uma sociedade profundamente moral ética. Essa era a ideia do Platão, e essa também foi a ideia de Canto, só que entre um e outro se passa no 2200 ano, é certo que nesse caminho muita coisa se ganha, muita coisa se perde. Então, a terceira, a sua estrutura, a estrutura da filosofia, portanto, define-se como uma articulação de fins e meios. Qual a meta histórica cultural proposta e qual a estratégia a um tempo cognitiva e persuasiva, usada para falar legitimá-la e viabilizar? Nós vemos que o Platão, no seu caso, era reformar a sociedade e ele logo se defronta com o problema da ilusão. Para ele, o principal obstáculo, a criação de uma sociedade moral é o fato de que a maior paradusão é diminuir uma ilusão. Então, tem que haver um meio de você escavar e perfurar essa cortina de ilusões e chegar a uma verdade de tal modo que esta verdade por si oriente e os homens no caminho certo. E os obstáculos que ele vê, um são de ordem puramente sociológica e outro são de ordem cognitiva, de ordem técnica, por assim dizer. E quando ele propõe a famosa doutrina das ideias, ou seja, de que o mundo das coisas sensíveis é uma cópia de um outro mundo dotado de perfeição matemática, e esse outro mundo, por sua vez, expressa determinados princípios. Ele se fala do dualismo platônico, mas não existe dualismo, ele não fala de dois andais, mas de três. Tem um mundo sensível, tem um mundo das ideias, tem um mundo dos princípios. Então, quando ele está tratando disso, ele está tratando de dificuldades cognitivas reais, quer dizer, não é só um problema sociológico, não é porque tem uma classe social interessada na manutenção da desordem, mas é uma dificuldade humana real, que independe da vontade das pessoas. Ele está tentando vencer esta tendência do ser humano ao pensamento ilusório, por meio de uma investigação da realidade profunda que está por trás do mundo das aparências. Então, o que seria a estrutura da filodoté de Platão? Seria o ideal inicial, ou seja, a sociedade moral que ele ambicionava, que dá certo, e o ruto de meios propriamente filosóficos e técnicos que ele põe em movimento para poder realizar isso? Às vezes, os problemas, propriamente filosóficos, problemas lógicos, não se eu lógico, etc., etc., que se interpõe no caminho, são tão complexos, tão complexos, que eles vão ocupar a maior parte do tempo do pilófio, a maior parte da sua obra escrita, tem que ele sequer volte a falar do ideal original, mas esse ideal está sempre no fundo, norteando todos os esforços, está certo? Então, o que eu chamo estrutura da filosofia, é de uma filosofia, é justamente a articulação e a relação e a tensão entre esses dois elementos, um de ordem, por assim dizer, pré-filosófico, aqui, os ideais originários, que inspiraram o filósofo, colocaram-se no caminho da filosofia, e a realização propriamente filosófica do seu esforço, uma coisa não é separada da outra, e esta tensão é que ela que é estrutura da filosofia, se você separa o elemento propriamente filosófico técnico da sua inspiração originária, então, o objetivo da filosofia de Platão passa a ser igual ao objetivo de qualquer professora de filosofia hoje, que é estudar filosofia, mas quando a Erick Verlingene dizia, não estuda em filosofia, estuda em realidade, ele está desrealizado, não é que todos os grandes filosóficos eram isso, nem um grande filósofo da filosofia já mais, todos estavam lidando com problemas da realidade que, no entender deles, afetavam todos os seres humanos, afetavam o destino humano geral, então, dito de outro modo, as filosofias de uma filosofia só se revela quando o discurso em que ela se expressa é examinado, não como um puro sistema de 10 hidoutrinas, mas como uma ação humana, a intervenção do indivíduo intelectualmente privilegiado na vida dos seus semelhantes, supostamente menos dotados, que estiram despotos a ouvir-lo, então, no seu empenho de realizar certas modificações na cultura, na história, na sociedade, o filosofo desenvolve uma série de investigações e chega a uma série de conclusões que, no entender dele, podem ser úteis para a humanidade, para educar a humanidade, para abrandar os próprios pessoal espiritualmente, etc., etc., etc., e em seguida ele passa a ensinar isso aí. Ora, o exame de um discurso como modalidade de ação humana, isso aqui é absolutamente fundamental, o exame do discurso como modalidade de ação humana é o campo especializado aos escuros dos estudos retóricos da arte da persuasão. Para apreender a estrutura de uma filosofia, a articulação dos seus fins com os seus meios, é preciso portanto examiná-la desde o ponto de vista retórico, considerando como esforço de persuasão, o Platão usa mesmo essa expressão persuasão feito, ele usa muitas vezes, quer dizer, a filosofia de Platão é ela que coloca ostensivamente como um esforço de persuasão. Portanto, a filosofia de persuasão destinada a produzir através de modificação na esfera cognitiva, determinados efeitos na vida histórica social ou até na vida humana em geral. Ou seja, não basta estudar uma filosofia enquanto filosofia no sentido escolar atual, porque sendo a modalidade de ação humana, ela é um esforço de persuasão, de modificação do espírito e dos ouvintes, e portanto ela é sempre um esforço retórico. O que faz com que essa obviedade seja frequentemente esquecida é que a exposição das ideias filosóficas se faz em geral por meio de um discurso lógico dialético que despreza o apelo à persuasão retórica e pretende situar-se no campo da demonstração estreita das certezas intelectuais imunes aos atletas da oratória. E muito bem esse lado evidentemente existe, que é o lado técnico da filosofia, que é um discurso eminentemente dialético, às vezes um discurso lógico, que em quanto tal ele não se deixa afetar ou desviar por considerações retóricas. Mas esta parte, este aspecto da filosofia está inserido dentro de um esforço de conjunto que este sim permanece retórico, permanece um esforço de persoasão. Não sei se está falando, claro que estou falando. Acontece que este discurso em quanto tal, quer dizer, o discurso filosófico propriamente dito não é a filosofia, mas apenas o conjunto e o sistema de meios intelectuais pelos quais ela busca realizar os seus fins. Então, os fins não são propriamente filosóficos, são anteriores, as filosofias são compartilhadas por muitos anos, por assim dizer, valores culturais, valores morais, valores religiosos, etc., que de algum modo te dão impactos sobre o filosofia e o que eles desejaram interferir na ordem das coisas. Se o examinamos em si mesmo, sem subordiná-lo aos fins aqui deve servir, perdemos numa infinidade de aspas, problemas filosóficos ou acidentes de percurso, sem jamais atinar com a estrutura da filosofia em questão, a qual a estrutura consiste precisamente na articulação dos fins com os meios. No emprego de discernir essa estrutura, é portanto necessário compreender o discurso lógico e dialético como parte e instrumento de um esforço de persoasão. Isso é um empreendimento que, visto no conjunto, não é e não pode ser senão de ordem retórica. Então, em essência, o método da esqueda, você vai estudar as filosofias e sobretudo o desenvolvimento temporal delas, como um esforço de persoasão. Por isso você vai estudar a retórica da filosofia. Do que o filósofo estava tentando persuadir as outras pessoas, do que ou a que. O persuadir de certa realidade, o persuadir de certos fins, e qual é, em seguida, o conjunto dos problemas propriamente filosóficos e técnicos que ele teve de resolver para isso. Mas também que há muitas pessoas que se apegam ao ideal e começam a lutar por ele sem se colocar grandes problemas filosóficos. Pra que a metodolídeas políticas, os líderes religiosos, todos fazem isso, estão logo feitos em perfeita, de que certas conexões verdadeiras e búzias começam a pregá-las. Por isso, o esforço dessas pessoas tem um efeito de mais curto prazo, porque elas não vão soldar em profundidade as dificuldades lógicas, gnoziológicas e metafísicas que estão envolvidas no seu projeto. O método, portanto, para descobrir a estrutura de uma filosofia, reside na análise retórica do seu discurso, discernendo-lhe os quatro elementos que nos tratados clássicos definem todo o discurso retórico. Primeiro, a situação de discurso, isso é o quadro histórico, social, futuro e psicológico, onde ele emerge e no qual pretende intervir, que é sempre que existe uma situação dada, na própria carta sétima, platão de escreve qual é a situação na qual ele entrou e que o colocou, cujo impacto o coloca no caminho do esforço filosófico. Então, é até a situação. Segundo, o juiz, isso é o público, é chamado sempre o juiz, quer dizer, aquele aqui em vocês que dirige, é o juiz do seu discurso, porque ele que vai concordar ou discordar é ele que vai agir ou deixar de agir em consonância com o que você está propondo. O juiz, isso é o público em especial que se dirige e sobre o qual pretende influir. Terceiro, o objetivo ou meta, isso é a modificação específica que pretende introduzir no quadro. E, por fim, o discurso mesmo, considerado na sua materialidade, quer dizer, o conjunto dos meios de argumentação, prova e persuasão colocadas em ação para realizar esse fim. Felizmente, o objetivo ou meta, o para-que, em última análise, o filosófico está fazendo o que faz, vem explicitamente declarado na maior parte das filosofias. Basta procurá-lo. Acabei de dar um exemplo de Platão. A dificuldade é a reside em que nem sempre ele consta das partes que consideram mais importantes ou mais nobres da obra filosófica. Às vezes só aparecem cartas pessoais ou trabalhos menores, como precisamente o Carto 7, inclusive cura, autentidade, às vezes foi até posta em questão, mas acho que hoje todo mundo aceita que aquilo é um escritoral mundo de Platão. Ou seja, a proclamação ostensiva dos ideais e dos objetivos da filosofia não está colocado nem no livro da República, nem nas leis, nem no timeiro, nem no banquete, nem dos grandes clássicos, escritos por Platão, mas num documento pessoal, nessa Carto 7. Então, por causa disso, este objetivo portado da filosofia é com frequência negligenciado pelos estudios, porque eles acreditam que isso é apenas uma motivação pessoal e que isso não faz parte do esforço filosófico, provavelmente disso. De fato, não faz parte do esforço filosófico, mas é a razão do esforço filosófico. E esses esforços filosóficos vão dizer se o objetivo não é afetado pelos esforços filosóficos, não poder dizer o contrário, os esforços filosóficos são totalmente determinados pelo objetivo. De modo que o estudioso, especialmente quando é adestrado numa tradição de ensino, que privilegia, sobretudo, a análise dos textos enquanto tais e se contenta por isso, se concentra por isso nos de maior prestígio, pode se perder no emaranhar de dificuldades de percurso e não chegar jamais a perguntar para onde o final, o filósofo está levando com tudo isso. Então, se você for ver quando você pega um filósofo qualquer, como canto ou decarta, a infinidade de estudos de detalhes sobre um ou outro ponto da investigação filosófica, é uma coisa que não acaba mais, e esse oceano de temas pode encobrir o fato fundamental da origem do impulso originário, que dá forma e direção a todo o esforço filosófico. No caso de Descartes, vocês vão ver que o acontecimento fundamental, que são aqueles traições que ele teve, acho que em 10 de novembro de 1619, na Alemanha, e que inspiram para ele a ideia do gênio mal, para mim isso é, não somente a inspiração, mas o centro, é a viga mestra de todo o pensamento de Descartes e muitos estudos, isso aparece apenas como um acontecimento biográfico menor, o essencial da filografia de Descartes vai estar em outra coisa, vai estar no descoberto do Córgito, ou na Doutrina Mecanicista, e assim por exemplo, muito bem. No meu modesto, entender o Córgito, a Doutrina Mecanicista e até a geometria física de Descartes, tudo está subordinado a um objetivo que já estava definido naqueles três primeiros sonhos, quer dizer, ali, o Descartes tem a inspiração da ideia de uma ciência universal, a ser obtida, vamos dizer, pela mente individual isolada em si mesmo, e isso é o que vai orientar todo o esforço filosófico dele, então, a coisa toma este rumo como poderia ter tomado qualquer outro, está certo, mas a inspiração originária é o que está acima de qualquer dúvida possível, mas a gente não terá que voltar a esse aspecto. Pode se perder no imaranhar de dificuldade de percurso e não chegar a jamais a perguntar-se para onde afinal o filósofo o está levando com tudo isso. É assim que a mais requentada sofisticação dos meios de análise pode se tornar uma apurada técnica de não entender nada. Embora não conheça nenhum caso em que o objetivo da filosofia tenha permanecido totalmente oculto, o filósofo pode ter um bom motivo para mantê-lo discreto, quando considera perigoso ou revolucionário demais para poder, sem escândalo, ser exibido em público nas partes mais nobres e vistosas da sua obra escrita. Então, ele desenvolve a obra escrita como parte da realização dos fins e não precisa voltar a falar desses fins. Em geral, tudo volta, todo fala. Então, a finalidade que está no fundo, ela, dentro do jeito pretende, pretende não chamar a atenção sobre ela, esconder totalmente não é possível e acho que ninguém tentou. Mas pode tratar aquilo de uma maneira discreta ou não discutir aquilo nas suas obras principais, mas sempre vai aparecer algum documento no<|pt|><|transcribe|> conjunto escapa a atenção do analista Rugar deslumbrado entre o prestígio das grandes obras. Olha, se você acredita com o Marcel de Ruck, a filosofia é sobretudo uma ordem das razões, quer dizer, é uma coisa, é o escrito, é o filosofema. Ou o argumento, a ordem interna do argumento tomar em cima da ordem interna do argumento. E no fundo da ordem interna do argumento, os fins iniciais aqui eles servem. E daí, sim, você tem a estrutura. O�트 o tudo cla receiver, o concentração. prazer larga a escala no mundo dos acontecimentos humanos. Aí nós nos lembramos do preceito de Aristóteles. É próprio do sábio o ordenar, o colocar em ordem. Vocês veem que o Erick Bergling descreve a origem e a inspiração primeira da filosofia como uma ideia que surge quando da dissolução da antiga civilização cosmológica. A sociedade era vista como uma parte, um aspecto, todo o cosmos que vivia num diálogo permanente com o cosmos natural, por exemplo, lendo nas estrelas o destino da comunidade ou realizando ritos para que a comunidade se integrasse melhor no todo o cosmos. Na hora que essa síntese se desfaz, você tem evidentemente uma experiência da desordem. Então surge um novo modelo de ordem em que o modelo da sociedade já não é o cosmos, mas a alma individual. Então a busca da ordem na alma individual através do autoconhecimento se oferece como um modelo para reorganização da sociedade. É exatamente isso que Sócrates faz, o Platão faz, o Aristóteles faz. Então a proclamação deste objetivo, ela aparece, mas não só na carta 7, mas de maneira mais ou menos implícita, ela reaparece ao longo de toda obra de Platão. Na hora que ele coloca Sócrates como modelo do sábio, ele já está dizendo isso, na alma de Sócrates existe uma ordem. Desta ordem, ela por sua vez irradiu uma ordem para a sociedade entorno, que a sociedade entorno pode aceitar ou não aceitar, e daí a necessidade do esforço de persuasão. Ou seja, a ordem que o filósofo descobre, ela não é imposta à sociedade por um governante. Ela se determina não através da imposição, mas da persuasão. E a persuasão, naturalmente, ela necessita, dá boa vontade dos ouvintes. E por isso mesmo que se desenvolveu o gênero dialogal, no qual Sócrates está continuamente apelando o testemunho do seu ouvinte, para que eles digam se aquilo que ele está lhes expondo confere com a experiência das suas almas ou não. Muito bem. Toda filosofia é uma intervenção de longo prazo e larga escala no mundo dos acontecimentos humanos. Enquanto os decretos dos governantes passam e se desfazem em pó no esquecimento, as filosofias permanecem ativas e influentes, decorridos séculos ou milênios do falecimento dos seus criadores, afetando ou modelando o curso das discussões científicas, morais, políticas e religiosas. Então você vê que o filósofo ele exerce um tipo de autoridade, que é muito diferente da autoridade do governante, que é uma autoridade imediata, que se coloca, o governo, claro, também usa a persuasão, mas, em geral, ele não precisa usar persuasão, porque ele tem um meio de imposição. Então o governante age no cenário imediato visando mudanças imediatas, tá certo? E a sua autoridade, por exemplo, é morre com ele. Tudo aquilo que ele determinou em vida pode ser desfeito por um governante seguinte ou pelo simples curso dos acontecimentos, ou pelo esquecimento, geralmente. Se você pensar qual é, digamos, a constituição escrita mais antiga que tem no mundo, é americana. São 200 e poucos anos, não é nada isso aí, né? Agora... A filósofa de Platão está aí há 2.400 anos e ainda tem gente seguindo aqui. Então quer dizer, o filósofo exerce um tipo de autoridade impessoal e geralmente posto, mas isso se prolonga e se estende ao longo dos séculos. Tá certo? E o filósofo está consciente disso, de que ele não vai poder dirigir pessoalmente o processo. E justamente porque ele não pode dirigir pessoalmente o processo, é que é mais importante que ele não possa dirigir pessoalmente o processo, é que é mais importante ele encontrar, ou seja, as leis ou fatores constantes que por si mesmo vão determinar o curso do acontecimento. De modo que ele não precisa dirigir e ninguém precisa dirigir, porque o curso das coisas obedecerá naturalmente essas leis, se aquelas filósofas encontrou são verdadeiras e eficazes. Então, as filósofas permanecerativas e incluências revelam nisso uma força autorevigorante quase miraculosa. Milhares de biografias de Napoleão e Júlio César não trariam de volta os seus impérios. Mas às vezes basta um debate erudito com um ensaio de reinterpretação para que uma filosofia que parecia esquecida resurja das cinzas e adornado ou não do prefixo Nel vem interferir na vida contemporânea, como se tivesse sido publicada ontem. Um exemplo extraordinário é o Congresso que houve em 2000 e pouco, o Congresso de Aristóteles que houve na Unesco, em que de repente apareciam não filósofas profissionais, mas biólogos físicos, matemáticos, etc., etc., mostrando que eles é a presença ativa de Aristóteles dentro dos seus respectivos campos científicos. Então, de repente essa filosofia de 2400 anos atrás mostra uma capacidade de renascer e se reivigorar de uma maneira extraordinária. Isso não acontece com nenhuma política. Quem que vai reivigorar o Império Napoleônico, o Império de Carlos Magno, ninguém vai fazer isso. Então, a autoridade do governante é intensa e de longo prazo, a do filósofo é sutil, tenue e de longuíssimo prazo. Não imagine que esse fenômeno, o fenômeno dos renascimentos, se deva somente ao zelo de admiradores e discípulos tardios, que a revelia e a mínima participação de seus mestres inspiradores mortos, não deixam que a chama se apague. Ao contrário, foram esses mestres inspiradores mesmo que, concebendo metas de longo prazo e colocando a serviço delas as mais complexas e poderosas estratégias cognitivas, deixaram aberto ou fomentaram conscientemente a possibilidade de futuros renascimentos. Ou seja, o filósofo sabe que a sua influência de longo prazo, e ele está preparado para isso. Então, isso quer dizer que toda a filosofia tem dentro dela as camadas não tão visíveis de potencialidades que só o tempo revela. Então, eu até usei um parágrafo de Heidegger como Heidegger do Aristóteles e Nova Perspectiva, onde ele diz que há coisas que não foram pensadas na antiguidade, mas que sem essa antiguidade não poderiam ter chegado a ser pensadas. Então, não foram pensadas, não foram ditas, por exemplo. Eu, Aristóteles, não dizem parte alguma que ele tem uma teoria dos quatro discursos, investigando-se de categoria, está lá, e que ela está viva e presente hoje mais do que nunca. Será que Aristóteles não sabia disso? É claro que sabia. Se ele não soubesse, ele não poderia ter... Se essas coisas que ele não disse, ele não poderia ter dito aquelas que disse. Em algumas filosofias, a meta ambicionada é tão evidente que não precisa nem ser declarada. Ninguém pode duvidar de que santo Agustinho, santo Marzo ou Pascal sonhavam apenas de expandir o domínio hegemônico da Igreja Católica e converter-se possível a humanidade inteira. Quer dizer, esse fim nem precisa ser declarado, porque eles não fazem outra coisa o tempo todo. Isso transparece em cada linha que escrever. Os três divérias somente nas estratérias de intelectual que o planejam realizar esse objetivo, as quais escapam ao assunto deste artigo, desta aula. Então, como você ver, por exemplo, aqui no santo Marzo, a coisa mais importante era aprimorar os critérios de demonstração e também de impugnação de argumentos. Então, os ecológicos durante séculos aprimoram esta arte da discussão e da prova até um limite quase alucinante. Quer dizer, desde que a Aristóteles tinha formulado os primeiros conhecidos da lógica, mais ou menos 400 anos de Cristo, a lógica para também não tinha dado nada, foi a razão escolaço que a partir do ano 1200 começa a aprimorar aquilo, aprimorar, aprimorar no esforço de chegar a uma demonstração mais cabal possível. Quando você chega ao tempo pascal, o pascal já não usa essa estratégia. O pascal espera que o desenvolvimento das ciências físicas, dando ao homem uma dimensão da sua pequeneis, desperte nele o senso do infinito e do ilimitado. Então, é uma estratégia muito mais imaginativa do que lógica. Mas o que eles estavam querendo? Estavam querendo converter as pessoas. Em outros casos, Marx, por exemplo, Nietzsche, o objetivo é tão enfaticamente reiterado que basta citar esses nomes para que veem imediatamente a memória do público, a imagem da utopia socialista. Quem pode duvidar de que Marx escreveu tudo que escreveu para trazer revolução socialista para plantar o socialismo? Não há maior possibilidade de duvidar disso, não só porque ele disse, mas porque isso reaparece de novo e de novo e de novo em cada linha que ele escreve. Trazer a memória do público em mar da utopia socialista ou do super-homem, que emergem soberanamente livre no deserto do nada após a destruição de todos os valores. Se você destruir todos os valores, não existe mais verdade, não existe mais o bem, não existe mais o certo, errada, etc. Então aparece o super-homem que se determina a si mesmo. É uma ideia que todo mundo sabe que Nietzsche pensava assim. E, claro que as interpretações variam muito, mesmo porque cada um acredita que o super-homem é ele, e o outro também acredita que é ele próprio, e não o outro, não é o primeiro. Por exemplo, o Petrula Vargas acreditava que ele era o super-homem Nietzsche. Hintre também, mas muitos outros também pensavam. Então, mas esta imagem do super-homem, quer dizer, aquele que tem que determinar o seu próprio destino, determinar para assim dizer o seu próprio ser, eu acho que não tem muita diferença, não é tão popular com a utopia socialista, mas quem quer que tenha alguma ideia do que Nietzsche escreveu, fala Nietzsche e você já lembra do super-homem. Porém, mais interessante é o caso daqueles filósofos que sussurram seus objetivos tão discretamente, quase em segredo, que estes podem passar despercebidos ou ser negligenciados durante décadas ou séculos, por estudiosos que nada mais veem nas obras deles, senão a poderosa arquitetura dos meios, chegando a tomá-la como se fosse o fim. A mais mínima hesitação do filósofo em colocar a declaração de fins bem visível no porte como topo da sua filosofia pode levar a esse resultado, porque os fins em si mesmos são, por assim dizer, anteriores à filosofia e determinando-os da forma de conjunto, não são por ela afetados, exceto no que desrespeitam seus meios de realização. Os fins de uma filosofia não são exclusivos dela, podem ser compartilhados por uma filósofa, que talvez nem tenha o vigor intelectual necessário para compreender-la. O exemplo mais didático nesse sentido é o já citado de Agostinho, Tomás e Pascal. Eles queriam expandir o cristianismo? Sim. É esse o objetivo que norteia todos os seus esforços filosóficos? Sim. Mas quantos homens não queriam o mesmo sem ser filósofos? Então, por exemplo, o padre que tão preso e que tão preso e preso, que não queriam ser os filósofos, então, por exemplo, o padre que tomava um navio e ia lá, queriam ter que usar os índios e acabava sendo comido pelos índios. Ele estava fazendo o mesmo esforço desses, só que não no domínio filosófico, não no domínio cognitivo, e sim no domínio social. O que caracteriza e distingue a filosofia no meio de tantos outros empreendimentos humanos? É a peculiar sofisticação, riqueza e precisão dos meios intelectuais que ela foi em serviço do seu projeto. Então, esse é um caráter distintivo da parte técnica da filosofia, onde ela vai enfrentar os principais obstáculos de ordem cognitiva à realização do programa. Portanto, está supondo que as dificuldades não vêm só da má vontade das pessoas, a ser ou de condições físicas adversas, mais de dificuldades que estão embutidas no próprio processo do conhecimento humano, ou se quiser, nas próprias deficiências da cognição humana. Enquanto outros pregam os fins que tentam realizá-los na prática, ou morrem por eles no campo de batalha, o filósofo se impede em remover-os mais ar dos obstáculos cognitivos que se interpõem entre a humanidade presente e a consecução desses fins, erguendo novos acabouços intelectuais que a viabilizem. Esses obstáculos podem consistir de crenças do senso comum, de feiros de percepção de raciocínio, de otrinas religiosas, científicos ou filosóficas equivocadas, símbolos inadequados ou mal interpretados que bloqueem a imaginação, fraquezas da psique humana, etc. Por exemplo, Karl Marx tenta furar o muro do que ele chama de pensamento ideológico, ideologia. A ideologia, segundo ele, é um pretenso discurso que encobre com o projeto de poder. Então, você tem que descobrir qual o projeto de poder por trás para que você entenda o sentido verdadeiro do discurso ideologico. O discurso ideologico tem um sentido nominal, que é aquele que ele apresente, e tem um sentido profundo, que é o projeto de poder que é emitido. Eu acho que essa é uma descoberta excelente de Karl Marx, que tem uma provavelha que sobrealmente existe. Então, esse é um dos obstáculos cognitivos que ele tenta perfurar. É um obstáculo que não tem tempo de hora em cognitivo e de hora em sociológica. Nietzsche tenta furar toda a cortena do alto engano, da autoilusão. Os seres humanos, eles mentem para si próprios, eles são covardes, são pequenos, está certo? Então, eles necessitam de ilusões, eles se apegam a seu do valores, porque não tem a coragem de enfrentar, a nudez da realidade, onde não há valores. E sobretudo não tem a coragem de enfrentar o eterno retorno. E se tudo voltar, se acontecer exatamente como aconteceu, e você fosse condenado a viver dentro do eterno retorno, aí que ser macho para aguentar uma coisa dessa, e eu me te dizer que, só quem é capaz de aguentar o eterno retorno, é quem enxerga a realidade como ela é. Entender ele, né? Então, ele está tentando perfurar um bloqueio de ordem cognitiva, mas que tem já um sentido não socialógico, como no caso da ideologia, em Marx, mas de natureza psicológica. A mesma coisa faz Freud. O esforço do Freud é para ensinar as pessoas a não se enganar a si mesmas, está certo? Medente o fenômeno que ele chama repressão, quer dizer, o instinto reprimido, o desejo reprimido, ele aparece na mente sob forma disfarçada. E você acredita nesse disfarce. Então, você precisa destrinchar o disfarce para ver qual é o desejo que está, efetivamente, ali encuberto, e daí você se posicionar de maneira adulta, perante esse desejo. Então, às vezes você substitui a repressão irracional, faz, pelo menos, uma repressão racional, orientada por um senso prático, pela consideração em maduras, etc. E assim por isso, é? Josiah Royce distinguia com razão entre o espírito de uma filosofia e a sua realização técnica. Isso aqui, essa termologia é quase perfeita. Porque o espírito de uma filosofia é o ideal inicial que a orienta e que apoia o movimento. A sua realização técnica é a filosofia realizada e colocada em obras escritas, ou até em ensinamento oral, como caso de socas. Então, entre o espírito de uma filosofia e a sua realização técnica. Quer dizer, o espírito é partilhado pelo filósofo com outros homens que não são filósofos. E só que ele especifica esse espírito sob a forma de uma realização técnica que idealmente favorece a realização desse mesmo ideal. Transpondo os obstáculos mais difíceis que às vezes as outras pessoas nem percebem. Então, o amplo esfero dos problemas envolvidos na realização técnica teonardoa a tarefa de resolvê-los. Então, o complexo o equipamento intelectual que tem de ser usado e às vezes criado na sua construção e não raro tão dificultosa a sua absorção pelo leitor que, se não advertido quanto aos fins ideais subjacentes este leitor, pode prolongar o exame da maquinaria indefinidamente até o ponto de tomá-la como se fosse ela a finalidade desse mesmo. Ou seja, os programas filosóficos específicos que o senhor está tratando parecem ser a finalidade daquela filosofia. Ele fez essa filosofia para resolver este, mais este, mais este, mais este, mais este, mas é filosófico. Não, não, não. Resolver os problemas filosóficos faz parte dos meios colocados em ação para realizar os fins e valores dados de antedão. Sem contar é claro, o prazer vai dosso que o pedantismo erudito pode extrair do destrinchamento interminável de mil desas técnicas em que as questões fundamentais são adiadas para o dia de São NUNCA uma aparência de rigor. Para piorar as coisas, muitos elementos da realização técnica têm mesmo um valor autônomo que permitem integrá-los em outros projetos filosóficos, alheios ou hostis, aos fins originários que serviram. Então, se você pegar por exemplo a filosofia de Hegel, Hegel tinha como objetivo, geral, a criação, mais ou menos de algo que é o Estado moderno, ou seja, o Estado burocrático e democrático e democrático e moderno. Essa era a ideia dele. Hegel não era autoritar, nem fascista, nem coisa. Só que ele via, vamos dizer, como imagem essencial deste Estado, o Estado germânico. O Estado alemão. E para realizar isso, ele desenvolve uma série de conceitos de métodos, etc. Karl Marx pega todos esses conceitos de métodos e aplica uma finalidade completamente diferente. E significa que esses conceitos de métodos tinham um valor autônomo, ou seja, eles não podiam servir só aqueles fins em particular, mas outros fins também. Então, isso é um segundo fator que camufla, a ligação entre os fins e os meios, entre o espírito e a realização técnica. Não é porque a realização técnica desenvolveu por si certos instrumentos que podem ser usados útilmente fora dela, que eles são realmente independentes desses fins na filosofia do filósofo que nós estamos no referimento. Então, esses fins para Hegel determinavam, claro, o totalidade dos instrumentos que eles desenvolveu para isto. Karl Marx chega lá e, por assim dizer, rouba esses instrumentos para usá-los para seus próprios fins, como nós podemos fazer com muitos filósofos, como eu mesmo roubo coisas de Karl Marx, para outra finalidade que não são as dele, isso é sempre possível. E a complexidade e a riqueza desses elementos da realização técnica é tamanha que o senhor pode passar vidas durante a filosofia sem nunca perguntar para que o filósofo fez tudo. Dá a impressão que ele fez tudo isso só para fazer filosofia, porque ele gostava de filosofia ou coisa assim. Da certo, então, é uma coisa que fica desligada para ver os fins e valores gerais da condição humana. Então, de certo modo, desumaniza o mar do filósofo e o torno faz dele um fetiche acadêmico. Então, tem um valor autônomo que permite integrá-los em outros projetos filosóficos, alheios ou hostis aos fins originários que serviam. Não é preciso ser tomista nem marxista para tirar proveito de parcelas inteiras do tomismo do marxismo. É claro, no fim das contas, que o desvio de foco se comete menos fácilmente com os filósofes que declararam abertamente os seus fins ou com aqueles onde eles estão alto evidentes, do que com os tipos ambigos e escorregadios que, por medo do escândalo ou por a versão apolêmicas, preferiam ser mais discretos ou cotscuros. Comete-se menos de satinos por fuga do essencial na interpretação de marx, de santo Tomás de Aquino ou de Pascal, que na de Maquiavel cante o Descartes. Quando se fala de esto, por exemplo, eu nunca vi ninguém negar que o objetivo de Calmarco fosse a revolução socialista e a implotação do socialismo mundial. Eu nunca vi ninguém negar isso. E o negar que santo Tomás de Aquino quisesse cristianizar o mundo. Ninguém nega isso, mas o que que Maquiavel estava querendo? O que que Cante estava querendo? O que que Descartes estava querendo? Isso aqui, frequentemente, é passado. Pessoas passam em cima disso como se o plano não existisse e se concentram na realização técnica e passam a estudá-la nas suas minúcias e você só não fica sabendo o parque. Quando se fala de estrutura da obra de um filósofo, entende-se, geralmente, por esse tema, duas coisas. Um, a organização interna de um ou vários de seus escritos. Dois, a ordem das razões, como a chamava Marcial Guerrero. Isso é a unidade hierárquica da doutrina filosófica e, em si mesma, por baixo, para além da forma escrita. Essas duas coisas existem e estudá-las é muito útil. Mas nem de longe bastam para você obter a compreensão de determinada filosofia como ação humana, como intervenção consciente de um filósofo no curso histórico das coisas. Para isso, você precisa aprender um terceiro tipo de estrutura. A articulação entre o objetivo último e a engenharia dos meios postos em movimento para alcançá-lo. Ou, no tema de Josiah Royce, entre o espírito de uma filosofia e a sua realização técnica. Então, note-me, entre os outros dois tipos de estrutura. Quer dizer, a palavra estrutura, entendida, é um sentido mais restrito. Você tem que estudá-las de qualquer maneira. Você tem que compreender a estrutura do texto e, por baixo delas, você tem que entender a estrutura da ordem das razões e do filosofia. Sim, só que, por baixo disso, existe a estrutura da filosofia entendida como ação humana. Ou seja, o que o filósofo estava querendo fazer. Não no campo específico da realização acadêmica, mas no campo da história de modo geral. Então, cada um desses dois itens, o espírito e a realização técnica, oferecem problemas específicos. A realização técnica pode, por exemplo, estar abaixo do requerido para a consecução dos fins. Que, desta forma, corre o risco de vir a sofrer um julgamento injusto por conta da mera inabilidade acidental do filósofo tentou realizá-los. Isso acontece particularmente com o Machiavelli. O Machiavelli consegue um plano grandioso, que ele chama da Terceira Arromba, que, em grande parte, coincide com o estado burocrático moderno. Mas, no meio disso, ele se perde na discussão de tantos pontos menores, que, muitas vezes, a articulação de uma coisa para outra não aparece. Claro, então, o que apresenta da realização técnica está abaixo da ambição dos fins amizonados. Ou pode, ao contrário, ser tão elaborado e perfeita que os fins acabam de ser recobrindo do prestígio da sua vestimenta técnica e se impondo sem seres examinados e julgados em si mesmo. Isso é preciso, na verdade, no caso de cantas. O seu canto é tão vasto, tão complexo, tão rico, tão cheio de detalhes, que você pode passar a vida estudando aquilo sem nunca perguntar mais o que o canto queria afinal de contas, onde que ele queria chegar. E se você não faz essa pergunta, então, daí toda a influência de canto no mundo contemporâneo se torna invisível para você. Só na hora que você conseguir encaixar o plano original com a realização técnica, o que no caso do canto é excepcionalmente difícil, porque a obra é imensa, é certo? E muito complexa. Sem isso, você não consegue entender como é que o canto exemplifica aquilo que o Diago Stuttgart conte, que a vida dos vivos é frequentemente determinada por filósofos mortos. Os fins, por seu lado, nem sempre aparecem claros e distintos na obra de um filósofo, precisamente porque consistem de uma mágama de experiências, sentimentos, valores e escolhas fundamentais que colocaram o filósofo no caminho do seu empreendimento filósofo e que, portanto, são de algum modo anteriores a este. Com frequência o estudioso, temendo em correr no erro tipicamente Nietzsche, de explicar uma filosofia pela psique do filósofo, Nietzsche fazia muito isso, ele achava que a filosofia era apenas uma personalidade, uma psique transposta, sob uma forma aparenta engranosa de doutrina. Ele dizia que não, no fim isso, na teoria não, é apenas a psique do seu fulano de tal transposta em aparência de teoria. Então, temendo em correr no erro tipicamente Nietzsche, de explicar uma filosofia pela psique do filósofo e reduzir conceitos abstratos a uma espécie de secreção cerebral, negligenciam essas experiências e escolhas como menos acidentes biográficos, que se podem até mesmo ter desencadeado um esforço filosófico, não determinar o inácio, o curso final da sua elaboração e muito menos o conteúdo da obra filosófica realizada. Então, a obra filosófica é realizada a adquirir uma autonomia, porque é uma autonomia, porque ela que está nos textos principais e os textos principais são objeto de estudo, dos estudantes da universidade, então eles se focam nisso e ficam a filosofia em si mesma, considerada fora da ação humana visada pelo filósofo. E, portanto, se você fez isso, a influência verdadeira do filósofo nas decorridos dos acontecimentos se torna absolutamente incompreensível, porque você só vai ver a influência filosófico e técnica explícita, isso é a influência que ele teve sobre outros tirósmicos e não na sociedade, em geral. No meu livro Visões de Decade, mostrei que toda a estrutura da filosofia de Decade já estava dada em versão compacta nos três sonhos que ele teve na Alemanha em 10 de novembro de 1619, e que a ideia do gênio mau, daí decorrente, não era apenas uma figura de linguagem usada para expor certas doutrinas, como a consideram o Marcel Verrou, mas sim o símbolo que as antecipou e inspirou e guiou, ou seja, a ideia do gênio mau perseguiu Decade a sua vida inteira, toda sua obra uma discussão com o gênio mau, até o fim. Se não existe nenhuma filosofia perfeitamente acabada e probante, pronta para ser testada científicamente, é por uma razão muito simples. A filosofia não está nas doutrinas prontas, e sim no esforço de transfigurar certas percepções e inspirações pessoais em tese universais, ou seja, uma passagem do poético retórico ao lógico, mas a passagem jamais se completa. Esforço que, por sua própria natureza, não se completa jamais e tende a ser incessantemente recomeçado. A filosofia não é um conjunto de tese, como uma teoria científica, é a busca da unidade do conhecimento, da unidade consciência e vice-versa, um empreendimento sem o qual o restante do conhecimento humano perde todo o sentido, mas que jamais pode alcançar a estabilidade, a certeza definitiva, pelo simples fato de que o conhecimento disponível aumenta e se modifica, colocando novas e novas dificuldades para a consciência individual, empreendada na busca do sentido. Ou seja, os problemas que nos colocam na pista de uma investigação filosófica não são os mesmos colocados no Santo Mais de Aquino, ou o Descartes, são outros completamente diferentes. Isso quer dizer que nós podemos nos inspirar na filosofia deles, e sobretudo na sua realização técnica aproveitarmos, ele não é dessa realização técnica, mas não podemos segui-la completamente porque os nossos problemas não são os deles, e os de amanhã não serão os nossos. Então quer dizer, a filosofia é um esforço permanentemente renovado de manter a inteligência humana, de manter a consciência humana à altura dos problemas contemporâneos. Ela é só isso, ela não vale isso, ela não produz teses universalmente válidas, tese definitiva, mas ao mesmo tempo você não pode dispensá-la, porque sem isso, todas as tese existentes, filosóficas, religiosas, é que ela perde em todo sentido, na minha que não consegue se articular com a consciência humana, então ela se transforma em coisas, em meros objetos opacos e incompreensíveis. Então a filosofia é uma arte de recuperar o sentido permanentemente. Por isso mesmo é essencial ao tentar compreender uma filosofia, partir da experiência pessoal pré-filosófica, por assim dizer, que despertou no filósofo certos sonhos e ambições, e jamais tomar a realização técnica como se fosse uma unidade autônoma, em vez de uma tentativa de realizá-los. É evidente que os problemas técnicos encontrados ao longo do caminho têm uma existência própria, ou seja, os problemas que o filósofo trata na parte da sua realização técnica. Os problemas existem mesmo, se não, seria uma estupidez tratada. Tanto que podem ter se apresentado também a outros filósofos, mas a maneira de enfocá-los o estilo de tratamento do filósofo lidar são determinados em grande parte, as vezes integralmente pela meta pessoal que ele está tentando realizar. Não se pode escolher, no entanto, a hipótese de que, no esforço de realizar esse ideal, esse objetivo, ele se encontra com problemas que modifiquem as convicções dele. Isso pode acontecer, mas, como diria Grosso Martes, não melhore em nada a sua situação. A estrutura de uma filosofia reside, portanto, na articulação tensional entre o objetivo e a realização e não nesta última isoladamente. Por que eu uso tensional? Porque nunca uma coisa totalmente coerente com a outra, e nunca realiza integralmente. Se realizassem integralmente, nós nós temos a filosofia definitiva, que se impõe a toda humanidade e que tem, por exemplo, uma validade científica universal. Isso nunca acontece. No caso de Kant, muitos estudiólogos dizem que ele se inspirou no contraste entre o ceticismo de Hume, segundo qual o conhecimento era impossível, e a física de Newton, onde a existência do conhecimento é um fato patente. Isso é aparecido em muitos manuais. Ele leu no Hume que o conhecimento era impossível, ele via aquelas anárias do Hume desmentindo a noção de causalidade, a noção do próprio eu, a noção de consciência, desmentindo tudo, e mostrando o conhecimento é impossível, ele via honrais, esse cara tem razão. Ele lia o Newton e o Newton mostrava como funcionava o universo na realidade. Então, eles vão honrais, esse cara também tem razão. Então, é claro que você tem aí um problema filosófico e presivo, uma contradição entre a impossibilidade teórica do conhecimento e a sua existência na prática. É um negócio do bizurro que, teoricamente, pelas leis da era do Hume, que não pode voar, e no entanto voa. Temos aí um problema. Kant infretoramente desse problema, isso realmente chamou a atenção dele. Porém, resolver isso foi o grande objetivo da vida dele, foi parte da realiação técnica. Talvez a parte mais difícil da realiação técnica, e a qual, por isso mesmo, ele consagrou o melhor dos seus livros, que é a Crítera da Razão Pura, que levou 10 anos para resolver aquilo. Kant ficou um tempão sem publicar, 10 anos sem publicar uma linha. E daí ele veio, já com essa 1781, ele veio com a Crítera da Razão Pura, que tratava de resolver esse problema. Então, como eu disse, tinha uma pedra no meio do caminho. A pedra no meio do caminho era esse problema de Hume e Newton. Porém, a pedra é uma coisa, o caminho é outro. Falei, era o caminho. Para onde Kant estava indo quando apareceu a pedra no meio do caminho? Se você não pergunta isso, então você explicar toda a obra de Kant pela pedra que ele encontrou no meio do caminho não faz o menor sentido. Se você não está indo a parte alguma, você não vai tropeçar em pedra alguma. Se você tropeçou, é porque para algum lugar você estava indo, e esta pedra o impedia de chegar lá. Então, esta é a pergunta. Para onde Kant estava indo quando ele tropeçou neste problema? Então, é claro que este problema não pode ter sido assumir inspiração originária, e o motivo que determinou todo o seu esforço filosófico, embora determinasse 10 anos da sua vida, mas não a sua vida inteira, tanto que em seguida ele passa para outros problemas. Resolver essa contradição foi realmente a ideia de Kant na crítica da Razão Pura. Mas muito antes disso ele já havia formulado a utopia da sociedade perfeitamente racional. E para a realização dessa utopia, uma contradição no seu da Razão era um pecilho intolerável. Ou seja, Kant, eu vou mostrar depois para vocês com abundante prova dos meus documentos. Kant tinha esta ideia da sociedade perfeitamente racional, onde toda a animalidade do homem fosse transcendida para sempre. Então ele apostou todas as suas fichas num tráfego chamado Razão. E de repente a Razão aparece que tem um problema, porque que o homem diz uma coisa e está certo, e o milto diz o contrário dessa coisa também está certo. Então ele tinha que resolver isso para, por assim dizer, defender a Razão, para proteger ela de uma contradição interna que ameaçava destruir. A crítica longe de ser... Você vê que a filosofia do Kant é muito grande, é chamada de filosofia crítica. Mas ela só é filosofia crítica, nós três livros chamados crítica. É a razão pura, crítica é a razão prática, é a crítica do riso. Mas e tudo que veio antes e tudo que veio depois? O que é? A pessoa fala, não, teve a fase pré-crítica. E a fase pré-crítica, então, não tem tanta importância filosófica, tem só importância diograta, não, não, não. E na etrafase pré-crítica, ele já tinha definido os fins ao quais ele ia dedicar toda a sua vida de filosófico. E ele diz isso de uma maneira muito clara, aqui em 1762, ou seja, 19 anos antes de publicar a crítica e a razão pura, ele disse o seguinte, eu me feriria a mim mesmo como mais inútil do que um simples trabalhador manual. Se não acreditar sequer esta ocupação, a filosofia, pode acrescentar valor a todas as outras e ajudá-las a estabelecer os direitos da humanidade. Então você vê essa ideia que eu recirculo aí, direitos humanos para direitos humanos, qualquer imbecil para direitos humanos. Esta ideia está na cabeça do Canto de 1962, uma solididade baseada nos direitos da humanidade. 1762, crítica e a razão pura, em 1781, 19 anos depois, sendo que nesse íntem, o Canto continuou escrevendo e depois quando foi mais do que 70, 72, ele para tudo, não fica 10 anos antes de publicar nada e pim, mas sai a crer a razão pura. A crítica longe de ser o centro e o topo da filosofia de Canto, é apenas um capítulo na realização técnica de um projeto incomparávelmente maior e mais ambissor. Era assim que o próprio Canto se entendia e é assim que devemos entendê-lo, sem permitir que a complexidade e a riqueza da crítica nos ofusquem. O Estado burocrato e moderno, capitalista ou socialista, com todo o cortejo de dramas e perplexidades que vem acompanhando a sua construção, é em grande parte uma realização do projeto Cantiano. E jamais o compreenderemos se não tentamos resgatar Canto das suas interpretações escolares usuais e entender a sua filosofia como ele mesmo a entendia. Ou seja, como a construção de uma arquitetura filosófica formidada para a realização de um objetivo que era a da sociedade racional. Praticamente não há na política contemporânea nenhuma ideia em circulação que não tenha ao menos uma origem remota em tantos. Então, nós vemos que este objetivo que ele colocou em 1762, que era, vira, qual é o valor da filosofia? Ajudar as pessoas a realizar o direito da humanidade. Essa é um negócio de direito que já estava no Zoom Zoom em todo. Tem um biluminismo, a preparação da revolução francesa, etc. E é este objetivo que o Canto consaga a sua vida. No entanto, ele volta a isso depois da crítica da razão pro outro. E volta até com mais força. Ele volta, no inscrito do 1784, três anos depois da crítica da razão pura, que se chama ideia de uma história universal do ponto de vista cosmopolítico. Ou cosmopolita, se quiserem, mas acho que cosmopolítico. Ele usa a palavra Burglitz. Mas a intenção brasileira é cosmopolítica, não somente cosmopolita. E depois, ele volta a isso no Tratado da Paz Perpetua, que é posterior também. E ele volta nos seus últimos escritos, que se chamam Conflita as Faculdades, que é de 1790. Então, ele estava muito consciente do que ele estava querendo fazer. E após ter resolvido os problemas da filosofia crítica, ele continua na luta pelos seus mesmos objetivos. Nós vamos estudar isso. Existem várias versões dessa ideia de uma história universal na internet, em inglês, francês, espanhol, italiano, alemão, tudo que você pode achar. Encontrar facilmente. Nós vamos mais facilmente usar essa versão português da produção do Arturo Morão. Ela tem defeito se eu comparando com as tradições, eu vi que tem uns problemas, mas é mais fácil para nós a gente ler isso no nosso próprio idioma. Então, nas próximas aulas, eu pretendo voltar isso. Então, a filosofia de Kant é um messianismo utópico acima de tudo. Agora, Kant era hábil demais para ele acreditar nessa utopia sem mais nem menos. Ele estava consciente de toda a dificuldade e estava consciente de que talvez não fosse atingido a mais. Porém, existe uma relação imprínseca, muito profunda e muito significativa, entre a agnosologia de Kant, ou seja, os conceitos que ele coloca na crida, na razão pura, e o modo como ele enfoca depois os problemas da construção da sociedade racional. E nós precisamos estudar isso com muito cuidado, porque você vira por volta de... Em 1753, ele já estava desconfiado de uma coisa que vai voltar muito tempo atrás. O fato de que o fundamento pelo qual conhecemos o ser de Deus não é o mesmo fundamento pelo qual ele é, ou mais genéricamente, o fundamento da cognição não é o fundamento da realidade, tem consequências para ontologia. Então, deu bom. Do ponto de vista cristão, você não conhece Deus de maneira alguma, exceto pelo fundamento daquilo que Ele é. Eu sou o que eu sou, porque Deus se apresenta naquilo que Ele é. E Ele se apresenta como fundamento de toda a realidade, como o fundamento da sua cognição, a ação do Espírito Santo na Sua mente. Mas para Kant, existe uma dualidade intransponível. Aquilo que nós conhecemos de Deus, o fundamento daquilo que conhecemos de Deus não é o fundamento pelo qual Deus é. Isso significa o seguinte, Kant só aceita a teologia natural. Ele não aceita a teologia revelada de jeito nenhum e ele nada tem a aprender com a regulação. Não entender ver. Então, ao conceito de entender, Deus é um conceito muito peculiar do século 18. E esse dualismo irrecorrivel entre os conceitos e a realidade, isso vai reaparecer e reaparecer e reaparecer e reaparecer. Até o ponto em que, na crítica da razão pura, a noção de ver a cidade do conhecimento será substituída para a noção da sua validade. E isso teve, por exemplo, no domingo do direito, teve consequências absolutamente devastadoras. Onde, por exemplo, um texto legal, a Constituição, que tem, como dizer, que é o Senkheon Kant, a norma fundamental. A Constituição é por si a base de todos os jogamentos subsequentes. Ele é o topo da pirâmide jurídica. E nenhum elemento de realidade pode interferir nisso mais. Interessa o que está na Constituição e o que se deduz dela. Não há a realidade, não tem uma autoridade superior à Constituição. Nisso é uma das consequências. Vamos estudar isso com mais cuidado depois. Vamos ler aí a ideia do Mistério Universal. Você pode ler antes que quiser. Ou podemos ler em parte aqui. Eu não sei se dá em leiteira, mas pelo menos são alguns pedaços que eu assino a ler. Tá bom? Eu acho que ficou muito tarde para as perguntas. Aqui nós vamos ter, no dia 24 de novembro, o curso sobre a crise da inteligência segundo Roder's Crutham. Exposição e análise crítica. E depois do curso eu vou convidar os alunos que quiserem caçar comigo. Pretendendo caçar já do Alice. Vai ser aqui no estado de Virginia mesmo. Não é uma viagem longa. Só que aqueles que quiserem precisarão chegar vários dias antes do curso para... Tem um treinamento obrigatório de dois dias para você tirar uma licença de caça. Para quem é morador você pode tirar para o internet, mas para quem não é morador de Virginia você tem que ir lá pessoalmente. É uma regima que não dá muito trabalho, são dois dias, 45 horas de aula. E é tal coisa muito interessante. Então, os que quiserem tirar licença tem que ver a data que tem. Você tem que ir lá no departamento de Casa da Virginia para procurar no site e ver qual é a data que tem. Esses cursinhos que chegar em tempo de fazê-los. E depois vamos caçar os javalistas. Como vocês não podem levar os javalistas para o Brasil, eu compraria aqueles que vocês não matarem e ficaria comendo javalistas por um ano. Tá bom? É, como oitário para as perguntas já são 11 horas. É? Com 10. Ah, é? Então, dá para fazer uma pergunta. Então, vamos lá. Fábrio Assunção pergunta. Com, existe relação entre esse amigo topo, que é a experiência que nós que encanto, com certeza. O simples fato de ele ter reduzido todo o conhecimento de Deus à teologia natural, e por exemplo, tudo que vem da revelação já mostra isso aí. O fundo que nós que encanto é muito forte, mas nós vamos ter que abordar isso depois porque tem mais, não é uma coisa então linear como parece. Dois, canto são dos precursores e também críticos da teoria da evolução. É a ideia da sociedade racional, da iluminação de toda a animalidade alma a alma, que ao que veio com a sua concepção evolucionista, sim, em parte. O fundamento mesmo é um conflito que existe, segundo o canto, entre a sociabilidade humana e a insociabilidade. Todo ser humano tem segundo ele essas duas tendências, de você tentar se agregar aos seus humanos até para o conflito sobrevivência, mas você também tem a tendência de resguardar a sua individualidade, por exemplo, criar uma distância entre vocês e os outros. Então, isso quer dizer que em cada um existe esse conflito, e esse conflito ele por sua vez se expressa na sociedade. Isso quer dizer que sempre que existe um conflito aberto na sociedade, existe também um desejo de auto-preservação que leva, por fim, a eliminação desse conflito e a estabelecimento de certos acordos pelo mesmo autorizador. Ele acredita que esse entrechoque de tendências, ele terminará por criar uma ordem geral. E isso nós vamos nos dar depois, melhor, com essa ideia de uma história universal. Como o entendimento e canto em vez de estar relacionado com as pessoas da natureza humana e da sociedade racional, como vai dar para que um diagnóstico possa depois? Quatro, canto ainda conseguiu entender o entendimento de metafísicos. Ele entendia assim e entendia de uma maneira excepcionalmente clara, pelo menos no começo da sua filografia, quando ele por volta até, eu notei aqui, 1769, quer dizer, 12 anos antes da arquitetura da aventura, antes que eu dei o seguinte, as antinomias, por exemplo, o mundo é infinito, o mundo é infinito. Existe de Deus, existe de Deus, etc. As antinomias aparecem quando buscamos o todo, quando procuramos o absoluto no mundo, quando tentamos fazer do infinito um objeto infinito, ou seja, fazer do infinito um objeto dado a um sujeito. Isso mostra uma concepção muito, muito profunda, e de certo modo, ele está aqui antecipando até certas coisas que aparecem no iraver, isso é de muito conhecimento por participação, que não é o conhecimento que reduz o seu mundo. Porém, mais tarde, eu acho que depois disso, o canto fez algumas confusões a respeito. Por exemplo, quando ele diz que o espaço e o tempo não são a realidade, o mundo do espaço e o tempo não é realidade, mas também não é uma ilusão. Ela é a condição da realidade de toda a nossa experiência sensível, dada na intuição. Diu muito bem, mas por que só na intuição? Por que só no conhecimento? É isso que não na nossa própria existência, a partir do princípio de que não existe, não sei o que não existe, não tem intuição de que existe nenhum. Por que o espaço e o tempo seriam a tendo da condição da nossa experiência sensível? Sim, a experiência sensível é um aspecto da nossa existência. Ele não coloca isso, parece que ele tem um iato, onde esse dualismo do canto, esse dualismo existe, mas ele sempre está um mediado por alguma coisa, mas ele parece que esquece esse elemento mediador, e é aquilo que ele falou sobre, o conhecimento que temos do ser de Deus e aquilo que faz com que Deus seja. Não são exatamente a mesma coisa, mas um está incluído na outra, porque não são espécies do mesmo gênio, não estão no mesmo nível. Eu amo a unidade, estou muito importante isso. É uma particular questão do fim que precede da forma atributiva, com a ideia da anamese, entendida no sentido da análise das crianças e de incri-se dos anos atrás. Como a sustentação das crianças pode ser o primeiro passo no método filosófico, ao mesmo tempo que existe uma criança escondida que não será analisada e que dá origem para o incremento filosófico? Não, ela será analisada, com certeza, analisada tecnicamente, para poder realizar-se. Isso é uma exigência. Aqui eu já ensinava que quando uma ideia para se converter em ação, ela tem que primeiro encontrar o seu antagonismo. Então é na própria, o próprio esforço de análise crítica da criança faça parte da sua realização. Não há uma contradição, mas há uma contradição de tipo dialético, não é uma contradição antagonica. Aqui Fernanda Andrássio-Azvarna pergunta que ele é comprido. Eu vou responder uma só. Ele diz que um arquitetura dos meios muito elaborada é sempre o sinal de camuflagem. Não, de jeito nenhum. Inclusive, o esforço de camuflagem, eu só vi um esforço de camuflagem nítido no Marrivel, mas não, nós outros não vejo. Eu vejo um esforço de descrição, onde não querer suscitar polêmica. Mas ninguém está escondendo propriamente. Eu acho que o único que tentou mesmo esconder em forma quehabila é que ele veio muito mal. Os outros acabam revelando. Não há um esforço de camuflagem. Eu acho que isso faz parte da... O esquecimento, ou obscurcimento dos fins, parece fazer parte da própria natureza da atividade filosófica que se concentra na realização técnica e ela consegue amar um bar de seus esforços. Justamente porque reconhece a dificuldade dos fins. Veja assim. Se não você não reconhecesa a dificuldade dos fins, você se entrega diretamente à luta pela sua realização. Você não teria esse recu crítico e análise dos filósofos. Você quer converter a humanidade inteira. Então você sai pregando. Agora, se você é um filósofo, você vai recuar e você vai tentar investigar porque que a pessoa revista, entanto, qual é o peso dos vários elementos de uma conversão, etc. Você vai tentar realizar a coisa, não aderindo-me genamente a elas, mas não escondendo as dificuldades, até tratando as dificuldades com cento de liberadamente. Acontece algum filósofo mudar seu objetivo ao longo do tempo? Caso aconteça, imagina que será fácil perceber isso. Eu creio que sim. Eu creio que isso aconteceu. Eu acho que o Max Scheller é um exemplo. O exame do profundo dos fins acaba mudando, determinando outros. No caso do próprio canto. O canto só descobriu mesmo o que ele queria fazer na época da criatelação. Até lá, os fins continuam os mesmos, porém só a partir dessa década de um ano, é que ele percebeu o paléroverdareiro tipo de dificuldades que ele teve aqui em frente. E essa dificuldade, o trato dessa dificuldade, determinou o resto da sua carreira filósofa por aí e a sucessão das obras mais conhecidas. Pedro é que pergunta. Sou novo aqui no curso, por tanto, tenho desculpa de colocar uma questão já respondida. Eu gostaria da tenda de que o espirito da sua filósofa... Desde o início eu tive uma experiência muito... quando eu chocante o deprimente com o fenômeno da impessoalidade abstracta na luna. A partir de uma identidade social adquirida, de um cargo, de uma função legal, sem perceber ou sem prestar atenção na humanidade. Hoje, no meu Facebook, alguém colocou lá, uma mulher que precisava de espera da menor emédia para que ela está morrendo e apareceu um funcionário com um milhão de figuras burocáticas de meio. Ou seja, as dificuldades burocáticas existem, mas o foco dele está na relação burocática e não no caso concreto da pessoa que está sofrendo. Isso é uma das coisas mais impressionantes na vida. Então, eu entendo por que isso acontecia. Furar essa barreira sempre foi um objetivo de tudo que eu fiz na vida. Eu acho claro que isso foi assumido por várias formas diferentes, mas a ideia do ser humano concreto, da experiência da realidade concreta, de ser sobrefondo a todas as nossas formas. Uma ideia que eu sempre tenho que entender, até as formas de nossa raciocínia, de forma da nossa consciência, não são alheias à unidade. É a própria estrutura da presença universal em torno de nós que nos impõem isso dos nossos homens. Isso de um modo. Esse abismo canteão, que é entre o mundo e os conceitos, da como que os conceitos que nós pensamos podem se relacionar com a realidade, se relacionar com a realidade, porque eles vieram de lá e não vieram da nossa mente. Então, por exemplo, eu contei um episódio de auto-biografia, a experiência da sem-direção de espaço. E, para mim, não foi uma experiência de teórica, mas foi uma coisa muito real, pelo fato de eu passar muito tempo deitado, de gente que podia me levantar. O mundo horizontal era um outro mundo para mim. O mundo da realidade ficava, era uma outra coisa. Então, o peso, o dificuldade de movimento, tudo isso para mim tinha uma realidade. Eu percebia quanto a minha vida interior dependia disso. E, por fato, de que, no que você acorda, está meio conto, você não sabe onde você está, o que você faz? Você vai pensar, não, você está olhando, né? E a visão do mundo como reorganiza a sua mente. Então, eu acredito que todas as categorias de nossos pensamentos são categorias da própria estrutura do universo, que, por assim dizer, se imprimem em nós. Claro que o cérebro do mundo tem uma analogia com isso. Se não tivesse, não poderia impregnar, mas nada vem do cérebro. Inclusive, o cérebro não é nada mais do que um outro, mais um objeto do mundo exterior. O seu cérebro não é um pensamento que você tenha, né? É uma coisa que existe no espaço-tempo. E, assim por exemplo, então, a abertura a esse universo da vida concreta, que não é acessível a nenhuma ciência em particular, pra mim era a condição de uma recuperação do diálogo humano, o contato humano entre as pessoas. Mas também o fato de que na sociedade humana existe muito medo e o medo faz muita pessoa de um jeito muito que se protejam por trás das suas funções sociais, de emprego, de seu cargo, de urulamento, etc. Para não ter enfrentado uma presença humana real, um mundo do sentimento do mundo real, do encontro real, antes do mundo do amor, do mundo de verdade, tudo isso. Pra mim era o que eu via que estava se... estava muito perdido pra essa vida. Você encontrava isso, por exemplo, em certas relações muito íntimas com pessoas. Mas na vida do dia a dia você encontrava essa relação, não com pessoas, mas com cargos, entidades de destaque, que no seu trabalho, quantos... Poderia pensar que foi para trabalhar no meio de jornalistas, que essa pessoa mais intelectualizar, tal e tal, com o fato de que o mundo seria mais verdadeiro, mas não é. Ao contrário, no meio de jornalistas, é mais a ideia, a estrutura por indomina, ainda mais sobre o ser humano concreto. Eu comecei a pensar da onde vinha tudo isso, e hoje eu sei que isso é o do mundo. Eu não digo que essa foi toda a motivação, mas sobre o do mundo. Nelson Filho, em que medida o poder do filósofo é o que o senhor chama o poder profeta? É a mesma coisa em que o filho. Quer dizer, é o poder de tipo espiritual. Agora, a retaguarda do profeta é diferente da retaguarda do filósofo. O filósofo não tem um mandato de juízo. Às vezes ele pode até ter, como algum, alguns anos. Mas não enquanto o filósofo, enquanto o filósofo está sozinho na jogada, ele não tem outra autoridade além daquilo que ele possa persuadir as pessoas, como sópia. No fundo, sópia não tem autoridade alguma, exceto, da concordância entre as almas, que ele tem como aquilo que ele dizia, e que o arva na alma dos outros. Então, ali se criava uma espécie de autoridade natural. Mas a autoridade profeta é não. A autoridade profeta tem uma ligação profunda com a própria estrutura da realidade, já de início. Daí que a palavra profeta vem do ver do profero, que quer dizer fazer acontecer. O profeta não anuncia que as coisas vão acontecer. Ele vem com o mandato de Deus, o mandato de Deus significa que ele está fazendo a acontecer. É por isso que a autoridade profeta se ultrapassa de muito a autoridade do filósofo. Por exemplo, a quanto tempo o pessoal está obedecendo no iseste? Cinco mil e tantos anos? E obedecendo, assim, integralmente, isso nem um filósofo conserto. O filósofo conserto ter uma influência mais genérica sobre a sociedade, mas não uma obediência. Mas que é o mesmo tipo de... Se você for dizer, os três tipos básicos de poder, que é o poder político musical, o poder feminino, o poder intelectual, só existem esses três, mas existem os outros. Agora dentro de cada um você tem uma gradação enorme. O poder econômico. Eu tenho algum poder econômico. Mas não vai se comparar com o poder econômico do rock pedra, dos glórios soros e simples adesivos. Nós exercemos o nosso poder econômico em níveis diferentes do mesmo modo, que um filósofo nome de grande estatura não vai poder concordar com mais aéreo. Nem pretende. Mas que é o mesmo tipo de autoridade legítimo e legítimo. Bom, então acho que por hoje eu vou ter que parar por aqui, porque... Só vou explicar mais. Gabriel Mendon. Pode explicar melhor a última frase do primeiro parálogo. O filósofo que tomasse como tema a estrutura da sua própria estrutura para discorrer sobre ela, já estaria nesse mesmo momento inferindo como parte da estrutura maior. É lógico, a própria estrutura, ela por si não se contém a si mesma como objeto. Isso seria impossível. Mas então você precisaria criar uma outra estrutura mais profunda que explicasse a existência da estrutura... Eu te digo aqui da sua estrutura, eu vou tentar como ela existe atualmente. Então você teria que a partir de um... criar uma meta linguagem para a estrutura. Ficou claro? Então acho que tudo é só. Até a próxima. Jay Underhill